Parte 3 — Só Para ter Certeza?

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Tiagoriebir
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Parte 3 — Só Para ter Certeza?

Mensagem por Tiagoriebir » 19 Mai 2018, 22:57

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Uma vez que os estranhos atacantes estavam mortos, o Senhor Aldir assumiu o controle da situação, organizando uma fogueira para os corpos e instruindo todos, tanto feridos quanto saudáveis, a se reunirem no salão da cidade. A maioria dos visitantes dirigiu-se para suas barracas, pensando em ir embora. Não importa que a chuva esteja ficando mais pesada agora ou que talvez houvessem mais ameaças nos arredores do vilarejo: Campodouro não era mais um lugar seguro.

Brakto, sir Loric e os soldados do forte restantes cuidaram da fogueira e do carregamento dos corpos. Apesar dos bárbaros terem sido derrotados, muitas vítimas inocentes pereceram. Entre elas, o tio de Magnus e quatro de seus cinco filhos pequenos; o goblin circense que acompanhava Dillianna e Otker; três soldados do conde Goretzka e uma de suas criadas; e cerca de duas dezenas de pessoas, entre aldeões e visitantes do festival.

O próprio conde andou entre os seus, verificando os que estavam bem, oferecendo apoio e palavras de determinação. Descobriu com um choque que Marta, sua filha, havia sofrido um pequeno arranhão no confronto com os bárbaros, e a ferida também estava ficando amarelada.

* * *

Anahera também não perdeu tempo: se dirigiu ao salão da cidade (que era também a casa do Senhor Aldir) e, entre preces a Kurur Lianth, limpeza e costura de feridas, passou muito tempo avaliando a situação dos feridos, chocada com a quantidade de pessoas infectadas com cortes amarelados e frustrada por não conseguir fazer muito por elas.

Em certo momento, Velha Sovnya chamou Anahera. Ambas examinaram o veneno nas lâminas das armas dos bárbaros, confirmando que também estavam infectados. Mas isso não era novidade para Anahera. O que a deixou chocada foi a declaração da velha.

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— Conheço essa praga, garota. Vi uma vez quando era criança — olhou nos olhos da clériga — É a Fúria Negra.

Antes que Anahera pudesse formular uma frase em resposta, a velha chamou os homens e mandou que jogassem as lâminas dos bárbaros nas chamas para serem limpas, avisando em seguida a todos que ninguém deveria guardar aquele veneno, sob risco de contrair a doença.

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— Venha comigo. Precisamos agir rápido.

As duas foram às pressas para a cabana da velha. Sob a luz das chamas que Anahera gerava, a velha forçou os olhos entre suas muitas plantas, selecionando algumas espécies que a clériga nunca havia visto. Logo as duas estavam em volta do caldeirão da velha, que começava a ferver uma espécie de chá com cheiro horrível.

* * *

Ainda no salão lotado de enfermos e pessoas prestando socorro, Borys ajudava Dillianna a posicionar Otker de uma forma mais confortável. O corpo inteiro do bufão ardia em febre e ficava cada vez mais amarelado. Entre todos os sobreviventes feridos, Otker era o que estava em pior estado, o corpo todo retalhado. Os goblins estavam ao lado, e voltaram a chorar em silêncio. Caelynn, Nightmare e Magnus estavam também no salão, agora descansando, depois de ajudar os homens a carregar cadáveres às chamas, enquanto o conde e sua família estavam em torno da pequena Marta que, apesar de infectada, parecia ainda não sentir nada além de um pouco de febre.

Algum tempo depois, o Senhor Aldir adentrou o salão, para ver o estado de Valerie, que jazia desacordada, com um corte feio e amarelado no braço. Lágrimas correram em seu rosto.

Loric adentrou o salão e se aproximou de Aldir, cochichando algo em seu ouvido. Não foi possível ouvir o que o cavaleiro disse, mas sim a resposta do Senhor de Campodouro.

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— Aguardem a velha Sovnya voltar, e veremos isso.

OFF
E começamos a Parte 3 de nossa aventura.
Este é um ato de interpretação, por isso o tempo de resposta é de quatro dias.

• Marlon, agora você está livre para fazer perguntas à velha sobre a doença.

• Os demais estão todos no salão, e também estão livres para fazer o que quiserem.

• Pelos esforços de Goretzka e Anahera, todos recuperaram 6 PVs.

• Vocês têm até 23/05 para postarem suas respostas sem perda de PFs. A próxima atualização será em 24/05.

