Parte 1 — Bem-vindos a Campodouro

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John Lessard
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Re: Parte 1 — Bem-vindos a Campodouro

Mensagem por John Lessard » 08 Mar 2018, 21:23

Não havia nada de interessante no meio daquelas pessoas, nem para o bem e nem para o mal. Era gente simples, que parecia deslumbrada demais com aquele show de mãos velozes e nomes engraçados. Um evento como aquele cativava o povo comum, assim como os elfos foram uma vez, a seu modo, mas foram. Apesar de toda a magia, de toda a sofisticação... De tudo, bastava mencionar o nome da raça para despertar um misto de reações, desde do típico deslumbramento, até a frequente pena.

Caelynn voltou a se colocar ao lado de Borys, após circular ao redor, enquanto Dream subia ao palco. Ela semicerrou os olhos, analisando o suposto e perigoso número que o artista faria. Porém, não de seus olhos as mãos ligeiras. Um trombadinha treinado, enfeitando tudo com truques pirotécnicos e falas ensaiadas.

- Borys, você viu não? Eu posso meter uma flecha no olho dele... - ela deixou a sugestão no ar e não era possível saber se ela realmente falava sério.
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Padre Judas
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Re: Parte 1 — Bem-vindos a Campodouro

Mensagem por Padre Judas » 08 Mar 2018, 21:41

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- Por Marah, Cae! Não faça isso! Hm... talvez devêssemos intervir. Chame a milícia.

Ele olha ao redor, procurando um miliciano.
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Gasto 2 PMs para Conhecimento de Bardo e faço um teste de Investigação, H3+2 genialidade, rolado 3.

Tenho 28 PMs.
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Armageddon
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Re: Parte 1 — Bem-vindos a Campodouro

Mensagem por Armageddon » 08 Mar 2018, 22:18

— Obrigada, de qualquer forma. Você é muito gentil — Eleanor pontuou, sorrindo afável. — Mas não fique aí de pé, sente conosco. Já comeu pão de weiz? Isolda, puxe a cadeira para a moça. Você certamente veio para o festival e, dado por suas vestes diferentes, imagino que você seja algum tipo de artista, certo? O que você faz?
Anahera aceitou o convite, aproximando-se da mesa. Resolveu que não iria tentar explicar suas vestes e costumes, sabia que eram um pouco diferentes para a maioria das pessoas do Reinado e já estava em meio deles por tempo o suficiente para não se aborrecer com isso.

- Acho que posso chamar de arte, sim. Ainda que não seja nada tão espetacular. Eu lido com fogo.
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João Paulo
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Re: Parte 1 — Bem-vindos a Campodouro

Mensagem por João Paulo » 09 Mar 2018, 12:30

— Não vou mentir que também estava querendo me sentar logo, a viagem é um pouco cansativa e já não tenho mais a juventude de outrora, apesar de não aparentar isso — piscou em direção a esposa e a Sir Aldir, com um bom humor não tão comum assim. Leon Goretzka precisava mesmo daquele descanso.

Ficou impressionado com o porte físico de Ogresa e indagou Sir Alduin sobre o passado da guerreira. Por mais que salvá-la tenha sido uma boa opção para Campadouro, Goretzka gosta de ter controle das situações, e se tem algo que ele sabe ao longo desses anos, é que ninguém fica por vontade própria em um local como esses após quase ser encontrado morto. Mas antes que pudesse prosseguir com a história, o sobrenome Richta lhe chamou atenção.

— Sir Lodric — devolveu a mesura — Espero que possa me apresentar as instalações do forte após o festival.
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Re: Parte 1 — Bem-vindos a Campodouro

Mensagem por Tiagoriebir » 11 Mar 2018, 18:41

Caelynn, Borys e Dream
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— Muito bem, peço a atenção e o silêncio de todos! Precisaremos de concentração agora! Meu bom príncipe feérico, pode dizer a todos aqui qual o seu nome?

