Menina
El pájaro se ha huido por completo, pero ¿va a volver aunque se demore, no?
¡Hazme caso!
Esteban estreitava os olhos, parecia entender alguma coisa do que a menina falava, apesar daquela língua parecer com o Valkar, o sotaque e a velocidade com que a menina falava fazia com que fosse complicado de acompanhar.
Esteban
Acredito que ele voltará... não sei te dizer, mas provavelmente ele deve estar observando tudo o que acontece.
E então falando Des...pa...ci...to... enquanto fazia gestos com a mão tentando ajudar a passar a mensagem que ele desejava.
Esteban
Temos... que... arrumar... alguém... para... nos... ajudar... a... se... comunicar. Conheço... alguém....
Menina
No entiendo nada ni nadie.
A garota não parecia entender nada o que ele dizia e ele próprio também não entendia nada que ela falava. Complicado. O pescador passou a mão no cabelo e balançou a cabeça, respirou fundo e fez um sinal com o dedão de por cima do ombro. Como quem diz "Vamos" em seguida ofereceu a mão para a menina. A menina pegou e ambos começaram a voltar para o centro da cidade.
. . .
Lomri, não parecia se entender com Lianna e Rhaysa. Sua personalidade extrovertida e deveras expansiva causava rusgas chegando ao ponto de acabar ocorrendo um pequeno embate entre eles, o carisma inerente de Lianna parecia fazer com que o paladino de Thyântis cooperasse com ela. Felizmente ou infelizmente a rua estava vazia quando aquilo aconteceu deixando de testemunha apenas Nobuaki.
Rhaysa
Se qualquer um de vocês me tocar novamente, eu não vou me conter.
Disse Rhaysa baixando um ultimato e dando costas indo direto ao seu objetivo, investigar o cemitério, deixando Lomri e Lianna para trás. Lianna pretendia seguir para sua carroça enquanto o homem-raposa queria ir junto de Rhaysa.
Lianna
Deixe ela. Venha comigo.
Apesar dos encantos de Lianna, Lomri continuava prolixo como sempre.
Lomri
My Lady, onde desejas ir? Não seria mais sabio irmos junto a Nobuaki em busca de respostas?
Alem disso Lianna, sabe que estou a alguns dias por aqui, Thantys me guiou passo a passo, e tenho certeza que vi algo estranho por lá. Você não quer que a jovem morra sozinha em uma armadinha por sua causa, quer?
Sei que ela precisa de um tempo, e juro que não a incomodarei. Ela já esta a frente, é só mantermos uma distância segura...
Se virou então para o velho bonzo que aquele ponto apenas acompanhava sem sentir necessidade de se intrometer.
Lomri
O que acha de acompanhar-nos ao cemitério? Assim poderia nos dar respostas que nos não teriamos como saber...
Nobuaki tinha outras ideias com relação aquilo, o velho tinha uma óbvia expressão de desânimo e um com uma grande pontada de tristeza. Não era difícil de ver que aquela situação havia tirado uma parcela da esperança do homem.
Nobuaki
Acho melhor eu não os acompanhar. Acredito que apenas irei atrapalhar a investigação, ao menos por enquanto… minha forma de ajudar agora vai ser buscar qualquer registro no templo que possa nos dar alguma luz.
Lianna se aproximou de Lomri. Sentia que seu poder de persuasão funcionava de forma estranha no raposo. Pegou nas mãos dele e fez enquanto dizia.
Lianna
Blá, blá, blá... Você fala demais, já te disseram isso?
Nós podemos fazer o que você quiser no cemitério depois... Exumar corpos, exorcisar espíritos, enterrar...
Sua espinha gela, por um segundo, seu olhar ficando morto enquanto suas mãos param de baçançar e ela se lembra da cena de meros momentos atrás. A imagem de uma flor azul vem a sua mente e pode sentir perder o fôlego por um curto momento.
Lianna
...mas, então, podemos fazer isso tudo. Depois.
Ela fecha as mãos com mais força, puxando-o de costas em direção à estalagem. Ela precisava fazer algumas coisas ali. Ao tentar puxar o Paladino ele a indaga.
Lomri
O que te aflinge dama? Não tenha medo! Venha comigo! Vamos conferir o cemitério enquanto ainda há luz, de noite podemos fazer o que você quiser. .. Thantys esta comigo, e lhe protegerei do que for preciso!
