Parte 3 — Só Para ter Certeza?

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Padre Judas
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Boryslaw Rzecz

Mensagem por Padre Judas » 31 Mai 2018, 14:06

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Borys ficara chocado com a atitude do ferreiro e do oficial. Aquelas pessoas falavam em sacrificar seus vizinhos e familiares como se fosse algo simples – e o sujeito ainda tinha a petulância de menosprezá-lo!

Enquanto outros companheiros falavam, continha-se para não o mandar à merda. Culpou-se por sua ira e percebeu imediatamente que aquilo ia contra tudo o que acreditava. “Um pensamento pacífico conduz à paz”, dizia-lhe sua mãe. Ele não podia se perder agora.

Felizmente o Conde tomou as rédeas da situação e tudo acabou decidido. Mas Borys desconfiava profundamente daquele ferreiro e do oficial. Por isso tomou uma decisão.

Falaria com os companheiros depois – iria ficar em Campodouro, junto aos doentes. Protegeria Otker e os demais da impulsividade e estupidez daquelas pessoas do melhor modo que pudesse.
Off:

E este é o fim de Boryslaw Rzecz como personagem-jogador. Não desgostei dele, mas também não fiquei tão empolgado em jogar com um devoto de Marah quanto pensei que ficaria. É desafiador, realmente, mas não me divertiu. Espero que meu próximo personagem seja do agrado de todos, mesmo que não seja tão carismático quanto o bardo.

Acho inclusive que ele será um melhor PdM do que PJ e devo usá-lo em meus próprios PbFs se houver oportunidade.

Peço apenas ao Mestre que o deixe se casar com Dilliana. Eu não pensei nele como um mulherengo (eu já tenho dois personagens mulherengos, o Edvard Orelov e o Kallyan de Callistia), ele realmente gosta da dançarina e quer casar-se com ela.
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Padre Judas
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Vladimir Minsk XI

Mensagem por Padre Judas » 31 Mai 2018, 17:20

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Vladimir encontrara em Campodouro um festival. Não esperava por isso – havia partido de sua terra natal e o caminho o levara Villent, onde soubera que aquela região possuía problemas com bárbaros. Veio à procura de trabalho, tanto por necessitar de dinheiro quanto por um senso pessoal de honra que o impelia a proteger as pessoas comuns. Ainda mais quando elas eram visadas por uma raça de selvagens imundos que precisavam ser aniquilados ou submetidos rapidamente.

Mas ele encontrara uma festa e não houve oportunidades de oferecer seus serviços ao senhor local. Assistiu às apresentações, ficou maravilhado com o número circense apresentado por dois meio-elfos e um goblin – e pensou que em Yuden tal grupo teria grandes problemas, mesmo que em sua cidade pudessem ser bem recebidos.

Então veio o ataque dos selvagens e Vladimir lutara e protegera o máximo de pessoas que foi capaz. Chamara os bárbaros para si e matara tantos quanto pode. Agora todos se reuniam na praça para discutir o que fazer e foram feitas duas propostas: eliminar os doentes ou buscar uma suposta flor com propriedades curativas. Embora Vladimir acreditasse que sacrificar os doentes fosse extremo, parou por um instante para considerar se o faria se fosse necessário – este era o tipo de decisão que poderia facilmente recair sob os ombros de um Marquês de Minsk.

Não se surpreendeu quando o bardo cuja apresentação assistira, Boryslaw Rzecz, foi atacado por ser um meio-elfo – mais impressionante é que boa parte da população não aderia ao discurso do ferreiro. Em Minsk as pessoas não atacariam um homem por ser não-humano ou mestiço, mas nunca lhe dariam chances de falar em público. De fato, em sua terra natal o único lugar onde o talentoso bardo poderia se apresentar seria nas estalagens da Cidade Baixa, o “gueto dos não-humanos” que todo minskiano sabia ser a parte mais divertida do feudo, mesmo que ninguém o dissesse em voz alta.

Haviam muitas ofensas e os ânimos estavam exaltados. Mas uma das autoridades presentes, o Conde Goretza soube pôr um fim a questão ao trabalhar bem com ambas as opiniões e Vladimir - que conhecia o Conde e sua história pelo nome, mas nunca o tinha visto pessoalmente, notou que era sábio e bem poderia ensiná-lo muito sobre o ofício de governar – era apropriado observá-lo por um tempo.

