Parte 1 — Bem-vindos a Campodouro

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Tiagoriebir
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Re: Parte 1 — Bem-vindos a Campodouro

Mensagem por Tiagoriebir » 04 Abr 2018, 01:30

Caelynn, Dream e Nightmare
Dream escreveu:- Boas coisas virão a ti, meu bom homem.
— Que assim seja, pequenino. — respondeu o soldado antes de apertar a mão de Caelynn, deixando escapar também um meio sorriso. Em seguida, retomou sua postura.

Os três puderam notar o início da movimentação das pessoas. Lentamente, as barracas iam sendo fechadas e os transeuntes iam se dirigindo para fora da tenda. Lá fora, o entardecer cinza dava lugar a uma noite fria e sem estrelas.

— Certamente estão rumando para o palco — observou Camacho. — Pelo que ouvi dizer, o conde trouxe um bardo consigo, que vai se apresentar antes do grande banquete. Vocês irão?
Dream escreveu:- Amiga arqueira... É quase o momento.
Caelynn sabia o que viria a seguir. Em alguns instantes, Dream começou a convulsionar. Ele já sabia como lidar com aquele que era seu ritual diário e, sentado no ombro da amiga elfa, abraçou os próprios joelhos. Em segundos, um brilho intenso começou a tomar conta de seu corpo. Quando toda a pequena silhueta estava coberta, o matiz amarelado da iluminação deu lugar a tons violeta-azulados, cada vez mais escuros, até se tornar num tom de roxo profundo. Conforme o brilho arroxeado abandonava o corpo, era possível notar que a figura da fada havia se alterado. Não se tratava mais da criatura diurna e expansiva de Dream, mas sim de sua contraparte noturna: Nightmare.

Camacho não demonstrava assombro ou deslumbramento ante o efeito insólito da criatura feérica, mas observava com atenção.
OFF
Sayuri, chegou a hora de tomar conta de Nightmare. Bem-vinda ao jogo. =)
Você tem uma noção das últimas ações de Dream, então sabe que o soldado com quem falava se chama Camacho. Também reconhece a arqueira Caelynn (na verdade você desperta no ombro dela).
Qualquer dúvida, chame no Telegram. ;)
Goretzka

Aldir ouviu a resposta de Goretzka com a dignidade de um homem acostumado a lidar com figuras de nobreza. Pareceu um pouco aliviado quando Goretzka amenizou a resposta.

— Entendo perfeitamente. Sei o quão arriscado é para um homem em minha posição propor um laço por casamento a um conde, mesmo um que seja amigo e aliado. Ainda assim, se puder falar com seu filho, considerar minha proposta... Valerie é uma garota inteligente, forte e adorável, com todos os dotes necessários para comandar uma casa junto de seu esposo e gerar herdeiros saudáveis. Verá também que Campodouro pode ser pequena, mas tem um grande potencial. Nosso grão é praticamente exclusivo daqui. E com o forte, nossa terra estará mais protegida. Um administrador perspicaz saberá tirar o melhor destes dois aspectos para tornar nossa cidade em um forte centro comercial. Se for alguém com influência na capital, um sir como seu filho, será muito favorável para ambas as famílias.

Goretzka era capaz de se colocar no lugar de Aldir e entendê-lo. O homem já estava vislumbrando seus últimos anos e queria garantir um bom futuro para a filha e para seu domínio, ao qual dedicara a maior parte de sua vida.

— Bom — prosseguiu o senhor de Campodouro, com um sorriso —, você já me deu sua palavra de que falará com seu filho e isto é mais do que o suficiente para mim. Vamos até o palco ver aquele seu tão famoso bardo! — O velho começou a se mover para a entrada da tenda, na direção em que Magnus estava. Era praticamente impossível não enxergar o grande par de asas emplumadas do cavaleiro naquele lugar.


Borys
Boryslaw Rzecz- Será um grande prazer e alegria para mim que faça a introdução, Sr. Otker! Eu agradeço a oferta e aceito!
— Pois assim será! — Respondeu o empolgado meio-elfo. Siforoso! Baratuxa! Vamos agora preparar meu figurino!

