florescia uma malva...
O cavalo comeu-a."
Azgher nascia por trás das colinas atiçando seus raios pelos campos de arroz da Vila de Shimei gerando vida as plantas e dizendo ao povo daquela pacata vila que já era o horário de começar suas atividades. Uma brisa leve soprou por entre o arrozal que se curvou e tocou o rosto dos primeiros trabalhadores, que com suas mãos calejadas faziam a colheita de maneira rápida.
No centro da vila sob uma colina se mantinha o Templo Hoizon onde alguns dos monges se colocavam sob um rígido treino diário enquanto outros adotavam um caminho pacífico buscando apenas a contemplação espiritual ou uma forma de esquecer o passado para alguns. Sua arquitetura recordava bastante os grandes templos dedicados a Lin-Wu em Tamurá, mas se observado de maneira atenciosa era possível notar alguma influência que da religião de Marah que era mais comum ali no continente. Este misto criava de disciplina e paz parecia irradiar do templo e tomar conta de todo o vilarejo.
Esta paz se estendia por cada canto, era quase como uma força atuando sob todo o lugar. Estava refletida no lago, por entre as lápides do cemitério, em meio as ruínas do castelo e nos olhos das crianças que brincavam no centro da Vila.
De dentro de sua carruagem Lianna observava aquele lugar e era tal qual um sonho. Um sonho que parecia ter sonhado em outra vida, um sonho que parecia fazer vibrar a própria realidade. Respirou Fundo com uma das mãos involuntariamente levantada na altura do coração e este parecia estranhamente acelerado. Estreitou seus olhos e seus longos cílios pareciam encobrir os olhos.
"A Vila de Shimei." - Começou a se recordar do que havia lido - "Fundada antes da destruição de Tamurá por um Samurai que fora amigo pessoal do Imperador Tekametsu. Este após anos de luta e servidão havia ganhado direito a um pedido ao seu amigo, apaixonado da maneira que era pela a cultura do continente havia pedido o direito de criar um local de paz e reflexão para aqueles de seu povo que estavam perdidos fora de sua terra natal."
Lembrar aquelas informações tinham um efeito calmante sobrenatural e notando isto, continuou o exercício.
"O Imperador sorriu diante daquele pedido, como poderia negar um pedido com intensão tão nobre a um amigo tão fiel? As negociações com o Reinado não demoraram muito tempo e logo a vila foi fundada onde o velho samurai seria o seu Daimyo. Logo quando os primeiros habitantes começaram a chegar a esposa do ex-samurai entrou em trabalho de parto e devido a complicações acabou por morrer no processo. A criança era um mistério o que havia acontecido com ela, alguns diziam que também havia morrido outros diziam que era uma criança doente que não saia do palácio e que avó fazia questão de mimar por ser a única lembrança de sua filha."
Lianna então podia observar a arquitetura das casas dos locais com seus telhados feitos de barro multifacetado e suas ruas revestidas de calotas de rocha lisa. O que tornava a viagem dentro da carruagem algo tranquilo e sem grande balançar. Suspirou.
"A vida seguiu tranquila desde então e neste ponto não existiam relatos dos motivos que levaram a queda do Daimyo, entretanto tudo apontava traição entre os seus subordinados ou de um de seus súditos, e por conta dos acontecimentos que levaram o fim de Tamurá a administração daquele lugar havia sido completamente esquecida e desde então aquela vila não possuía qualquer governante formal."
Um fim trágico para um homem com intensões tão nobres... entretanto aquilo tudo era passado, o importante agora era o futuro, ou o que imaginava ser o futuro. Aquele era um lugar conhecido por apesar de ser plácido, possuir comércio e culinária impares, poderia ficar por ali por um tempo para permitir que Terence e Philip descansarem da estrada e reabastecer alguns dos recursos de seu laboratório.
Refletidos em seus olhos no centro da cidade a distância via uma mulher performar uma musica em um estranho instrumento de cordas.
https://www.youtube.com/watch?v=AK51LblcEOw
Seu coração agora se encontrava leve. Começava a fazer o caminho para passar abaixo do Tori e finalmente adentrar ao que aparentemente era a praça quando notou algo estranho. Em cima do Tori notou um vulto ou pensou te-lo visto, um homem ali em cima ou ao menos parecia ser um homem contra o sol, quando suas pupilas já se acostumavam a luz ele já não estava mais lá.
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Haviam sido semanas de viagem e ainda havia um bom pedaço de caminho antes que chegasse em Yuden, para falar a verdade Yuden ainda estava a quase um reino de distancia. Não imaginava que ali naquele fim de mundo pudesse existir uma vila, ainda mais uma vila aparentemente próspera apesar de simples, avaliava. Conforme caminhava pelas estradas em meio aos arrozais quase esqueceu de sua missão.