— Mas com muito prazer, estimado artista! Me chamo Dream. Dream, de Pondsmania! — A dizer isso, Dream sorriu para o artista e o público, achando animadora a ideia de participar de uma apresentação artística humana.

— Pois bem! Preste atenção aqui! Quando eu contar até três, preste atenção, quando eu contar o três, você esquecerá o seu nome. Isso mesmo meu público, quando eu contar o três, nosso amigo Dream aqui não saberá seu nome, nem o que significa a palavra Dream. Na verdade, a palavra Dream nem fará sentido para ele. Preste atenção então, meu bom príncipe, Quando eu contar até três, você não saberá o próprio nome. Um... Dois... Três! — O último número foi acompanhado de um estalar de dedos.

Dream não sentiu absolutamente nada de diferente. Quando Otker estalou os dedos, ele ainda era o príncipe das fadas, filho da rainha Tantalla, atuando como diplomata dos reino das fadas, atualmente na pequena cidade de Campodouro, participando de um festival por conta da construção de um forte. O dia era chuvoso e barrento, mas havia arte e ele estava participando de uma apresentação.

— Está tudo bem, meu amigo? — Otker perguntou.

— Tudo esplêndido! — Respondeu o príncipe.

— Certo, maravilhoso! Pois então nos diga, de onde você vem?

— Tenho o orgulho de dizer-lhe que venho de Pondsmania, a terra abençoada por Wynna, Nimb e Alihanna. O lar das fadas de Arton.

— Muito bem. E pode nos relembrar... qual o seu nome?

— Mas é claro! Eu tenho a graça de chamar-me...

Com efeito, o príncipe das fadas não conseguia lembrar seu próprio nome. Não era como se tivesse de fato esquecido. O nome estava ali. Só não conseguia acessá-lo. Quando forçou a cabeça, sabia que seu nome era uma palavra; e não era uma palavra grande. Tinha letras, quase podia escrevê-lo. Ah, sabia! Seu nome era... não. Não conseguia dizer seu nome.

— ... perdão... Eu... eu não consigo dizer meu nome...

Depois de enfim responder, o príncipe deu-se conta que o momento em que ficou procurando seu próprio nome levou mais do que imaginara. Boa parte da plateia ficou maravilhada com o efeito, rindo e aplaudindo, mas o príncipe não ficou constrangido. Olhou para Otker, procurando por ajuda.

— Não se preocupe, respondeu o artista. Quando eu contar novamente até três, você recuperará seu nome, então não há porque se preocupar. Eu vou contar até três e no três seu nome voltará à você e fará todo o sentido que sempre fez! Não se preocupe, um, seu nome vai voltar, dois, agora... três!

Um novo estalo com os dedos e Dream sabia novamente o próprio nome. Também tinha total consciência do que acabou de acontecer. Pode ver a si mesmo sendo hipnotizado e lembrar claramente dos instantes em que ficou procurando o próprio nome. Achou muita graça de tudo aquilo.

— Ha, ha, ha! Magnífico! Magnífico! — Respondeu, aplaudindo. — Meus parabéns! És realmente fabuloso, meu bom Otker!

— O que é isso — respondeu o artista, baixinho, apenas para Dream. — Sou apenas um saltimbanco andante. Não tenho qualquer mérito além dos pequenos truques que faço. — Dream conseguiu captar um tom melancólico em sua voz. Ou seria outra coisa? Não era tão afeito aos sentimentos dos humanos. Antes que o pequeno pudesse dizer qualquer coisa, Otker voltou, animado ao público.

— Meus amigos! Meus amados amigos! A dor do parto é grande, mas tenho que partir! Nhó, nhó, nhó!

O público caiu na risada, completamente envolto pelo artista. Então, quando se deram conta de que a frase significava o fim da apresentação, começaram um triste "ah", em conjunto.

— Não façam isso, meus amados. Parto, mas com o coração preenchido pelo amor e pelo calor de suas risadas, além da sensação de dever cumprido! E tenho também o prazer de anunciar, com muito gosto, que ficarão melhor sem mim! Porque ninguém menos do que a mais bela e habilidosa dançarina de toda Arton está aqui entre nós! Meus estimados! Eu, o Fabuloso Otker me despeço até a próxima oportunidade. Fiquem agora com a fabulosa, esplendorosa, magnânima, bela, feroz, sensual e talentosíssima...