No fim foi decidido que um grupo de voluntários partiria em busca da tal erva, skuggi. O rapaz lembrou-se de cinco anos antes, quando ele escalara uma das montanhas Kovith para buscar uma flor zunita – uma antiga tradição quase esquecida entre seu povo, mas preservada com fervor pelos Minsk, que tinham a flor por brasão – o próprio guerreiro a trazia pintada em seu escudo e em um medalhão pendurado ao pescoço. No peitoral a espada e a balança de Khalmyr destacavam-se de forma evidente sobre o aço.

Avançou abrindo caminho entre a multidão e parou diante do palco. Juntou os calcanhares, bateu a manopla contra o peito e curvou levemente a cabeça em um modo marcial treinado.
Vladimir Minsk XI
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- Meus senhores, não me conheceis. Meu nome é Vladimir Minsk, Décimo Primeiro de Meu Nome, e venho de Yuden. Viajei até Campodouro com o propósito de oferecer minha força em prol da defesa de sua cidade e de seu povo contra os bárbaros que os assediam. Apresento-me como voluntário para a tarefa de buscar a erva skaggi – Senhor Goretza, Senhor Aldir, minha espada e meu escudo são seus.
Ficou parado ali, à espera.
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Re: Parte 3 — Só Para ter Certeza?

Mensagem por John Lessard » 01 Jun 2018, 10:45

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Caelynn apertou o seu arco com forma, suas palavras prestes a sair como flechas mortais de sua boca, quando Nigthmare falou e disse exatamente o que a elfa iria falar. A arqueira deixou relaxar os ombros, ouvindo os demais, encarando o cavaleiro desprezível. Parecia que a razão tomava conta de todos e agora uma chance de salvar aquelas pessoas se mostrava presente. A arqueira começou um rodopiou para sair dali, esperava que já estivesse claro que ela iria embarcar na expedição, mas não antes de mirar o cavaleiro.

- Faça um trabalho melhor da próxima vez protegendo as pessoas e não precise da ajuda de uma raça que foge na primeira oportunidade e se deita com minotauros...

Deu um passo, quando um novo voluntário surgia, mas que a elfa se limitou a olhar de canto e dizer com certa amargura na voz.

- Ótimo, outro homem grande com uma espada, espero que não seja estúpido como o outro.

E saiu.
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Re: Parte 3 — Só Para ter Certeza?

Mensagem por João Paulo » 01 Jun 2018, 11:06

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- Sir Aldir, não se preocupe. Farei o máximo que estiver ao meu alcance para ajudá-lo. - colocando a mão no ombro do amigo em busca de reconfortá-lo - Acredito que minha presença aqui não tenha sido por acaso. Não posso deixar que um amigo fique nessa situação difícil - então tentou tirar um pouco do peso que estava sobre as costas do anfitrião - Minha filha foi infectada, a curandeira que cuida do meu filho mais novo também. Darei um jeito nisso pessoalmente, por isso peço que cuide dos que ficarem aqui. Minha família ficará sob seus cuidados.

Enquanto discutia os próximos passos com Sir Aldir, alguém clamando atenção aproximou-se dos dois.
- Meus senhores, não me conheceis. Meu nome é Vladimir Minsk, Décimo Primeiro de Meu Nome, e venho de Yuden. Viajei até Campodouro com o propósito de oferecer minha força em prol da defesa de sua cidade e de seu povo contra os bárbaros que os assediam. Apresento-me como voluntário para a tarefa de buscar a erva skaggi – Senhor Goretza, Senhor Aldir, minha espada e meu escudo são seus.
O sobrenome lhe era familiar, o sotaque também, mas devido as circunstâncias, o Conde Goretzka não conseguiu reconhecer quem poderia ser o sujeito que acabara de se apresentar. Mas o fato de ter mencionado que veio de Yuden alertou o conde.

- Toda ajuda é bem-vinda, guerreiro. Mas, pelo que entendi, você não é daqui. Suas motivações ainda não são claras para mim, - entreolhou-se com Sir Aldir - Me diga, você estava aqui durante o ataque? Há testemunhas de seus feitos?

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Padre Judas
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Vladimir Minsk XI

Mensagem por Padre Judas » 01 Jun 2018, 23:10

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Vladimir se surpreendeu com o questionamento do nobre, mas entendeu. Não se deveria acreditar em qualquer um que aparecesse clamando ser um amigo ou aliado – algo que seu pai mesmo já havia lhe dito.

Antes que pudesse responder um camponês de meia-idade apresentou-se erguendo sua mão. O jovem minskiano reconheceu-o depois de algum tempo.

