Crônicas Artonianas IV [TRPG] - ON

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Aldenor
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Crônicas Artonianas IV [TRPG] - ON

Mensagem por Aldenor » 10 Mar 2017, 15:37

Aventura Um
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Aldenor
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Re: Crônicas Artonianas IV [TRPG] - ON

Mensagem por Aldenor » 22 Mar 2017, 21:33

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Valkaria, Deheon.
Aztag 1 sob Pace, 1410 CE


A primavera trazia uma noite amena, com ventos frios e acalantadores depois de um dia quente. Valkaria fervilhava como em todos os dias. Tavernas e estalagens inundavam as ruas com cheiros diversos. Pessoas vagavam pelas ruelas, praças e becos interessados sem seus assuntos, negócios. Guardas milicianos iam e vinham em duplas, sempre fiscalizando os súditos da Rainha Imperatriz ou fazendo parte dos esquemas dos gatunos. Espadachim galantes disputavam com soturnos pistoleiros foras-da-lei a atenção do povo, da guarda ou de donzelas e rapazes garbosos. Valkaria possuía a mais charmosa e rica classe aristocrática de Arton, onde jogavam um complexo jogo de intrigas.

As ruas estreitas - maioria nessa imensa metrópole - estava repleta de transeuntes, mendigos, punguistas, vendedores de rua, pregadores dos deuses (TODOS os tipos, de Valkaria a Megalokk). Teatros, ateliês e algumas tavernas abrigavam shows, apresentações de arte, e peças. Em alguns becos, lutadores de rua brigavam para saber quem seria o Rei da Noite e poderia gastar suas moedas em muita aquavitae nas tavernas. Ou guardar pra pagar sua próxima refeição. Valkaria é tão grande e ampla que possui enormes jardins em diversos bairros. Alguns deles são locais onde rangers e druidas se sentem mais a vontade: ilhas no oceano de pedra, concreto e civilização. Havia também aqueles que viviam na sujeira, na escuridão, com seus olhos vermelhos em busca de algum conforto na vida sofrida.

Todos os deuses eram cultuados. Todos eram permitidos, embora alguns mais cruéis fossem desencorajados. Mas não se engane: sacrifício de seres inteligentes ainda é crime! Mesmo assim, cultistas prosperam em Valkaria. Sempre há uma alma atormentada em busca de zelo divino. Ainda assim, a Tormenta não pode ser cultuada. Uma exceção. E mesmo assim, mais de uma vez seus cultistas traidores de Arton já foram mortos ou capturados.

Valkaria era uma cidade de aventureiros. Era uma cidade de oportunidades.

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Nitamu-ra
Os jardins bem tratados do exótico bairro dos tamuranianos exalavam cheiros confortantes. A primavera favorecia o aparecimento de diversas flores coloridas criando um clima agradável no bairro. Este era o lar de Hogoken, o "Mashin Samurai", como ficou relativamente conhecido na vizinhança. Os mashins, seres construídos a partir da essência elemental, eram bastante raros naqueles dias de modo que Hogoken jamais vira algum desde que nadara no Oceano e deixara para trás sua terra natal. A saudosa Tamu-ra e seus dias de guardião do templo de Kintjur... eram dias do passado. Eles e seus amigos aventureiros mortos em uma masmorra também eram as chagas de sua alma. Se é que havia uma.

Hogoken não esquecia de nada. Não podia, sua mente e seu corpo eram eternos. A chegada a Nitamu-ra foi há poucas semanas e logo atraiu a curiosidade dos nitamuranianos, principalmente crianças nascidas em Valkaria, após a tragédia de 20 anos atrás. Inu, seu fiel cão, também não ficou para trás na popularidade da molecada. Os mais velhos, entretanto, estreitavam os olhos amendoados quando o viam. Desconfiança de um povo fechado, tradicional. Alguns ainda se consideravam refugiados de uma catástrofe. Mas outros, principalmente aqueles de menos de 20 verões já tinham a mente mais aberta e sentiam necessidade de mesclar-se com o restante da pulsante metrópole de Valkaria.

Sem demora, Hogoken se alojou em um casebre singelo, onde o dono o tratava com cortesia. Seu nome era Satoshi Yamada, um samurai. Apesar da idade - pra lá de 50 anos - o homem treinava com sua katana todos os dias. Algumas vezes convidava Hogoken para acompanhá-lo, mas na maior parte das vezes preferia treinar sozinho. Começava de manhã, parava para almoçar e meditava ao longo da tarde. Demorou pouco para o mashin perceber que Satoshi não batia bem da cabeça.
Satoshi
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Oh, meu amigo de lata, você quer um coração, não é? É seu objetivo, claro. Todo mundo precisa de um coração. Mas você não pode ter. Claro que não. Se tivesse aposto que o daria para a primeira rapariga que encontrasse.
E ria alto. Satoshi parecia sofrer de algum distúrbio. Em alguns momentos era um homem sério, compenetrado, diligente. Em outros momentos era sorridente, alegre e até um pouco assustador com suas brincadeiras. Em algumas situações ele parecia calado, triste. Chorava por qualquer coisa. Em outras oportunidades ele chorava de rir descontroladamente.
Camille Vielmond
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Ele está cada vez mais senil.
Camille tinha pouca paciência pra seu "sensei", mas era resignada. Ela era uma mulher com quase 20 anos que visitava Satoshi de vez em quando. Hogoken soube da natureza nobre de sua ascendência. Os Vielmond eram aristocratas decadentes em Valkaria. Haviam perdido toda fortuna em jogos de azar e atualmente buscavam casamento com famílias burguesas para se manter. Sua mãe havia morrido, mas seu pai, Ernest Vielmond conseguiu casar suas duas filhas mais velhas, Julyane e Gabrielle com homens ricos. Camille não era como as irmãs donzelinhas. Tinha desenvoltura atlética, gostava de praticar com espadas tamuranianas e casar não estava em seus planos. Dizia-se uma discípula de Satoshi, mas o velho nunca a aceitou de verdade. Sempre dizia para ir embora, mas Camille insistia e conseguia ser treinada por algumas horas.
Camille Vielmond
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E ficamos assim praticamente por cinco, seis anos já. Ele me nega, às vezes nem lembra quem eu sou, mas no fim, me treina.
Quando perguntada pra que queria saber lutar, ela respondia evasivamente.

