Aventura - A Sombra da Tempestade
Parte 2: Nuvem Negra
Naoko estava totalmente paralisada diante do monstro que investia contra ela como um pesadelo sombrio, a respiração presa em um grito de medo e surpresa que talvez jamais fosse ouvido.
O ogro era imenso, uma criatura descomunal de puro músculo e fúria, o tronco largo como um touro, com uma pele azul-escura que tornava impossível definir onde terminava seu corpo e onde começava as trevas da floresta de onde havia saltado e surpreendido a jovem shugenja, e os soldados que a escoltavam, cuja atenção estava voltada totalmente para o outro monstro, que bloqueava a passagem.
Como aqueles monstros haviam surgido tão perto da vila sem que ninguém percebesse?
A pergunta assombrava os pensamentos de
Naoko de maneira absurda, porque, naquele momento, qualquer pessoa não se importaria com a forma como os ogros haviam conseguido ultrapassar a barreira de patrulheiros do vilarejo. Em poucos instantes, aquilo não importaria mais.
O dia estava nascendo quando a shugenja e os guardas deixaram a vila para investigar o último relato sobre a misteriosa criatura que havia sido vista nas profundezas da floresta. O aparecimento de bakemono tinha se tornado comum, nos últimos dias, tanto que, no início, se imaginou que a criatura pudesse ser mais um desses monstros sórdidos, mas logo essa possibilidade foi descartada. A criatura que os patrulheiros descreviam parecia mais um fantasma do que um ser vivo, se movendo pelas sombras como se fizesse parte delas.
Não demorou para que os boatos sobre ninja perambulando pela mata começassem a circular pelo vilarejo, atiçando o medo e a curiosidade de todos.
Naoko, no entanto, achava que a natureza do monstro podia não ser o que a maior parte das pessoas imaginavam, então ela se voluntariou para acompanhar o grupo de guerreiros destacado pela chefe da vila para investigar a criatura. Sua intuição se mostrou correta.
A criatura que espreitava na mata era na verdade um yuurei, um espírito atormentado cuja forma havia se tornado uma sombra disforme de sua antiga vida, e cuja vontade agora era apenas uma lembrança esquecida.
Infelizmente,
Naoko não pode descobrir o que ligava o yuurei ao mundo dos vivos. O dia chegava ao fim, e ninguém podia perambular pela floresta depois do anoitecer, mesmo com uma escolta armada. Sem alternativa, ela e os guardas retornaram para o vilarejo, mas quis o destino que a noite os alcançasse antes que estivessem em segurança.
O ogro surgiu do nada, como se tivesse sido criado pela própria escuridão que tomava a floresta, atacando os guardas com uma fúria avassaladora. A surpresa, no entanto, foi rapidamente, e os guardas, muitos deles gaijin, logo encurralaram o monstro, sem suspeitar de suas reais intenções.
O segundo ogro surgiu a poucos metros de
Naoko, que, nesse momento, estava sozinha, na retaguarda do grupo, supostamente protegida por uma parede de guerreiros. O urro de guerra do monstro chacoalhou as árvores ao redor da trilha, úmidas de chuva, congelando o sangue da sacerdotisa. Antes que
Naoko pudesse reagir, o monstro estava sobre ela, atacando-a com sua clava imensa, cravejada de pontas de ferro, os pequenos olhos negros refletindo a luz das tochas de maneira hedionda.
- Naoko-ojousama!
O estrondo do choque da clava com o escudo de metal abafa o grito de dor do guerreiro, cujo braço é esmagado pelo golpe descomunal. Rápido como um relâmpago, o jovem guerreiro gaijin havia surgido entre
Naoko e o ogro no momento do ataque do monstro, recebendo o golpe diretamente no escudo triangular.
O ogro não parece se importar com o pequeno humano que se colocou diante dele, voltando a atacar com ímpeto assassino. Felizmente, seus ataque são desviados pela chegada de outros guerreiros, que, já recuperados da surpresa, se dividiram para combater os dois monstros.
E então surgiu o terceiro ogro.
Por um instante, o medo tomou conta de todos. Quantos mais daqueles monstros estariam escondidos na floresta, e como eles haviam chegado tão perto da vila sem que ninguém percebesse? A resposta não parecia importar em meio ao clangor do choque das clavas com pontas de ferro contra os escudos e armaduras dos guerreiros que tentavam deter os ogros, cujos destinos pareciam selados.
Foi então que um tropel de cavalos calou os sons da batalha, fazendo com que todos,
Naoko, os guardas e os ogros, se voltassem para a margem da floresta com expectativa, vendo o brilho de tochas se aproximando cada vez mais, até que, subitamente, saltou da mata um jovem montado em uma jitensha.
Pedalando com agilidade, o jovem cruza a clareira aos saltos, indo na direção do combate, onde os guardas, atônitos, tentam rechaçar os ataques dos ogros.
E, então, uma árvore enorme é arremessada da floresta quando um touro hediondo, carregando um imenso cavaleiro, irrompe da mata na dianteira de um grupo de cavaleiros liderados por um samurai vestido do mais puro branco.
Notas sobre a batalha
Quando os personagens chegam na clareira, os ogros e os Guardas de Mito já estão feridos do começo da batalha. Os ogros apresentam alguns cortes e flechas cravadas no corpo, mas isso não parece tê-los afetado muito. Os guardas, por outro lado, estão feridos e abalados.
Batalha Contra os Ogros - Turno 1
Ordem de Iniciativa
- Naoko
- Akira
- Tezu
- Takaharu
- Guardas de Takaharu (Unidade)
- Guardas de Mito (Unidade)
- Akabane
- Ogros
Sentai
♦
Tēzū (Mashin Wu-Jen 1): CA:13;
PV: 8/8;
PM: 14/14;
XP: 400;
Aliado: Montaria;
Especial: Deslocamento +3, Ação de Movimento Adicional.
♦
Takaharu (Humano Samurai 1): CA:17;
PV: 20/20;
PM: 6/6;
XP: 400;
Aliado: Montaria;
Especial: Deslocamento +3, Ação de Movimento Adicional.
♦
Akira (Humano Monge 1): CA:19;
PV: 19/19;
PM: 7/7;
XP: 400;
Aliados: Curandeiro;
Especial: Cura Acelerada 2.
♦
Akabane (Hanyo Bushi 1): CA:18;
PV: 27/27;
PM: 7/7;
XP: 400;
Aliado: Montaria;
Especial: Deslocamento +3, Ação de Movimento Adicional.
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Naoko (Ryuujin Shugenja 1): CA:15 (17*);
PV: 18/18;
PM: 10/10;
XP: 0;
Especial: *Honra Suprema.