- Com licença, meu senhor. Eu fui um dos que estavam no festival durante a batalha e este jovem salvou minha vida. Um daqueles... animais... vinha direto pra cima de mim e estaria condenado se ele não tivesse entrado na frente e bloqueado o ataque. Eu estava lá, eu vi. Ele chamou os selvagens pra cima dele, provocou-os e as bestas vieram, enfurecidas, pra cima dele. Eu vi, sim senhor. E não foi só eu...

Um casal jovem também ergueu sua mão e falou.

- O senhor diz a verdade, milorde. – falou o rapaz. - Nós também estávamos condenados... mas ele apareceu, como um guerreiro sagrado, lutando contra os bárbaros.

- Eu te agradeço tanto! – disse a moça - Se não fosse por você não consigo imaginar nosso destino! Estaríamos mortos, sem dúvida!

Outras vozes se ergueram em defesa de Minks e ele ficou encabulado, mas sustentou o olhar, vendo cada um dos que falavam em sua defesa. Então voltou para o Conde.
Vladimir Minsk XI
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- Meu senhor, tudo o que tenho é o testemunho destas pessoas. Além disso, empenho minha palavra e me ponho nas mãos de Khalmyr – que o Deus da Justiça seja meu fiador e me julgue imediatamente se minto.

- Venho a Campodouro para lutar contra os bárbaros. O que busco? Eu busco justiça, mas principalmente busco aprender e refinar minhas habilidades para que um dia seja digno e capaz de proteger meu próprio povo em minha terra natal. Peço que me permita acompanhar o grupo que buscará a erva skaggi.
Um homem falou baixo ao seu ouvido: “É skuggi.”
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- Foi o que eu disse.
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Re: Parte 3 — Só Para ter Certeza?

Mensagem por Tiagoriebir » 02 Jun 2018, 23:04

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A expressão de sir Loric era pétrea. Os olhos frios e semicerrados receberam as afrontas de Nightmare e Caelynn sem reação aparente. Quando ele enfim piscou, dando indícios de que iria responder às duas, o conde tomou a palavra, pondo fim na discussão.


* * *


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— Eu mesma o vi lutando, meu senhor — a arqueira Florine se aproximava de Goretzka. — Salvou a vida de Titus e três crianças dos Garlin. Ele bebia próximo a mim na tenda principal, quando irrompeu o ataque dos infectados.

Aqueles depoimentos pareceram suficientes para cessar com as dúvidas do conde. Agora que olhava melhor o homem que se apresentava de forma disciplinada à sua frente, pode reconhecer o brasão que esmaltava seu escudo e que trazia em seu medalhão. Se de fato aquele fosse quem dizia ser, o conde tinha à sua frente um dos herdeiros do marquês de Minsk, uma importante e poderosa marca de Yuden, situada na antiga Kor Kovith, à fronteira de Zakharov.

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— Não parece haver motivo para duvidar de suas motivações, guerreiro. Como disse, toda ajuda é bem-vinda. Se considere no grupo de busca — a frase de Goretzka foi pontuada com um meneio de cabeça.

Quando o grupo de busca enfim foi definido, eram Anahera, Caelynn, Nightmare e Dream, o conde Goretzka, Borys e o recém-chegado Vladimir. A velha Sovnya lhes prometeu indicar o caminho no início da manhã seguinte.

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— Descansem, por enquanto. A noite já é avançada e não convém partir no escuro e cansados, como estão. Durmam e deixem os aldeões lidarem com os infectados.

Em seguida, a velha dirigiu-se para Anahera, insistindo para que ela passasse a noite no celeiro, com os demais contaminados, para que todos ficassem a salvo durante a noite. A sacerdotisa de Kurur Lianth aceitou, consciente de que, de outra forma, poderia expor os demais a seu infortúnio. Além disso, se prontificou a olhar pelos doentes o quanto pudesse.

Findada a reunião, mas antes do grupo se separar para o descanso, Borys se dirigiu aos demais.

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— Colegas, decidi ficar em Campodouro.

O bardo explicou os seus motivos. Embora Nightmare tivesse feito um muxoxo, todos aceitaram sua decisão. Além disso, era bom que um deles continuasse em Campodouro, para ficar de olho em Brakto e Loric. Goretzka reforçou que ele olhasse por sua família e o bardo o prometeu com sua vida, sentindo algo mais do que o senso de dever.

Embora ainda não soubesse, Borys sentia pela primeira vez a vontade de formar sua própria família.



FIM DA PARTE 3
Tentando usar a parte colorida da massa cinzenta.
https://twitter.com/tiagoriebir

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