Hogoken tinha uma rotina bem simples. Varria a casa de Satoshi, fazia compras no mercado de Nitamu-ra e quase nunca saia do bairro. À noite ouvia suas histórias. Satoshi podia ser louco, mas jamais contava a mesma história. Algumas bem loucas, outras verossímeis. Camille aparecia umas duas ou três vezes por semana.

Até que uma vez, Camille apareceu a noite, descendo do telhado de barro da casa de Satoshi, pousando com leveza no pátio aberto, gramado. Hogoken acabara de colocar o velho Satoshi em sua cama dentro da casa e Inu puxara sua mão para acompanhá-lo. O mashin o seguiu para o lado de fora e acabou por ver a mulher retirar uma máscara negra que cobria o rosto na altura dos olhos. Quando ela se virou e encarou o homem-máquina e seu cachorro, tomou um susto.
Camille Vielmond
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Droga... esqueci que você não dorme. Aff.
Hogoken agora podia ver com clareza. Suas roupas eram estranhas, parecia uma espécie de robe feito de um tecido negro, amarrado na cintura com uma corda simples. Tinha as calças bufantes, mas amarradas na altura do joelho, onde uma faixa negra envolvia a canela e terminava em um sapato leve. No ombro direito, Camille exibia um corte vulgar com manchas. Os sensores do mashin não demoraram para emitir o alerta em sua mente. Era sangue.
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Baixa Vila de Lena
No mais boêmio dos bairros de Valkaria parecia dia. Sempre. Parece que Azgher delegava a seus subordinados em forma de lamparinas, tochas e luzes mágicas a tarefa de deixar a região a sudeste da Estátua da Deusa sempre iluminada. Aqui era onde a maior parte dos jovens iam e viam, cheios de sonhos. Aqui era onde a maior parte da ação na cidade acontecia. Era aqui que Nick Fúria se encontrava.

O maduro anão chegara há poucas horas na cidade. Era um homem errante, vagante, buscava um canto para dormir e para espalhar o credo de sua fé. A morte. Mas não era chegado a sacrifícios, rituais, rotinas eclesiásticas. Isso ele deixava para os Sacerdotes Negros. Ele professava sua fé através de seu machado, no furor da luta, onde sua lâmina bebia o sangue dos futuros cadáveres. Nick acabou, ao acaso, vendo a enorme estátua da deusa há quilômetros e pensou: "por que não?" Desde que entrara, parecia estar numa infinita masmorra, cheia de ruelas, pessoas saindo por todos os buracos inimagináveis e raças de todas as formas e cores. Era uma diversidade jamais experimentada em seus longos anos.

Nick acabou chegando aonde havia mais gente. Achou que haveria mais tranquilidade a noite, pois os humanos tinham essa mania de dormir quando a lua era alta, mas logo percebera estar enganado em Valkaria. Mesmo de noite, a cidade borbulhava. Outra coisa interessante é que ninguém lhe lançava olhares tortos. Mesmo estando armado e tendo uma aparência considerada temida. As pessoas, mesmo aquelas muito comuns, vistas em qualquer lugar de Arton, não pareciam impressionadas com sua aparência.

Coisas interessantes interpelaram o anão naquela noite. Ele sentou-se à mesa em uma estalagem simples: um salão amplo com várias mesas vazias e umas poucas ocupadas, com um balcão pequeno à frente, do lado de uma porta por onde parecia dar o corredor dos quartos. Ele pretendia passar a noite, viu no canto perto da janela um homem sob a luz de uma lamparina na esquina da rua.
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Mesmo através de apenas um olho, Nick pôde perceber que o encarava. Sem mais nem menos, o homem se levantou e sentou-se à mesa dele. Um goblin estava se aproximando com uma bandeja de madeira e deu meia-volta quando viu o homem sentar-se junto de Nick.
Rennard
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Boa noite, anão. Eu sou Rennard. E você?
Ele esperou a apresentação.
Rennard
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Vejo que é um homem de armas... estaria interessado em um trabalho para por em prática seu ofício?
Ele disse com uma voz morna depois de dar uma olhada completa no anão. Nick pôde reparar que as (poucas) pessoas no salão olhavam para eles. Atrás do balcão um anão mal encarado limpava um copo com um pano sujo resmungou alguma coisa para o goblin estático. A voz do anão era toda rouca, carregada, mas os sentidos de Nick Fúria estavam apurados!
Dramin
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Korn, pelo menos finja que trabalha, seu verme. Atende os outros.
Korn
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Ah, tá bom, Dramin, seu velho enverrugado.
O goblin andou bamboleando pra lá e pra cá até uma mesa de três homens armados. Olhavam para Rennard e para Nick, embora sem preocupação em suas expressões.
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Mercado
Lojas e tendas espalhavam-se por várias ruelas dando pouco espaço para as muitas pessoas aglomerarem. Além dos vendedores ambulantes, era possível ver muitas tendas montáveis ocupando calçadas e praças. Os prédios maiores pertenciam às lojas e oficinas mais antigas e mais prósperas, onde abarrotavam pessoas. Era noite em Valkaria, mas o Mercado não conhecia o conceito de dormir.

