Império de Jade - Filhos da Tormenta - Ato 1

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Re: Império de Jade - Filhos da Tormenta - Ato 1

Mensagem por Aquila » 20 Out 2018, 13:02

Filhos da Tormenta - Ato I: Ame
Província de Nigata - Verão de 1103

Sakuya

Você não se surpreende com a forma como as auras dos membros do conselho reagem a sua projeção, pois nenhum deles é estranho para você, mas a presença de uma sombra entre seus nakama desperta parece despertar uma chama em seu coração.

A aura de lorde Matsudara pulsa clara como sua honra [Honrado], assim como a de Eiji, seu mestre samurai [Honrado], e a do sacerdote Wei [Honrado], enquanto a aura dos gaijin é neutra como águas calmas [Honesto], a mesma cor da aura da feiticeira O-Marin [Honesta] e de Fou, seu aprendiz [Honesto], mas a aura do jovem kazuto pulsa com a cor rubra da morte [Sórdido].

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Re: Império de Jade - Filhos da Tormenta - Ato 1

Mensagem por Aquila » 22 Out 2018, 21:06

Filhos da Tormenta - Ato I: Ame
Província de Nigata - Verão de 1103

Castelo de Nigata

Vocês se curvam diante do daimyo, aceitando o encargo, e a partir desse momentos seus destinos se unem por um vínculo que nem mesmo a morte poderá destruir, um vínculo não apenas com seu lorde, cuja vontade se torna soberana sobre seus próprios caminhos, mas também com cada um dos nakama ao seu lado. A partir desse momento todos partilham um mesmo espírito.
Nota
Por terem se colocado à serviço de um daimyo, todos recebem 1 ponto de Honra.

Os conselheiros cumprimentam vocês com reverências - os gaijin ainda parecem deslocados, mas se portam de maneira respeitosa, e até mesmo Eiji, o mestre dos samurai, insinua um sorriso.

- Hoje começa uma nova era para Nigata - diz lorde Matsudara, assim que vocês se erguem da posição de reverência - Não podemos continuar apenas observando, impassíveis, os perigos surgirem ao nosso redor, sufocando nossos esforços, ameaçando tudo que construímos...

- Durante os longos anos de exílio, foi apenas a lembrança de nossa terra amada que nos manteve unidos, a lembrança de uma terra que, em nosso arrogância, desafiava o esplendor dos reinos celestiais, e durante todo esse tempo tudo que sonhávamos era retomar o que havíamos perdido. Mas agora que recuperamos o legado de nossos antepassados, parece que todo o sofrimento pelo qual passamos foi simplesmente esquecido... Lembramos apenas da grandiosidade de nossa terra, de nossa força e beleza, mas nos esquecemos de tudo pelo que passamos para chegar até aqui, de todos os sacrifícios... Os deuses nos deram uma nova chance para cumprirmos nossos destinos, por isso precisamos honrar sua confiança empenhando todo nosso ser, mas só conseguiremos seguir em frente se não ignorarmos os erros do passado.

- Seu sentai é nossa primeira resposta ao desafio.

O lorde faz um sinal para um dos guardas ao lado da porta, e um momento depois um aldeão, um senhor careca, mas de constituição forte, entra na sala, se aproximando curvado antes de se ajoelhar no estrado, um passo trás e a esquerda de vocês.

O lorde continua.

- Como sabem, quase toda a madeira que usamos no feudo vem de Endo, uma vila madeireira próxima das montanhas, às margens de Aka Kage no Mori [a Floresta da Sombra Escarlate]. De Endo, a madeira é enviada para nós através do Rio Ashima, e então distribuída para as vilas. Desde que retornamos ao nosso lar, sabemos da presença dos espíritos que habitam as profundezas da floresta, mas até agora nenhum deles se revelou para nós, pois em nenhum momento nós desrespeitamos as dádivas que a natureza nos concede, pegando apenas o que necessitamos e usando todas as nossas habilidades para restaurar seu equilíbrio. Mas, agora, monstros começaram a surgir das sombras para atacar aqueles que se aproxima demais da floresta... Sua primeira missão será destruir esses monstros.

- Mestre Oburo é o prefeito de Endo - diz o lorde, se referindo ao aldeão. - Ele trouxe pessoalmente a notícia sobre o ataque dos monstros, pedindo nossa ajuda. Oburo, conte-nos mais a respeito dessas criaturas.

O homem faz uma reverência.