Um instante de silêncio, antes da declaração final, aumentou a expectativa. A voz saiu baixa e alta ao mesmo tempo, como se fosse possível sussurrar a todos que estavam ali.

— ... Dilliana, a Encantadora!

O público ovacionou com estrondo de palmas, assobios e gritos, enquanto Otker saía do palco para trás das cortinas, levando Dream consigo.

***

Neste meio tempo, durante a hipnose de Dream, Caelynn e Borys procuravam avidamente por algum miliciano. Com efeito, não encontraram qualquer agente da lei naquela tenda. Na verdade, agora que pensavam nisso, mais ou menos ao mesmo tempo os dois chegaram à conclusão de que não haviam reparado em nenhum miliciano, desde que chegaram à Campodouro.

Quando se deram conta dessa peculiaridade, uma nova música preencheu o ambiente. Os goblins, que a instantes vestiam-se como bufões, usavam agora roupas discretas, com cor de areia. Seus instrumentos também haviam mudado. Borys os reconheceria em qualquer lugar: uma cítara, um derbaque e uma flauta exótica. Instrumentos típicos de artistas vindos do norte, do Deserto da Perdição. A melodia que tocavam era lenta, mas ritmada. Despertava sentimentos profundos. Com efeito, o cheiro leve de incenso tomou o lugar. Mas, diferente do que Borys podia imaginar, aquele não era um aroma típico do Perdição.

Quem primeiro identificou a fragrância foi Caelynn, que, não fosse por anos assumindo uma postura impassível, teria fraquejado ante as memórias que aquele cheiro despertavam. Antoyelle, o incenso mais comum produzido pelos elfos de Lenórienn. Usado para arejar os ambientes ou para aromatizar suas velas, aquele era o primeiro elemento não-natural que recebia quem adentrasse a cidade élfica. Por mais que não fraquejasse, era impossível a ela não olhar ao palco e ver o que acontecia.

Com efeito, a música mudava naquele momento para algo mais agitado. O público começou a acompanhar com palmas. De trás das cortinas, um braço feminino surgiu, sinuoso, acompanhando a melodia. As palmas se intensificaram. O braço não parou, e uma perna desnuda também surgiu. Os homens da audiência gritavam, à medida que aquele corpo feminino se descobria por trás das cortinas, revelando a meio-elfa mais bela que qualquer um naquela grande tenda jamais havia visto. As roupas da mulher eram leves e cheias de véus, que acompanhavam com graça seus movimentos. Caelynn tomou um novo susto quando a dançarina passou a acompanhar a música. Diferente do esperado sotaque do deserto, a moça cantava em um élfico perfeito. Nenhuma falha na pronúncia de cada palavra daquele idioma intrincado. Nenhum sinal de sotaque.

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ɲʎ"ʍɲ' ɛɑːʎʎ'ɛ ʎɑːʎ"ʍɲɔŋʎ . ɲʎ''.'.ʍɲŋɔʎ


***

Quando foi para trás das cortinas, Dream pode ver o corre-corre de goblins e entendeu: não eram três, que trocavam de roupa rapidamente, mas sim seis, que iam e voltavam, à medida que Otker chamava a atenção do público para si. Nem eram muito parecidos entre si, mas ninguém parecia dar muita atenção aos goblins, de toda forma. Antes de descer ao nível do chão com Otker, ele ainda pode ver, do outro lado do palco, posicionando-se atrás das cortinas, uma meio-elfa quase tão linda quanto uma ninfa. Ela usava trajes incomuns aos humanos daquela região, e lhe atirou um beijinho, antes de começar a dançar e entrar no palco.

— São realmente artistas esplendorosos os que apresentam-se aqui, devo dizer, meu bom Otker — Dirigiu-se Dream a seu interlocutor.

