Vestígio de Wynna
O mundo tremeu quando Gilliard conectou o último ataque. A deusa parou,. Sua cabeça rodou em seu pescoço, seus membros se contorcendo para dentro de seu corpo, como se toda sua estrutura estivesse sendo comprimida. A versão gigantesca da deusa, que sustentava aquele semiplano, soltou um urro ensurdecedor, e então em uma explosão de luz, como se uma estrela tivesse sido destruída. Rachaduras começara a surgir por toda aquela realidade, enquanto todos os conjuradores dominados urravam em uníssono em uma cacofonia infernal. O barulho similar à vidro sendo destruído se misturou aos gritos, e o inferno estava estabelecido.
O chão sob eles desapareceu, e todo aquele grupo se viu flutuando em um mundo de puro caos e energia arcana. E enquanto seus corpos eram tragados pelo turbilhão de almas, algo alcançou Gilliard. E ele viu, em sua mente, enquanto ele sentia aquela massa de puro poder se tornando parte de seu corpo, uma mulher. Ela estava quase seminua, apena tiras de couro e tatuagens cobrindo seu corpo. Ela enfrentava, portando magias, um ser enorme, feito de nuvens e penas negras. E então tudo se tornou luz.
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Yuden - Arton Norte
Vectora, o último bastião de um mundo antigo e mais belo, agora passava por Yuden. Se encontrava acima de uma cidade próxima à fronteira do reino com Sallistick. Goblins levavam pessoas em seus balões, fumaça sendo espalhada. Magos tinham seus serviços requisitados, e enchiam as bolsas de dinheiro enquanto levavam o povo para o Mercado nas Nuvens. Com o fim da Academia Arcana, Vectora era o símbolo da magia em Arton. O símbolo que mesmo quando os deuses haviam caído, quando tudo o que era mais sagrado no mundo havia abandonado a realidade, Arton ainda era um mundo fantástico. Um mundo de magias e aventuras. Vectora era o símbolo de Arton.
E por isso, aquilo mudava tudo. Um dado foi rolado. Um rei foi derrubado no tabuleiro.
A primeira coisa errada veio junto do primeiro grito, quando a magia de um dos magos falhou, e uma mulher e sua filha de não mais que dez anos tombaram para suas mortes, tingindo o chão e as pessoas que observavam de vermelho. Logo depois, foi a vez do mago. E então, pessoas começaram a chover. As pessoas que eram transportadas caíam e se chocavam contra o chão, e os magos que as levavam caíam depois. O povo gritava e tentava avançar para perto das beiradas da cidade, aonde os guardas voavam em suas montarias e salvavam quem podiam.
O primeiro tremor foi o sinal de terror. O caos se instaurou oficialmente pela cidade quando a torre de Vectorius explodiu, lançando detritos para todos os lados. Cinquenta pessoas morreram naquele momento. E então, sem o mago, sem magia, Vectora caiu.
Quando o mercado nas nuvens foi lançado ao chão pela explosão mágica e a falta de seus suportes arcanos, uma nuvem de poeira se ergueu. Toda a cidade sob eles foi destruída, e as mortes incalculáveis. Os mais otimistas teriam rezado que a tragédia tivesse acabado por ali. Mas não era aquele tipo de história.
Movidos pelos tremores, coisas dormentes despertaram. O primeiro vulcão a entrar em erupção estava em Hongari. Depois, um vulcão em Schkarshantallas também explodiu, lançando fogo e fumaça no mundo. Como por um efeito em cadeia especialmente maligno, que só podia ser movido pelas mãos de um deus monstruoso, dezenas de vulcões nas Montanhas Sanguinárias entraram em erupção. De forma muito mais rápida do que deveria ter sido, o lado oeste de Arton foi tomado por lava, fogo, poeira e fumaça.
Arton caía.
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Gilliard e Akira
- Finalmente acordaram. - Akira foi a primeira a ouvir uma voz. Abriu os olhos, e a primeira coisa que reparou era que havia voltado a enxergar. Olhou ao redor. Midori estava em uma cama, dormindo profundamente. Em outra cama, no outro extremo da sala, estava o elfo loiro que havia matado a deusa da magia. E na porte, havia um homem loiro de olhos vermelhos.
