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Padre Judas
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Mensagem por Padre Judas » 29 Jan 2016, 23:06

Decidi criar uma teogonia nova para o mundo de Arton, e alterar "um pouco" a estrutura do Panteão. Olhem e digam o que acham.

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HISTÓRIA DO PANTEÃO

O Nada e o Vazio se uniram para gerar Arton e os vinte deuses maiores que formariam o Panteão. O Vazio passou a conter dentro de si a Criação, enquanto o Nada postou-se como uma força protetora, mas distante.

O primeiro a surgir foi Gor, Deus do Tempo, o primeiro líder do Panteão. Com ele se inicia a Primeira Era.

Em seguida surgiram Nimb, Deus do Caos, e Khalmyr, Deus da Ordem.

Nimb foi o princípio criador que moldou a Existência como a conhecemos, mas foi Khalmyr que deu estabilidade a Existência, permitindo que perdurasse, não se perdendo nas infinitas possibilidades.

Oceano, Deus dos Mares, foi o próximo a surgir. Jovem e intempestivo, abalava a Criação com sua prepotência e impulsividade. Foi uma época dura, em que os mares de Arton erguiam-se furiosos e não permitiam que a terra seca persistisse. Não havia ilhas, nem continentes. Quando uma porção de terra surgia, em pouco tempo era engolida pelas águas.

Marah, Deusa do Amor, e Lena, Deusa da Vida nasceram, então. Seu nascimento foi tão próximo, que foram referidas como “deusas gêmeas”.

Por intermédio da irmã, Lena e Oceano se casaram. Lena derramou uma lágrima nos mares, e Oceano moldou esta lágrima em inúmeras formas, dando origem às primeiras criaturas, organismos primitivos. Também da união entre ambos nasce a primeira Divindade Menor, Glórienn, Deusa Menor dos Elfos.

Tenebra, Deusa das Trevas, veio ao mundo em bons termos, e assumiu para si tanto o governo do céu quanto do subterrâneo (uma vez que a superfície de Arton era dominada por Oceano). Azgher, Deus do Sol, veio algum tempo depois, e os dois se casaram. Como presente de casamento, Tenebra concedeu parte de seu domínio sobre o céu (mas reteve o poder absoluto sobre o subterrâneo), enquanto seu marido concedeu-lhe todo o seu ouro. Tenebra usou a lágrima de Lena para moldar formas de vida próprias ao subterrâneo.

Mas o casamento durou pouco. Com o advento de Keen, Deus da Guerra, o conflito chegou à Existência, e o Casal Celeste foi a primeira vítima. Keen seduziu a Deusa das Trevas, e gerou discórdia entre os dois. O conflito se estendeu por milhões de anos, e terminou quando Gor, aconselhado por Khalmyr, impôs a paz e decretou que ambos dividiriam o domínio celeste, com doze horas para cada. Por esta mesma época nasceu Teldiskan, Deus do Clima, que trouxe mudanças ao ambiente de Arton. Com ele, Tenebra teve quatro filhos: Camélia, Deusa Menor da Primavera, Suhallin, Deus Menor do Verão, Belanbada, Deusa Menor do Outono e Crisádis, Deusa Menor do Inverno.

Nasce então Allihanna, Deusa da Natureza, e seu irmão Megalokk, Deus da Fúria Primal. Ela atraiu o interesse de Oceano, que a tomou como segunda esposa. Megalokk não apreciou isso e, apoiado por Keen, rugiu um desafio ao deus mais velho. A batalha subsequente abalou o mundo, mas terminou com uma vitória brutal do Oceano sobre o irmão mais jovem. Valkaria, Deusa da Ambição, nasceu neste instante, e o resultado do duelo incentivou Oceano a afirmar sua superioridade ante os demais, e clamar por mais poder. Ele marchou até Gor, pronto para desafiá-lo (diz-se que tal fato contou com apoio de Nimb, ansioso por uma mudança na ordem das coisas), mas este cedeu o trono sem batalha (para desagrado de Keen), dizendo: “O trono é seu. Aprenda, meu jovem, que para tudo há um momento, e assim como agora você ascende, outro virá para substituí-lo. Você domina o presente, mas tanto o passado quanto o futuro sempre pertencerão ao Tempo.” É o início da Segunda Era, também chamada Era do Grande Oceano.

