Vila de Bremer – Oeste de Deheon
Tarde de Jetag 16 sob Pace, 1409 CE
Maliana Bremer sorri com a satisfação do dever cumprido, observando o movimento dos viajantes diante da estalagem Jarra de Rei, o legado de seus antepassados.
Com as mãos na cintura, a estalajadeira ergue o rosto para o céu azul, fechando os olhos para se proteger do brilho quente do sol da tarde, sentindo a brisa suave que sopra do leste desalinhar seus longos cabelos castanhos (entrecortados por algumas mechas cinzentas). Fazia muito tempo que ela não se permitia um minuto de descanso, apenas para sentir a tarde passar, soltando um pouco os cabelos, sempre presos, respirando um pouco de ar puro. Depois de quase perder tudo, finalmente as coisas parecem estar voltando ao normal.
Quatro anos depois da passagem dos minotauros, o povoado de Bremer, um posto de viajantes na estrada entre Valkaria e Gorendill, ao lado do Rio Nerull, finalmente recuperou um pouco de seu brilho.
Parece que foi ontem que Maliana escutou os vigias anunciarem a chegada do exército minotauro, marchando para a Ponte de Bremer como uma tempestade, forçando todos os habitantes a fugirem apenas com as roupas do corpo e o que conseguiram carregar, deixando suas vidas para trás. Depois de fugirem, eles se juntaram a incontáveis outros refugiados do reino, nobres e plebeus, que se dirigiam para as muralhas de Valkaria em busca de proteção.
Com o fim da guerra, havia sobrado pouco das vilas que estavam no caminho dos minotauros, saqueadas como espólio de guerra, e muitos dos habitantes de Bremer nunca voltaram para suas casas, mas Maliana não é do tipo de mulher que abandona o que sua família trabalhou tanto para construir. Com apenas alguns poucos amigos, ela voltou para Bremer, a aldeia fundada por seus antepassados, somente para ver tudo destruído e dominado por bandidos. Com a ajuda de um grupo de aventureiros, ela conseguiu expulsar os bandidos, recuperando a vila e recomeçando a reconstrução da estalagem.
Foram anos de trabalho duro e contratempos, com os bandidos sempre voltando para ameaçar a região, mas finalmente o posto de caravanas se tornou seguro para os viajantes.
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Nadinah Al-Abbas
- Sejam bem-vindos ao Jarra do Rei – diz a estalajadeira, saudando os recém-chegados com uma leve reverência, enquanto os criados se apressam para ajudar a carregar as malas dos viajantes para os quartos, descarregar as carroças ou cuidar dos animais cansados.
A caravana havia partido de Valkaria a dez dias, passando rapidamente por Ridembarr e outras vilas menores, e agora chegava em Bremer, na encruzilhada da estrada que leva para Gorendill, onde venderia as mercadorias que havia recebido do norte para a baixa nobreza da cidade, sedenta por excentricidades caras (principalmente tecidos feitos com a seda de besouros-do-fogo, ervas de chá, frutas e vinhos exóticos).
Na maior parte do caminho, a caravana montava um grande acampamento ao redor de alguma estalagem ou templo de beira de estrada, mas Bremer era grande e protegida o suficiente para abrigar todas as pessoas, carroças e animais. Além da grande estalagem, casas e estábulos se espalham dos dois lados da estrada, protegidos por muros de pedra e portões altos.
Quando você desmonta, Jareed está conversando com um dos guardas da caravana, acertando os detalhes sobre a vigília noturna. Assim que a vê, ele se apressa em ajudá-la, como tem feito desde que você apareceu.
Como lugar-tenente de Salini Alan, Jarred é um homem do deserto adaptado aos reinos do sul. Sua pele bronzeada e cabelos negros, além de seu leve sotaque (um traço peculiar útil para os negócios), são evidências de sua origem, mas sua roupa é uma mistura perfeita de dois costumes diferentes.
- Como está se sentindo, Nadinah? – ele pergunta, em valkar, para que você treine e se acostume com o idioma. – Deve estar cansada. Foi um dia longo. Sei que tem sido difícil para você, viajar com tão pouco conforto, mas hoje passaremos a noite em uma estalagem. Então, quero que descanse, e não se preocupar com nada. Não faremos mais negócios por hoje.
Assim que ele se afasta, para supervisionar a estadia da caravana, você fica livre para explorar o povoado.
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John Lessard
Sir.
A palavra ecoa em sua mente como um sussurro vindo de algum lugar do passado, de quando você era apenas um garoto, treinando sozinho com espadas de madeira.
Desde que foi ordenado como cavaleiro, no campo de batalha, você nunca foi chamado assim por ninguém fora das terras do Barão Abelius. Então quando o cavalariço da taverna o chamou pelo seu título, você demorou um momento para entender, percebendo pela primeira vez o que isso realmente significava.
O anel de ferro com o sinete de Abelius em seu dedo ainda o surpreende pelo tamanho exagerado, assim como a capa esvoaçante que cobre sua armadura, mas você nunca notou como as pessoas prestam atenção a esses detalhes, antes de se dirigir a alguém. Mesmo sem um brasão em seu escudo e trajes, algo que está sendo providenciado, as pessoas parecem reconhecê-lo como um legítimo cavaleiro.
A dona da estalagem o recebe na porta do salão, assim que você cruza a estrada de pedra, conduzindo pra dentro assim que termina de dar instruções para que os criados preparem um quarto para você.
- Fique a vontade – ela diz, assim que você lava as mãos e entra no salão principal, se acomodando em uma das mesas, onde uma atendente coloca comida e uma jarra de bebida. – Não hesite em chamar qualquer atendente se precisar de algo, senhor.
O salão enorme, tão grande quanto o salão de banquetes do barão Abelius, não se parece em nada com qualquer taverna que tenha visto. Não é a toa que a estalagem é parada obrigatória para as comitivas de nobres que cruzam o reino para a capital, pois o lugar, apesar de claramente ter visto dias melhores, ainda ostenta uma grandiosidade antiga.
Um grupo grande toma conta das mesas no outro lado do salão, conversando em valkar e também em outro idioma que você não entende, muitos deles vestindo trajes coloridos estranhos, que você reconhece vagamente de antigas lições de história como sendo característicos dos povos do deserto.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Acrescente sela aos equipamentos de John. / Inclua na resposta se John está saindo de Valkaria, depois de visitar seus pais, ou se está indo para a cidade.
Jinx
O sol da tarde inicia a última hora de sua jornada diária, quando os vigias do portão avistam um viajante solitário subindo por uma das muitas trilhas que cortam os campos ao redor da aldeia de Bremer.
Antigamente, a região era dominada por diversas propriedades menores, que se estendiam por quilômetros ao longo da margem do Rio Nerull, mas, depois da guerra, a maioria foi abandonada. Depois da última incursão dos bandidos da Flecha Negra, a pouco menos de um ano, algumas pessoas estão começando a reconstruir algumas das casas ao longo do rio, mas ainda são poucas e todas ficam próximas da aldeia.
O viajante, no entanto, sobe por uma trilha que muitas pessoas evitam, por medo de encontrarem Velasco, um velho louco que vive próximo da floresta. Velasco foi a única pessoa que não fugiu da região quando os minotauros chegaram, e surpreendentemente estava no mesmo lugar quando eles se foram. “Sorte”, ele diz, quando alguém pergunta como conseguiu evitar os minotauros e os bandidos que se escondem nas colinas.
Na verdade, sorte é algo que parece acompanhar o velho Velasco, que, segundo alguns, só pode ser um sacerdote de Nimb. Ele sempre era visto em Bremer, contando histórias estranhas de lugares distantes, de povos dos quais poucos ouviram falar, ou jogando com os viajantes (vencendo sempre).
Por meses ele não aparece em Bremer, embora muitas pessoas tenham visto fumaça saindo da chaminé de sua cabana, então quando a figura surge do caminho da floresta, os guardas imaginam que é o velho louco, subindo apressado, apoiado em seu cajado, com um corvo no ombro. Somente quando o homem se aproxima e os cachorros começam a fazer uma algazarra, eles percebem que não é o velho, mas alguém tão estranho quanto.
- Saudações, viajante – diz um dos guardas, assim que você se aproxima, olhando-o com uma expressão curiosa. – O que o trás a Bremer?
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Kain Magnus
“Um brinde ao legado dos Magnus.”
A exatamente um ano atrás, sua família estava sendo completamente destruída.
O brilho dourado das chamas da grande lareira, se dispersa no cálice de vinho tinto diante de seus olhos, despertando lembranças amargas que estavam escondidas no fundo de sua mente. Sentado sozinho em um canto da taverna, você se perde na bruma rubra das memórias, esquecendo completamente de tudo ao seu redor – o movimento das pessoas, o som dos músicos errantes, os olhares das atendentes - até que só restam as faces de seus pais e de seus irmãos.
Muitas vezes, durante todo esse tempo, você tentou não pensar sobre tudo que aconteceu naquele dia, concentrando-se somente em ajudar as pessoas que encontrou pelo caminho, mas agora, a lembrança parece ser a única coisa que você vê diante de seus olhos.
Uma explosão de aplausos e vivas para o grupo de músicos o desperta das lembranças, trazendo-o novamente para a taverna de Bremer, o último porto seguro para os viajantes que seguem para o oeste.
Depois da guerra, com a força dos Patrulheiros da Deusa enfraquecidos, grupos de bandidos tomaram conta das terras entre os Rios Yrlanyadish e o Nerull, tornando essa região um perigo para os viajantes. Exceto por alguns fortes isolados, a maioria das pequenas vilas da região foi abandonada, aumentando as distâncias entre os lugares seguros. Para piorar, boatos sobre monstros e grupos de saqueadores goblins e hobgoblins começaram a surgir.
Enquanto enche novamente o cálice com vinho, você nota quando um cavaleiro entra na taverna. Com a maior parte do salão tomada pelos barulhentos comerciantes da caravana, o cavaleiro senta em uma mesa ao lado da sua, enquanto os servos acendem castiçais e velas por toda volta, dispersando a escuridão ao seu redor.
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Aldred Castell Maedoc III
Parado no alto da colina, você olha para o horizonte leste uma última, tentando vislumbrar a figura impressionante da Estátua de Valkaria, antes de se ver completamente sozinho.
Depois de ter crescido na maior cidade do mundo, morada de centenas de milhares de pessoas, ponto de encontro para incontáveis viajantes, um lugar onde a vida nunca dorme, pela primeira vez em toda a sua vida, você se vê completamente isolado de qualquer pessoa, em um lugar onde seus pensamentos são interrompidos apenas pelo sussurro do vento e pelo farfalhar das folhas da grande macieira ao seu lado.
Mesmo para alguém que cresceu em uma cidade, cercado por pessoas, a sensação de isolamento não é algo incomum, mas o que você sente agora é algo completamente diferente, pois embora você esteja viajando a vários dias, sempre conseguiu avistar a forma da estátua da deusa, no horizonte, zelando pela sua jornada. Agora, no momento em que não consegue mais vê-la, é como se finalmente entender o que ela realmente significa.
Seu coração se enche com a alegria da jornada e da aventura de uma forma que não consegue explicar, quando você se volta para a estrada que leva para Bremer.
Depois de algumas horas caminhando, quando o sol já começa a ficar vermelho, você chega na ponte sobre o Rio Nerull, a entrada leste da Vila de Bremer, a última parada segura a oeste de Valkaria.
Durante todo o caminho você ouviu história sobre os perigos das terras abandonadas, a oeste do Nerull, um lugar perfeito para um aventureiro audacioso começar seu próprio destino.
- Salve, viajante – dizem os guardas, assim que você cruza a ponte. – O que o trás a Bremer? Não vemos muitos viajantes andando sozinhos por essas bandas.
Dados dos Personagens
Aldred <> PVs: 22/22; PMs: 0; PEs: 3/3; PAs: 1/1; CA: 16; XP: 0/1.000; Condição: Normal; Postura: Padrão.
Jinx <> PVs: 17/17; PMs: 3/3; PEs: 0; PAs: 1/1; CA: 18; XP: 0/1.000; Condição: Normal.
Jonh Lessard <> PVs: 23/23; PMs: 0; PEs: 0; PAs: 1/1; CA: 20; XP: 0/1.000; Condição: Carga (Deslocamento -3 m; Penalidades).
Kain <> PVs: 17/17; PMs: 0; PEs: 0; PAs: 1/1; CA: 18; XP: 0/1.000; Condição: Normal.
Nadinah <> PVs: 8/8; PMs: 10/10; PEs: 0; PAs: 1; CA: 12; XP: 0/1.000; Condição: Normal.