Os goblins de pronto ergueram-se, indo para o outro lado daquele lugar, chafurdar em um baú de roupas. O próprio Otker também o fez, mas não sem antes aproximar-se de Borys e agradecê-lo mais uma vez. Quando enfim ficaram apenas o bardo e Dillianna na mesa, ele enfim pôde continuar a conversa que lhe parecia interessar de fato no momento.
Boryslaw Rzecz- O único duelo que vale à pena, senhorita. Aceitarei com prazer o desafio. Como parte desafiada, tenho o direito a escolher hora e local, não? Que tal após minha apresentação? Na taverna ou... no meu quarto, talvez?
A dançarina ficou levemente corada com a proposta, mas seus olhos brilharam e ela sorriu — sinais mais do que suficientes para dizer ao experiente Borys o que ele já sabia quando ela falou.

— Você é um tanto atrevido, Borys! — se aproximou do ouvido do bardo, enquanto pousava sua delicada mão sobre a dele — E adoro isso em um homem. Lhe aguardo perto da tenda dos alimentos, assim que sua apresentação terminar. Espero que o local de nosso duelo seja... Compatível com a competição.

A meio-elfa mordeu o lábio inferior enquanto terminava a frase, virando o rosto em direção aos lábios de Borys até que quase se tocassem.

— Mas primeiro, você precisa se apresentar — ela disse, se afastando repentinamente e sorrindo. — Vá ter com Otker, que é quase a hora.

Dillianna se levantou e foi em direção à saída do camarim. Quando passou por Borys, deixou que sua mão passasse pelo ombro do bardo.

— Boa apresentação.
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PurpleLilium
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Re: Parte 1 — Bem-vindos a Campodouro

Mensagem por PurpleLilium » 06 Abr 2018, 13:17

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Quando seu casulo se desfez, surgiu uma diminuta dama de beleza quase élfica. Sua longas pernas alvas despontavam de seu vestido cor da noite. Subiu as mãos de forma quase sensual pelas curvas do corpo, escorregando pelo pescoço até a nuca, onde chicoteou os cabelos para trás e abriu seu sorriso venenoso*

- Ah! Finalmente é minha vez! Pelo menos, essas doze horas de sono de beleza, fazem maravilhas com minha pele...

Cruzou as pernas, sentada no ombro da companheira como se fosse um trono e estudou sua expressão, percebendo os traços de chateação. Isso a divertiu, imaginando possíveis travessuras

- Boa noite, minha cara elfa! Mas que expressão é essa? Já sei! Seus dedos devem estar coçando por uma boa briga não é? Aqui deve estar um tédio. Que tal?

Tratou de ficar de pé, para alcançar o ouvido da amiga

- Vamos aprontar por ai? Que tal uma beeeeeela briga de taverna? Tenho certeza que o senhor Camacho ai, ia adorar esquentar esse belo corpinho...

Duas piscadas para o pobre soldado. Era bom ser da realeza. Olhava o salão cheio de pessoas, cheio de jeitos de se divertir! Qual decidiria? Talvez aprontar, seduzir ou provocar. Tanto faz! Agora queria era ver se animava um pouco sua amiga elfa.

- O que me diz, Ely?

Espero que não ligue para o apelido carinhoso! Rs

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John Lessard
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Re: Parte 1 — Bem-vindos a Campodouro

Mensagem por John Lessard » 06 Abr 2018, 21:01

Caelynn arqueou as sobrancelhas, e lá vamos nós, pensou, enquanto via Dream se transformar em Nightmare. A outra personalidade, ou quem sabe outra fada... Desistira de tentar entender, era muito diferente do jovem príncipe. Ácida, encrenqueira... Bem, a arqueira nunca poderia dizer que a detestava, longe disso.

- Boa noite, Nightmare...

A elfa olhou para Camacho, com uma expressão que queria dizer para ele se acostumar, pois aquilo ia durar a noite inteira.

- Não vi um taverna por aqui - a fada era inversa até ao dar uma apelido a Caelynn, usando o meio de seu nome - e além do mais, parece só haver, em sua maioria, camponeses aqui, perda de tempo.

A arqueira bufou.