- Sim, meu senhor. Os bakemono nos atormentam desde que fundamos a vila, mas eles nunca se mostraram organizados ou numerosos o suficiente para causar problemas, porém, a cerca de uma semana, um oni foi visto perambulando na região profunda da floresta, na região de onde extraímos as árvores altas. Eu o vi, na noite que abandonamos os acampamentos... um gigante imenso, de pele azulada e chifres afiados como uma espada.

- No começo achamos que era apenas um oni errante, até que ele surgiu nos acampamentos avançados, liderando os bakemono... Cinco lenhadores foram levados, não restando nenhum indício de para onde exceto alguns finos rastros de sangue... Depois disso, nós nos abrigamos na aldeia, onde as criaturas não ousam se aproximar. Ainda assim, um lenhador foi atacado dois dias atrás. Felizmente, graças aos deuses, ele não foi levado, escapando apenas ferido pelas flechas dos bakemono...

O lorde se volta para vocês, o rosto compenetrado em pensamentos.

- Mestre Oburo poderá responder suas perguntas durante a viagem - ele diz, pondo fim a audiência. - Assim que estiverem prontos, vocês o encontrarão no portão norte, próxima do ryokan. Se precisarem de ajuda ou equipamento, não hesitem em falar com os membros do conselho. Cada um deles, assim como eu, é responsável pelo sentai. Alguma pergunta? Que os deuses abençoem seus caminhos.

Sentai
  • Fou (Hanyô Wu-Jen 1): CA:13; PV: 10; PM: 13.
  • Wei (Ryuujin Shugenja 1): CA:14; PV: 18; PM: 11.
  • Sakuya (Humana Samurai 1): CA:16; PV: 20; PM: 7.
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Aldenor
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Re: Império de Jade - Filhos da Tormenta - Ato 1

Mensagem por Aldenor » 23 Out 2018, 18:35

Kazuto não gostava de se curvar. Era um desgosto mesmo para seus superiores no clã Gintsuki, embora o fizesse para eles por questão de disciplina. Enquanto remoía o desagrado no estômago, ouvia com alívio que podiam relaxar enquanto ouviam as palavras do lorde Matsudara envolta em honra e glória de dias antigos.

Agora eram um sentai, um grupo abençoado por Lin-Wu com a camaradagem celestial forçada. Kazuto entendia a importância da união de um grupo, mas não era ávido em dividir ombro a ombro com um desconhecido durante os riscos de sua vida. Sequer em sua família, os Yamaguchi, ele confiava. Não. Kazuto só confiava em seu clã.

Sorriu em respeito e em falsa simpatia para o tal prefeito de Endo. Uma missão simples lhes foi conferida e Kazuto considerou tudo muito fácil. Olhou de relance para seus recém intitulados nakama para absorver suas reações face às revelações da tarefa do daimyo. Por um lado, seguir um daimyo o fez sentir-se desconfortável, por outro, entendia que não precisava se sentir preso a promessas vazias.

Não tinha perguntas a fazer para o lorde no momento e não queria pedir nada aos conselheiros que chamassem atenção para si. Estava preparado com todos seus equipamentos, mas, talvez...
Kazuto
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Talvez um cavalo seja útil para a viagem.
Comentou discretamente com os gaijin.

Quando teve oportunidade, se dirigiu ao prefeito no limiar do respeito insuspeito.
Kazuto
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Esses bakemono... o que eram? Além de flechas, saberia identificar que outro tipo de arma usavam?
Não queria saber do oni. Certamente era um assunto para a samurai, a combatente que deveria desafiá-lo. Kazuto pensava na estratégia no campo de batalha com os inimigos menores.
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ZHANG WEI

Mensagem por Padre Judas » 25 Out 2018, 08:50

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Zhang curvou-se adequadamente. Ouviu-o atentamente e também ao prefeito de Endo.
Zhang Wei
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– Obrigado, meu senhor. Como disse o nakama, montarias seriam úteis.
Virou-se para Oburo.
Zhang Wei
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– Gostaria de conversar com o sobrevivente.
BAÚ DO JUDAS
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Aquila
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Re: Império de Jade - Filhos da Tormenta - Ato 1

Mensagem por Aquila » 25 Out 2018, 13:58

Filhos da Tormenta - Ato I: Ame
Província de Nigata - Verão de 1103

Castelo de Nigata

- Não temos cavalos disponíveis para todos - diz Bowen, o rastreador, respondendo a pergunta de Kazuto. - Nossa criação ainda é pequena; somente agora os cavalos que nasceram no primeiro ano estão atingindo a idade de reprodução, então vai levar pelo menos três anos até termos o mínimo que precisamos. Felizmente, a maior parte dos nascimentos tem sido de fêmeas...