Com o casamento com a Deusa da Natureza, e o posto de líder, o Deus dos Mares sossegou um pouco. Recuou suas marés e permitiu o surgimento da terra seca. Com a lágrima de Lena, Allihanna povoou a terra emersa com novas formas de vida. Megalokk também interferiu, criando os primeiros predadores, tanto nos domínios da irmã quanto nos do cunhado. Eram criaturas particularmente estúpidas, que baseavam sua sobrevivência inteiramente na força e ferocidade.

Isto até a chegada de Hyninn, Deus da Astúcia. Com ele, a vida ganhou mais refinamento e ousadia. Os grandes predadores continuavam dominantes, mas agora havia um número de criaturas sobrevivia graças a certa engenhosidade e estratégias simples – camuflagem natural, mentiras e engodos passaram a existir no mundo, com criaturas que fingiam ser outras, ou que pareciam ser mais (ou menos) perigosas do que realmente eram. Hyninn enganou Megalokk para criar os dromeossaurídeos, uma família de feras selvagens, mas astutas, que incluem espécies como o velociraptor, o deinonico e o aquilobator.

O nascimento de Tanna-Toh, Deusa do Conhecimento e Tillian, Deus da Curiosidade permite o surgimento de um novo elemento: o Intelecto. Os deuses ficam maravilhados com esta possibilidade. Oceano arroga para si o direito de ser o primeiro a criar com esta “ferramenta” e dá origem à primeira forma de vida inteligente: a raça dos elfos-do-mar, modelados aos moldes de sua primogênita, Glórienn.

Kallyadranoch, Deus do Poder, e Wynna, Deusa da Magia, vêm logo em seguida. Eles também introduzem novos fatores na Existência, através da força arcana que passará a preencher a realidade.

Megalokk decide buscar revanche contra Oceano, e o desafia. Este luta, e deixa claro que pode vencer, mas no fim desiste. Sente-se velho e apático, perdendo o interesse no poder (que conquistara tão fácil). É o início da Terceira Era, ou Era de Megalokk.
Editado pela última vez por Padre Judas em 15 Mai 2016, 16:16, em um total de 5 vezes.
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Re: NOVA ARTON

Mensagem por Padre Judas » 29 Jan 2016, 23:07

Mas o domínio de Megalokk não é sólido. Embora seus monstros se espalhem pelo mundo, seu poder é contestado. Kallyadranoch é seu principal desafiante, e cria os dragões como forma de deixar clara sua superioridade – as criaturas tornam-se reis entre os monstros. Nesta mesma época Khalmyr cria uma criatura poderosa, o primeiro ryu, Lin-Wu, Deus Menor da Honra.

Esta situação, inédita, de autoridade dividida, cria o que alguns teólogos chamarão de “Primeira Diarquia”, uma espécie de poder compartilhado entre dois deuses, com um ocupando a posição de líder visível, e outro governando pelas sombras.

A apatia do Deus dos Mares também tem outras consequências. Allihanna relaciona-se com outros deuses, e com Hyninn gera Sszzaas, Deus Menor da Traição. Com Megalokk geram trigêmeos: Ragnar, Deus Menor dos Bugbears, Hurlaagh, Deus Menor dos Robgoblins, e Graolak, Deus Menor dos Goblins. Somente o primeiro permanece ao lado de seu pai. Graolak se torna aprendiz de Tillian, enquanto que Hurlaagh inicia uma curiosa relação de discípulo-rival com Keen.