- E, bem, Borys irá se apresentar, você sabe como ele fica insuportável quando perdemos alguma apresentação dele... Você vêm?
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Tiagoriebir
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Re: Parte 1 — Bem-vindos a Campodouro

Mensagem por Tiagoriebir » 07 Abr 2018, 02:01

Nightmare escreveu:- Vamos aprontar por ai? Que tal uma beeeeeela briga de taverna? Tenho certeza que o senhor Camacho ai, ia adorar esquentar esse belo corpinho...
— Obrigado senhorita, mas estou bem assim mesmo. Vou esquentar meu corpo com uma boa dose de sopa e bucho de carneiro, no banquete que virá depois da apresentação do bardo.

Camacho devolveu o olhar à Caelynn, com um olhar experiente, que dizia ter entendido o suficiente.

— Fadas e suas mágicas... — sussurrou baixinho.
Caelynn escreveu:- E, bem, Borys irá se apresentar, você sabe como ele fica insuportável quando perdemos alguma apresentação dele... Você vêm?
— Tenham uma boa noite, senhoras. Talvez nos vejamos novamente durante o banquete.

Caelynn e Nightmare saíram da tenda dos alimentos, rumo à do palco, acompanhando o fluxo de camponeses e comerciantes que faziam o mesmo, sob o manto da noite e do chuvisco sem fim. Caelynn pode notar que uma certa parcela das pessoas dirigia-se à outra grande tenda, bem iluminada. Pelo vapor e sugestão de cheiros que saíam de lá, pode intuir que era a tenda em que ocorreria o banquete. Nenhum movimento pareceu suspeito à elfa, contudo, e ela seguiu ao palco.

* * *

Anahera já estava novamente em uma temperatura confortável, e com as roupas praticamente secas, quando a tenda das apresentações ainda recebia pessoas. Conforme anoitecia, soldados de armadura haviam acendido archotes com grande hastes de madeira cravados no chão, à uma distância segura da lona da tenda. Isso fazia com que o ambiente ficasse aquecido e bem iluminado em um tom amarelado, que deixava a curandeira estranhamente confortável.

Os mesmos homens haviam trazido vários grandes bancos compridos de madeira para que as pessoas sentassem. Eles lembravam os bancos de um templo dedicado à Valkaria, que Anahera vira em Goretz. Os primeiros bancos de cada fileira eram reservados às figuras importantes. A curandeira pode ver um homem de ar arrogante e armadura parecida com a dos soldados, mas muito melhor trabalhada, sentando na primeira fileira da direita. Brakto, o homem careca de bigode de quem havia visitado a casa anteriormente também estava em um destes bancos, mas sem o anão Gauderimm. Contudo, um jovem adulto o acompanhava. Pelas feições, provavelmente era seu filho mais velho.

Magnus também chegava, acompanhado de uma mocinha com um arco, que sorria bastante. Teria ela bebido? A curandeira pesava essa hipótese quando Goretzka chegou com sua esposa e os outros dois filhos, acompanhados de um velhote ainda mais velho que o conde. Valerie, a moça que os recepcionou quando chegaram ao vilarejo, dava o braço ao homem, que andava com dificuldade. Provavelmente o velhote era o líder da vila. Quando o conde e sua trupe se acomodaram, também em um dos bancos da frente, Anahera se aproximou, carregando as moedas que lhe haviam restado (quase todas, na verdade).

— Goretzka. Vim lhe devolver o dinheiro emprestado. Comprei apenas algumas ervas para a febre. — Alguns plebeus próximos ficaram espantados com o jeito informal com que a mulher se dirigia ao conde, mas ela fez que não notou.

— Não precisava se preocupar com isto agora, Anahera. Guarde para si. Isto é apenas...

— Eu não precisarei mais disto, obrigada. — Interrompeu a curandeira, de um jeito que o conde já conhecia.

— Pois bem. Aliás, foi ótimo você ter aparecido. Senhor Aldir, esta é Anahera, a curandeira de que lhe falei. Ela foi a única pessoa capaz de trazer alguma paz ao meu filho. Anahera, este é Aldir, o Senhor de Campodouro.

— Quem cura são as chamas sagradas. Eu apenas canalizo seu poder. — Disse a curandeira, de seu jeito direto de sempre. Depois, fez um cumprimento respeitoso com a cabeça ao Senhor da cidade. — Com licença, vou procurar um local para assistir à apresentação.

— Ora, sente-se conosco Anahera! — Magnus, que estava próximo do conde, se pronunciou, e começou a abrir espaço para a curandeira entre ele e a garota sorridente, mas a khubariana logo o deteve.