- Uma benção dos deuses - diz lorde Matsudara.

- Sem dúvida, meu senhor, mas ainda assim não podemos depender apenas da fortuna. Oshu disse ter encontrado rastros de um manada selvagem perto de Oro-gawa, então tomei a liberdade de enviar um grupo de batedores para investigar assim que soube da notícia. Mesmo que seja uma manada pequena, não podemos arriscar que caia nas mãos do inimigo...

Lorde Matsudara crispa as mãos, tencionando os músculos, o único sinal que demonstra a ira que queima em seu espírito, pois o inimigo a que o rastreador se refere são os remanescentes dos piratas que atacaram a vila a um ano atrás, e que ainda se escondem dos caçadores do feudo.

- Fez bem, meu amigo - diz o lorde. - Não podemos arriscar que aqueles bandidos se fortaleçam, mas falaremos sobre isso mais tarde... Oburo, fale mais sobre os bakemono?

O lenhador faz uma leve reverência.

- Os menores, os goblins, usam arcos, facas, lanças, tacapes e machados, meu senhor, além de escudos e armaduras de couro. Antes eles usavam apenas armas de pedra e madeira, mas no último ano, eles foram vistos usando armas de ferro. Não sabemos como eles estão conseguindo o ferro, mas achamos que podem ter uma mina nas montanhas. Tentamos seguir alguns que encontramos caçando na floresta, alguns meses trás, mas não encontramos nenhuma pista...

- Uma nova mina de ferro seria muito útil - diz Eiji, o mestre samurai, coçando o queixo, de braços cruzados. - Encontramos muitos traços de ferro nas cavernas das colinas, mas uma jazida nas montanhas seria um recurso importante... Se puderem, descubram uma pista de onde fica essa caverna - ele diz, dirigindo-se ao sentai. - Dependendo de sua posição e do perigo, podemos organizar um grupo de exploração... Agora continue, Oburo.

- Quando eu vi o ogre, ele usava apenas uma arma, um tetsubo imenso, cravejado com tachões de ferro - diz o lenhador, - mas um sentinela disse ter visto uma aljava de lanças em suas costas. Yuura, o homem que sobreviveu, pode saber mais sobre o ogre. Ele ainda está fraco, mas os senhores podem interrogá-lo assim que chegarmos na vila.
Nota: A ordem de Eiji é uma missão opcional.
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Re: Império de Jade - Filhos da Tormenta - Ato 1

Mensagem por DiceScarlata » 28 Out 2018, 02:50

Sakuya Shirato
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*Encarava Kazuto friamente. Sentiu a sua aura tenebrosa. Um batedor huh? Qual seu real objetivo. O que realmente escondia? Faria essas perguntas depois diretamente. Agora, precisava livrar-se dessas distrações*

- Do Ogre... Cuido eu. Mas creio que mesmo em linha de frente, contarei com o auxilio de meus nakama. Confiarei minhas costas a vocês em troca de protegê-los com carne e ossos.

*Ainda que mesmo confiando as costas ao sentai, jamais baixaria a guarda ante o desonrado. Sakuya não era uma líder. Não, de forma alguma. Não ainda. Embora seu pai tenha sido um general brilhante, com habilidades táticas superiores, Sakuya sentia-se melhor na vanguarda, reduzindo inimigos um a um com perícia extraordinária*

- Por um momento temi que nossos inimigos estivessem agindo de maneira desonrada e armando esses goblins com aço... Mas se o problema é uma questão geográfica, tomaremos a mina em seu nome, tono. Até lá, não podemos nos descuidar. Embora pequenos como crianças, goblins são irmãos da escuridão e em grande número podem ser nossa perdição. Mesmo uma simples pedra atirada, pode ser uma arma letal.

*Agarrou suas muitas armas, ficando de pé e as prendendo a seu corpo*

- Falaremos com este homem, Eiji-dono.

*Realizou uma mesura, baixando a cabeça e virando as costas*

- Yukuzou. (vamos).

*Não era líder... mas em seu sangue jazia o impulso de sair a frente*
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- FUI REENCARNADO COMO MONSTRO (on): Gizmo
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Lord Seph
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Re: Império de Jade - Filhos da Tormenta - Ato 1

Mensagem por Lord Seph » 28 Out 2018, 15:58

Fou se mantém em silêncio por todo o tempo daquela reunião, sentia suas pernas dormentes e por breves instantes sentia uma estranha presença naquele ambiente.

