Fenrir
Talvez não ter comprado comida tenha sido um dos piores erros da vida de Fenrir. Desde que deixara seu reino natal, Zakharov, o arqueiro perambulou muito, meio sem rumo, mas com algum objetivo de vida. Habilidoso com arco e flecha seu intuito era se fortalecer para que um dia pudesse libertar seus amigos e familiares da cidade da tormenta. A sombra do fracasso sempre pairava sobre ele, porém também fazia com que sempre se lembrasse de Thyatis e em como recebera uma segunda chance. O caminho mais óbvio, claro, era a vida mercenária. Isso o manteria vivo pelo pagamento ou o mataria pelos tipos de serviços prestados.
Após lidar com uma gangue ainda em seu reino natal, começou a viajar para o leste. Passou pelo norte de Yuden, ao sul de Namalkah. Atravessou o centro de Sallistick e um pedaço de Nova Ghondrian. Era importunado por monstros e bandoleiros ocasionais, mas nada que suas flechas não dessem conta. Porém, esquecera-se de comprar comida na última cidade em que passou, pouco antes de adentrar nas florestas de Sambúrdia.
Suas habilidades de sobrevivência iriam lhe prover e pensar nisso era um alento. No primeiro dia, entretanto, não encontrou nada para comer. Nem caça, nem frutas, nada. Sentir o estômago roncando só o fez pensar quanto seria mais fácil se tivesse ração. O segundo dia, fora mais proveitoso. Não sentia-se fraco pela falta de comida, apesar de tudo e por isso conseguira flechar dois esquilos e apanhar um pouco de água. Assou os animais e tirou a barriga da miséria.
No terceiro dia, conseguira um coelho e com ele fizera um ensopado. O quarto e quinto dia, por sua vez, se tornaram preocupantes. Não havia animais, não havia frutas… O estômago roncou alto e a fraqueza lhe tomou, não havia como evitar. No sexto dia, encontrou algumas larvas embaixo de uma pedra, as comeu. Fora o suficiente para não desmaiar ali mesmo. A chuva da noite anterior fizera os animais se esconderem em suas tocas.
Pouco depois, encontrou uma pequena estrada de terra batida, por entre as árvores. Caminhando por ela, finalmente encontrou uma pequena cidade, quase aos pés de uma montanha, rodeada por vegetação fechada.
Passou por um arco de madeira, ao seu lado, sob um céu nublado, estava um cercado com alguns porcos. Uma casinha de madeira estava um pouco afastada, soltando fumaça pela chaminé. Um sujeito alto e esguio estava parado ali, vestia roupas simples e surradas, cabeleira branca, desgrenhada. Olhar meio insano.
Carbou de chegar, hein? Vem de onde, froresta é perigorsa, Lorde das Brumas tá espreitando.
Fenrir está com -2 pontos em Constituição. Conseguirá recuperar 1 ponto por dia, contanto que coma
Ugtuk
Quando Ugtuk e seus vinte irmãos saíram de Lamnor, eles eram muitos, agora depois de meses de viagem, eram poucos. Tinham uma missão, reunir informações dos reinos ao norte. O motivo? Não importava, era algo importante ao Ayrrak. Porém, os balões era pequeno e eles, eram muitos. Alguns caíram nos primeiros dias, seus corpinhos sumindo por entre copas de árvores e cordilheiras rochosas.
Nas semanas que se seguiram, alguns pularam ou outros foram jogados para fora, pois o peso era excessivo e eles estavam perdendo altitude. Quando finalmente desceram pela primeira vez, deixando o antro de Khalifor para trás, pelo menos um pouco deles foram devorados por lobos. Subiram após o confronto. Uma novo curso do vento os levou para o leste, não sabiam muito bem para onde estavam indo, agora, muito menos. Continuaram para o norte, porém tudo parecia se complicar quando Ugtuk viu o céu escurecer no horizonte. Olhou para os lados e só haviam Ugbak e Ugtak. Todos os outros haviam sumido em algum momento da viagem.