— Não será necessário, não se preocupe. — E se retirou, voltando para o lugar onde estava, sentando-se em um dos últimos bancos. Apesar de apreciar a companhia de Magnus, do conde e de sua família, Anahera tinha aversão à toda a pompa e formalidade a que eles se submetiam. Enquanto pensava sobre isso, Caelynn sentou-se ao seu lado. Trazia Nightmare no ombro.

* * *

Do camarim, Borys já podia ouvir um burburinho, que só aumentava conforme o tempo passava. Um músico menos experiente estaria nervoso com os indícios de uma casa lotada, mas o meio-elfo já tinha estrada suficiente para não se preocupar com isso e, enquanto dedilhava despreocupadamente o bandolim, dedicava a maior parte de seus pensamentos em como faria para desbravar o corpo de Dillianna mais tarde. Mały parecia compartilhar da tranquilidade, pois cochilava de forma sossegada na mesinha ao lado. Um dos goblins se aproximou.

— Sel bardu, istá tudu prontu. Otker pergunto si já podi começá.

— Oh, já? Ótimo! Quanto antes, melhor! — O bardo ergue-se, decidido. — Sim, diga a Otker que já está tudo pronto e que dê início à apresentação.

— Serto.

* * *

Todos os bancos que haviam sido dispostos estavam ocupados, mas muitas pessoas ainda estavam sentadas no chão ou mesmo de pé. O burburinho era incessante sobre a curiosidade que todos tinham em assistir ao bardo que o conde havia trazido consigo, mas as conversas cessaram quando dois trompetes soaram notas de fanfarra. Dois goblins saíram de lados opostos do palco, correndo por fora do público em direção aos archotes com instrumentos específicos para apagá-los — e assim o fizeram, mas apenas em alguns deles, diminuindo a iluminação de modo que não ficasse escuro demais, mas que também mantivesse uma claridade focada no palco.

Quando as cornetas pararam, o silêncio imperou por um instante, até as cortinas se abrirem, revelando uma figura mascarada. Tinha orelhas de meio-elfo, mas claramente não era Borys — seus membros pareciam desengonçados, grandes demais para seu corpo. Era um tanto engraçada a maneira que ele se movia. Antes que o a figura dissesse qualquer coisa, o povo começou uma salva de palmas e assobios.

— Viva! Êba! O Fabuloso Otker! O Fabuloso Otker! Aê! Uhul! Otker! Otker!

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— Obrigado! Muito obrigado! Obrigado minhas senhouras e meus senhoures! — A voz era potente, mas melodiosa, típica dos artistas. Com um salto, ele pulou de forma acrobática, parando na ponta do palco.

— Meu magnificente conde Goretzka! Estimado Senhor Aldir! Donas de inigualáveis belezas, Condessa Simone e senhorita Valerie! Sir Loric e sir Magnus, admiráveis exemplos da potência da cavalaria artoniana! Mestre Brakto, que orgulha este vilarejo com seu dom para a forja! Meus bravos aldeões! Minhas inspiradoras aldeãs! É com muitíssima honra, enorme prazer e inenarrável satisfação que eu, o Fabuloso Otker, me encontro com vocês esta noite!

— O motivo de tamanha alegria é ter a honra de apresentar a vocês ninguém menos do que um dos artistas que mais me inspirou. Pude ter o prazer de presenciar muitas de suas apresentações e digo-lhes: uma sempre foi melhor do que a outra! Eu como minha própria máscara se este homem não for uma criatura abençoada com os melhores dons que Marah pode oferecer aos mortais! Isso, claro, se ele for apenas um mortal! Na dúvida, prefiro assistir mais uma de suas apresentações com vocês, para que juntos possamos descobrir! Estimados e amados! Com vocês, o único, inigualável, belo, forte e talentoso: BORYS, O GHONDRIMM!
OFF
Judas, a apresentação será feita usando a mecânica de testes de perícia estendidos, a partir do apresentado no Manual do Defensor, com a possibilidade dos demais jogadores interferirem nos testes. A dinâmica em detalhes será explicada pelo Telegram.
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Padre Judas
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Boryslaw Rzecz

