Após o ataque de Crânio Negro, de Arsenal e das Guerras Táuricas no mesmo ano, o Reinado alcançou alguns anos de calmaria instável. Os reinos não sentiam-se mais seguros como antes, o Exército do Reinado, criado para combater a maior ameaça de Arton, a Tormenta, se esfacelou. Os governantes sentiam-se inseguros, desconfiados de seus vizinhos e a insatisfação com o Reinado causavam muitos problemas à Rainha-Imperatriz Shivara Sharpblade.
Tapista controlava o oeste, com o Império de Tauron. Salistick, Callistia e Nova Ghondriann formavam a Liga Independente e Tyrondir sofria com a ameaça constante da Aliança Negra. Mesmo os grandes heróis do mundo não podiam fazer nada quando o medo tomava conta do coração das pessoas.
E então, em Villent, uma explosão de grande magnitude chamou atenção das autoridades...
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Hoenheinn chegava a Villent, uma das maiores metrópoles de Deheon e do Reinado. Construções de pedra espalhavam-se por uma planície com uma pequena elevação onde torres de castelos buscavam o céu. Villent era conhecida por ser uma cidade rica, onde antigas famílias nobres viviam desde os tempos imemoriais. As minas de ouro e prata fizeram a cidade prosperar por décadas, mas desde os últimos anos, o lugar mudou um pouco seu panorama.
O paladino de Valkaria agora via as muralhas forradas por soldados em guaritas e catapultas espalhadas em torres, circundando a cidade. Havia uma gorda fila de carroças e carruagens saindo pelo portão de ferro principal. Hoenheinn acabou descobrindo à boca miúda que essas caravanas saíam com frequência da cidade. Havia um clima pesado e bélico pelas ruas de Villent e alguns diziam que Yuden estava tramando algo.
Em determinado momento de sua estadia na grande cidade, o paladino foi abordado por um cavaleiro da grande ordem dos Patrulheiros da Deusa - cavalaria dedicada a proteger as fronteiras do reino. Ele vestia uma armadura completa, brilhante, onde a deusa em súplica desenhava-se em alto relevo. Tinha uma capa púrpura longa e garbosa sobre o escudo nas costas. Tinha uma espada de lâmina cumprida, sobre uma espada menor, acinturadas. Era um homem alto, sem cabelos e com um olho cego.
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Hoenheinn Mitternach, paladino de Valkaria? É um prazer em conhecê-lo, senhor. Me chamo Borgoran, cavaleiro de Valkaria. Foi-me destacado a honra de encontrá-lo para entregar-lhe uma mensagem da Igreja de Valkaria.
Não sei se está ciente do que aconteceu há poucos dias, mas houve um ataque sorrateiro a esta cidade. Explosões que aconteceram em alguns estabelecimentos comerciais ligados à família Goldheart. A Igreja de Valkaria, em parceria com o Conselho de Villent, deseja formar uma equipe de aventureiros... então o senhor foi escolhido para liderá-los. Deverá comparecer amanhã à Estalagem do Falcão Prateado para uma reunião com Helloram Brokeshield, do Conselho.
Após muito tempo basicamente vivendo todos os dias em perigo, Aldred decidiu retornar para casa em um merecido descanso. Lutou ativamente auxiliando células rebeldes dentro do Império de Tauron e encontrou enormes dificuldades. É verdade que conseguira algumas vitórias, mas o domínio táurico estava consolidado, de modo que a cada cidade tomada pelos rebeldes, semanas depois era retomada por um contingente maior de minotauros. Ao passo em que muitas pessoas morriam nas batalhas e menos pessoas começaram a apoiar a causa rebelde. O medo venceu a esperança, pelo menos naquele momento.
Retornou a Valkaria e passou a virada do ano em casa, com seus pais e sua irmã. Os fogos e as festividades eram famosas na maior metrópole do mundo conhecido. Dias depois, seu pai fazia aniversário e foi neste dia que aconteceu outro chamado de aventura.
Era um entardecer quente em Valkaria quando Aldred foi encontrado por seu pai em casa. Mesmo com mais de cinquenta invernos, o ginete não perdia sua postura altiva de um verdadeiro herói do seu tempo.
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Tu lembras da história que lhe contei sobre como tua mãe e eu nos conhecemos? Pois então, Iryna Ullott, ex-vampira das trevas, enviou-me uma carta depois de todos esses anos. Ela passa bem e toca os negócios de seu falecido pai, Darvos. Ela também requisita a minha ajuda, por confiar em mim. Infelizmente, tu sabes, eu já encerrei meus trabalhos e não pretendo me envolver em assuntos desse porte. Por isso, quero pedir a ti que fosse em meu lugar. Posso contar contigo?
As três semanas passaram mais rápidas do que Jihad e sua esposa Mitra queriam. A viagem pelo Império de Tauron demonstrou-se menos perigosa do que o esperado: estradas pavimentadas e cidades seguras. Por isso, puderam aproveitar com divertimento e deleite a estadia em boas estalagens e apreciar apresentações artísticas. Quando menos esperavam, já avistavam a colossal estátua de Valkaria. Mitra insistiu em se mudar para a capital de Deheon quando seu marido ficou sem dinheiro e, assim recomeçar a vida na maior metrópole do mundo.
Estava bastante empolgada.