• Como vocês têm mais tempo de resposta, não haverá premiação extra de PFs caso todos postem no prazo, certo? ;)
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Re: Parte 3 — Só Para ter Certeza?

Mensagem por Tiagoriebir » 19 Mai 2018, 23:02

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Anahera
10/10 PVs | 0/20 PMs
  • • H+1 nas próximas três vezes que tratar um ferimento causado por queimaduras.
Borys
15/15 PVs | 12/30 PMs
  • -
Mały
12/12 PVs | 2/20 PMs
  • -
Caelynn
10/10 PVs | 18/24 PMs
  • -
Goretzka
10/10 PVs | 0/10 PMs
  • • Esforço Heroico: 1 uso restante (+1, em combate).
    • Aura de Vida: 1 uso restante (+1, em combate).
Magnus
12/20 PVs | 8/10 PMs
  • • Esforço Heroico: zero usos restantes.
Dream
20/20 PVs | 20/20 PMs
  • -
Armadura Titania
10/10 PVs | 10/10 PMs
  • -
Nightmare
15/15 PVs | 15/25 PMs
  • -
Armadura Albion
10/10 PVs | 9/10 PMs
  • -
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Armageddon
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Re: Parte 3 — Só Para ter Certeza?

Mensagem por Armageddon » 20 Mai 2018, 20:02

As duas foram às pressas para a cabana da velha. Sob a luz das chamas que Anahera gerava, a velha forçou os olhos entre suas muitas plantas, selecionando algumas espécies que a clériga nunca havia visto. Logo as duas estavam em volta do caldeirão da velha, que começava a ferver uma espécie de chá com cheiro horrível.
- Sovnya, agora estamos sozinhas. Minha medicina falhou diversas vezes enquanto tentava compreender o mal que acometiam os invasores. Porém, o que mais me preocupa, é que nem mesmo as chamas curativas de Kurur Lianth, capazes de trazer um homem que esteja diante dos portões escuros da morte de volta à vida, foi capaz de eliminar esse mal de meu sangue. Toda aquela gente ferida, nós iremos perder muitos deles, não é?

Anahera solicitamente estava disposta a auxiliar Sovnya de qualquer maneira possível para a descoberta de algo capaz de curar aquele mal. Sua preocupação não era apenas por si própria, mas sim com uma questão simples de escala. Os bárbaros provavelmente eram um grupo pequeno de infectados. Agora, em Campodouro, eram centenas. Se essa doença chegasse até uma cidade grande o suficiente, o estrago era incalculável. Arton não estava preparada para nada que não pudesse ser tratado com magia.

- Foi Kurur Lianth que colocou você em nosso caminho, Sovnya. Por isso, por favor, fale tudo o que souber sobre a Fúria Negra.
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Mensagem por Padre Judas » 21 Mai 2018, 11:26

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Borys estava com um péssimo humor. Otker estava à beira da morte e não havia nada que o bardo pudesse fazer. Ele tentara. Cantara todas as canções revigorantes que conhecia e tentara de todos os modos melhorar a situação do bufão. Estava ciente do estado das outras pessoas, mas pouco podia fazer além de tocar para melhorar um pouco o clima. Teve então uma ideia. Vestiu um manto que lhe dava um ar de curandeiro, pintou o nariz de vermelho e começou a fazer cabriolagens e brincadeiras com os pacientes – focando nas crianças. Olhou para os goblins na esperança de que pudessem ajuda-lo.

Não podia curar seus corpos, mas podia melhorar seus espíritos. Era um improviso e carecia ao bardo a habilidade de Otker.

Aqueles dias o fizeram ser mais próximo não apenas de Dillianna, mas também de seu irmão e dos goblins - a quem incentivou a se abrirem mais para ele e falarem do que falecera na batalha. Eram uma pequena família, ele observou em silêncio. Percebeu que queria fazer parte dela.
Off:

Gasto 2 PMs para Conhecimento de Bardo e faço um teste de Comédia [Artes], H2+4 artes, rolado 1. Sucesso.
BAÚ DO JUDAS
JUDASVERSO

Alexander: Witch Slayer [Kaito_Sensei]
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John Lessard
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Re: Parte 3 — Só Para ter Certeza?

Mensagem por John Lessard » 22 Mai 2018, 08:47

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Caelynn estava sentada num canto, entrelaçando dois fiapos de palha por entre os dedos, pensativa. Os feridos estavam deitados próximos, gemendo e infectados. A elfa estreitou o olhar para eles, não sentia nada em especial neste momento, exceto é claro, um pouco de raiva e desconfiança... Aquilo não havia sido um ataque normal. Maneou a cabeça para o velho guerreiro que se aproximou.

