Parte 12 - Os Túneis

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Tiagoriebir
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Re: Parte 12 - Os Túneis

Mensagem por Tiagoriebir » 06 Mar 2019, 22:38

Sem evidência maior que distinguisse os caminhos entre si, o grupo acaba decidindo seguir pelo primeiro caminho à direita. O túnel segue nas mesmas condições do caminho em que estavam, sem aumentar de tamanho e sem qualquer tipo de iluminação além da lanterna de Goretzka. Ainda assim, não é um caminho monótono, pois faz muitas curvas, subidas e descidas. Anahera chega ao ponto de se imaginar como a grande serpente, deslizando sibilante por aquele caminho.

Após um período de tempo indeterminado, o peito de Caelynn se agita quando sua visão superior alcança uma abertura adiante. Ela rapidamente avisa aos demais, que ficam inquietos, preparados para o que quer que venha. Conforme se aproximam da abertura, Caelynn pode notar pelo aumento na corrente de ar de que a câmara adiante era grande. A elfa já começava a se sentir sufocada por rastejar tanto tempo no caminho de pedra úmida. Ao enfim alcançar a abertura e colocar as mãos na borda daquele caminho, ficou chocada.

Lá estava o cadáver da serpente gigante que eles mataram há pouco mais de uma hora. No chão, todos os sinais da luta que tiveram e, mais afastado, o lago pelo qual eles adentraram na gruta. Aquele caminho dava exatamente na segunda das seis entradas que haviam na câmara maior.

Caelynn praguejou. Ao saber do destino daquele caminho, a noção de perda de tempo percorreu a espinha de todos.

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— Agora que sabemos que o caminho pode dar voltas, temos que marcá-lo de alguma forma para evitar rodeios. Vamos por outro caminho, mas marcando na parede (com golpes ou sangue, se estivermos sangrando um pouco).

— Todos devem prestar muita atenção para evitar repetições — pontuou o conde.

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— Ahã. Muito bem, vamos então. Sobrou um caminho à esquerda e outro à frente.

— Ao invés de pautar pela sorte, talvez devessemos seguir em frente desta vez. Mas vou pela maioria.

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Caelynn concorda em silêncio e irritada.

O grupo voltou pelo caminho que recém haviam feito; Goretzka, que já carregava a lanterna, tomou para si a tarefa de marcar o percurso. De tempos em tempos, com o auxílio de uma faca, ele deixava sinais à altura dos olhos de quem passasse se arrastando, como eles faziam.

Chegaram novamente à primeira bifurcação e optaram pelo caminho que originalmente ia reto. Àquela altura, todos já estavam quietos e sérios, desanimados pela impressão constante de perda de tempo. Mal sabiam eles que aquelas eram apenas as primeiras horas de um longo período de tempo que passariam percorrendo aquela maldita rede de túneis de tamanho constante, mas caminho serpenteantes.

* * *

Mais de uma dezena de vezes eles saíram em alguma das aberturas da câmara original, despendendo muito tempo no trabalho de retornar por rotas erradas, indo e voltando por subidas, descidas e curvas sem fim.

Caelynn não mais resmungava, resistindo em silêncio mas sabia que, por trás da máscara de resiliência, na verdade poupava forças para continuar seguindo. Vladimir suava aos borbotões dentro da pesada armadura metálica, mas seu corpo parecia menos afetado do que sua mente, que vagava cada vez mais em lembranças de sua terra natal. Anahera, por outro lado, mantinha a mente firme, confiando no seu deus-vulcão, a despeito de suas mãos e pés, que começavam a sangrar.

Por trás dos olhos obstinados, quase loucos, de Goretzka, nada mais existia além da visão dos horrores que sua família poderia estar passando naquele exato momento. Exceto pela escuridão, tudo nele era a vontade de levar a cura para aqueles que jurou proteger.

Em certo momento, Caelynn quase gritou. À sua frente, inesperadamente, o túnel se abria, a ponto de permitir que eles ficassem novamente de pé. Eles quase choraram por poder simplesmente andarem mais uma vez, depois de horas presos no labirinto. O trecho no entanto não era grande, mas apenas a margem do túnel. Os heróis haviam emergido em uma caverna mais parecida com um poço, descendo até o que a fraca luz da lanterna sugere que possa ser mais do que dez metros. No fundo, era possível ver muitos ossos e escombros, mas também restos de roupas e o fraco reluzir de armaduras e armas.

O que vocês fazem?

OFF
• Neste trecho, é possível tentar descer para explorar o poço ou tentar voltar para encontrar outro caminho. Decidam isso via Telegram. Em ambos os casos, testes serão necessários e os faremos por lá.

