Você sobrevoou o acampamento e pousou sobre um rochedo próximo. De lá assumiu uma postura imponente, dotada de confiança e certa arrogância. Seu orgulho parecia transbordar. Mas dessa vez, ao invés de um poderoso rugido, você tentou falar de forma eloquente e educada.
A reação dos dragões de sangue foi imediata. Foram pegos de surpresa por sua chegada, ficando perplexos enquanto se aproximava. No entanto, assim que falou, logo começaram a correr desorganizados. Uns e outros bateram cabeças, caindo ou ficando atordoados. Alguns correram como se fossem fugir e poucos tentaram carregar os feridos da forma que podiam.
Nesse momento um deles parece se destacar quando começa a rosnar palavras incompreensíveis. Parecia dar ordens e delegar tarefas e funções a aqueles que estavam desorientados. Não demorou e você se viu diante de uma pequena tropa constituída de 10 indivíduos armados de lanças e machadinhas.
- Esperem!
Um grito vindo de trás da tropa. Um deles caminhou até passar a frente dos dragões de sangue que estavam armados. Parecia ser o mais velho dentre os presentes. Tinha os mesmos bigodes do que você conhecia por dragão oriental e algo parecido com eles abaixo de seu queixo que deveriam ser sua barba. Suas escamas não tinham o mesmo brilho dos demais, pareciam ofuscadas e envelhecidas, mas seu corpo ainda parecia em forma e saudável, apesar de se apoiar em uma bengala. Tinha muitas cicatrizes, embora nenhuma parecesse recente, e se vestia com mais pele que seus pares, com um saiote que lhe cobria até os pés.
Ele limpou a garganta.
- Saudações e cortesias, sou o ex-chefe dessa tribo. Peço desculpas pelo comportamento afobado dos jovens. São inexperientes. Espero que possa ignorar essa descortesia.
Ele faz uma reverência formal.
- Peço desculpas pela minha ignorância Grande Aeris, mas o que viriam a ser “Homens-Lagarto”? E, se me permite a indelicadeza, por qual razão estaria interessado em nossos problemas?