- Quem eram aqueles bárbaros? Se houverem mais, talvez seja hora de retaliar.

Disse, com amargor na voz.
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DiceScarlata
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Re: Parte 3 — Só Para ter Certeza?

Mensagem por DiceScarlata » 22 Mai 2018, 18:14

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*Nightmare, já sem seu manto e voava entre os feridos e doentes. Fingia desdém e desinteresse, mas de canto de olho, encarava a todos. Até que chegou no bufão, tão febril. Uma coisa que Dream e Nightmare tinham em comum, era o apreço pela arte. Podia sentir a conexão que Dream teve pelos artistas mais cedo, tal qual, ela teve com as músicas de Borys. Seja um bardo, bufão ou pintor, jamais deixariam esses artesãos da imortalidade morrerem*

- Atenção. Vassalos de obscura. Servos de minha mãe e portanto, meus. Devotos do pesâdelos e da idolatria do medo. Venham.

*Estalou os dedos, clamando por seus servos. Nesta noite, Pondsmania estaria com aqueles mortais e os ajudaria*

- Trazemos pesadelos, mas os devoramos também. Auxiliem os mortais!! Mostrem a magia de pondsmania!!!!
A princesa da noite, gasta 1 pm para usar patrono, para que eles ajudem nos tratamentos dos presentes e no que mais fosse preciso
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- MUNDO DE ARTON: GRUPO MADEIRA DE TOLLON (on):Angra Cabelos de Fogo
- MUNDO DE ARTON: GRUPO AÇO-RUBI (on): Jihad das Areias Vermelhas
- MUNDO DE ARTON: GRUPO JADE (on):Sr. Fuu
- JOHNVERSE: PRESA DE FERRO (on): Jinx - Cruzado da Ordem dos cabeças de Dado
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- FUI REENCARNADO COMO MONSTRO (on): Gizmo
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João Paulo
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Re: Parte 3 — Só Para ter Certeza?

Mensagem por João Paulo » 23 Mai 2018, 21:02

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A chuva insistia em cair lá fora. Era noite, todos estavam cansados ou feridos, mas o ataque tinha acabado. Pelo menos por hora.

O Conde Goretzka fez questão de falar com todos aqueles que estavam ali por sua responsabilidade. Ouviu relatos de cada um, confortando os feridos, lamentando por aqueles que partiram, prometendo aos familiares que seriam recompensados no seu devido tempo e da maneira mais justa possível. Só depois disso foi ter um tempo com sua família. Estava aliviado de ver que todos estavam bem, apesar de Marta ter sido infectada pelos bárbaros, ainda não apresentava sinais preocupantes, além do mais, contava com Anahera, que conseguira apaziguar os efeitos da doença que acometia o pequeno Enzo. Havia também outras questões tão importantes quanto a serem resolvidas e que precisavam de sua atenção.

— Estou orgulho de vocês — Dirigindo a Gotze e Marta, que repousava — Ainda há muito o que aprender, mas conseguiram dar conta do recado. — Então virou-se para Gotze — Por isso, você ficará responsável pelos nossos enquanto trato de assuntos com Sir Aldir. Se alguém quiser falar comigo, falará com você — Olhou de relança para Simone com um ar de cumplicidade — Na dúvida, ouça sua mãe, que é mais sábia do que todos nós, mas a decisão será sua.

Levantou-se, abraçou os familiares, em especial o pequeno Enzo, e partiu em direção a Sir Aldir.

***

— Sir Aldir, Sir Loric — fez uma mesura — Como estão nossos números? Precisamos montar uma estratégia de defesa o quanto antes — e antes que um dos dois falasse, emendou — E sobre os atacantes, vocês sabem alguma coisa? Quem poderiam ser?

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Tiagoriebir
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Re: Parte 3 — Só Para ter Certeza?

Mensagem por Tiagoriebir » 24 Mai 2018, 22:28

A velha ouviu com atenção as palavras de Anahera. Respirou fundo, uma expressão triste e distante em seu rosto encarquilhado.
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A Fúria Negra é uma doença antiga, quase esquecida e mágica. Apenas um clérigo poderoso é capaz de lidar com ela somente operando milagres. Você diz que a magia de Kurur Lianth é capaz de trazer uma pessoa que está às portas da morte, mas o milagre capaz de lidar com ela tem que ser ainda maior. Em minha infância, há incontáveis décadas, quando vi esta doença, muitos de minha vila enlouqueceram e morreram antes que algo pudesse ter sido feito. Apenas quando uma velha anciã, uma clériga de Lena, intercedeu por nós, é que fomos salvos.