• Pelo meu atraso, todos recebem +1 PF, já adicionado em suas fichas.

• Próximo post será em 13 de março.
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João Paulo
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Re: Parte 12 - Os Túneis

Mensagem por João Paulo » 09 Mar 2019, 08:58

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O conde estava exausto. Não sabia se era mais extenuante a jornada quase sem fim pelos túneis ou imaginar como estaria a situação em Campodouro. E isso o mantinha de pé. Sempre que o corpo queria vacilar, decretar um descanso para os companheiros, que estavam tão esgotados quanto ele, lembrava de Campodouro e seguia em frente.

O vislumbre de uma sala diferente emergindo dos túneis poderia não ser nada, mas trouxe um novo ânimo para o conde.

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- Caellyn, o que acha de descer e explorar o local? Pode não ter nada, mas é a primeira coisa diferente de túneis que tivemos nas últimas horas. Podemos amarrar cordas pra ajudá-la a subir novamente e, se precisar, pode levar a lanterna contigo.

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John Lessard
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Re: Parte 12 - Os Túneis

Mensagem por John Lessard » 09 Mar 2019, 19:22

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Depois de horas e horas naquelas tuneis malditos, o poço era a primeira diferença que conseguia vislumbrar. Caellyn tinha uma raiva de impotência cravada e oculta em seu semblante ofegante e sério. Quando o conde falou sobre descer e investigar, concordou em silêncio. Amarram uma corda em sua cintura e a elfa praticamente saltou para a escuridão.

Escorregou a primeira parte do caminho, bateu o ombro e ralou seu braço, porém conseguira chegar em segurança ao piso lá embaixo. Olhou em volta, auxiliada pela luz que vinha da lanterna mais acima.

O poço era escuro e úmido, com paredes recobertas de limo, o fundo tinha um chão plano e firme, e estava repleto de ossos de intrusos do passado. Alguns eram antigos — pelas roupas, armas e armaduras era possível reconhecer estilos de muitas décadas atrás. Em uma primeira olhada, a peça que parecia mais nova devia ter pelo menos 50 anos.

E ainda existiam peças tão mais antigas que Caellyn não conseguia nem precisar de quando seriam. Dessas, algumas se esfacelam só por ela as tocar.

Uma coisa que chamou atenção é que não havia fadas por ali — por todo o percurso nos túneis, eles sempre cruzavam com uma ou outra fada fugidia, que passava voando rápido.

Os olhos captaram um túnel no fundo da sala.

- Há uma passagem - disse para os demais mais acima - no fundo do túnel, talvez seja interessante investigar.

E começou a avançar, com cuidado e observando algo que pudesse ser relevante.
Off:

Testes de Alpinismo: com Força, (3) falha e com Habilidade, (5), sucesso... Gasto de 1 PF para aumentar a Força, mas falha mesmo assim.
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Padre Judas
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Vladimir Minsk XI

Mensagem por Padre Judas » 10 Mar 2019, 11:30

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Vladimir segurou a corda com firmeza para que sua colega pudesse descer e ouviu quando ela gritou sobre um túnel.
Vladimir Minsk XI
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– Espera aí! Não vá sozinha, pode ter alguma ameaça. Melhor eu descer também.
A descida foi bem mais difícil do que ele pensava e precisou se esforçar muito para não se arrebentar: ouviu o som da armadura chocando-se contra as paredes e pensou que criaturas por ali poderiam ouvir aquilo.
Off:

Teste de Alpinismo, F1+2 corda, 1d(5). Gasto 1 PF para aumentar a margem de acerto, 1d(5). Sucesso.

Teste de Alpinismo, H2+2 corda, 1d(6). Gasto 1 PF para rolar novamente, 1d(4). Sucesso.
BAÚ DO JUDAS
JUDASVERSO

Alexander: Witch Slayer [Kaito_Sensei]
Dahllila: Relíquias de Brachian [John Lessard, TRPG]
Jonz: Tormenta do Rei da Tempestade [John Lessard, D&D5E]
Syrion: Playtest T20 [Aquila]
Takaharu Kumoeda: Crônicas do IdJ [Aquila]
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Re: Parte 12 - Os Túneis

Mensagem por Tiagoriebir » 14 Mar 2019, 22:43

Vladimir, preocupado com eventuais ameaças também desceu o poço. Diferente de sua colega elfa, a ele foi mais difícil identificar os elementos que haviam ali no fundo, tendo apenas a lanterna que o conde erguia lá do alto como fonte de luz, de modo que levou um tempo até que identificasse os esqueletos e ossos desencontrados que ali haviam. Com o tempo sua visão se acostumou e ele percebeu que os ossos ainda traziam restos de roupas e equipamento.