Da união de Kallyadranoch e Allihanna nascem Tauron e Divina Serpente, Deuses Menores da Força. Os dois iniciarão um conflito para decidir quem é o legítimo detentor do título.

Para fazer frente aos monstros titânicos desta era, Teldiskan cria os Gigantes.

Então nasce Sartan, Deus das Pragas. Sua vinda é um pesadelo para o mundo – o novo deus odeia a tudo e todos, e promove doenças e destruição por onde passa. Ele não parece ter interesse em criar nada, em produzir nada, somente destruir o que já existe. Os outros deuses, tendo criado ou participado da criação de vários seres, se insurgem, mas o recém-chegado se mostra poderoso demais. Os demais deuses sentem-se condenados. Menos Gor.

O destemor de Gor não se mostra sem razão, pois como uma resposta a Sartan nasceu Vitória, Deusa do Heroísmo. Vários deuses se reúnem e criam para ela uma arma única e poderosa, Brenda, a Espada Avatar. Ela desafia Sartan, e os dois travam uma guerra que perdura por milhares de anos. Por esta ocasião Vitória torna-se amiga e amante de Khalmyr, e os dois lutam lado-a-lado algumas vezes. Tauron admira o exemplo da Deusa Heroína e torna-se seu escudeiro – a convivência levará o Touro em Chamas a desenvolver sua labiríntica filosofia do Domínio do Forte e Proteção do Fraco, uma curiosa combinação entre o espírito tirânico herdado do pai e os ensinamentos de heroísmo transmitidos pela “Primeira Paladina”. Outra consequência deste conflito é que um grupo de dragões de diversos clãs abandonará Kallyadranoch para seguir a Deusa dos Heróis – eles serão transformados nos dragões metálicos (veja na seção DRAGÕES, mais abaixo). No fim do conflito, Vitória sacrifica-se para derrotar seu irmão rebelde e o envia para uma prisão dimensional. Antes de morrer, Vitória pede a Khalmyr que assuma suas responsabilidades, e assim o Deus da Ordem torna-se Deus da Justiça – um conceito que deveria integrar o conceito de organização com a benevolência da deusa morta. Gor profetiza que a Deusa do Heroísmo ressurgirá quando uma grande ameaça surgir novamente sobre o mundo.

Com a morte de Vitória e o aprisionamento de Sartan (acompanhado da perda total de seu status divino), o Panteão vê-se em sua primeira situação de desequilíbrio. Para restaurar a ordem natural, torna-se necessário eleger dois novos Deuses Maiores. Assim, ascendem Glórienn e Sszzaas, a primeira por contar com o apreço de muitos deuses, e o segundo por conta de sua própria habilidade em manipular os outros.

Passado o conflito, os deuses estão insatisfeitos. O domínio de monstros e dragões impede que outras raças inteligentes possam surgir e se firmar. Os deuses se reúnem ao redor de Khalmyr, e destituem o Deus da Fúria. É o fim da Era de Megalokk, e o início da Quarta Era, a Era de Khalmyr, que perdura até os dias atuais. Kallyadranoch mantém sua posição de Diarca das Sombras.

Livre, Glórienn cria os elfos, Wynna cria as fadas. Khalmyr e Tenebra se apaixonam, e dão origem aos anões. Ragnar e seus irmãos dão origem aos primeiros goblinóides. Hyninn cria as dragas-caçadoras a partir de raptors, mas quando elas o abandonam para seguir a Divina Serpente, ele cria os halflings. Valkaria cria os humanos, Tenebra cria os trogloditas, Allihanna dá vida aos centauros. Seduzida por Sszzaas, origina com ele a raça das Nagahs, que em sua maioria optam por seguir a mãe – como resposta, Sszzaas produz as Nagas, nascidas da Traição. O deus também irá criar outras raças ofídicas, incluindo os homens-serpente.