Gilliard acordou de seus sonhos sobre deuses antigos levando as mãos aos olhos. Ele as sentia, sentia tudo ao seu redor, as correntes atravessando tudo ao seu redor. Mas não enxergava. Levou às mãos ao rosto, e sentiu uma faixa amarrada em seu rosto. Ele se ergueu ao ouvir a voz masculina falando com eles. Quem quer que fosse aquele ser, a mera existência daquilo era errada. Havia algo errado com ele. Mas ele continuava a falar.
- Ahriman me disse que não sabia se acordariam. Senhora tamuraniana, sua espada ficará pronta em pouco tempo. Espírito, você vem comigo. Tem algo que preciso te mostrar.
Gilliard não soube porque mas algo dentro dele o compeliu a se levantar e seguir. Em pouco tempo, ele sentia uma outra energia. O que quer que fosse aquilo, não era um ser físico.
- Olá Gilliard.- O ser falou diretamente em sua cabeça.- Me foi dito que você viria. Você que carrega consigo a alma de uma deusa. Você, herdeiro do Vazio. Eu sou o Forjador. - Gilliard sentiu algo tocar sua testa, e ele teve um visão. Um coração. Era um coração, com uma espécie de sistema circulatório multicolorido, com pura energia pulsando dele. Ele por instinto, como se a informação fosse transferida para sua mente, soube o que era aquilo. Algo como Zlaahael tinha. Poder divino. Algo que podia ser feito com a alma de um deus. - Tudo será explicado em seu devido tempo, mas preciso que faça uma escolha, Espírito da Tempestade.
9100 XP para Gilliard e Akira
Gilliard recebe a Alma de Wynna
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O Rei Caído
Os dois se enfrentavam, quando um terremoto atingiu o campo de batalha. Aquilo foi a primeira coisa estranha. A segunda foi quando todos os dois exércitos desapareceram. Em pleno ar, minotauros e cidadãos corrompidos simplesmente desapareceram diante dos olhos do Rei Caído. Um microssegundo depois e foi a vez do Centurião diante do Rei desaparecer, como se nunca tivesse existido. O terremoto continuou por algum tempo, enfraquecendo aos poucos até acalmar. O Rei ficou confuso por um segundo. Naquela planície que logo antes era tomada por exércitos, haviam apenas ele e Presa agora. A criança o encarava, curiosa e nervosa com a perda de sua próxima alimentação.
No horizonte, uma nuvem negra se erguia, enquanto relâmpagos roxos tomaram o céu por um segundo. Algo havia acontecido em Yuden.
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Gatrius
- Porque? Ela está dormindo e já temos tudo aqui. E ela contaminaria a sala de cirurgia. Eu te dou a minha palavra, com total certeza ela está bem e vocês poderão conversar depois do procedimento. Deixe a pobre garota se recuperar. - A doutora falava, mas havia um certo tom de desprezo e displicência ao falar da garota, como se ela fosse um pensamento terciário em sua cabeça. Gatrius sentiu algo por um segundo. Um pequeno tremor. A doutora o olhou e sorriu. - Você também sentiu não é? Bom, bom. Algo grande aconteceu. Quer descobrir o que é?
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Zlaahael
O elfo avançou para dentro da cela, procurando salvar sua amada. Com um movimento, Zlaahael dominou a casca que era a amada que em vão tentava atacá-lo, e a prendeu. E então, ele avançou para arrancar o anel. Ao colocar as mãos nele, raios negros se manifestaram do anel, atingindo o corpo de Aranarth. Por um segundo, ele sentiu que seu corpo falhava, como se algo tentasse puxar algo que não existia ali. Morion teve de entrar na cela e arrastar o antigo pupilo para fora, enquanto a princesa continuava tentando atacar o ar.
- Herenyaavar, você está bem? O que houve?
Zlaahael mal conseguia respirar. Sentia-se fraco e frágil. Drenado, como se aquele anel tivesse absorvido sua vida.E apenas uma visão em sua cabeça. Um crânio bugbear com suas joias no lugar dos olhos. Rindo.
Zlaahael recebe 4 níveis negativos pelos próximos 5 dias.