Anahera escutava com atenção, tentando assimilar tudo o que a velha dizia. O chá fervia, borbulhava e fedia cada vez mais forte.

— Você é curandeira como eu, mas ainda é jovem e tem muito o que aprender. Essa não é uma doença que surge do desequilíbrio do corpo ou da alma, como quase todas as outras, minha filha. Essa é uma doença que precisa ser conjurada. Uma doença com intenção. Ela foi trazida por magia negra forte... e, para ser sincera, tenho medo de pensar no tamanho do poder do maldito que conjura algo assim.

A frase foi pontuada com uma cuspida sobre a menção de quem quer que tenha conjurado a doença. Anahera perguntou sobre o destino dos feridos e a velha olhou para o corte amarelado na testa da curandeira com uma expressão de dó, antes de responder.

— Sim, os feridos vão morrer, se nada for feito. Mas antes disso suas peles ficarão amarelas, seus músculos vão inchar, veneno infectado sairá de seus orifícios e eles irão enlouquecer. Eles ficarão iguais aqueles bárbaros. Depois de alguns dias naquele estado maldito, seus corações não vão aguentar e cairão mortos. Aqui, me ajude a tirar o caldeirão do fogo.

Anahera ajudou a velha em silêncio, digerindo a última revelação. A velha prosseguiu, enquanto servia um pouco do chá fedorento.

— Beba. Isso vai retardar o efeito da doença por um tempo, apesar de ainda manter o tom amarelado e este leve cheiro ocre que você está exalando.

De fato, só então Anahera se deu conta de tinha um pouco do cheiro que os bárbaros tinham, ainda que em escala muito mais suportável. A velha se aproximou, tocando o ombro da sacerdotisa.

— Se mantenha firme, garota. Há uma lenda antiga sobre essa doença. Se ela estiver certa, milagres divinos não são a única forma de tratá-la. Pode existir uma poção, mas falo mais disso quando estivermos com os demais. Agora venha, vamos levar o chá até os feridos.

* * *

Borys estava em uma situação em que não via nada que podia fazer e detestava aquilo. Mas a sensação durou apenas alguns instantes, pois logo se lembrou de uma importante lição que aprendeu quando morou em Vectora: Fique com a cabeça no lugar que tudo se resolve. E assim, ele pensou melhor sobre o que poderia fazer para melhorar a situação do local. Não era curandeiro, nem um líder guerreiro, mas sabia entreter as pessoas. E, por Marah, já presenciou muitas situações de desespero em que simplesmente rir e desligar a cabeça de uma situação de estresse foi o necessário para encontrar uma solução.

Arranjou um traje engraçado e começou a falar com uma garotinha que estava ao lado. Ela lhe respondeu algo desanimado e ele emendou uma piada tão boa que a pequena não resisitiu e caiu na gargalhada. Logo, ele começou a mexer com os goblins também e, de infelizes desesperançosos, passaram para ajudantes alegres em alguns minutos, ajudando a contagiar as demais crianças com suas próprias palhaçadas.

Nightmare viu o efeito que a animação de Borys proporcionava nos filhotes humanos e decidiu ajudar. Em instantes conjurou uma pequena tropa de servos feéricos, de todas as formas e cores. Eles voavam, caminhavam de um jeito engraçado, emitiam gritinhos agudos; se desfaziam e reconstruíam em pura energia mágica. Eram parte da corte pessoal da princesa dos pesadelos. E ali estavam, desfazendo a desesperança.

Aos poucos a alegria das crianças contagiou os adultos e, por fim, os enfermos que estavam despertos. De alguma forma, aqueles "curandeiros da alegria" fizeram com que o mundo ficasse um pouco mais leve, quente e aconchegante. Quando a velha Sovnya e Anahera chegaram, com um enorme caldeirão com um chá fedido, mas que tinha o poder de ajudar contra a doença, a felicidade se elevou. As várias fadinhas de Nightmare ajudavam as curandeiras a distribuir o conteúdo precioso a todos os infectados enquanto Borys e Dillianna se entreolhavam, sorrindo.