— Cuidado — foi tudo o que ele conseguiu dizer à Caelynn, antes de que ela se enfurnasse na passagem lateral.

A elfa adentrou o local com cuidado, com uma faca em mãos, buscando antever qualquer problema. Rastejou por uma dezena de metros em meio a alguns restos de esqueletos até chegar em um ponto fechado, em que não havia mais passagem.

Ela já tinha se virado para voltar quando percebeu um esqueleto pequeno, provavelmente de halfling ou de anão, cujas mãos resguardavam uma pequena caixa de madeira escurecida pelo tempo. A caixa em si não tinha nada de especial, além de parecer ter sido um bom produto de carpintaria em tempos imemoriais. Sem grandes pretensões, a elfa abriu o objeto, e o lugar se iluminou.

Uma luz tênue, branco-amarelo-esverdeada, tomou conta daquele trecho da passagem. Ela emanava do objeto que estava encerrado na caixa: uma pequena esfera brilhante, pouco maior que uma pérola. Caelynn não precisou tocar o objeto para perceber que era perfeitamente redondo — e obviamente mágico.

* * *

Vladimir aguardava sinal de Caelynn enquanto também tentava entender quem eram aquelas pessoas. Aventureiros, era a conclusão até o momento, devido aos muitos equipamentos que carregavam, quase todos muito consumidos pelo tempo. Conseguiu identificar ao menos um traje nobre; talvez um cavaleiro ou militar de destaque que integrasse um daqueles grupos. Mas o que de fato lhe chamou a atenção foi a bainha mofada que o esqueleto trazia. Diferente dos demais equipamentos, aquele ali não se desfez quando ele chutou.

O minskiano se abaixou e passou a mão pelo objeto. Reconheceu um dispositivo de trava muito comum em bainhas da nobreza e, destravando a abertura, seus olhos não acreditaram. Ele desembainhava uma espada longa, em perfeitas condições. A iluminação não era das melhores, mas a lâmina cinza-azulada parecia não apresentar ranhuras, além de estar incrustada com runas cujo significado ele não conhecia. Pelo estado do objeto, depois de tanto tempo de abandono, só poderia ser uma coisa.

— Encontrei um item mágico — o guerreiro e a elfa disseram ao mesmo tempo, assim que a arqueira irrompeu de volta da passagem.

Aquele parecia ser um raro momento de sorte nos últimos dias.

OFF
• Seguimos nossa aventura. Como me atrasei, vocês recebem +1 PF, já adicionado em suas fichas. Exceto por Anahera, que não atualizou, e se mantém com o valor padrão de PFs.

• Próximo post será em 20 de março.
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Re: Parte 12 - Os Túneis

Mensagem por John Lessard » 19 Mar 2019, 08:25

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Caellyn olhou Vladimir de cima abaixo, quando se ofereceu para ir junto dela para caso houvesse perigos.

- Claro... Mas não preciso de proteção.

Saiu explorando os arredores, rastejando pelos destroços e esqueletos. Encontrou uma caixinha e nela uma pérola luminosa se revelou. Obviamente era um item mágico. Retornou e descobriu que Vladimir também parecia ter encontrado algo especial. Aquilo era um pouco de sorte, mas a elfa não deixava de pensar que não havia mais nada por ali e, deveriam voltar e continuar explorando.
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João Paulo
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Re: Parte 12 - Os Túneis

Mensagem por João Paulo » 19 Mar 2019, 09:55

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- Se acreditam que ainda há mais a ser encontrado por aí, posso entregar a lanterna mágica para que iluminem melhor o lugar. Caso contrário, temos que voltar a explorar o local. A ausência de fadas nesses arredores me deixou em alerta.

Então o conde dirigiu-se a borda do local, prontificando-se para entregar a lanterna ou começar a puxar os amigos pela corda, mas antes recomendou que Anahera ficasse de olho nos arredores caso algo suspeito aparecesse.

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Padre Judas
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Vladimir Minsk XI

Mensagem por Padre Judas » 19 Mar 2019, 12:44

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A elfa disse-lhe que não precisava de proteção. O rapaz piscou, sorridente.
Vladimir Minsk XI
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– Eu sei, mas quero te proteger mesmo assim.
Quando sacou a espada e viu seu brilho, sorriu. Era muita sorte. Disse ao mesmo tempo que Caelynn.
Vladimir Minsk XI
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– Finalmente tivemos sorte.
Vlad deu mais uma checada na área e, satisfeito, esperou que Caelynn subisse para seguir logo atrás.
Off:

Guardo a espada comigo.
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