Quando adentrou por fim na cidade, olhou para aquele povo de olho puxado e só pode se lembrar das histórias que os marinheiros lhe contava sobre a cultura Tamurariana. A jovem não pode deixar de conter um sorriso em seu rosto, aquele povo parecia não sofrer com os abusos de um regente tirânico, na verdade não pareciam sofrer com os abusos de NINGUÉM. Não via muitos guardas, mas também não via necessidade para tal, não tinha visto monstros fazia pelo menos umas duas semanas e o lugar parecia bem localizado o suficiente para ver alguns comboios mercantis chegando e partindo.
Algo entretanto cheirava estranho, não sabia o que, mas algo coçava dentro de si. Algo que parecia queimar no seu intimo e se remexia ali. Seus olhos encontraram os destroços de um palácio e seu estomago pareceu embrulhar. De fato, algo ali não estava certo
As primeiras notas de uma canção pode ser ouvida, e então notou a mulher com seu estranho instrumento musical. Um homem em uma barraca com diversos peixes diferentes anunciava suas mercadorias.
Aquelas pequenas coisas tiraram a mente de Rhaysa do seu problema por um momento, talvez fosse hora de relaxar antes de seguir viagem, ou simplesmente quem sabe explorar o local... quem sabe?Pescador
Peixe, peixe fresco do lago. Peixe fresco, apenas 1 peça de prata. Temos Salmão, Carpa e Tainha. Peixes de água doce e água salgada.
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Se passaram dias, quem sabe semanas desde que havia abandonado aquela maldita cidade voadora. A verdade é que naquele momento poderia quase se sentir segura mas a preocupação com relação aos seus perseguidores não a abandonava. A menos de três dias atrás havia se separado de outras crianças que também tinham conseguido escapar daquela instalação do Grêmio dos Médicos Monstros, haviam combinado de se reencontrar em um lugar entre Wynlla e Deheon e no meio deste caminho havia encontrado aquele vilarejo.
A dona da estalagem local, uma senhora já de idade e com profundas marcas do tempo, havia a encontrado em meio aos escombros do palácio na noite anterior quando tentava encontrar um local para se abrigar naquele lugar e fornecido um quarto confortável e uma boa refeição na ultima noite. Os primeiros raios de sol adentravam pela a janela de forma preguiçosa e tocavam o rosto de Laura, o perfume de pão fresco começava a adentrar pelas narinas da menina que sentiu o estomago roncar.
Sua cabeça ainda doía um pouco, havia simplesmente apagado e as memórias da noite anterior antes do encontro com a bondosa senhora eram nebulosos... havia chego por meio dos campos de arroz após correr por horas com água até a sua cintura. Então quando imaginava estar minimamente segura algo havia simplesmente surgido caminhando por cima da água, não se lembrava o que, pensara a principio que fosse um de seus captores mas a criatura não parecia ter dado atenção a ela e então... mais nada. Havia desaparecido completamente a plantação. Tudo parecia turvo e não se lembrava como havia chego aos escombros do palácio onde fora encontrada.
Ouviu alguém batendo na porta um pouco antes desta se abrir e Laura ver a taberneira com uma bandeja com pão, um copo com algo que soltava um pouco de vapor de dentro, ovos e algumas frutas.
.Estalajadeira
Vejo que você já esta acordada, trouxe algo para você comer, mocinha.
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Era um dia pacífico, como todos os outros eram naquele lugar. Ouvia o som dos grilos em meio a vegetação e o perfume do mato e orvalho da manhã. Um pássaro cantarolava em uma árvore enquanto abelhas saiam em busca de polem. faziam poucos dias que havia chego ali mas não sentia grande preocupação imediata para se despedir logo dele. A beira do lago podia de forma preguiçosa pescar um bom peixe para o café da manhã, já tinha notado em dias anteriores que não demorava muito para que eles mordessem a isca, havia garantido a alimentação assim durante todos aqueles dias.
As águas daquele lago eram tão calmas e límpidas que o Moreau não tinha qualquer dificuldade para enxergar os peixes que nadavam ali. Pensou nas coisas que haviam acontecido até o momento que chegara ali e nos poucos boatos que havia ouvido, e era incrível como apenas a chegada de uma pessoa era capaz de movimentar rodas e rodas de assuntos por dias. Ouviam o que falavam dele e como a Raposa era vista dentro da cultura daquelas pessoas, só podia achar graça das histórias que haviam lhe contado sobre as suposições que faziam dele... mas em parte não sentia que estavam erradas.
As reflexões de Lomri haviam sido interrompidas pela a presença daquele velho monge que vinha naquele exato mesmo lugar perto da margem oeste do lago todos os dias e que aos poucos havia desenvolvido uma amigável relação. Trazia em suas costas alguns poucos utensílios para o preparo dos peixe. Sua fisionomia era pacífica com um bom misto de preguiça, isto de certa forma fez com que o Paladino de Hynnin no mínimo soltasse uma risada de canto de boca.Monge
Bom dia, Jovem.
Eu sabia que ia te encontrar aqui, e ai já conseguiu pegar o nosso café da manhã de hoje?
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No alto da colina, no Templo Hoizon um gongo tocava. Sinal de um novo dia.