Tauron cria os minotauros. Hyninn passa a discretamente ajudar os minotauros, como forma de mostrar seu desagrado com suas criações e com a deusa que usurpou sua devoção. A Divina Serpente possui sua própria filosofia, que considera os “protegidos” como propriedades, uma crença mais próxima a do pai.

Lin-Wu vai viver na futura ilha de Tamu-ra. Um culto surge ao seu redor, base para a futura nação de Tamu-ra. Os ryu tornam-se comuns na ilha, e alguns também vão viver nas Sanguinárias, reunindo-se na costa próxima. Como parte de uma provocação a este crescimento, Hyninn decide dar inteligência e poderes especiais às raposas da ilha, chamadas de kitsune no idioma local. Apesar de dadas ao engodo, kitsune não são malignas, e muitas vezes podem até ser amigáveis e envolver-se romanticamente com as pessoas. Por suas habilidades mágicas naturais, muitos acreditam que Wynna envolveu-se em sua criação de algum modo. Suspeita-se que Inari, o misterioso Ancestral Kitsune (o mais antigo delas), é na verdade filho de Hyninn e Wynna.

Ao longo da consolidação das primeiras civilizações artonianas, o culto de Gor torna-se cada vez menor, para benefício de Thyatis, Deus Menor da Ressurreição, filho dele com Lena. Eventualmente, Gor abdica de sua posição em favor da fênix flamejante, o que surpreende a todos – o primeiro deus a escolher a Queda. Gor apenas comenta que “era o momento”. Antes de se retirar “para um tempo distante”, ele oferece ao filho um lugar no futuro para que este instale seu próprio Reino – assim o deus adquire domínio sobre as Profecias, uma das áreas de influência paterna. Gor irá se tornar uma divindade menor obscura, lembrado e cultuado por um pequeno punhado de pessoas.

Pouco depois, em Lamnor, Ragnar enfrenta Leen, Deus Menor da Morte, outro filho de Gor – não se sabe direito quem é a mãe: alguns suspeitam de Tenebra, outros acreditam que era um semideus. O Primeiro Bugbear vence o combate, mata seu adversário e devora seu corpo, absorvendo seu poder e domínio.

O próximo grande evento no Panteão é a Revolta dos Três. Após a destituição de Tillian e a morte de Kallyadranoch, ascendem Ragnar e Tauron, este último devido aos avanços feitos por sua raça eleita e ao apoio de Hynnin, enquanto as seguidoras da irmã do Touro em Chamas permaneciam abandonadas à barbárie em Galrasia.

O fim da Revolta marca a ascensão de Nimb como Diarca das Sombras.

O surgimento do Paladino de Arton leva alguns teólogos e historiadores (e dragões) a acreditarem em um possível novo Deus do Heroísmo, mas tal não se concretiza, quando o Paladino se corrompe e é destruído.

Com o advento da Tormenta, Glórienn Cai, voltando a ser deusa menor e se tornando escrava de Tauron. Kallyadranoch retorna, e planeja retomar sua antiga posição, e provavelmente ir além.

Com as Guerras Táuricas, Khalmyr perde sua posição de líder para Tauron.

A expectativa pelo retorno de Vitória aumenta (muitos acreditam que a Flecha de Fogo trará a queda de Ragnar e abrirá espaço para o retorno da Deusa), e os dragões metálicos se agitam perante a ameaça que o retorno do Deus do Poder representa. Felizmente, estes dragões não foram afetados pela influência do Dragão da Tormenta ou pelo chamado de Yadalina, e seus números não foram tão reduzidos quanto os dos cromáticos (que perderam muitos dos seus enfrentando o Dragão lefeu, ou na Batalha de Tamu-ra). De fato, os metálicos hoje estão na vantagem.
Editado pela última vez por Padre Judas em 31 Jan 2016, 08:36, em um total de 4 vezes.
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Re: NOVA ARTON

Mensagem por Padre Judas » 29 Jan 2016, 23:08

DRAGÕES METÁLICOS

Quando Vitória, Deusa do Heroísmo, surgiu para enfrentar Sartan, Deus das Pragas, muitos dragões, criados por Kallyadranoch, Deus do Poder, se aliaram a ela. Estes seres foram transformados, de modo a se diferenciarem claramente de suas contrapartes mais inclinadas a tirania. Assim, cada clã de Dragão Cromático se tornou um tipo específico de Dragão Metálico.

