O Vale das Sombras
Prelúdio - Convergência
Reino de Fortuna - Marca de Solas – Noite de Jeta 18 Sob Altossol - 1410
Acampamento dos Mercadores
(Will)
O vento frio da noite o envolve assim que você sai da tenda do mago, trazendo consigo os aromas exóticos da caravana que passou a ser o seu lar, enquanto você busca seu próprio caminho. Nos primeiros dias de viagem com a caravana, identificar os aromas parecia impossível para você, mas, agora, enquanto anda silenciosamente por entre as tendas coloridas, cercadas de caixas e baús, você percebe que pode dizer onde estão cada um dos mercadores apenas sentindo o cheiro dos produtos pairando no ar.
A lua crescente se ergue lentamente do topo da muralha negra do forte arruinado, no outro lado do acampamento, no ponto exato onde a tenda de Rajani foi erguida, na base de uma antiga torre. Nada mais apropriado para uma caravana cujo símbolo é um crescente de prata sobre um campo azul escuro. Mas, antes de alcançar a tenda, você atravessa a praça do forte, onde uma fogueira brilha intensamente com uma luz dourada, quente e atraente.
O trabalho dos carregadores e da montagem das tendas praticamente terminou, então, aos poucos, as pessoas da caravana começam a se aproximar da fogueira, cujas chamas parecem dançar ao som da música que se espalhar pela noite como fagulhas ao vento.
"Rajani saiu agora a pouco", disse um dos guardas, quando você chegou na tenda e perguntou sobre a mercadora. "Foi para o bosque para supervisionar o alojamento dos thurmaks..."
O som envolvente da música e dos risos começa a diminuir de intensidade a medida que você se afasta das ruínas do velho bastião, seguindo na direção da ravina onde os lagartos gigantes foram instalados. O aroma intrigante de vinho quente se espalha pelo ar como um convite para se aproximar das pequenas fogueiras que piscam por entre as tendas erguidas ao redor do forte, mas você segue seu caminho evitando a luz, pois assim pode contemplar o céu estrelado que cobre o mundo.
Quando você se aproxima do fim do acampamento, já consegue ver as tochas do curral piscando no meio das árvores do bosque, mas é o rastro prateado de uma estrela cadente que distrai a sua atenção, fazendo com que veja a figura furtiva, que se aproxima correndo por entre as tendas, apenas quando é tarde demais...
Faça um Teste de Destreza (CD 12). Se tiver sucesso, Will evita a queda, desviando o corpo o suficiente para bloquear a investida com as mãos, mas uma falha faz com que sofra um encontrão de frente, perdendo o fôlego por um instante e jogando-o ao chão.
O golpe o pega de surpresa, mas você se recupera rapidamente, imaginando que caiu em mais uma das brincadeiras de Braje quando percebe que quem esbarrou em você foi uma pessoa encapuzada.
Quando você se levanta, a pessoa ainda continua deitada por mais um instante, arfando descontroladamente por causa do esforço da corrida, mas quando finalmente se vira para se levantar, você percebe que é uma garota. Por baixo do manto pesado, apenas um vestido leve cobre o corpo delgado de uma garota que apenas agora começou a ganhar os traços de uma mulher.
O barulho de cavalos se aproximando abafa o som suave da música do acampamento, sobressaltando a garota.
-
Não... - ela sussurra, sem fôlego, se levantando de um salto. Quando você percebe, ela está agarrando suas roupas -
P-por favor, me ajude. N-não deixe que eles me peguem...
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Forte dos Patrulheiros
(Turok)
-
Tur, espere.
A voz da garota ecoa como um sussurro pelo longo corredor de pedra que leva da torre central para o alojamento onde fica o seu quarto, perto do salão comunal. Apenas uma tocha ilumina o corredor estreito, deixando a maior parte do caminho escuro como uma noite sem lua, mas quando a garota passa diante da luz, seus cabelos dourados refletem o brilho das chamas como o nascer do sol.
Ellyn vem caminhando a passos largos pelo corredor, mas diminui o passo quando se aproxima, meio sem jeito.