Foi o Samurai nada discreto que o trouxe de volta a realidade, mas não fez nenhum sinal de desaprovação de seu ato.

Ouvindo sobre montarias Fou imagina se não deveria sugerir importar os Trobos do continente. Mas deixaria isso como sugestão a sua sensei.

- Aumentar os recursos da vila e eliminar uma ameaça me parece justo no momento, mas a locomoção realmente é um empecilho.

Fou fala após pedir permissão para tal ato.

- Se não houver montaria o suficiente uma carroça deve ajudar em nosso deslocamento.

E também permitiria aliviar o peso de qualquer coisa sendo carregado.

O Samurai então parecia decidido, então que fosse. Fou apenas fez uma mesura a se preparava para partir.

Aquele grupo prometia trazer uma certa curiosidade para Fou.
Melhor queimar do que apagar aos poucos.
-Neil Young.
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Aquila
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Re: Império de Jade - Filhos da Tormenta - Ato 1

Mensagem por Aquila » 02 Nov 2018, 17:06

Filhos da Tormenta - Ato I: Ame
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Depois da audiência, vocês marcam de se encontrarem novamente diante da estalagem dos viajantes, no portão norte da vila.

Sakuya é a primeira a chegar no estalagem, onde o lenhador Oburo já os aguarda sob o grande cedro que fica no lado leste do pátio, e que marca o início da passagem que leva para o templo da vila. Um grupo de mercadores, vindos da capital, ocupa o pátio da estalagem, atarefados com os preparativos para continuar sua viagem até Ryuu’Ken. Sob o sol da manhã, o azul celeste de seus trajes faz com que a comitiva dos mercadores se pareça com um lago das montanhas, cujas águas selvagens tremem com o toque ardente do vento do mar.
Nota
A izakaya pertence a Torizo, esposa de Oshu. Ela foi construída no início do primeiro ano da vila para atender os viajantes que vinham de Shinkyo a fim de explorar as novas terras. Nos primeiros anos, as caravanas eram raras os viajantes era, raros, pois a estrada ainda não passa de uma trilha lamacenta cortando regiões selvagens, mas agora que os feudos da região começam a se estabilizar, as caravanas começam a surgir, embora a viagem pelo mar ainda seja mais utilizada.

Sakuya <> Assim que você chega no pátio, você nota que um homem acompanha Oburo, um guarda, pela aparência, armado com um par de adagas e um arco longo. Tão logo eles a avistam, os dois se endireitam para saudá-la, e você nota que os dois vestem malhas metálica sob as túnicas, um legado da época do exílio.

- Este é Hirei - diz Oburo, apresentando o guarda. - Hirei é um dos caçadores de nossa aldeia.

- É uma honra, senhora - diz o caçador, fazendo uma reverência.

Kazuto é o segundo a chegar à estalagem, poucos minutos depois de Sakuya, vindo pela estrada com a carroça requisitada por Fou. Coube ao rapaz acompanhar Bowen até a praça do mercado, onde o rastreador requisitou uma carroça, depois que a audiência terminou.

Um grupo de crianças da vila também está no pátio da estalagem, brincando com suas espadas de madeira, mas assim que a carroça surge, elas correm para ver o grande boi castanho e subir na caçamba. Quase metade delas são gaijin, meninos e meninas de olhos e cabelos claros, mas todos estão vestidos com roupas que mostram o quanto a cultura tamuraniana foi influenciada pelos costumes do sul, e que dá à Nigata o nome pejorativo de província dos mestiços. Assim que a primeira criança sobe na carroça, começa um alvoroço por causa dos pêssegos que foram dados ao sentai pelos aldeões do mercado, três caixas de pêssegos maduros, recém colhidos.

Wei chega poucos minutos depois de Kazuto, vindo pela trilha que leva ao templo, mas antes que ele os cumprimente, duas garotas surgem no outro lado do pátio, vindo pela trilha que leva para a vila.

- Vovô! - grita uma delas, acenando de longe, uma jovem tamuraniana de cabelos negros com as pontas pintadas de vermelho, preso em um rabo de cavalo. Ela sobe a trilha a passos largos, tão rápido que a outra precisa correr atrás dela, mas o que realmente chama a atenção não é sua jovialidade, mas os trajes que usa, muito mais sulista do que tamuraniano.

- Esta é minha neta Hina - diz Oburo, assim que a garota se aproxima e os cumprimenta com um aceno de mão. "Oi." - Peço que perdoem seus modos, ela ainda acha que está em Valkaria.