Diferente da boêmia Baixa Vila de Lena, o Mercado escasseava de tavernas e abundava de comércio. O tilintar das moedas sacolejando em bolsas, passadas sobre bandejas de metal e passadas por diversas mãos era o som mais comum aqui. Saul havia chegado pela manhã em Valkaria com seus amigos Kai e Midori, o casal de tamuranianos. Eles passaram o dia descansando enquanto seu amigo lhe falava sobre a cidade.
Kai
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É como falei, Saul-kun. No mercado você vai poder encontrar lojas de itens mágicos se quiser. Loja de poções, loja de tudo. Amanhã eu te levo na Academia Arcana. Você está disposto a aprender magia, certo?
Midori apareceu com uma bandeja prateada com três xícaras e um bule que exalava um cheiro adocicado. Ela serviu na mesa e pegou para si. Kai fez o mesmo, com suavidade. Ambos eram muito formais e singelos em seus modos. Mesmo assim, Saul aprendeu com o tempo que ambos fugiam das tradições tamuranianas. Eram aventureiros ambos, mesmo Midori, quebrando a rígida ideia de que mulheres deveriam ficar em casa.
Midori
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Eu aconselharia ir na Biblioteca das Duas Deusas primeiro para pegar uns livros emprestados para estudar. O exame da Academia Arcana é difícil, mas você terá tempo para estudar. Ele acontece ano que vem... quando mesmo, amor?
Todos haviam terminado o chá e Kai levou para a cozinha enquanto falava.
Midori
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Um pouco antes do Dia do Reencontro, aniversário da cidade. Em 1411 acho que vai ser no dia 5 sob Altossol.
Instigado, Saul decidiu visitar o comércio da cidade. A fama das lendárias mercadorias de Valkaria espalhava-se pelo mundo. A noite, ele ainda via todas as lojas abertas, embora poucos vendedores ambulantes e com tendas sendo desfeitas lentamente. Somente os prédios comerciais permaneciam vívidos e pulsantes. Saul aproveitou os tibares conseguidos em seu último trabalho e comprou poções de cura, lembrando das cicatrizes pelo corpo. Por via das dúvidas comprou também um pote de bálsamo restaurador. Era fedido, mas eficiente.

Então, enquanto andava despreocupado, distraído pelas milhares de ofertas de mercadorias, um grito chamou sua atenção. Pessoas rapidamente correram passando por ele depois de saírem de uma esquina. Curioso, ele já sacou seu cajado das costas e andou cauteloso. Viu uma criatura de um tamanho humanoide desferindo socos aleatoriamente, reduzindo caixotes a pilhas inúteis de madeira. Homens e mulheres trajando mantos longos e abastados gritavam aterrorizados! Dois milicianos chegaram passando por Saul e usaram suas lanças para atacar. Suas pontas rasgaram as roupas coloridas que ele vestia, revelando um corpo de metal, cheio de engrenagens, graxa e pistões. A criatura tirou o capuz que cobria o rosto e o guerreiro pôde ver uma cabeça metálica humanoide que soltava vapor pelas narinas.
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Um dos milicianos apitou e recebeu um soco na cabeça, como um martelo. Saul ouviu o som nauseante de osso quebrando. O outro miliciano tentou atacar novamente com sua lança, mas tinha o desespero estampado no rosto. Comerciantes à volta estavam apavorados, tentando se afastar do homem metálico - que ele jamais havia visto na vida. Era a hora de um aventureiro entrar em ação! Saul ensaiou entrar no combate, mas ouviu cinco milicianos correndo com porrete em mãos. Um deles começou a isolar a área pegando comerciantes e transeuntes paralisados pelo combate. Ele chegou em Saul em seguida.
Miliciano
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Você aí com o cajado! Ajude-me a tirar essas pessoas daqui!
Sem alternativa, Saul se pôs a ajudar. Viu a criatura de metal ser cercada e esmurrada por todos os lados. Ela se defendia como podia, socando tudo à sua volta, soltando vapor quente de vez em quando. Feriu mais dois milicianos antes de ser imobilizada. Uma bela pancada na cabeça esmagou as engrenagens que lhe davam vida. Um óleo nojento espalhou-se como uma poça de sangue.
Comerciante
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Ei, você! Você é aventureiro, não é? Quero contratá-lo, rapaz! Essas criaturas não param de causar o caos! É a quinta vez já!
Um comerciante puxou Saul pelas mãos, como quem suplicasse. Suas mãos estavam engorduradas, pois o comerciante estava comendo alguma fritura. O miliciano apareceu em seguida, ouvindo a conversa, enquanto os demais começavam a recolher os resquícios da criatura.
Miliciano
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Esses soldados mecânicos estão cada vez mais frequentes. Há um mistério sobre quem está por trás disso. A milícia já fez diversas rondas e acabou com laboratórios ilegais dos goblins da Favela, mas seus soldados não param de aparecer.

