Durante a caminhada, se guiado pelas árvores, pelos rios e pelo que as estrelas lhe contavam, Kaedros chegou à cidade. Não antes de Aurix se alimentar com as tripas de gnolls assaltantes. Seres que não eram civilizados, mas viviam à margem da civilização eram os piores. Ao invés de abraçar os modos harmônicos de Allihanna, preferiam viver de migalhas conseguidas à força.
A cidade era grande e havia uma fila de pessoas a entrar sobre uma ponte. Havia outras formas de entrar, mas Kaedros nunca foi impedido de entrar em lugar nenhum antes, então não havia motivo para se preocupar. Mesmo em Salistick ninguém implicara com suas roupas ou com Aurix.
Uma guarda, então, põe a mão em seu peito antes de entrar.
Kaedros franziu a testa ao ver a mão no seu peito e depois encarou a mulher. Não fazia muito tempo que perguntas como aquela acabaram mal. Pelo menos ela era humana.Guarda
Calma aí, cidadão. Me diga seu nome.
Kaedros
Kaedros.
Ela não deixava ele passar. Aquilo poderia causar mais uma confusão, mais problema e ocasionar em sua morte. O meio-dríade fechou os olhos por um instante e recobrou-se da raiva. Suspirou.Guarda
Muito bem, senhor Kaedros, o que veio fazer na cidade?
Kaedros
Ver Reginar Summerhold. Me disseram que ele está na taverna Lamento do Patrulheiro.
Kaedros olhou para o lagarto gigante. Aurix estava à espera inclinando o rosto para o lado como se quisesse entender o que falavam.Guarda
Veio ver um amigo então? A Taverna do Patrulheiro fica no centro da cidade. O animal, se causar problemas, será preso.
Já ia entrando quando ela continuou.Kaedros
Ele não causará.
Por um momento, Kaedros parou para encará-la. Sua boca pendeu, seus olhos verdes estreitaram. Falsos deuses? Deuses mortos? Proibido falar? O meio-dríade balançou a cabeça negativamente. "Somente na civilização seria possível essas coisas absurdas" pensou enquanto sua boca soltava um "entendido" entre lábios exprimidos.Guarda
Muito bem, mas antes que entre... É extremamente proibido falar sobre falsos deuses ou deuses mortos dentro da cidade, não gostamos de blasfêmia por aqui. O único e verdadeiro deus é Razmir, O Deus Vivo. Entendido?
Assim, ele seguiu para o centro da cidade, evitando olhar para as coisas, prestando atenção apenas em Aurix e no seu caminho.
Finalmente encontrou a Taverna do Patrulheiro e lá dentro, o homem que comandava o lugar. Kaedros não sabia ler ou escrever, mas os cidadãos da cidade não se furtaram em ajudá-lo. Ao se aproximar do balcão, Aurix se posicionou ao seu lado, farejando tudo em volta.
Disse em alto e bom tom ao taverneiro.Kaedros
Procuro por Reginar Summerhold.