Mensagem por Padre Judas » 08 Abr 2018, 16:19

A conversa com a bela mulher havia deixado Borys animado. Mas ao se preparar para iniciar seu espetáculo tudo havia sumido. Havia agora apenas um lugar, um mundo, uma realidade: o palco.
O Fabuloso Otker
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— O motivo de tamanha alegria é ter a honra de apresentar a vocês ninguém menos do que um dos artistas que mais me inspirou. Pude ter o prazer de presenciar muitas de suas apresentações e digo-lhes: uma sempre foi melhor do que a outra! Eu como minha própria máscara se este homem não for uma criatura abençoada com os melhores dons que Marah pode oferecer aos mortais! Isso, claro, se ele for apenas um mortal! Na dúvida, prefiro assistir mais uma de suas apresentações com vocês, para que juntos possamos descobrir! Estimados e amados! Com vocês, o único, inigualável, belo, forte e talentoso: BORYS, O GHONDRIMM!
Era sua deixa e o bardo apresentou-se diante de todos sorridente e acenando. Enquanto o colega artista saía, ele já começava uma música instrumental, uma de suas mais clássicas: Garota da Savana.



Após a ovação animada da plateia, o artista curvou a cabeça levemente e começou a discursar.
Boryslaw Rzecz
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- Agradeço a apresentação do estimado colega, O Fabuloso Otker! É sempre bom ser prestigiado por grandes artistas como ele! Obrigado novamente, Otker!

- Também agradeço ao público pela calorosa recepção. O Outono está começando, os dias frios estão vindo aí. É uma boa época, sem o calor e a umidade excessivas do verão ou o frio congelante do inverno.
Continuou por mais alguns minutos, elogiando as pessoas, a região. Citou nominalmente o Conde Goretzka e seus companheiros. Mantinha um discurso bem humorado e amistoso.
Boryslaw Rzecz
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- A música que toquei agora foi “Garota da Savana”. É uma versão de uma música ghondrinn, do norte para ser mais exato. Ninguém sabe quem compôs a música original, é uma canção de amor sobre um rapaz em relação a uma jovem da Grande Savana. Eu a ouvi ainda criança e fiz esta versão. E agora... esta música é baseada em eventos na distante Arton-Sul, quando um reino anão daquelas terras enfrentou um terrível dragão. Chama-se “Distante das Frias Montanhas Nebulosas”.
E começou a cantar à capela, usando o violão para acompanhar sua potente voz.



Cantou mais algumas músicas e em seguida emendou algum humor, contando piadas e fazendo cenas simples. Pensou consigo que seria uma boa ideia ter um assistente de palco como Otker e guardou consigo a ideia. Quer dizer, um assistente que falasse, pois é claro que Mały brilhava fazendo pequenos truques e “provocando” o bardo e a plateia ao tomar pequenas coisas, curiosamente escolhendo as damas mais bonitas para pegar um anel ou broche. O bardo aproveitava para flertar com elas, mas foi mais contido desta vez – não queria que Dillianna pensasse que aquilo fosse a sério.

Em seguida contou uma história. Desta vez escolheu narrar uma que havia ouvido de uma amante tamuraniana que também era barda. Chamava-se “A Flor de Kintjur”.
Boryslaw Rzecz
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- Era uma vez, na distante Tamu-ra...
O bardo narrou a história preocupando-se em descrever com cuidado a patriarcal sociedade tamuraniana para que os ouvintes entendessem o drama das personagens: uma noiva era prometida em casamento, mas o noivo era doente e não podia consumá-lo. A coabitação na casa da família paterna termina por aproximar a noiva e a irmã do noivo, que acabam por se envolver em uma relação amorosa tida como ilícita pela sociedade local. A tragédia terminava com a mãe e sogra descobrindo a verdade e levando as duas a fugirem, Entretanto, perseguidas e sem lugar para ir, lançam-se ao abismo. O jovem noivo, que era já doente de nascença, morre de tristeza ao perder noiva e irmã ao mesmo tempo em eventos sobre os quais não tinha responsabilidade. Era uma história trágica, mas com uma lição que o bardo considerava valiosa.
Boryslaw Rzecz
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- Há muitas formas de interpretar esta história. Alguém conservador poderia apontar o dedo às duas mulheres e acusa-las de todo tipo de crime, mas eu digo que o amor é a maior das forças deste mundo e aqueles que tentam oprimi-lo são os que causam as tragédias e os verdadeiros criminosos. Não sejam como a família que perseguiu as jovens Kinzhyn e Tjurtsi.