Sim, "soldado mecânico" é o nome dessa criatura. E sim, são obra de goblins, no geral. Enfim, há uma recompensa da milícia para quem achar o responsável e trazê-lo as autoridades. Estaria interessado, rapaz?
Comerciante
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Senhor miliciano, com todo respeito, acho que a Associação dos Comerciantes de Valkaria precisa ter uma reunião com aventureiros contratados pela milícia para este caso. Afinal, é um assunto que nos diz respeito diretamente.
O miliciano dá de ombros.
Miliciano
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Faça o que quiser, senhor.

Bom, rapaz, se estiver interessado em seguir os meios legais, compareça à milícia amanhã de manhã.
Disse, virando-se para ir embora. Transparecia cansaço na voz de mais um dia de luta em sua vida.
Cristovan Morianis
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Garoto, se tiver um grupo, pode vir me procurar. Chamo-me Cristóvan Morianis, sou dono da Sassafrás Artigos Alquímicos . Procure-me amanhã para chegarmos a um entendimento. Vá à milícia depois, pode ser?
Não restava mais o que fazer naquela noite. O comércio fechou em luto pela perda de algumas mercadorias. O que estaria acontecendo?
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Padre Judas
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Re: Crônicas Artonianas IV [TRPG] - ON

Mensagem por Padre Judas » 23 Mar 2017, 11:15

Hogoken estava em Valkaria. Uma grande cidade, a maior que já vira em sua existência. Era um estranho em uma terra estranha e sentiria-se perdido não fosse a presença daquela pequena comunidade tamuraniana. A adaptação não era das mais fáceis. Os jovens e crianças o adoravam, mas os mais velhos muitas vezes nem falavam com ele.

A exceção era Satoshi, o velho que o acolhera. Um antigo samurai... como ele.
Satoshi
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Oh, meu amigo de lata, você quer um coração, não é? É seu objetivo, claro. Todo mundo precisa de um coração. Mas você não pode ter. Claro que não. Se tivesse aposto que o daria para a primeira rapariga que encontrasse.
Hogoken poderia argumentar, dizer que não havia sentido em ter um “coração”. Ele não precisava do órgão e não sentia necessidade de uma “alma” ou o que quer que o velho quisesse indicar com a metáfora. Mas sabia que Satoshi-sama estava quebrado.

Quebrado não, que ele não era um objeto. “Traumatizado” seria o termo. Talvez tivesse algo a ver com o fim de Tamu-ra. Hogoken lembrou-se (pois nunca esquecia) de um velho em sua antiga vila. Ele sempre fora um homem duro, rígido, mas “quebrara” quando toda sua família morrera em um incêndio. Não costuma demonstrar isso – tornara-se ainda mais fechado. Mas pouco antes do amanhecer, logo após os amantes partirem e antes do lugar ser limpo para o novo dia, o velho vinha e inclinava-se diante do altar de Kintjur, chorando por alguns minutos e balbuciando pedidos de perdão. Ninguém estava lá para ouvir – exceto Hogoken. O velho chorava e depois partia, o rosto seco, como se nada tivesse acontecido. Nem olhava para o mashin, apenas seguia seu caminho. Parecia mais um morto que caminhava, que vivia por obrigação e por nenhum outro motivo.

Mas mesmo traumatizado Satoshi-sama era um bom homem e tratava bem Hogoken. Eles treinavam às vezes e o mashin acompanhava o velho em suas meditações. E havia Camille. Ela não era tamuraniana, nem descendente, mas Satoshi-sama aceitara treiná-la. Ela era jovem – e o mashin sabia que era bonita, embora isso não o afetasse como a alguns rapazes que às vezes passavam em frente ao dojo. Os dois conversavam e o mashin aprendia um pouco mais sobre a cultura daquela terra. Mas sempre evitava as perguntas sobre seus motivos ou sua vida pessoal.

Era a noite do primeiro dia de Pace e ele acabara de colocar o velho para dormir quando o cão chamou sua atenção.
Hogoken
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- Calma, inu. Algum problema...?
Então viu a garota. Camille, ferida. E vestindo-se de negro, como...
Camille Vielmond
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Droga... esqueci que você não dorme. Aff.
Hogoken
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- O que significa isso, Camille-san? Por que está vestida como ninja? E estes ferimentos? A jovem precisa ver isso ou vai infeccionar. Este mashin irá levá-la à um clérigo.
Ele avançou e pôs-se a avaliar a ferida, preocupado.
Editado pela última vez por Padre Judas em 24 Mar 2017, 14:38, em um total de 1 vez.
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Re: Crônicas Artonianas IV [TRPG] - ON

