Maria acordou com o barulho do trote dos cavalos chapinhando na lama, abafados por estarem lá fora. Abriu os olhos um pouco zonza, remontando aos poucos os últimos momentos da madrugada anterior. Ela estava em uma casa pequena, quadrado, sem divisórias. Ervas de todos os tipos estavam acondicionadas em todos os lugares, das mais variadas formas: penduradas em ramalhetes, maceradas dentro de potinhos, em folhas secas ou pinhas de sementes pelos cantos. À medida em que respirava fundo e tomava consciência de si, lembrava de mais detalhes.
Ela seguiu a garota sorridente e alta, que a convidou para ir até a casa de uma tal Sovnya. Ao chegar lá, encontrou a anciã cercada de jovens que preparavam todo tipo de poção. A velha instruía enquanto ela mesma operava várias poções. Maria não entendia quase nada daquilo, mas parecia ser algo com a intenção de curar as pessoas.
A certa altura, quando a maior parte dos jovens já havia saído, enfim a velha se dirigiu a ela. Ante um gesto da velha, Maria se abaixou até que os olhos de ambas ficassem na mesma altura. E ela teve certeza de que a anciã olhou fundo direto em sua alma, seja lá o que isso signifique. Longos instantes de silêncio se passaram, até que a velha se pronunciasse.
— É ainda mais complicado do que pensei. Você não está pronta.
A velha largou Maria sem dizer mais nada e pôs-se a macerar outra poção. Antes que a moça pudesse perguntar qualquer coisa, a garota alta se aproximou, com uma voz tranquilizadora.
— Calma. Tudo vai ficar bem. Mestra Sovnya sabe o que faz. Confie nela.
Maria não teve tempo de formular uma resposta. A velha Sovya já estava em sua frente, erguendo uma cumbuca com um líquido de cheiro agradável.
— Beba. Você está como um bicho agora. Vai ficar mais fácil de falar com você depois.
Maria bebeu, em seguida caindo no sono, acordando só agora. Não era magia, era mais algo da própria energia das plantas. Mas tudo bem se não fosse magia. Não tinha medo.
* * *
Sandman acordou com o barulho do trote dos cavalos, chapinhando no barro. Estava todo molhado, pois havia dormido ali mesmo, no telhado da casa. Os cavalos que faziam barulho eram controlados pelo casal de soldados que acompanhava Camacho na noite anterior. Juntos deles vinha um rapazote humano em um cavalo branco com manchas marrons. O garoto tinha o nariz empinado e as roupas limpas daqueles que servem aos nobres. Entraram apressados em uma das casas que resistiu à batalha, e que passou a servir como base do senhor Aldir, uma vez que sua própria casa havia sido destruída. Não demoraram muito e logo estavam voltando em direção aos cavalos.
Isso tudo era curioso, mas a percepção que de fato chamou a atenção de Sandman foi quando notou que, pela primeira vez em dias, não chovia. Até mesmo um tímido sol esmaecido brigava por algum espaço entre as nuvens de chumbo.
Aquela era a manhã do segundo dia, desde que seus amigos haviam partido em busca da cura.
OFF
• Começamos a Parte 13 de mossa aventura!
• Maria, sua mente foi alternada pela poção, e está sofrnedo os efeitos da Maldição (antimagia).
• Pelo grande atraso na atualização, todos recebem +1 PF.
• Próxima atualização será até o dia 13 de março.