— De fato. Dillianna é a verdadeira talentosa em nossa família. Tudo o que eu faço é para deixar o público no clima correto para recebê-la.

— Subestimas-te demais, Fabuloso Otker. És um artista com grandioso talento.

— É... Posso ser... — responde o meio-elfo, com um sorriso triste.

Então, volta-se para Dream, pondo-se sobre um joelho, ficando com o rosto à altura dos olhos do pequeno ser feérico. Ele põe a mão em um bolsinho que até então nem parecia estar ali, e tira algo minúsculo, mostrando enfim, uma das contas que estavam pregadas na roupa intrincada de Dream.

— Meu senhor. Pude ver que é um verdadeiro apreciador da arte. Eu não posso fazer isso com você. Lhe roubei enquanto você estava no palco comigo. Você certamente não percebeu ou não estaria com tanta paz de espírito quanto parece agora. Quero lhe devolver o fruto deste roubo e me desculpar. Eu, minha irmã e os goblins somos artistas errantes e nunca sabemos o dia de manhã, por isso pratico estes pequenos furtos. Mas o modo como reagiu, sem titubear, me tocou. Houve qualquer coisa de inocência quando fiz a hipnose em você, que nunca havia experimentado antes. Entendo e aceito se quiser me fazer responder pelo crime que cometi. Apenas não faça nada com Dillianna e os goblins. Eles não têm nada a ver com isso.

E ficou ali, de cabeça baixa, com as mãos lado a lado, oferecendo a conta roubada à Dream.
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Boryslaw Rzecz

Mensagem por Padre Judas » 12 Mar 2018, 08:45

Borys ficou intrigado ao ver que não havia nenhum guarda responsável pela segurança do evento. E se houvesse uma briga? Alguma discussão estúpida causada pelo excesso de álcool e falta de juízo?
Boryslaw Rzecz
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- Não há miliciano por aqui, Cae. Isso me incomoda... vamos, o artista já deixou o palco, temos que resolver isso nós mesmos.
Parou ao ouvir a canção élfica e ver a dançarina sobre o tablado. Era a coisa mais linda que já vira em toda a vida e ele esqueceu de tudo o mais.
Boryslaw Rzecz
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- Cae... acho que estou apaixonado...
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Re: Parte 1 — Bem-vindos a Campodouro

Mensagem por Tiagoriebir » 12 Mar 2018, 20:59

Anahera

— Uau, como assim? — indagou a garotinha, apoiando-se sobre os cotovelos na mesa, olhos arregalados e sorriso aberto, claramente interessada. — Você engole chamas? Vai se apresentar no palco? O Marcus disse que existe um grande deserto no norte, onde só há areia e as pessoas comem fogo para se alimentar! Deve ser incrível! Você veio de uma caravana lá? Por isso essas roupas diferentes? Tem outros engolidores de fogo na vila? Posso vê-los?

— Isolda, se acalme! Uma pergunta de cada vez! — ralhou a mãe divertida, sorrindo e bagunçando o cabelo da pequenina. — Sabe, — Eleanor voltou-se para Anahera — é raro termos visitas por aqui, e mais raro ainda um festival como o que estamos tendo. Perdoe esta pequena curiosa impaciente.
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Re: Parte 1 — Bem-vindos a Campodouro

Mensagem por Tiagoriebir » 12 Mar 2018, 21:52

Goretzka e Magnus
— Não vou mentir que também estava querendo me sentar logo, a viagem é um pouco cansativa e já não tenho mais a juventude de outrora, apesar de não aparentar isso — piscou em direção a esposa e a Sir Aldir, com um bom humor não tão comum assim. Leon Goretzka precisava mesmo daquele descanso.
— Hah! Você é um jovem com anos de vida pela frente ainda, Goretzka! Se está velho, o que me sobra? Garotinho — puxou um dos serventes que zanzava por ali; um menino que mal tinha quinze anos, com a pele branca como leite e uma forte expressão de idiota. — Nos traga um pouco da nossa melhor cerveja de weiz para nossos amigos e para mim, sim?