Mensagem por Aldenor » 23 Mar 2017, 18:10

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Nitamu-ra

Camille olhou para seu ferimento e franziu o cenho.
Camille
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Não é nada.
Resumiu-se a dizer, mau humorada. Mas Hogoken notou que ela queria falar, só precisava de um incentivo. Manteve-se ali. Inu abanou a cauda até ela para lamber-lhe a mão.
Camille
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Hunf... assim não vale.
Ela disse sorrindo para o animal. Inu sentou-se e encarou a mulher como se aguardasse respostas tais como seu dono.
Camille
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Não tem propósito esconder... não é como se você fosse sair contando para meu pai.
Ela sentou-se em um banco daquele pátio bem varrido e cuidado da casa de Satoshi. Hogoken se pôs a analisar a ferida. Não era nada muito sério, mas era preciso tratamento. Camille simplesmente rasgou uma manga de sua roupa. Hesitou em abrir o robe.
Camille
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Nada de espiar...
Abriu o robe e enrolou o machucado com a manga. Fez um nó apertado.
Camille
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Amanhã estará novinho em folha. Mais uma cicatriz.
Inu transmitiu sua dúvida num único latido médio.
Camille
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Você disse "ninja", certo? Quem me dera. Eu teria uma família mais funcional se eu fosse parte de algum clã. Não, eu sou o que a Gazeta chama de "vigilante".
Ela deu um sorriso amarelo. Hogoken sabia que ela não parecia muito feliz sobre sua função.
Camille
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Eu estava em uma missão, saltando pelos prédios lá na Vila de Lena quando ...
Ela parou afobada. Juntou as duas mãos em forma de cuia e pegou a água do pequeno lago no centro do pátio para beber e lavar o rosto.
Camille
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Melhor falar do começo. Eu andava investigando tem um tempo o envolvimento da minha família... do meu pai... com uma irmandade. São uns criminosos que trabalham em atividades legais só de fachada para despistar a justiça. Bem... descobri que meu pai estava sendo chantageado. E eu tentei defendê-lo, mas eram muitos e eu... não consegui. Ele está preso... preciso salvá-lo.
Sua oratória começou centrada. Camille olhava o vazio. Mas foi ficando aflita e olhando diretamente para Hogoken. Quando terminou de falar, voltou a encarar o vazio com o punho cerrado. Inu latiu novamente enquanto abanava a cauda. Camille deu um leve sorriso.
Camille
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Não, Inu, não quero que ninguém se intrometa. É minha família, é problema meu.
Ela falou séria olhando para o mashin. Em seguida estalou os dedos das mãos.
Camille
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Se eu não voltar... bem, foi um prazer conhecê-lo, Hogoken.
Ela acenou e se virou para sair da casa de Satoshi.
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Re: Crônicas Artonianas IV [TRPG] - ON

Mensagem por Khrjstjano » 23 Mar 2017, 22:27

Meu nome é Nicodemus Furian, mas pode me chamar de Nick. Nick Fúria. O gostosão.

Vou contar uma história pra vocês. Eu vim lá das Montanhas Sanguinárias. A pé. É, longe pra caralho, eu sei. Mas minhas pernas são compridas, tenho pernas compridas de anão. Por isso vim ligeiro. Um dia, eu estava passando por um reino e vi uma estátua grande pra cacete e pensei "Puta que pariu, que estátua grande do caramba!" Então eu fui até lá e tinha uma cidade embaixo dela. Você pode imaginar? Eu já tinha ouvido falar nela, mas vendo a gente quase não acredita, imagina contando. Mas é bom você acreditar em mim, se sabe o que é bom; não estou aqui pra perder tempo.

Mas e aí naquela cidade estava apinhado de gente. Humanos pra todos os lados, nunca vi tantos deles juntos, pareciam formigas, correndo pra lá e pra cá, carregando coisas, fazendo coisas e falando coisas. O racinha que não para quieta, vou te contar! Mas aí eu andei. E andei e andei, andei que é o diabo, andei aquela cidade inteira e acabei num lugar igual aos outros, só que diferente. O que eu quero dizer com isso? O que eu tô dizendo, ué! Pare de me atrapalhar.

Umas horas eu tava numa taverna. Meus pés estavam me matando, eu só queria sentar. E sentei. "Ahhh, que delícia!" E queria comer alguma coisa. Qualquer coisa. E uma cerveja, é claro. Não dá pra engolir nada a seco, principalmente nas cidades dos humanos e quando você andou demais. Mas aí eu olhei e tinha um cara me olhando. E eu pensei "Pronto, lá vem!" E o cara veio. "Óbvio!" Meu tipo favorito; tinha cara de encrenca. Já veio achando que podia sentar; gentinha mal educada, depois eu é que tenho modos bárbaros...
Rennard
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Boa noite, anão. Eu sou Rennard. E você?
E ficou me olhando, achando que eu ia responder. Eu queria tirar minhas botas e colocar meus pés onde ele sentou. Já fiquei logo puto.

Mas eu estava de bom humor, tinha visto bastante coisa, e também não estava afim de matar ninguém e ter que procurar outra estalagem ou outra cidade. Então respondi.
Nick
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Você está enganado, amigo. Eu sou um halfling. É que eu malho bastante. E minhas orelhas queimaram com a baforada de um dragão.
O sujeito ficou me olhando com cara de que foi comer um ovo e estava podre. Ou devia, se era homem de verdade. Mas como eu disse, eu estava de bom humor, então falei.
Nick
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HAHAHAHA! Tudo bem, sente-se e fique à vontade. Mas sua mãe não lhe ensinou a pedir licença? MUAHAHAHAHA!

Deixa pra lá... Meu nome é João. João Grandão. Que que cê quer, cara? Desembucha.
Aí o sujeito falou. Cara cheio de marra.
Rennard
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Vejo que é um homem de armas... estaria interessado em um trabalho para por em prática seu ofício?
Nick
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Homem de armas, eu?!? Que é isso? Não! Você deve estar me confundindo...