Lianna já havia perdido a paciência com ele. Estranho, ele
deveria estar sendo mais solícito com ela, seria algum truque que os deuses lhe pregavam? Um flash veio em sua mente e se lembrou de um homem que vestia um tabardo com a imagem de um dragão segurando uma tocha, e um gosto amargo tomou conta de sua boca.
Lianna
Urgh. Fine.
Se você quer tanto irritar a garota enfezada, irrite-a. Boa sorte. Você vai precisar.
E que Thyântis esteja com você! Pra quando aquela espada lá decidir terminar o que começou.
Dizendo isto Lianna seguiu para a estalagem deixando o paladino para trás. Este se sentia encabulado aparentemente pelo o que havia acabado de acontecer, mas ainda estava resoluto com o seu objetivo de ir ao cemitério.
Lomri
Lianna... Eh... bom, aqui você estará segura! Vou investigar o cemitério e garantir a segurança da jovem de mechas.
Seguiu em direção ao cemitério enquanto Nobuaki deixava a praça central, neste exato momento Esteban e Laura voltavam ao local. Vinham juntos de mãos dadas e o pescador parrudo parecia certo de onde deveria ir.
Quando Lianna adentrou a taberna notou que Kazumi e Takeshi estavam sentados em uma mesa, ambos haviam recuperado parte de sua saúde apesar de estarem com claros sinais de ainda estarem abalados com o que aconteceu a pouco menos de meia hora atrás. Uma moça que trabalhava ali os prestava ajuda, trazendo um copo d’água e tentando dar apoio emocional.
Kazumi olhou para Lianna e a jovem pode notar uma pontada de tristeza. No chão perto da porta ainda se encontrava a ossada de Shinobu, ninguém aparentemente havia feito qualquer menção de se aproximar ou limpar aquilo por enquanto. Sentiu uma presença atrás de si e ao se virar notou que era o pescador de peito cabeludo que voltava com a menina.
Esteban
Perdão, poderia me dar licença? Eu preciso falar com o senhor Takeshi um momentinho.
Passando por Lianna, Esteban foi até a mesa onde estava Takeshi, Kazumi e a funcionária do local. Se aproximou devagar, era notável a expressão no rosto dos dois mais velhos.
Esteban
Me desculpe, Senhora Kazumi e Senhor Takeshi.
Eu sei que o que aconteceu foi marcante, mas eu preciso ter um dedinho de prosa com o Senhor Takeshi. Acho que descobri o porque da menina não falar antes.
Kazumi de imediato levou uma das mãos a boca, mas Laura pode notar que aquela notícia havia dado um pouco mais de cor ao rosto da senhora. Takeshi ao observar a expressão de sua esposa se forçou a abrir um sorriso fraco e acenar que sim com a cabeça.
Se sentaram na mesa e então Esteban continuou.
Esteban
Ela parece falar aquela mesma língua daqueles comerciantes que te trazem aquela pimenta mais ardida. Será que você poderia nos ajudar a se comunicar?
Takeshi fez uma expressão de curiosidade e levou uma mão ao queixo, coçando a própria barba. Olho para Laura e perguntou.
Takeshi
Hola, ¿puedes entenderme?
Todos olhavam para a menina. Lá fora a chuva começava a engrossar e as gotas começaram a escorrer pela a janela.
. . .
Rhaysa não demorou muito tempo para achar o cemitério, as informações do velho estavam corretas. Ao chegar se deparou com um local tranquilo e mesmo com a chuva caindo em suas costas não parecia morbido, parecia mais um lugar de plena tranquilidade e reflexão. O lugar parecia cuidado com esmero possuindo alguns jardins floridos e lápides bem polida que se enfileiram desenhando linhas no chão, a grama verde cobria todo o lugar sendo esta salpicada por ocasionais flores amarelas e lilases.
No meio da área Rhaysa pode ver uma praça pavimentada com grandes pedras, e ela não pode deixar de lembrar das histórias de pessoas que faziam oferendas aos seus deuses em locais como aquele. De onde estava podia ver alguns vasos e tigelas com um pouco de comida.
Não haviam cercas ou portões que impedissem o acesso ao cemitério e ao observar tudo aquilo um pouco de sossego tomou conta do coração da mulher. Neste momento ouviu uma voz feminina atrás de si.
Mulher
Posso te ajudar com algo?
Era uma mulher de meia idade. Usava um avental com alguns utensílios de jardinagem, mas o que causava estranheza a Rhaysa era o fato dela carregar uma pá maior do que o necessário para apenas cuidar de flores.