— Ahn? Ma-mas é claro meu senhor! Agora mesmo! — Respondeu o garoto, que rapidamente se afastou, todo ombros, cotovelos e joelhos.

— Você está muito bem, Aldir. Meu velho pai, com sua idade, quase não saía mais de casa. O senhor está ótimo! — Simone retomou o assunto, polida.

— O segredo é não parar! Mesmo com esta dor detestável em minha perna, que só piora com a umidade, ainda assim eu não me deixo descansar. Estou sempre cuidando para que as coisas andem bem por aqui. E acreditem, há muito o que fazer. Estamos entrando na época de colheita agora, e nossa produção será a maior dos últimos cinco anos. Agora, com a construção do novo forte, terei mais uma série de questões para administrar. E ainda tenho que resolver o futuro de Valerie. A garota já está chegando à idade de se casar. Preciso encontrar um bom partido para ela. Alguém que possa ajudar a dar continuidade ao crescimento de Campodouro.

Como se estivesse esperando que o senhor daquele vilarejo terminasse sua fala, o garoto da cerveja aproximou-se, trazendo um caneco para cada um. Agora que estava mais perto, era possível notar uma grande e feia espinha vermelha ao lado de seu nariz.

— Me-meu conde. Minha Senhora. Senhor Aldir. Cavaleiro. Se... se precisarem de mais algo, estou à sua disposição.

E, ruborizado e atrapalhado, afastou-se para servir outras pessoas.

***
Ficou impressionado com o porte físico de Ogresa e indagou Sir Alduin sobre o passado da guerreira. Por mais que salvá-la tenha sido uma boa opção para Campadouro, Goretzka gosta de ter controle das situações, e se tem algo que ele sabe ao longo desses anos, é que ninguém fica por vontade própria em um local como esses após quase ser encontrado morto.
— Não há motivo para preocupações. O povo daqui já se acostumou com Ogressa, mas ela realmente assusta os que ainda não a conhecem. Embora alguns sintam-se corajosos, como o minotauro que acabamos de ver, hehe — comentou piscando o velho, antes de beber de sua cerveja.

— Ogressa tem o coração puro como o de uma criança, posso lhes garantir. Jamais permitiria que algo que ameaçasse a vila ficasse por aqui. Ela foi atacada por soldados de Yuden, que queriam acabar com ela apenas por esporte. Os malditos a caçaram desde lá até aqui, imagine! Quando ela chegou, estava quase morta, e os soldados do forte impediram que os yudenianos continuassem seguindo. Ventura nossa que estes bastardos não voltaram a incomodar. Não bastasse as tribos de bárbaros saqueadores, ainda teríamos de lidar com eles. Como disse, a sabedoria da velha Sovnya poupou a vida da grandona de pele vermelha. E ela retribui isso com trabalho duro.

Goretzka chegou a conhecer a velha Sovnya da outra vez que estivera em Campodouro. Uma anciã humana, perto de completar seu primeiro século de vida. Mas ainda atuava como xamã e curandeira. De fato, mesmo os muito velhos eram necessários em lugares pequenos como aquele.

***
Mas antes que pudesse prosseguir com a história, o sobrenome Richta lhe chamou atenção.

— Sir Lodric — devolveu a mesura — Espero que possa me apresentar as instalações do forte após o festival.
— É Loric, meu senhor — corrigiu o cavaleiro, claramente descontente com a digressão do conde, mas ainda mantendo a formalidade. — Será uma honra levá-lo para conhecer nosso forte, tendo em vista que não houve tempo para que o conhecesse da última vez em que estivera presente em nossa humilde vila — prosseguiu, com uma expressão fria. Então, voltou-se para Aldir, fazendo outra mesura.