- Mas a história não terminou aí. A Deusa que nós chamamos Marah apiedou-se das duas jovens e uniu-as na outra vida. Tornaram-se uma divindade menor que recebeu o nome de Kintjur, a Deusa do Amor Entre Iguais e no local onde as duas faleceram um altar foi erigido e uma curiosa flor vermelha e branca surgiu – esta flor recebeu o nome da jovem deusa. Infelizmente seu culto se perdeu com a captura da ilha pela Tormenta, mas sua história sobrevive na memória de bardos como este que vos fala.
Tocou mais algumas canções, terminando com uma de suas clássicas: “Escada para o Paraíso”.


Boryslaw Rzecz
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- E ela estááááá... comprando uma escada... para o Paraísoooo...
Curvou-se várias vezes diante do aplauso do público e despediu acenando.
Boryslaw Rzecz
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- Muito obrigado! Vocês são todos incríveis! Espero nos vermos novamente! EU AMO VOCÊS, CAMPODOURO!
Saiu. Estava um pouco cansado, mas este desapareceu quando lembrou-se que a noite ainda era uma criança e havia um “duelo” ao qual não podia faltar.
Off:
Gastei 12 PMs na apresentação e estou com 16 PMs.

Notas:

1) “Garota da Savana” é uma adaptação do nome da música, “Miserlou” que significa “Garota Egípcia” em grego.

2) “A Flor de Kintjur” é o nome que dei a uma história que li no romance “Crônicas de Atlântida: O Tabuleiro dos Deuses” de Antonio Luiz M. C. Costa, que já recomendei um par de vezes no fórum. O conto é narrado por uma personagem – uma barda – que é devota de Kintjur. O povo mugal, do qual faz parte a personagem, é baseado nos japoneses assim como os tamuranianos.
BAÚ DO JUDAS
JUDASVERSO

Alexander: Witch Slayer [Kaito_Sensei]
Dahllila: Relíquias de Brachian [John Lessard, TRPG]
Jonz: Tormenta do Rei da Tempestade [John Lessard, D&D5E]
Syrion: Playtest T20 [Aquila]
Takaharu Kumoeda: Crônicas do IdJ [Aquila]
Yellow: Defensores de Mega City [John Lessard]

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Tiagoriebir
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Re: Parte 1 — Bem-vindos a Campodouro

Mensagem por Tiagoriebir » 09 Abr 2018, 22:56

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Night não precisou pensar muito para aceitar o convite de sua amiga elfa. Gostava de músicas, principalmente aquela mais obscuras, com humor negro, teores provocantes ou finais tristes. Achava Borys um gato também, pelo menos, em cima do palco. A multidão se aglomerava empolgada e a expectativa era quase palpável no ar. Sonhadores! Esperava que Borys contasse alguma história de terror, para que eles tivessem alguns pesadelos essa noite, só para ficarem espertos. Quem sabe até não os visitaria durante eles? Mas espera um pouquinho. Era quase hora dele se apresentar e não tinha aprontado nenhuma! Hora de correr.

- Venham.

Estalou seus dedinho, provocando um som que ninguém mais ouviu, apenas suas pequenas pestinhas dos sonhos ruins!

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Danados, eles se divertiam com os enfeites das festas, pensando em como tornar aquelas alegres cores em algo assustador a ponto de fazer crianças chorarem. Tão fofinhos! Nightmare vibrou suas asas, tão finas e longas, translucidas, ou devo dizer, transcuras... pois parecem pertencer a noite, um extensão da própria escuridão visíveis e invisíveis ao mesmo tempo. Deslizou no ar e deu suas ordens.*

- Quero Albion... Agora!

E cruzou os braços, quase de bochechas inchadas, pois Borys já tinha começado a apresentação quando eles chegaram, droga! Mas não tem problema. O manto tinha o tamanho de um ser humano comum, mas era magro, alongado ao ponto de ficar disforme, como uma sombra! Mergulhou nas trevas dele e logo se tornaram um. Era hora de brincar!

- Uau! Ele é aquele Borys! O magnifico!
- Borys? Não pode ser!! O BORYS???
- AH! O DE MIL AMANTES!
- O DA VOZ DIVINA?
- O DOS DEDOS MÁGICOS?!