Os selvagens Dragões Brancos passaram a serem Dragões de Ferro. Os Ferrosos são selvagens como suas contrapartes, e igualmente afeitos a regiões frias. Curiosamente, nem sempre isto implica em conflitos diretos, dado que alguns dragões brancos também são bondosos. Entretanto, dragões de ferro odeiam o mal com todas as forças, e atacam brutalmente se simplesmente sentirem o “cheiro” de algo (ou alguém) maligno. Não costumam perder tempo ouvindo explicações de criaturas malignas, e consideram o ataque a melhor defesa.

Os Dragões Azuis se tornaram Dragões de Prata. Prateados são altivos e esculturais. Eles auxiliam com satisfação qualquer criatura bondosa que realmente precise e muitas vezes assumem a forma de anciões gentis ou de belas donzelas quando lidam com os seres humanos. Como seu clã original, eles preferem covis aéreos em montanhas e picos afastados ou entre as próprias nuvens. Um leve cheiro de chuva sempre acompanha estas criaturas; mesmo entre as nuvens, sua morada sempre tem uma área sólida e encantada, onde eles depositam seus ovos e guardam seus tesouros. Parecem preferir a forma humana à sua original, e com frequência possuem companheiros mortais, com os quais estabelecem fortes laços de amizade. Eles têm um gosto especial pela comida dos humanos e podem derivar seu sustento unicamente dela por tempo indeterminado.

Os Dragões Marinhos foram transformados nos Dragões de Bronze. Os Brônzeos são curiosos e se divertem transformando-se em animais pequenos e amigáveis para observar os aventureiros. Eles são fascinados pela arte da guerra e se unem com entusiasmo aos exércitos que lutam por uma causa justa – e uma ótima recompensa. Não necessariamente vivem no mar – alguns deles preferem viver em cavernas praianas. Eles evitam dormir, botar ovos ou guardar tesouros sob a água por conta de suas contrapartes – as duas raças não se dão muito bem.

Alguns poucos Dragões Negros jovens foram atraídos por Vitória. Estes foram agraciados como Dragões de Latão e abandonaram os pântanos, afastando-se da ameaça representada por seus antigos pares. Os Latonados são grandes fornecedores de informações, mas costumam negociar bastante o preço delas – apesar de benévolos, ainda são gananciosos como todo dragão. Eles podem ser convencidos a fornecer alguma coisa diante de uma grande necessidade nobre e heroica (derrotar um grande mal ou algo assim), mas frequentemente vão tentar ganhar alguma coisa mesmo assim. Não perderam completamente o caráter interesseiro dos negros. Pelo menos não são traiçoeiros e sádicos – na maioria das vezes.

Dragões Verdes viraram Dragões de Cobre. São grandes pregadores de peças, piadistas e charadistas incorrigíveis. A maioria tem temperamento jovial, mas também um lado ganancioso e mesquinho. Eles são especialistas em saltos e escaladas. Como os verdes, os Acobreados vivem em florestas. Uma coisa curiosa é que são imunes a veneno – inclusive o de dragões verdes. Adoram caçar, e seu alimento predileto são animais peçonhentos. Eles têm predileção especial por combater - e comer - sszzaasitas.