E aí eu peguei meu machado na mão e falei...
Nick
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Sou jardineiro. É que onde estou indo deixaram o mato crescer demais, vou precisar cortar com machado.
Nisso eu olhei já estava todo mundo "de zóio" na gente.

"Puta que pariu!"

Lugar encardido aquele, cheio de gente feia. Um goblin fedorento vinha servindo bebida, mas nem pra me trazer uma. Puta que pariu, que merda de lugar, eu pensei. Mas aí o dono era um anão. Eu sorri. Anões sim, esses sabem tocar uma estalagem. Ele meteu a boca no verdinho e ele saiu entregar a gelada. Mas o filha da putinha foi noutra mesa. Que merda, eu pensei primeiro, mas aí mudei de ideia. Ele me fez ver uns filhos da mãe noutra mesa, armados até o rabo, olhando pra gente.

Aí eu falei.
Nick
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Tá, eu acabei de chegar, não deu nem tempo pra fazer inimizades. Então aqueles três idiotas só podem estar olhando pra você.
E olhei pro tal de Renato.
Nick
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Escuta aqui, Renan, acho bom você não me enfiar em nenhuma merda, entendeu? E pagamento adiantado, não tô nem aí.

Quem são os defuntos que eu tenho que encomendar pra Ragnar?
Nick já faz cara de quer logo o pagamento e vai levantar. Se tudo der certo, ele levanta e vai falar com os caras, se forem eles mesmo que o cara quer apagar, e vai falar pra irem lá pra fora, que ele não quer incomodar um estalajadeiro anão agora que encontrou um. Isso se eles sabem o que é bom pra eles.
Editado pela última vez por Khrjstjano em 05 Nov 2017, 23:35, em um total de 1 vez.
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Re: Crônicas Artonianas IV [TRPG] - ON

Mensagem por John Lessard » 24 Mar 2017, 08:18

Saul ponderava sobre muitas coisas. O quão Valkaria era grande? Era impressionante, talvez coubesse centenas e centenas de fazendas ali dentro. Logo se repreendeu daqueles pensamentos. Era um aventureiro e não um caipira, embora a cidade fosse maior e mais magnífica do que tudo que já vira, ou sonhara. Que patético, passara tempo demais nos ermos. Sorte sua que tinha Kai e Midori. Eram bem mais experientes que eles, de um cultura distante, mas sem deixar de serem diferentes entre os seus. Ambos falavam algumas coisas á cerca da cidade e que poderiam ajudar naquilo que Saul procurava, porém a dica de Midori parecia mais suscetível ao que queria. Já havia ouvido falar da Grande Academia Arcana, mas nunca a tinha visto e nem fazia ideia de como fosse.
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- Talvez ir a biblioteca seja melhor, pelo menos por enquanto, aprendi algumas coisas sozinho mesmo, ou sob o olhar de meu único e falecido mestre.
Depois disso, deixou os companheiros para dar uma olhada por aí, o comércio principalmente. Tinha algum dinheiro de trabalhos passados e decidiu comprar poções e unguentos, algo muito útil para alguém que se aventurava sozinho, ou na companhia de outros aventureiros especialista em... Bom, bater e cortar.

Ficou impressionado com a quantidade de tendas e pessoas, de diferentes cores, raças e tamanhos... E também com o cheiro, nossa, Valkaria fedia. Sentiu saudades do cheiro da fazendo, do ar puro e do cheiro das florestas.

Já havia gastado alguma coisa e colocado os itens recém adquiridos na mochila, quando viu algumas jovens muito bonitas, esboçou um sorriso, que logo concluiu ser ridículo, depois se atrapalhou para qual lado seguir, foi para a direita, depois a esquerda, até ir embora numa direção aleatória.
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"O que está fazendo, seu caipira miserável?"
Logo seus pensamentos se desviaram para alguma confusão ali perto, de um pessoa fazendo baderna. Suas mãos se apertaram em torno de seu cajado, pronto para agir, porém viu dois homens avançarem contra aquele sujeito. Impressionado, Saul permaneceu observando. Fez uma careta ao ver um deles ser golpeado, e iria avançar ao ver mais homens vindo. O meliante teve as roupas rasgadas...
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"Que audácias desses homens... OH!"
Era um homem de metal! Um maldito homem de metal! Como aquilo era possível? Não teve como saber, pois a milícia finalmente vencera. Ficou embabacado olhando a cena, quando alguém o chamou. O miliciano pedia ajuda, e o rapaz, prestativo, começou a tirar as pessoas dali.
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- Muito bem, muito bem, não há nada para se ver aqui.
Até que estava indo bem, quando um comerciante o chamou.
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"Que homem horrível!"
Suas mão foram puxadas, e as do sujeito estava cheias de gordura. Rapidamente Saul se soltou e começou as limpar nas vestes, com uma expressão de nojo e distração. O homem e um miliciano começaram a despejarem informações o sobre ele. Basicamente, ofereciam a mesma coisa, porém um pela lei e o outro ao modo aventureiro.
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"Pff, havia milicianos na minha antiga vila e nenhum deles ajudou minha mãe e eu sou um aventureiro, farei ao modo aventureiro, oras!"
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- Estarei lá senhor Cristóvan, estarei lá!
Dito isso, olhou para o céu escuro. Era hora de voltar, e amanhã ir falar com o gordo. Falaria com Kai e Midori á respeito, quem sabe eles não quisessem ir junto?
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Padre Judas
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Re: Crônicas Artonianas IV [TRPG] - ON

Mensagem por Padre Judas » 24 Mar 2017, 11:32

Camille
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Não é nada.
Hogoken sempre tivera dificuldades pra entender o orgulho dos vivos. Novamente lembrava-se do velho samurai que mostrava um semblante inabalável, mas chorava todas as noites.