A sombra deslizava pelo ponto cego das pessoas entretidas com a apresentação e silenciosa como um pensamento solitário, ela passava, ecoando a voz da fadinha, que murmurava falsos títulos do bardo, só para gerar interesse*

- Ouvi dizer que suas melodias encantam até dragões reis!
- Dizem que ele já negou as investidas da própria Shivara Sharpblade.
- Seu instrumento é um presente da própria Tanna-toh, que até hoje está curiosa com o segredo de suas melodias!
- Eu não sei, me disseram que ele foi o tutor de Luigi, o bardo sortudo!

Que é? Ela não tinha limites! Soltava comentários exagerados e outros mais sutis em igual medida. Ia se divertindo com as expressões das pessoas, até ele cantar a música do rei anão... O conto de tamu-ra e finalmente a escada para o paraíso. Mal havia terminado, Albion havia sido removido e a fada negra voava acima da cabeça de todos, admirando a apresentação Borys. Não conseguiu impedir aquela reluzente lágrima de escorrer pela pele de sua bochecha.

Droga, aquela bardo sabia fazer um pesadelo sonhar...


- Bravo, humano... Bravo, Borys.

Espero que tenha ficado legal e que goste, Judas!
Seu post ficou legal!

Gasto 1 pm pro patrono
1 pm pra sucesso em crime, para ficar arteando com as pessoas! rsrsrs
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Armageddon
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Re: Parte 1 — Bem-vindos a Campodouro

Mensagem por Armageddon » 09 Abr 2018, 23:00

Anahera permaneceu em silêncio ouvindo durante todo o espetáculo. O tipo de música não era exatamente o que ela apreciava, mas não podia dizer que o companheiro não tinha talento. Quando estavam todos entretidos, resolveu colaborar à sua maneira a apresentação.

Com um gesto discreto, moveu as chamas dos archotes em volta do palco para crescerem e se moverem lentamente ao sabor da música, mudando de cor em determinadas notas. Um vermelho pálido, passando pelo laranja e amarelo, terminando com labaredas azuis esparsas. Não era nada impressionante, mas a luz da chama era bonita.

Ela mesma se sentiu mais tranquila ao assistir o balé do fogo. Tanto que, em algum momento, se esqueceu do quão longe estava de seu lar.
Fazer um teste de perícia pra ajudar na apresentação. Gasto um ponto de frequência pra garantir que vá dar certo. =D
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Re: Parte 1 — Bem-vindos a Campodouro

Mensagem por Tiagoriebir » 09 Abr 2018, 23:13

OFF
Rolagens do Borys
Primeira rolagem: 5 (Canto).
Segunda rolagem: 1 (Lábia) + ajuda da Anahera (+2) = 3
Terceira rolagem: 5 (Canto).
Quarta rolagem: 2 (Comédia) + ajuda de Goretzka (+2) = 4
Quinta rolagem: 1 (Narração) + ajuda de Nightmare (+3) = 4
Sexta rolagem: 3 (Canto)

Soma Total: 29

O motivo disso? Quem sabe? ¯\_(ツ)_/¯
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Re: Parte 1 — Bem-vindos a Campodouro

Mensagem por Tiagoriebir » 09 Abr 2018, 23:16

Aquela foi uma boa apresentação. Quando o público participa, se empolgando e respondendo nos momentos certos, o tempo voa e uma grande performance parece se passar em minutos. Foi o que aconteceu naquela noite. Em meio às flores jogadas ao palco, o bardo fazia seu cumprimento final, enquanto era fortemente ovacionado pelo público, de pé. Quando Borys via pessoas de todas as idades, classes e passados reunidas e alegres pelo único motivo de seu talento lhes ter trazido este sentimento bom, tinha certeza de que havia escolhido o caminho certo em sua vida.

Otker estava emocionado. Ainda com a voz embargada, encerrou os festejos no palco e pediu a todos que se dirigissem para a tenda comunal, onde logo seria realizada a ceia e o anúncio do início da construção do forte.

Borys ainda ficou por um bom tempo recebendo os cumprimentos das pessoas. O conde Goretzka e o senhor Aldir também o vieram cumprimentar, e depois dos nobres, uma infinidade de plebeus e visitantes do festival. Quando enfim o fluxo de pessoas diminuiu em direção à outra tenda, o bardo se despediu, agradecendo a Otker e aos goblins pelo auxílio e também saiu da tenda, lépido sob a garoa interminável, tomando outra direção.