E, por fim, Dragões Vermelhos viram-se como Dragões de Ouro. Os Dourados são criaturas graciosas, sinuosas e de vasta sabedoria. Eles odeiam qualquer tipo de injustiça ou trapaça, e assumem cruzadas pessoais para promover o bem. Os Dragões de Ouro geralmente se disfarçam de seres humanos ou animais. Podem viver em qualquer lugar. Seus covis são afastados e sempre feitos de pedra, sejam cavernas ou castelos. Em geral, eles têm guardiões leais: animais da região, gigantes da tempestade ou gigantes das nuvens bondosos. Os gigantes quase sempre forjam pactos de defesa mútua com os dragões.

RYU

O Ryu, ou “Dragão Tamuriano”, não é um dragão, exatamente, ou seja, uma criatura criada por Kallyadranoch. Ao invés disso, os ryu foram criados por Lin-Wu (e este foi criado por Khalmyr), também o primeiro deles. Os ryu não se dividem em vários clãs, ao invés disso são criaturas nobres que valorizam tradição, honra e lealdade, e apoiam o conceito de autoridade benévola e justa. São hábeis no controle do clima (aparentemente, um presente de Teldiskan).
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Wellame
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Re: NOVA ARTON

Mensagem por Wellame » 30 Jan 2016, 03:12

Achei muito bom. Gostei muito do mito em geral. Parabéns!

Meu pitacos:

1- Não entendi o porquê das estações nascerem de Tenebra e Teldiskan.

2- O surgimento dos deuses Gor, Grande Oceano, Marah, Lena, Tenebra, Azgher, Keen, Tediskan, Allihanna, Megalokk, Hynnin, Khallyadranoch, Wynna, Tanah Toh, Tillian, Sartan, Vitória está muito na base do "porque sim".

Para uma narrativa mitológica é compreensível, mas ficaria mais legal se existisse uma origem para eles, um porquê do seu surgimento e de eles serem da maneira que são. Nas teogonias os deuses surgem filhos de outros deuses, ou de deuses cruzando com qualquer outra coisa, ou de sentimentos, sonhos, fluidos corporais, partes do corpo, emoções, acontecimentos, partes da criação esquecidas, mortes e nascimentos de outros deuses e etc. Tipo na sua, quando Valkaria nasce da ambição de Megallok

3- Lin Wu: é dito que Khalmyr o cria, mas também fica muito no "porque sim". Seria legal explicar a razão de Khalmyr o ter criado, o porquê de ele ser o deus menor da Honra e de ser tão poderoso, talvez também o motivo de se estabelecer em Tamu-ra, talvez dando indicações de como ele influenciou a cultura e civilização de Tamu-ra, etc.

4- Glórien: Ela nascer deusa menor dos elfos antes de existirem elfos é estranho. Nesse caso acho que fica melhor ela ser representante de um conceito, como você fez com Megallok. Na minha mesa eu a coloco como Deusa da Beleza e Harmonia (poderia ser filha de Gor e Marah - longevidade e harmonia élfica), já que os elfos geralmente são associados com esses conceitos, modelos de beleza, arte, harmonia com a natureza e com a magia e etc. Então o que eu sugiro é você definir um conceito para ela e o elfos seriam a criação que melhor representa esse conceito, assim como os humanos são para Valkaria.

5 - Gor: creio que entendi a razão de Gor ceder seu domínio par o Grande Oceano e posteriormente ceder seu espaço para Thyatis, mas acredito que seria melhor dar mais ênfase e deixar isso mais claro. Poderia incluir no texto alguma coisa como o tempo ser cíclico e Gor como sendo o próprio tempo também existe em um ciclo de fases e por isso ele foi de líder do panteão a deus menor, como é dito no texto, tudo em seu tempo certo, ou seja lá qual for a razão. Talvez ele ainda volte a ascender e etc.

6- Grande Oceano: É só um detalhe, mais também penso que ficaria mais legal se ele também representasse um conceito além da massa de água de Arton. Assim como foi feito em Megallok. Na minha mesa ele representa o próprio espaço físico, material.