Perceptivo às sensibilidades humanas, decidiu permanecer parado ali, em silêncio, à espera. O cão decidiu agir à sua própria maneira, como lhe era peculiar. Camille acabou por aceitar ajuda.
Camille
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Nada de espiar...
Hogoken
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- Não há razões para se preocupar. Embora este mashin seja capaz de apreciar a beleza de um corpo vivente, ele é incapaz de sentir desejo. A máquina ajudou a banhar Satoshi-sama e também atuou como camareiro da sacerdotisa do templo que protegia.
Ele não entendia o pudor da moça diante de algo como ele. Ouviu-a explicar sobre sua “missão pessoal”. Lia com certa regularidade a Gazeta para ter um maior conhecimento da cultura local e dos acontecimentos mais relevantes e sabia o que era um “vigilante”.
Camille
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Não, Inu, não quero que ninguém se intrometa. É minha família, é problema meu.
Novamente o orgulho humano. O que custava pedir ajuda?
Camille
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Se eu não voltar... bem, foi um prazer conhecê-lo, Hogoken.
A garota despediu-se e começou a se afastar. Hogoken teria suspirado se pudesse. Simplesmente começou a andar e a alcançou rapidamente.
Hogoken
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- Acredito que se o espadachim e a vigilante forem rápidos Satoshi-sama nem perceberá que seu zelador se ausentou por algumas horas. A garota irá ver um curandeiro depois disso e este guardião irá acompanha-la para ter certeza.
O cão latiu e veio atrás. Parecia empolgado. Hogoken considerou a situação por um momento e percebeu que também estava.
BAÚ DO JUDAS
JUDASVERSO

Alexander: Witch Slayer [Kaito_Sensei]
Dahllila: Relíquias de Brachian [John Lessard, TRPG]
Jonz: Tormenta do Rei da Tempestade [John Lessard, D&D5E]
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Takaharu Kumoeda: Crônicas do IdJ [Aquila]
Yellow: Defensores de Mega City [John Lessard]

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Aldenor
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Mensagem por Aldenor » 24 Mar 2017, 15:30

Nick Fúria

Baixa Vila de Lena

O homem vestia uma roupa de algodão simples, calças apartadas e botas gastas resistentes. Não era do tipo que ficava muito tempo parado no mesmo lugar. Nick falou com uma rudeza singela, parecia um homem bonachão. Rennard nada disse. Observou com uma expressão fechada, que não indicava nada de seus pensamentos. O anão apresentou-se como "João Grandão", mas Rennard não mudou sua cara, apenas comentou sobre sua proficiência. Nick novamente respondeu com galhofa e pôde ver o cenho de Rennard fechando.

O bárbaro era despojado, falava com confiança e pouca preocupação aonde estava. Se garantia, afinal de contas, era um homem experiente e viajado. Rennard tinha o cenho levemente fechado e apoiou o cotovelo sobre a mesa, posicionando a mão no queixo.
Rennard
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Você pode ter se dado bem no buraco de onde veio, mas aqui em Valkaria as coisas são diferentes, halfling.
Havia um pouco de desprezo em sua voz, principalmente no tom que se referiu à sua raça.
Rennard
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O pagamento é posterior ao serviço. Se não quiser, pode procurar outra estalagem.
Afastou-se lentamente da mesa, recostando na cadeira, abrindo os braços. Uma oferta jogada a Nick. Antes que respondesse, ele continuou numa tentativa de ditar os rumos da conversa.
Rennard
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Cem tibares de ouro para você apenas acompanhar uma carroça cheia de caixotes de madeira. Haverá uma mulher para lhe acompanhar na proteção. E o cocheiro, é claro.
Rennard fez um gesto displicente e o goblin aproximou-se.
Korn
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Pois não, senhor Rennard?
Rennard
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Traga-me o de sempre.
Se Nick quiser pedir algo, é a hora.
O goblin não foi lento. Trouxe uma bandeja de madeira com uma caneca de madeira transbordando algo transparente que exalava álcool há quilômetros (e também o que Nick eventualmente venha a pedir, usando o preço padrão do TRPG Revisado, p. 140).
Rennard
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Perguntas, João Grandão?
Novamente aquela pitada de escárnio.
OFF: Em tempo, 100 TO é uma recompensa considerada MUITO grande para acompanhar um carregamento. Nick falhou no teste de Intuição para receber alguma pista sobre essa recompensa, mas o jogador pode fazer suposições.
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Aldenor
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Mensagem por Aldenor » 24 Mar 2017, 15:49

Saul

Comércio

Em seu primeiro dia em Valkaria, Saul já se envolveu com um problema bastante sério. Comerciantes de Valkaria são conhecidos pelas histórias por serem os mais ricos do mundo. Os mais importantes, capazes de fazer girar o ouro de mãos com enorme facilidade. Suas mercadorias são lendárias, de todos os tipos. E para a Associação de Comércio de Valkaria estar envolvida em um problema e pedir-lhe ajuda, pouca cousa não era!