Encontrou Dillianna perto da tenda dos alimentos, onde ela disse que estaria. Vestia uma capa de couro oleado, que a protegia da chuva e resplandecia a pouca luz que a lua oferecia. Ela trazia consigo uma garrafa de vinho élfico. Aos graçejos, os dois rumaram em direção ao casarão que hospedava a comitiva do conde. Algumas empregadas emitiram sorrisos discretos quando viram o bardo e a dançarina se trancarem no quarto — elas já conheciam o amigo do conde. O pequeno Mały os acompanhou até o casarão, mas ficou na sala comunal, recebendo carinhos e frutas das serviçais.

Os demais membros da comitiva seguiram as pessoas até a tenda comunal. Assim como na tenda dos alimentos, um calor amigável e o cheiro de boa comida recepcionava os recém chegados. De fato, a tenda era muito maior que as outras, e capaz de comportar praticamente todas as pessoas do festival, embora estivesse apinhada de gente. Grandes mesas de madeira estavam distribuídas uniformemente pelo lugar, comportando plebeus, artistas, comerciantes e viajantes misturados, que iam se sentando onde quisessem, em frente a um dos muitos canecos e pares de talheres dispostos. Archotes firmes em estacas, como os que haviam no palco, também tinham sido espalhados nas laterais do local, deixando tudo bem iluminado.

Os lugares mais à direita, próximos dos caldeirões e fornos de barro lotaram primeiro. Anahera e Caelynn sentaram por ali, naturalmente menos afeitas à toda a pompa da área reservada, ao fundo do salão, que ficava sobre um tablado de madeira. A curandeira pode identificar Gauderimm em uma das mesas laterais, que a cumprimentou com um aceno efusivo. Caelynn, por sua vez, reconheceu Camacho, que fazia a guarda com outros soldados, próximos da entrada da tenda.

Na área reservada do fundo do salão, havia uma grande mesa sobre o tablado, dedicada aos nobres e figuras importantes do vilarejo. O centro era reservado ao senhor Aldir, na condição de autoridade local e mestre da cerimônia. À sua esquerda, sua filha Valerie o esperava, indicando onde havia passado a tarde durante o festival. Logo depois da filha do senhor de Campodouro estava o lugar reservado a sir Loric, o comandante do forte e, depois deste, mestre Brakto, o ferreiro do vilarejo, que todos descobriram tratar-se da figura de maior importância, depois do senhor Aldir. Depois dele estava acomodada a velha Sovnya.

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Ao lado direito do senhor Aldir estava o conde Leon Goretzka, seguido de sua esposa e filhos. Depois deles era o lugar reservado a sir Magnus, o cavaleiro libertador, e em seguida à figura sinistra de Nightmare, uma dama de magreza sobrenatural, coberta em um manto muito negro, na condição de embaixatriz do reino de Pondsmania. Ao lado da fada havia um banco vago, reservado a Borys.

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A grande mesa sobre o tablado ainda comportava mais de duas dezenas de pessoas. Anahera, de seu lugar em meio ao povo, pode identificar a esposa e o filho de Brakto mais ao canto da mesa, sem sinal da garotinha.

Ainda passou algum tempo até que todos pudessem se acomodar. O ruído de quase duas centenas de pessoas conversando animadas e servos que iam e vinham, deixavam Caelynn quase zonza. As pessoas estavam ansiosas para comer e beber, mas a refeição só seria servida depois do pronunciamento do senhor Aldir. Quando enfim tudo parecia pronto e todos pareciam estar devidamente acomodados, um soldado tocou uma nota chamando a atenção, e foi feito silêncio. O senhor Aldir tirou o elmo e levantou de seu assento na mesa da frente, se preparando para brindar ao festival. Ele ergueu sua taça e abriu a boca para falar, mas parou ao som de cães latindo à distância. Ele balançou a cabeça e tentou novamente, apenas para ser silenciado por cães latindo uma segunda vez.

Foi quando vocês começaram a ouvir gritos.


Fim da Parte 1.

Aguardem a próxima parte, com a eletrizante continuação de nossa aventura! =P
Tentando usar a parte colorida da massa cinzenta.
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