Meus favoritos (em nenhuma ordem específica)

1- Os irmãos goblinóides: seu nascimento e como cada um se diferenciou.

2- Nascimento de Thyatis

3- Keen como origem da guerra entre Azgher e Tenebra

4- Khalmyr e Nimb como "avatares" das Dinâmica e Extase

5- Vitória e os Dragões e Sartan

6- As quedas e ascensões.

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Padre Judas
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Re: NOVA ARTON

Mensagem por Padre Judas » 30 Jan 2016, 11:00

Opa, obrigado pelos comentários! o/

Vamos por partes:

1) As estações são deuses menores, isto é oficial. Eles são necessários pra explicar estações em um mundo onde dia e noite duram rigorosamente 12 horas o ano todo. Teldiskan é o Deus do Clima, e Tenebra é Rainha do Céu, então pensei que era o mais plausível, porque as estações do ano estão relacionadas ao clima e à atmosfera.

2) A origem deles é o Dinamismo e Estase. E não há necessidade de explicar mais que isso. A base para minha teogonia é a de Hesíodo, e veja que lá também não há justificativa para o surgimento dos primeiros seres, eles apenas "nascem".
Hesíodo escreveu:Sim bem primeiro nasceu Caos, depois também
Terra de amplo seio, de todos sede irresvalável sempre,
dos imortais que têm a cabeça do Olimpo nevado,
e Tártaro nevoento no fundo do chão de amplas vias,
e Eros: o mais belo entre Deuses imortais,
solta-membros, dos Deuses todos e dos homens todos
ele doma no peito o espírito e a prudente vontade.
E Valkaria não nasce da ambição de Oceano (e não Megalokk), é o contrário: os deuses trazem à Existência os aspectos que representam, assim não há Ambição até o nascimento de Valkaria. Oceano passa a desejar o trono de Gor porque Valkaria nasceu, e não o contrário.

Então, quando Gor nasce começa o Tempo. Não há nada antes, o que existe antes do Tempo é apenas dois princípios abstratos, ou estados: Dinamismo e Estase, Movimento e Imutabilidade. Eles se unem, e com este evento começa o Tempo (Gor). Com Nimb o Caos (que aqui é visto como potencialidade infinita, todas as probabilidades possíveis e imagináveis ocorrendo) surge, e com Khalmyr esta potencialidade ganha estabilidade (é um princípio de empurrar e puxar, como Ying e Yang).

Como Marah surge o Amor, que aqui é visto nos três aspectos conhecidos: eros ("desejo"), philia ("ternura") e ágape (que eu interpreto como amor por todas as coisas, o amor que se entrega, se sacrifica pelo outro). Com Lena surge a Vida, e assim por diante.

3) Eu não entrei em detalhes sobre a influência dos deuses na formação cultural de Arton, porque eu entendo que é algo que já fica subentendido. O texto é em si um tipo de resumo, eu não achei necessário dar pormenores. Khalmyr cria Lin-Wu porque quer criar alguma coisa, quer saber como é - um incentivo que surge com Valkaria, Tillian e Tanna-Toh. Este é um ponto da minha teogonia: os deuses artonianos não são estanques, influenciam uns aos outros, de modo sutil e inclusive sem intenção, apenas sendo quem são. Além disso, ele sente necessidade de criar uma raça que contrabalance os dragões de Kallyadranoch. Quando a Era de Megalokk termina Lin-Wu sente necessidade de fixar-se em uma região afastada, e vai viver em Tamu-ra, mas os ryu não são o tipo de criatura que vai impedir o desenvolvimento das raças menores, muito pelo contrário, eles apoiam este processo e tomam parte nele.