A garota não parece se importar.

- São vocês que vão ajudar com os goblins? - ela diz, olhando para vocês com um brilho de admiração no olhar, demorando-se um pouco mais em Kazuto. - Isso é melhor do que eu imaginava. Achei que Matsudara ia mandar alguns guardas e caçadores, mas ao invéz disso manda um grupo de aventureiros. Parece que algumas coisas não mudam...

-Lorde Matsudara - diz Oburo, o rosto sério.

-Tanto faz, vovô - a garota responde, mas fica claro que para o lenhador a conversa ainda não acabou. Mas então todos os olhares se voltam para a jovem atrás dela, cuja simples presença parece obscurecer o sol como uma nuvem negra. Até mesmo as crianças se afastam, mas Hina não parece sentir nada, sorrindo.

-Puxa vida, esqueci que tava aí, garota - ela diz, olhando para a jovem atrás dela. - Venha, não fique acanhada... Gente, essa é a Muwan. Eu a encontrei na praia... Não, na verdade, ela me encontrou. Acho que foi por causa dela que eu tive o sonho... Depois eu explico. O que importa é que ela vai com a gente...

Fou é o último a chegar no pátio da estalagem, mas ainda assim consegue ouvir as palavras da garota.
Nota
Muwan mora em Nigata praticamente desde a fundação da província, então todos vocês já a viram uma ou outra vez na vila, ou então ouviram sobre os boatos sobre a garota estranha. Ela não mora na vila, mas sim em uma aldeia de pescadores no lado sudoeste da baía.
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Muwan
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ZHANG WEI

Mensagem por Padre Judas » 03 Nov 2018, 22:04

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A informalidade da garota é... no mínimo desconcertante.
Zhang Wei
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– Na infância algumas liberdades são toleradas, mas você deve aprender a se comportar, menina. Seu avô não estará sempre por perto para protegê-la das consequências de seu desrespeito. Mesmo que estivéssemos no continente, isto não é desculpa para sermos negligentes nos caminhos de Lin-Wu-sama.
O shugenja fala com seriedade. Então cumprimenta a jovem recém-chegada.
Zhang Wei
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– Saudações. Sou Zhang Wei, shugenja a serviço de Lin-Wu-sama e Matsudara-sama.
Ele já vira a garota algumas vezes, de fato, mas não se lembrava dela já ter visitado o templo.
Zhang Wei
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– Somos o sentai reunido pelo daimyo para a tarefa de lidar com os goblins. Assim que... ah, Fou-kun chegou. Acredito que podemos partir, agora.
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Re: Império de Jade - Filhos da Tormenta - Ato 1

Mensagem por Aquila » 05 Nov 2018, 20:00

Filhos da Tormenta - Ato I: Ame
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Oburo fica envergonhado pela atitude da neta. - Hina! - ele diz, olhando-a com reprovação. - Por favor, perdoe os modos de minha neta, Wei-sama... - ele diz, fazendo uma reverência.

Hina, no entanto, não parece compartilhar dos sentimentos do avô, sorrindo quando Oburo se curva diante de Wei, mas sua expressão muda enquanto ela procura algo coisa dentro do casaco, afastando a alça da aljava. Ela sorri quando retira o pequeno colar que usava escondido sob as vestes, uma efígie de Lin'Wu, esculpida em jade, presa em uma tira de couro trançado, mas a expressão está longe de ser orgulho.

- Eu nunca me afastei do caminho, mesmo quando estava em Valkaria - ela diz, olhando para o pequeno objeto entre seus dedos com um olhar distante. - Minha vida pertence ao deus-dragão... Mas isso... - Ela faz uma careta para a posição do avõ. - Essa coisa forçada é ridícula. Isso não ajudou em nada quando tudo aconteceu, ajudou? Não, todos morreram da mesma forma, da mais perfeita cortesã do imperador ao yakuza mais depravado...

Seus olhos ficam marejado.

- Eu sei fazer isso, senhor, todos esses modos, esses sorrisos, dizer as palavras certas, mas não vou ficar me jogando no chão sempre que alguém que se acha melhor do que eu passar empinando o nariz para os céus. Respeito é uma coisa, submissão é outra...

- Já chega, Hina! - diz Oburo, dando um passo na direção da garota, interrompendo-a. Ela hesita por um momento, olhando do avô para Wei, os sentimentos lutando em seu olhar, mas por fim dá de ombros

- Estava apenas expressando meus sentimentos- ela diz, fazendo uma leve reverência para Wei, antes de se afastar na direção da estrada.

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