Vou abrir um negócio. Um bazar. Acho que vai dar tudo certo. E você ainda pode reencontrar o Aldred e brincar em suas aventuras. O pai ainda não desistiu da ideia de casar Jana com ele. Hahaha.
Porém, o qareen não sabia se seu amigo estava na capital. As últimas notícias que tivera dele resumia-se a notas de rodapé na Folha Imperial, jornal dos minotauros, noticiando um atentado de "rebeldes sem causa". Jihad sabia que Aldred estava envolvido em pelo menos alguns deles, mesmo sem seu nome estar citado.
Depois de alguns dias, o casal conseguiu alugar uma casa onde ela poderia iniciar seu bazar (ainda sem nome) e Jihad foi "liberado" para encontrar aventuras. Não foi difícil descobrir que em qualquer taverna da cidade havia quadro de anúncios, onde toda sorte de pessoas necessitava de aventureiros. Além disso, o qareen também ficou sabendo da chegada de seu antigo companheiro de aventuras, Aldred, por intermédio de um mensageiro goblin que ficou espiando a casa dos Maedoc por um tempo para avisá-lo.
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Alecrim havia se aventurado por algum tempo e ainda assim não se considerava uma druida de verdade. Apesar de sua conexão com Allihanna ser harmoniosa e cada vez mais profunda e cheia de significados, a jovem meio-dríade sentia-se sempre incompleta.
Vagando por Arton, através de bosques, florestas, montanhas e pradarias, ela não divisava as demarcações da civilização, os nomes dados pelas populações que ali viviam e, por isso, não saberia dizer quando encontrou o Rio da Fortitude e, dias depois, a imensa cidade de Villent.
Alecrim havia conhecido outras cidades humanas e algumas até apresentavam muralhas ou paliçadas, mas esta era diferente de tudo que já vira antes. Villent ostentavam armas de guerra feita de madeira e pedra sobre a grande muralha mais alta do que muitos carvalhos. Dentro, era possível divisar ainda casas de humanos enormes, feitos de pedra e aço. A jovem de repente se viu no meio de uma multidão de pessoas indo e vindo por uma passagem gigantesca no meio da muralha, e foi entrando com alguns, atabalhoada. Não demorou muito para um homem metido em aço interpelá-la.
Perguntou sem paciência, enquanto olhava para seus olhos verdes.
Está perdida, menina?
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Arton era um mundo de maravilhas. Havia uma enorme quantidade de pessoas distintas, de culturas e saberes diversos. Mas mesmo num lugar tão colorido quanto este, havia aqueles que se destacavam por sua estranheza adversa. Este era o caso de Teldruk, o viajante do espaço. Ele estava acostumado a ser confundido com um meio-elfo, por suas orelhas, seu corpo delgado e por sua vasta barba grisalha.
Ele chegara a Villent fazia poucos dias, logo após um evento que aqueles povos chamavam de "ano novo", quando os mundos dos deuses completavam seu giro em torno de Arton. Teldruk procurava seu amigo de longa data, o qual precisava de "ajuda", embora não fosse muito claro na natureza dela. Agora o sklyrine lançava-se a mais uma aventura no mundo mais cobiçado do universo.
O encontrou numa taverna bem arrumada, onde grupos distintos, equipados com itens de aventureiros, sentavam-se na maioria das mesas, sendo servidos por um elfo atendente de olhar esnobe e desconfiado. Seu amigo, Oskar Stonespear, bebia uma cerveja num copo de vidro muito grande. Mesmo após muitos anos, Teldruk reparou apenas uma nova linha na testa do anão. De resto, apresentava a mesma barba loira da qual tanto se gabava.
Olá, meu caro Tel. Quanto tempo, você ficou realmente velho! Vamos, puxe uma cadeira e sente-se. Peça uma cerveja anã, eu pago. A dessa taverna é realmente boa, feita por anões, é claro. Como anda a vida no além?
Veja, quando te chamei pedindo ajuda, na verdade não é pra mim. É para um primo meu. Ele é famoso, até rico... é de uma família importante aqui na superfície, os Goldheart, que em Valkar significa "coração de ouro" na língua de Doherimm. Ele precisa de aventureiros e eu achei que você pudesse se interessar... o que acha?
Dados dos Personagens: Inventário, XP, Riquezas
- Hoenheinn Mitternach <> PV: 53 PA: 1 PM: 5 PE: 6 CA: 17 <> Música de bardo: 5 <> Destruir o mal: 1 <> Bênção da Durabilidade: - <> Domínio da Viagem: 1 <> Condição: Normal
- Aldred C. Maedoc III <> PV: 55 PA: 1 PE: 6 CA: 21 <> Amaldiçoado: - <> Munição: 30 <> Condição: Normal
- Scarlata Jihad <> PV: 48 PA: 1 PM: 23 CA: 17 <> Flechas: 20 <> Varinha de mísseis mágicos: 50 <> Desejo: 1 <> Voo: 1 <> Condição: Normal
- Alecrim <> PV: 48 PA: 1 PM: 21 CA: 21 <> Forma selvagem: 6 <> Magias preparadas: - <> Condição: Normal
- Teldruk Banok <> PV: 39 PA: 1 PM: 17 CA: 13 <> Luta Galante 6 <> Condição: Normal
Próxima Atualização: 29/08