4) Minha teogonia é Existencialista, ou seja, a existência precede a essência. Glórienn ao mesmo tempo cria e encarna o conceito de "elfo", assim como Ragnar cria e encarna o conceito de "bugbear". Estes deuses menores são os Ancestrais Primordiais que dão origem às suas respectivas raças. Glórienn é, ela mesma, uma elfa, é a primeira elfa, e outros elfos surgem a partir dela. Inclusive por isso mesmo começa como uma deusa menor. É diferente de Valkaria ou Kally, que são respectivamente Ambição e Poder - embora criem raças que representem estes conceitos, seus aspectos estão presentes em todas as criaturas. Já o aspecto "Elfo" só existe nos elfos (e talvez nos meio-elfos), e o aspecto "Bugbear" só existe nos bugbears. É algo bem específico, bem fechado mesmo.

5) Eu quis ser misterioso. Fica subentendido no texto que Gor continua com um grande poder, porque "governa o futuro e o passado". Ou seja, ele cede somente o controle sobre o presente à Oceano, e sua posição é entregue a Thyatis, mas somente uma parte dela. Gor não é mais deus maior, mas ainda deve ser a entidade mais poderosa da Existência, acima de Khalmyr, Tauron e todos os outros.

6) Na mitologia grega, Oceano era o titã que cercava o mundo, e o Oceano artoniano ocupa um papel similar. Mas realmente eu deveria ter enfatizado isso.
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Re: NOVA ARTON

Mensagem por Lord Seph » 30 Jan 2016, 11:32

Só quero dizer que a parte do Rag devoramdo Leen foi massa :lol:.

Mas uma correção: se escreve Keenn e não Keen.
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Re: NOVA ARTON

Mensagem por Padre Judas » 30 Jan 2016, 12:22

Lord Seph escreveu:Só quero dizer que a parte do Rag devoramdo Leen foi massa :lol:.

Mas uma correção: se escreve Keenn e não Keen.
Vivo me confundindo com as grafias destes nomes.

Mas tenho certeza de que deve haver algum povo que escreve Keen. Assim como ocorre com Hyninn, por exemplo. 8-)
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Re: NOVA ARTON

Mensagem por Padre Judas » 31 Jan 2016, 08:39

Acrescentei uma linha extra à parte da Vitória, sobre sua espada.
Vários deuses se reúnem e criam para ela uma arma única e poderosa, Brenda, a Espada Avatar.
Explicando porque Brenda é um avatar - no caso, ela conteria o poder de várias divindades. Não entrei em detalhes sobre quais divindades ajudaram, mas foram muitas. Entre elas estão Khalmyr, Keenn, Azgher, Tenebra, Teldiskan - mas acho que Lena e Marah não. 8-)
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Senimaru
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Re: NOVA ARTON

Mensagem por Senimaru » 01 Fev 2016, 10:29

Achei bem legal muitos pontos. Mas achei estranhos alguns, como Kally ter nascido tão "tarde", na minha concepção Kally por ser o Poder ele seria um dos primeiros deuses criados, talvez até o primeiro junto com Hedryx.

Gostei que vc colocou o Sartan no meio, por sua natureza podia falar que ele é um filho de Kally, herdando seu poder mas não suas regras.

E pqp esses deus fazem uma troca troca do carai heim? hahahahahahha
Este é um ponto da minha teogonia: os deuses artonianos não são estanques, influenciam uns aos outros, de modo sutil e inclusive sem intenção, apenas sendo quem são.
Concordo plenamente e depois de rever vários pontos sobre Deuses em Arton da pra perceber que essa "onipotencia" que eles possuem em seus reinos não funciona tão bem assim não como ta escrito por ai.
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Me? Mad? Haha... quite likely!

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Lord Seph
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Re: NOVA ARTON

Mensagem por Lord Seph » 01 Fev 2016, 11:03

Na verdade o problema é que o próprio reino divino do deus é uma armadilha para ele.
Melhor queimar do que apagar aos poucos.
-Neil Young.
o lema dos 3D&Tistas
"-seremos o ultimo foco de resistência do sistema"
Warrior 25/ Dark Knight 10/ Demi-God.

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