Soma suspirou quando tudo terminou. À medida que o grupo se juntou novamente, tendo Gelly já pego os cristais que os goblins deixaram, ela se encostou numa árvore, recobrando o fôlego. O sangue começou a pingar. Já sabendo como acontecia, aproveitou que os braços estavam cobertos de faixas e limpou o sangue do rosto. Com as mãos, deu um trato final ao redor dos olhos, parecendo estar tudo bem.
Aquele tecido vinha bem a calhar. Por ser escuro, não transmitia muito a sensação de estar sujo de sangue. Precisava ser limpo pelo menos uma vez na semana, porém. Adoraria uma roupa que nunca sujasse, mas isso a faria mágica, e bem… não tinha muita sorte com isso.
— Eu estou bem… bom, i-isso sempre acontece. Desde que nasci, quando me esforço muito, começo a sangrar mesmo sem ferimentos…
Sentia que não estava explicando direito. Também sentia que roubava a atenção de um jeito injusto, porque na prática fora muito pouco ferida pelos inimigos. Sanger, Dim e mesmo Bietris tinham sido vítimas de golpes mais severos. Mas ela era a que mais sangrava, "porque sim".
— Magia… eu não tenho magia, e sequer ela funciona comigo. Não sei explicar o porquê, mas é assim desde que nasci. Então quando tenho que gastar energia que normalmente seria mágica ou pelo menos parecida com magia, meu corpo dói de dentro pra fora. Por isso, sempre sangro. Hoje foi pouco, pelo menos… Mas e-eu não me importo. Estou bem.
Tentou mudar um pouco de assunto, porque tivera muitas experiências com tal condição, e não conseguia fazê-los entender tudo de uma vez. Achou interessante o comentário de Kelaste sobre a "dobra de sangue". Sabia que não era isso, mas talvez o fato de adaptar-se à própria condição tenha tornado-a autodidata em tal técnica.
— Sim, creio que é melhor discutirmos uma melhor formação para a próxima empreitada. Nunca sabemos quando seremos atacados, e já na
dungeon será vital.
Soma gasta 1 ponto em Armadura, elevando-a a A4.