O vento uivou, se intensificou com velocidade, rodopiando ao redor. As gotas gordas de água fria vieram de sopetão. Um relâmpago riscou o céu e acertou em cheio a lona inflada do balão de Ugtak, o fogo se alastrou enquanto o balão caía para a escuridão. Mais clarões, a tempestade se intensificou, o vento forte fez Ugbak ser empurrando e chocar-se contra Ugtuk. O goblin não via mais o veículo do irmão, apenas o mundo girar, enquanto ele próprio tentava manter a altitude de seu balão. Puxou cordas, água para todos os lados quando veio o baque. Batera em algo com força, seus olhos se arregalaram para o rombo no cesto, deslizava para baixo agora, pela encosta de uma montanha.
Tentava ganhar altura novamente, mas era difícil. Uma corda arrebentou, o balão voltou a perder altitude, bateu uma, duas, três vezes contra a rocha e agora deslizava para baixo, pelas rochas farpadas. Os olhos acostumados à escuridão viram as árvores se aproximarem. Jogou qualquer coisa para fora, para poder subir mais. Um sorriso nasceria em seus lábios quando aquilo dera certo, porém ao subir dois metros, um raio azulado e impiedoso descera. Fogo e um rombo na lona do balão. A queda retornou, desta vez mais veloz, tudo girava novamente. E então, as árvores.
Quando Ugtuk caíra por entre as árvores, tudo ficou ainda mais confuso. o cesto batia contra troncos e galhos, outra corda arrebentara. A altura diminuía numa velocidade alarmante. Um galho então terminou de rasgar a lona. O goblin ficou pendurado durante algum tempo, até terminar de ceder e ele despencar num barranco, junto com o que restara de seu balão.
Tudo era breu então.
Ugtuk acordou com o sol brilhando em seu rosto adormecido, levantou-se lentamente, olhou a floresta verdejante em volta e então seu balão. O cesto estava arruinado, com pelo menos três buracos. Três cordas partidas e claro, a lona com um buraco enorme. Precisaria de muitas coisas para consertar aquilo.
Sua atenção então fora atraída para algo além das árvores, virou-se e viu uma amontoado de casas de madeira, ao pé da montanha. Talvez encontrasse algo por lá.
Zero Meia
Já fazia algumas semanas que Zero Meia estava naquela perseguição. Ficara sabendo da unidade yudeniana ainda nas fronteiras de Yuden. O que atiçou sua curiosidade fora que não era qualquer unidade, era um grupo subordinado a Hainrich Himmer, um oficial de Yuden bastante apegado a lemas puristas e fascinado por artes ocultistas. Claro, era um quase declarado opositor ao governo de Shivara e um dos responsáveis por dar a ordem para a fatídica missão da Brigada Fantasma, da qual Zero Meia fazia parte.
O destino do esquadrão era um mistério, eles apenas avançavam, primeiro entre a fronteira entre a União Púrpura e Sallistick, depois passando por Nova Ghondrian e finalmente atravessando a fronteira de Sambúrdia, em direção às densas florestas. Tinha diminuído o passo agora, principalmente porque deveriam temer que os cavalos tropeçassem em raízes. Zero Meia, entretanto, sentia que se aproximavam de seu objetivo.
Certo dia pela manhã, o assassino se esgueirava por uma pequena clareira, havia sinais de acampamento, os soldados tinham partido fazia pouco tempo. Uma fina fumaça subia de uma fogueira pisada, com a brasa ainda brilhando. Zero Meia se amaldiçoaria muito depois, mas não percebeu o soldado correndo em sua direção, por trás.