-
Tur, espere, eu... Me desculpe por aquilo que aconteceu, lá em cima - ela diz, envergonhada. -
Eu, não sei o que me deu. Eu achei que íamos ficar um tempo juntos, dessa vez, mas agora você vai precisar sair de novo... - Ela pega a sua mão entre as dela. -
Não é justo.
Uma sombra surge na parede do entroncamento, no outro extremo do corredor, mas Ellyn o puxa para um nicho escuro, onde outrora devia ficar uma estátua.
-
Não entendo porque papai está fazendo isso. Acho que ele sabe de nós, mas parece que não quer aceitar, mandando-o para essas missões, sem parar. Há outros batedores que ele pode mandar, então eu não entendo... - Ellyn aproveita o espaço exíguo para tocar o seu rosto com o dela, mas sua respiração mostra algo diferente da paixão de antes.
-
Eu quero apenas que tenha cuidado, Tur, só isso. Esses Homens-Queimados, dizem que não são humanos... Shalla disse que flechas não funcionam bem contra eles, então, quero que passe no armeiro e pegue uma espada, um escudo, uma malha... e não se arrisque mais do que o necessário.
Ela lhe dá um beijo.
-
Papai quer que eu vá falar com ele, agora, acho que quer me dar uma missão, mas, se quiser, passo no seu quarto, depois...
O que Turok pretende fazer? Ele pretende seguir a sugestão de Ellyn, de ir ao armeiro para pegar equipamentos? Ou pretende voltar para o quarto, para descansar até o dia seguinte, quando irá com Shalla para o templo?
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Templo dos Deuses
(Rhaysa)
Os guardas continuam avançando, ignorando suas palavras, mas quando o primeiro deles se aproxima, o sacerdote assume uma postura de luta e o atinge na barriga com uma estocada muito forte do cajado. O minotauro arqueia e cai no chão, sem fôlego, sendo cercadoe e amparado imediatamente pelos colegas, que olham incrédulos para o sacerdote.
-
<Mas o quê...? O que pensa que está fazendo, clérigo?> - diz o líder, se colocando a frente de seus comandados. -
<Saia da frente da mulher, se não quiser ter o mesmo destino que ela...>*
-
Vocês não tem nenhuma autoridade, aqui - o clérigo responde, sem se mover. -
Eu respondo a um poder além de seu entendimento. Saiam agora e eu vou ignorar essa ofensa...
-
<Não vou avisar novamente, sacerdote, saia da frente da mulher, ou sofra as consequências. Não comece uma luta que não pode vencer...>
O sacerdote apenas sorri.
-
Eu talvez não possa vencer essa luta, mas ele sim...
Um grito chama a atenção de todos para a entrada do templo, onde um dos guardas é forçado a se ajoelhar diante do homem que você havia visto no pátio do templo, um sujeito enorme, trajando um tabardo pesado, purpura, com o símbolo de uma ordem de Keenn, estampado - um leão empunhando uma espada. O minotauro tenta resistir, mas o homem é mais forte do que ele e o pressiona com força contra o chão.
-
O que está acontecendo aqui, Zaheer - o sacerdote da guerra ruge, empurrando o minotauro para o lado. -
Por que esses homens entraram armados na casa dos deuses? Não sabem que isso é uma ofensa grave? A menos que tenham vindo fazer uma oferenda ao Cavaleiro Negro. Nesse caso...
A luz das velas reflete no pomo de sua espada longa quando o clérigo abre o manto.
-
<Não viemos aqui para lutar> - diz o sargento, se colocando diante dos guardas. -
<Viemos prender essa mulher, que fugiu quando a abordamos. Ela é uma rebelde procurada. Veja...
O sargento alcança um cartaz de procurado para o sacerdote da guerra, que olha para a imagem por um longo momento, antes de entregá-la à você. O desenho no cartaz é de uma mulher chamada Catarina de Vardenia, uma líder rebelde cujo rosto é exatamente igual ao seu.
-
<Ela disse que essa mulher não é ela...> - o sargento começa a dizer, mas o clérigo o interrompe com um aceno de mão.
-
Está vendo aquele ídolo? - O clérigo-guerreiro aponta, sem olhar, para a estátua de Khalmyr, na parede à direita do altar. -
Aquele ídolo diz que dentro dessas paredes é impossível mentir. Se ela diz que não é essa mulher, então ela não é. Agora saiam, antes que eu decida incluir vocês na minha oração.