— Com sua licença, meu senhor. — E saiu, caminhando em direção à competição de tiro.
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Re: Parte 1 — Bem-vindos a Campodouro

Mensagem por Armageddon » 12 Mar 2018, 22:44

Tiagoriebir escreveu:— Isolda, se acalme! Uma pergunta de cada vez! — ralhou a mãe divertida, sorrindo e bagunçando o cabelo da pequenina. — Sabe, — Eleanor voltou-se para Anahera — é raro termos visitas por aqui, e mais raro ainda um festival como o que estamos tendo. Perdoe esta pequena curiosa impaciente.
- Tudo bem, apesar de que provavelmente ela vai ficar decepcionada comigo. Meu fogo é o fogo da vida, é o calor de Kurur Lianth.

Anahera sabia que aquilo confundia mais do que explicava, mas acreditava que não havia motivos para seguir naquela linha de conversa. Era difícil para os habitantes do Reinado compreenderem a grandeza do Vulcão, a força impossível que devora e que precisa ser mantida sob controle, acalmando-o para que, num rompante de fúria, não termine por engolir o mundo inteiro.

- Vim para o festival junto com meus companheiros, mas não vou me apresentar nem nada assim. Ainda que um deles irá, em alguma dessas tendas.
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Re: Parte 1 — Bem-vindos a Campodouro

Mensagem por Tiagoriebir » 13 Mar 2018, 02:08

Anahera

Com efeito, a expressão de dúvida e quebra de expectativas tomou conta do rosto da criança, que ficou parada por alguns instantes, fungando a coriza interminável. Eleanor imaginou que talvez elas estivessem mesmo incomodando de alguma forma. Iria agradecer Anahera pelo seu tempo, e avisar que poderia ir, se tivesse vontade, quando novas batidas foram ouvidas na porta, que havia ficado aberta. Uma figura baixinha e atarracada estava lá.

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— Ô, de casa! Alguém por aí?
— Mas olha só! — Respondeu Eleanor, surpresa e sorrindo — Quem é vivo sempre aparece! Entre, meu amigo!
O anão riu enquanto entrava na casa, a madeira do chão rangendo sob os pés embarrados. Trazia alguns pacotes nas mãos.
— Já fazia quase um ano que eu não passava por aqui! Mas não perderia essa festança por nada! Venha cá sua halfling, me dê um abraço!
Mal o anão terminou a frase, Isolda já saltava em seus braços.
— Tio! — a garota sorria enquanto abraçava o recém-chegado. Trouxe algo pra mim?
— Bah! E quando é que eu cheguei e não lhe trouxe nada, meninota? Aqui — disse, pegando um de seus embrulhos. É o mais puro Gorad, produzido por um confeiteiro de Valkaria, vindo de Hershey. Não coma tudo de uma só vez, certo?
A pequena estava extasiada. Saiu correndo casa adentro, levando consigo a caixinha. Eleanor já tinha se levantado para cumprimentar o anão.
— Bom ver que vocês estão bem, Eleanor. Brakto está? Eu trouxe a encomenda de vocês. Presunto defumado da melhor qualidade, e salsichas, daquelas que só os malditos yudenianos são capazes de produzir.
Eleanor sorria, até o momento que o anão mencionou Brakto. Ele percebeu.
— Brakto... Tem se comportado?
— Ele... Sim, nada de mais. Você o conhece. — A mulher olhou de soslaio para Anahera, mas não disse mais nada.
— Hum. Entendi. Você sabe que não gosto quando ele age assim.
— Não se preocupe. Mesmo.
O anão permaneceu em silêncio por alguns instantes, coçando a barba. De repente, como se desperto de um sono leve, deu-se conta da presença de Anahera.
— Com mil cavalos tropeiros! Estou aqui este tempo todo e sequer me apresentei à moça. — Largou os embrulhos todos sobre a mesa e virou-se para Anahera, estendendo a mão.
— Prazer moça, Gauderimm. Viajante por paixão e mercador por falta de opção! — pontuou o verso com uma gargalhada espalhafatosa. Na verdade, a presença daquele pequeno anão parecia preencher todo o ambiente. Animado, ele prosseguiu.
— Como ainda não lhe conheço, sei que está na cidade por conta do festival. Está aqui a passeio ou a trabalho?
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