* * *

O pequeno Enzo dormia no colo da mãe quando Goretzka beijou Simone no rosto. Gotze não conseguiu formular nenhuma resposta, ante a confiança que seu pai havia lhe depositado, apenas afirmando com a cabeça, de lábios comprimidos. Marta também repousava.

O conde se aproximou do círculo com as lideranças do vilarejo em seguida a Caelynn, que acabava de perguntar sobre os bárbaros. O conde fez suas perguntas também. Aldir olhou mais uma vez para a própria filha, que repousava há alguns metros, antes de falar.

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— Um instante, meu conde. Vamos abrir uma discussão com todos, na sala ao lado.

Então se dirigiu até lá, seguido pelos demais. Alguns aldeões já estavam reunidos no local e muitos outros chegaram. Quando a velha curandeira terminou de administrar a beberragem aos enfermos, se uniu aos demais, trazendo Anahera consigo. Borys, vendo a movimentação, também seguiu para lá, deixando Dillianna e os goblins cuidando de Otker. Nightmare sentou-se nos ombros do bardo para também se juntar à assembléia.

Em pouco tempo, a reunião foi aberta. Senhor Aldir pigarreou e então começou a falar.

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— Meus conterrâneos. Vamos dar início a esta reunião para discutirmos como proteger Campodouro de mais ataques. Vocês devem estar cheios de dúvidas, e vamos falar tudo o que conseguimos descobrir. Perdemos quinze pessoas entre viajantes e habitantes do vilarejo e vinte e oito pessoas foram feridas e estão sendo tratadas no salão ao lado. Os bárbaros que nos atacaram são de uma das várias tribos que vêm das colinas e da Floresta dos Basiliscos. Eles sempre atacam nas estradas e trilhas, nunca chegam tão perto do vilarejo. Mas dessa vez foi diferente.

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— Tenho certeza de que eles só vieram até aqui por estarem tomados pela loucura da doença.

Em seguida, a velha explicou o que havia dito à Anahera mais cedo, sobre a natureza mágica da Fúria Negra e seus sintomas. Anahera pôde notar um burburinho e muitos olhares direcionados ao seu corte amarelado na testa enquanto a velha detalhava os estágios e o avanço da doença.

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— O estrago que eles causaram foi terrível. Dos meus soldados que estavam aqui, só me sobraram dois vivos. Há poucos homens e mulheres no forte, mas eles estarão à disposição para a defesa. Há mais reforços vindo da capital, mas eles devem chegar em alguns dias ainda. Dito isso, qualquer aldeão não-infectado é bem-vindo para passar a noite dentro dos muros do forte.

Goretzka tristemente constatava que também havia perdido quase todos os seus soldados. Apenas Alan, o capitão de sua guarda, havia restado.

— Além disso — prosseguiu o cavaleiro — precisamos decidir o que faremos com os infectados — Neste instante, a voz de Loric assumiu um tom sério e grave — Se a doença é tão poderosa quanto a velha diz, minha sugestão é que cortemos o mal pela raiz e executemos todos os infectados, queimando os corpos em seguida.

Um instante de silêncio. Alguns aldeões estavam nitidamente chocados com a declaração. Outros, balançavam a cabeça positivamente.

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— Não é bem assim, cavaleiro — declarou Sovnya. — Eu não terminei de falar. Há uma chance de cura em nosso alcance. Existe uma poção que pode ser fabricada.

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— Existe? — era mestre Brakto, o ferreiro. — E de onde você tem tanta informação sobre essa poção?

Os olhos de todos se voltaram para a pequena figura da velha.

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— Eu aprendi. Há muitos anos que curo. Eu ouvi histórias e conheço as lendas. Tenho quase todos os ingredientes para preparar a poção, só me falta a erva Skuggi. Não preciso provar para você o que sei, Brakto. Quantas vezes curei seus filhos de Tosse Amarga? E outros tantos filhos de vocês de Bucho Bravo?

Mais burburinho. As pessoas pareciam indecisas. Brakto retomou.

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— Mas nenhuma dessas doenças é mágica, velha. Você cura com as mãos e ervas, mas não acredito em suas arengas. Vai curar as pessoas com uma lenda? Tem certeza que isso funciona?

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— Eu não posso garantir que a poção funciona... a receita pode não funcionar — admitiu a velha, com a voz fraquejada. — Mas a alternativa é muito bruta para não tentarmos.

Senhor Aldir estava com os olhos arregalados.

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— Eu concordo com a velha Sovnya, Brakto. Não podemos... Não podemos matar todos assim, sem tentarmos fazer algo.