A milícia representava a justiça dos Lorde Urbanos, verdadeiros "senhores feudais" dos bairros de Valkaria. Os milicianos também estavam envolvidos na resolução daquele problema, mas aos olhos de Saul, parecia ser apenas mais um trabalho como qualquer outro. Não davam tanta atenção quanto os comerciantes. Além do mais, devido a um histórico de seu passado, Saul decidiu tratar diretamente com os comerciantes no dia seguinte. Foi embora depressa, ansioso para contar as novidades para seus amigos em Nitamu-ra.

Ele se perdeu algumas vezes.

Valkaria era uma cidade, mas parecia um mundo a parte. Andou por vielas, ruelas, atravessou pontes, praças e pátios e decidiu se informar perguntando às pessoas nas ruas (incrível como havia gente na rua tão tarde da noite). Algumas horas depois, Saul avistou os prédios tamuranianos e logo estava no bairro deles. Aqui as luzes eram mais espaças e havia menos pessoas nas ruas.

Foi quando ele viu um grupo de jovens reunindo-se em uma praça, ainda há alguns passos dos pichados muros que cercavam Nitamu-ra. Alguns usavam capuzes, outros panos cobrindo parcialmente o rosto e uns e outros com rosto ao vento. Vestiam roupas comuns como tantas outras pessoas que Saul vira em Valkaria, mas aquele grupo, além da tentativa de ocultar identidades, carregavam porretes. Um deles tinha uma espada.
OFF: Agora a decisão é de John. Saul pode tentar ir investigar os rapazes sem ser visto com teste de Furtividade e Percepção para ouvi-los ou pode ignorá-los e tomar um caminhos mais longo, contorná-los e assim chegar a Nitamu-ra.
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Re: Crônicas Artonianas IV [TRPG] - ON

Mensagem por Khrjstjano » 24 Mar 2017, 16:42

Vocês nem sabem o que o cara me falou. Não imaginam. Aquele bosta me disse assim, sem o menor medo de levar uma machadada na fuça.
Rennard
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Você pode ter se dado bem no buraco de onde veio, mas aqui em Valkaria as coisas são diferentes, halfling.
"Uuuuuh", eu pensei. Mas disse...
Nick
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Ah é? Que medo...
E o filho da mãe ainda continuou.
Rennard
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O pagamento é posterior ao serviço. Se não quiser, pode procurar outra estalagem.
Eu quase engasguei. Já ia rir na cara do sujeito, descaradamente, mas de tão chocado que fiquei tive tempo de pensar em deixar ele desenrolar aquela conversa idiota toda pra ver até onde ia.
Rennard
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Cem tibares de ouro para você apenas acompanhar uma carroça cheia de caixotes de madeira. Haverá uma mulher para lhe acompanhar na proteção. E o cocheiro, é claro.
Aí já era demais. Eu tava doido pra sentar o machado naqueles caras que estavam nos olhando e o imbecil veio me falar em cuidar de uma carroça velha cheia de porcaria, junto com uma humana. Ainda se fosse uma anã bem corpuda! Na hora eu já pensei "100 moedas de outro pra acompanhar uma porcaria de carroça, sei." Aí eu tive que zoar.
Nick
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Puxa, acho que vou virar caixeiro. As caixas andam caras por aqui, pra ter que contratar alguém pra vigiá-las.
Se o sujeito já estava me olhando com uma cara de levar uma machadada na testa antes, imagine o que não devia estar pensando agora. Mas aí o goblin veio atender o filho da mãe e eu já me adiantei.
Nick
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Ei garoto, me traga a melhor cerveja anã daqui. Copo de anão, já sabe. E põem na conta do Rennard aqui. Reserva um quarto pra mim também, ele paga.

E diga a seu patrão que eu adorei o lugar, melhor estalagem que já estive. Se alguém reclamar, fale comigo.
O sujeito me olhava que parecia que queria me matar. Agora sim, eu tava começando a ver alguma coisa que preste naquela cara infeliz. Já o goblin, não sei, ele voltou correndo pra servir. Garoto bom, gostei dele. Trabalhava direito.
Rennard
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Perguntas, João Grandão?
Nick
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Escuta aqui, Ronaldo, eu não fui com a sua cara. Você também não foi com a minha. E isso é bom, mostra que você tem juízo.

Além disso, você está com sorte. Eu estou mais liso do que clérigo de Hyninn sincrético com Sszzaas. Seu dinheiro é uma boa. Mas seu trabalho é uma merda. Espero que tenha mesmo coisa muito importante naquelas porcarias de caixas e que apareça gente pra querer pegá-las. Pode deixar, eu dou jeito neles. Ou meu nome não é João Furioso.
Então eu ri. Ele merecia alguma simpatia, afinal, eu tinha sido grosso pra caralho com ele. Eram meus pés, eles estavam me matando. Precisava descontar em alguém. Então terminei falando, quando o goblin voltou. Queria que ele ouvisse também, para que perguntasse ao estalajadeiro anão.
Nick
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Aqueles três encardidos lá estão só de olho em você. Se precisar, eu dou um jeito neles. Não cobro nada.

Mas só se o proprietário permitir.
E pisquei pro goblin.
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