Uma pancada bruta o acertou nas costas e ambos os corpos caíram num barranco rochoso, coberto de musgo. Zero Meia bateu o ombro contra o solo pelo menos duas vezes. Rolou vendo o guerreiro fazendo o mesmo. Levantou-se depressa, deixando uma névoa negra irradiar de suas vestes. Não fora o bastante, o homem lhe ouvia e correu em sua direção. A espada passou muito perto, fatiando as bordas de seu capuz. Se não fosse a escuridão teria perdido metade da cabeça.
Puxou sua foice, a lâmina cortou pela lateral, no flanco o homem grunhiu e agitou sua espada a esmo, não sabia mais onde eles estava. Zero Meia o contornou e abriu um talho em suas costas, fazendo-o tombar de bruços. Deixou a escuridão se dissipar lentamente, aquele soldado parecia estar sozinho. Seu ombro doía quando abaixou-se para examinar. Era um yudeniano, equipamento padrão do reino. Não sabia se estava vivo ou morto, mas tinha certeza de que pertencia a unidade que ele perseguia.
Eleanor e Rhaysa
O caminho da bondade, abnegação e não violência era difícil, mas Eleanor não poderia dizer que não era recompensador. Desde os acontecimentos envolvendo Vina, a sacerdotisa vagara por muitos lugares, sempre tendo a diplomacia como sua maior arma e seus milagres de cura prontos para ajudar os necessitados.
Suas sempre doces e ponderadas palavras já tinham lhe salvado a vida algumas vezes e evitado combates desnecessários. Da última vez evitara uma pequena confusão entre um grupo de aventureiros e um grupo de um circo itinerante. E nas últimas semanas, a moça se viu viajando com aquela trupe inusitada.
A bem da verdade, era um circo decadente, mas todos mantinham uma aura familiar e recusavam-se em silêncio a desfazerem-se do espetáculo. Acima de tudo, porém, eram boas pessoas. O grupo era liderado por Barnabé Poucas Trancas, um halfling que não escondia seu passado como ladrão, mas que agora levava sua vida de uma outra maneira. A bela dançarina Judith, uma jovem calada que a samaritana não tinha muita certeza de qual seria sua idade. Manoel Stronghold, um fazendeiro que perdeu a família para uma doença e agora era o “Homem Forte” do circo, e claro, o brincalhão Eliah, um qareen cuspidor de fogo…
Tinham acabado de adentrar no reino de Sambúrdia e uma tempestade se aproximava.
Há muitas árvores por aqui, tens certeza ei de estarmos no caminho certo? - perguntou Barnabé.
Nada mais foi dito a respeito, afinal, uma terrível tempestade havia caído durante a noite, impossibilitando de avançarem, os forçando a ficarem dentro das carruagens cobertas. A manhã trouxe o sol, porém também trouxe o grito de dor de Judith. Ao se aproximarem, a encontraram caída, rolando pelo chão, segurando o tornozelo.
É o que diz o mapa, xará - retrucou Eliah.
A sacerdotisa nada poderia fazer sobre veneno, não com suas magias, pelo menos. Poderia administrar uma erva no ferimento, entretanto, com seus conhecimentos mais mundanos. Nenhum deles ali saberia encontrar a erva, fosse porque não a conheciam, fosse porque não sabiam se guiar na floresta. Bem, ela também não sabia, mas conhecia o que precisava encontrar, por isso saíra atrás da erva. Para sua alegria, a avistara, não muito tempo depois de começar a busca. Apanhou o necessário e retornou… Porém, nenhum de seus companheiros estavam presentes, o acampamento estava deserto, exceto por uma moça de aparência dura e cabelos curtos. Tinha porte de algum tipo de guerreiro e claro, estava ferida.
Uma cobra… - conseguiu dizer.
***
Rhaysa não se lembrava ao certo há estava naquela jornada ingrata. A busca por vingança era um processo lento e as informações sobre irmã, uma busca difícil. Enfrentou as intempéries do mundo, chuva e frio até o calor escaldante de alguns dias. Atravessou reinos, até mesmo passo por uma parte de Yuden. Lidou com monstros e homens (alguns piores que monstros) e conseguiu uma pista.