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— E o que podemos fazer? Mesmo que a poção funcione, como vamos conseguir essa erva que a velha disse?

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— A skuggi cresce em uma gruta nos ermos da Floresta dos Basiliscos. Fica a um dia de caminhada do Rio Sarand. O chá que acabei de dar aos enfermos pode segurar o avanço da doença por não mais que três dias. Então teríamos este tempo para buscar a erva.

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— "Não mais que três dias"? E corrermos o risco de que o efeito acabe antes e os trinta infectados se transformem em bárbaros como os que acabaram de nos atacar? Eu digo a você e a todos os presentes: é uma decisão dura, mas precisamos acabar com essa ameaça agora!

Novamente, todos os presentes se entreolharam e o burburinho ganhou volume. Todos discutiam sobre o que deveria ser feito com os infectados.

OFF
• As ações de Borys e Nightmare combinadas melhoraram muito a moral de todos do vilarejo. Por conta disso, todos que descansarem esta noite em Campodouro vão recuperar mais 10 PVs e 5 PMs, além do que normalmente recuperariam por descanso.

• Como viram, há uma discussão importante em andamento, com um lado defendendo a execução dos infectados e outro defendendo que vale a pena tentar buscar uma cura, mesmo sem certeza de que funcione. Os aldeões estão divididos e indecisos, frente aos argumentos apresentados por Aldir, Loric, Brakto e Sovnya. Cabe a vocês tomar um partido na discussão e influenciar as pessoas sobre como proceder.

Isso será resolvido com um teste estendido, em que todos vocês precisam fazer algo no sentido de defender seu ponto de vista. Não precisa ser necessariamente um teste de perícia — pode ser algum poder de kit, vantagem, magia ou outra coisa. Mas todos precisam postar uma manifestação interpretativa (seu argumento, perguntas aos presentes, etc) e uma manifestação mecânica (algum poder ou teste de perícia) para tentar influenciar as pessoas.

Quaisquer dúvidas, vemos por Telegram. ;)

• Vocês têm até 28/05 para postarem suas respostas sem perda de PFs. A próxima atualização será em 29/05.
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Re: Parte 3 — Só Para ter Certeza?

Mensagem por Tiagoriebir » 24 Mai 2018, 22:30

Status
Anahera
10/10 PVs | 0/20 PMs
  • • H+1 nas próximas três vezes que tratar um ferimento causado por queimaduras.
Borys
15/15 PVs | 10/30 PMs
  • -
Mały
12/12 PVs | 2/20 PMs
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Caelynn
10/10 PVs | 18/24 PMs
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10/10 PVs | 0/10 PMs
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    • Aura de Vida: 1 uso restante (+1, em combate).
Magnus
12/20 PVs | 8/10 PMs
  • • Esforço Heroico: zero usos restantes.
Dream
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Nightmare
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10/10 PVs | 9/10 PMs
  • -
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Boryslaw Rzecz

Mensagem por Padre Judas » 25 Mai 2018, 10:18

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Os ânimos haviam melhorado e Borys estava satisfeito. Em parte, pois a cura ainda era necessária.

Um conselho se organizou com autoridades locais. Todos falaram, mas Borys mal conseguiu conter um soluço quando ouviu um dos sujeitos falar em matar os infectados.
Boryslaw Rzecz
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- Antes, devo dizer que a ideia de matar pessoas inocentes me enoja! Matar qualquer um me enoja, mas matar inocentes sobe um grau na escala! Estamos falando de seus vizinhos, amigos e parentes! O senhor deveria ter vergonha de sugerir isso! Mesmo de cogitar tal crime!

- Vivemos em um mundo de maravilhas e toda lenda possui um fundo de verdade. Se a senhora diz que esta erva é necessária para curar estas pessoas, devemos busca-la. E devemos tratar não apenas aos cidadãos da vila, mas também aos bárbaros. Vocês têm problemas com eles nas estradas? Bem, eu diria que salvá-los de uma doença terrível pode ser um excelente modo de abrir conversação e criar uma oportunidade para a paz.

- Vamos atrás da cura. Tenho razões pessoais para desejar encontra-la e ainda mais agora em que se sugere assassinato como solução para os problemas. Até lá contenham os doentes – deste modo evitaremos que causem dano a si mesmos e aos outros.

- Vamos nos apressar! Excelência, peço que garanta a segurança das pessoas aqui e partamos imediatamente!
Off:

Teste de Manipulação, H3+2 lucro rápido, rolado 3.
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