Não é preciso nenhuma ordem do sargento para os guardas começarem a recuar.
-
<Isso não vai ficar assim> - diz o sargento, a voz engasgada pela raiva. -
<Mallius vai saber sobre isso...>
Quando os guardas finalmente vão embora, os sacerdotes se voltam para você.
-
Está segura, agora, minha jovem - diz o clérigo dos deuses, sorrindo -
Os guardas não vão retornar, fique tranquila. O templo é um lugar neutro, onde apenas as leis dos deuses importam, então eles sabem que se excederam. Mas eles não vão esquecer do que aconteceu tão cedo... Eles não gostam quando encontram alguém mais forte do que eles...
-
Eu como bem e me exercito todos os dias, apenas isso - diz o sacerdote de Keenn, um homem musculoso com dois metros de altura, cabelos negros.
* Você consegue compreender todo o diálogo dos sacerdotes com os guardas, um efeito menor do templo do Panteão.
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Bosque do Rei
(Flamel)
Apenas a luz das estrelas ilumina a trilha sinuosa que leva do velho bastião para o bosque a leste de Caermor, a sombra de uma floresta antiga envolta por lendas e mistérios. As fogueiras do acampamento
tabash piscam singelamente por entre as copas das árvores, desaparecendo aos pouco, como fagulhas dispersas pelo vento, conforme você se embrenha nas sombras da floresta.
Assim que as luzes das fogueiras desaparecem na escuridão da floresta, você alcança uma clareira rochosa, perto do início de uma ravina. A clareira é ampla como um anfiteatro, coberta com os restos do que parece ser mais uma ruína, além de por uma relva alta, entrecortada por flores silvestres que brilham prateadas sob a luz das estrelas.
Tão logo você entra na clareira, seus olhos aguçados encontram pequenos brotos de acalis despontando como gotas de orvalho por entre a folhagem densa, mas a cor clara das minúsculas pétalas indica que elas ainda não estão prontas para serem colhidas. Mas antes que você possa continuar sua busca pela clareira, um brilho na floresta chama a sua atenção.
A luz de um lampião brilha como a estrela da manhã no meio da escuridão das árvores, se aproximando lentamente da clareira. A princípio, a luz parece flutuar pela mata como um fogo-fátuo, mas logo as silhuetas de três homens se distinguem das sombras da floresta, guerreiros armados com espadas e arcos, vestidos com cotas de malha e mantos negros. Os dois últimos homens atravessam com cuidado o fino riacho que corta a ravina, no outro lado da clareira, mas o primeiro, o que carrega a lanterna furta-fogo, não se preocupa com a água gelada, se abaixando no leito para ver alguma coisa.
-
Encontrou alguma coisa? - um dos homens pergunta.
-
Achei mais pegadas - o homem com a lanterna responde. -
Aqui a água destruiu o rastro, mas ali, nas pedrinhas, tem outras mais claras... Ela foi esperta usando as rochas para ocultar as pegadas, mas não conseguiu saltar o regato. Ela veio correndo por aqui, mas acabou pisando na água...
-
O que importa é que sabemos que ela foi para a cidade - diz o terceiro, observando o brilho claro sobre as árvores. -
Vamos.
Os homens então seguem pela clareira, na direção da trilha por onde você veio.
O que Flamel fará? Os homens que vieram da floresta ainda não o viram, mas logo chegarão onde o mago está.
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Personagens
Rhaysa <>
PVs: 19/19;
PAs: 1/1;
CA: 19 <>
Condição: <> 75 XP.
Will <>
PVs: 13/13;
PAs: 1/1;
CA: 17 <>
Condição:.
Lyra <>
PVs: 8/8;
PMs: 5/5;
PAs: 2/2;
CA: 14 <>
Condição:.
Turok <>
PVs: 17/17;
PAs: 1/1;
CA: 15 <>
Condição: <> 75 XP.
Flamel <>
PVs: 10/10;
PMs: 7/7;
PAs: 1/1;
CA: 16 <>
Condição:.
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