Roanna estava envolvida em alguma coisa. O que? Não saberia dizer, mas depois de pressionar algumas pessoas e quase morrer no processo, conseguira uma nome, Hainrich Himmer. Tudo que sabia sobre ele, entretanto, era que era um oficial de Yuden e que, claro, havia enviado unidade de soldados para Sambúrdia, ao norte, onde não havia absolutamente nada de especial… Ou era ao menos o que os mapas diziam.
Adentrou nas florestas de Sambúrdia com a única pista que tinha, encontrar uma unidade de soldados yudenianos. Com certeza eles se destacavam na paisagem. Pisou em algumas poças d’água, afinal houvera uma tempestade na noite anterior, que ela evitara ao encontrar uma caverna a tempo.
Rhaysa não era boa em seguir rastros, muito menos depois da chuva, então tudo que via era mato e lama… Virou-se depressa quando percebeu o aproximar das criaturas. Três lobos negros saltaram dos arbustos. Uma bocarra se fechou em seu braço, outra em sua perna. A cavaleira arcana materializou uma arma, cortou dois deles, mas errou o terceiro. Viu mais dez se aproximarem, não teria chance, correu pela floresta.
Seu porte físico lhe garantiu uma boa fuga, apesar dos seus perseguidores, que não conseguiram lhe ferir mais. Seu pé escorregou entretanto num barranco e seu corpo rolou para frente. Bateu o ombro e ralou a mão, porém conseguiu efetuar uma cambalhota e se colocar de pé a tempo, antes de maiores danos. Olhou para cima, a matilha não iria mais lhe perseguir.
Mancou por entre as árvores, havia uma clareira ali perto, um acampamento… Algumas carroças cobertas, porém totalmente deserto. A fogueira tinha uma panela, esquentando um ensopado, então deveria haver pessoas por perto. Virou-se depressa quando percebeu a aproximação, era uma moça, de hábitos de clérigo e sandálias, segurando uma erva azul.
Rhaysa sofreu 14 pontos de dano; Eleonor obteve uma erva azul. A erva pode ser administrada (Cura, CD 15) a alguém envenenado, ela dá o direito de um novo teste de resistência com bônus de +4
Notas do Mestre:
As atualizações (com exceção desta) serão todas as Terças e Quintas, com combates tendo prazos de 24 horas. Poderá haver atualizações em finais de semana, em combates ou caso todos tenham postado e eu tenha tempo livre. Quando não houver posts, o personagem em questão irá se tornar um NPC. Adotaremos o uso de Pontos de Frequência (solicite seu pdf no grupo) para controlar postagens e dar vantagens para aqueles que se manterem presentes e ativos. Claro, ninguém nunca será punido e estamos sempre abertos a conversas.
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Podem postar, sempre estarei no Telegram para eventuais dúvidas. Quem estiver em interação com NPC's, iremos resolver pelo Telegram e o jogador poderá incluir a resolução em seu post.
Fichas & Status
Eleanor Enly <> PV's 26/26;CA 16/16; PM's 12/12; PE 0/0; PA 1; PF 1 <> Condições:
Magias Preparadas:
Rhaysa Maedocl <> PV's 16/30; CA 14/14; PM's 10/10; PE 3/3; PA 1; PF 1 <> Condições:
Langenmesser 06 <> PV's 27/27; CA 16/16; PM's 0/0; PE 0/0; PA 1; PF 1 <> Condições:
Fenrir <> PV's 36/36; CA 16/16/17; PM's 0/0; PE 0/0; PA 1; PF 1 <> Condições: -2 em Constituição.
Ugtuk <> PV's 31/31; CA 17/17; PM's 11/11 ; PE 0/0; PA 1 ; PF 1 <> Condições:
Magias Preparadas: