Era um dia normal em Metro City. Pessoas trabalhavam em escritórios, nas centenas que se encontravam em diversos prédios de vários andares. O sol brilhava forte no céu azul, os carros buzinavam, vendedores de cachorro quente gritavam nas calçadas, uma batida num cruzamento. A cidade estava em movimento, assim como era em todos os dias. Era um dia normal em Metro City... Mas estava prestes a mudar.
Episódio 1: Dia “Comum”
BORRÃO
Era um dia comum na Blur. O local era bem grande e arejado, amplo e bem iluminado. O chão era de uma limpeza impressionante, feito com mármore lustroso e negro. As mesas com computadores se estendiam por todos os lugares, fossem máquinas individuais, ou apenas uma com dois ou três monitores, cada um mostrando dados, análises e projeções.
Haviam também microscópios, armários com medicações e preparados farmacêuticos, câmaras de quarentena e testes, caixinhas em prateleiras contendo luvas de látex. Em determinado local se localizava alguns braços robóticos que auxiliavam a equipe da Blur em alguns procedimentos.
Dentro de uma dessa salas, Borrão - o herói super rápido de Metro City - corria em uma esteira. Suas pernas se moviam tão rapidamente que mais pareciam uma cor desfocada flutuando no ar. Ele era grande, com um uniforme mesclado ao seu corpo azul e metálico e continuava com o atenção fixa em frente. Do outro lado do vidro dois cientistas observavam painéis e faziam anotações em tablets que mantinham na altura da barriga. Eram uma equipe de cinco, pelos menos antigamente. Parado ali do lado direito estava Ted, homem alto e magro, de cabelos castanhos e olhar amistoso. Ao seu lado vinha Eric, mais robusto, porém mais baixo. Os olhos eram claros. Ambos de jaleco. Ainda faltavam dois, ou três. Cid havia ido procurar Ashley, que disse estar passando mal, enquanto que o quinto membro da equipe que faltava… Mathew preferia não pensar nisso agora.
O herói continuava seus testes, para que tudo corresse bem, para que pudesse continuar fazendo a diferença, até que tudo ficou vermelho. O alarme disparou de repente, emitindo um som alto e agudo, enquanto luzes vermelhas piscam sem parar. Gradativamente Mathew diminuiu sua velocidade na esteira confuso sobre o que acontecia. Eric olha em volta, enquanto Ted mexe em seu tablet, depois olha para o herói.
Eric empertigou-se, preocupado.
- Princípio de incêndio na ala 3… O sistema de contenção de chamas não responde.
Ted concordou, tenso.
- Cid e Ashley não estão lá?
DR. GREEN
Era mais um dia comum nas florestas de pinheiros que cercavam Metro City. Apesar de ser uma metrópole gigantesca e muito desenvolvida, toda a cidade era cercada por montanhas e florestas frescas. Ela possuía saída no Oeste e no Leste, por estradas bem pavimentadas, calmas e isoladas.
E ali, no meio da vida selvagem, ficava a choupana do Doutor Green, o famigerado cientista louco, controlador de plantas e que já tinha sido um vilão, em sua cruzada radical para salvar a natureza.
Apesar de modesta, a cabana escondia um laboratório avançado de pesquisa em seu subsolo, algo como o visto em Breaking Bad, a série de TV.
Naquele dia, de céu limpo e sol radiante, o Dr. colhia amostras de fungos entre rochas para futuras pesquisas, quando percebeu um cadáver caído entre as folhagens. Era um filhote de urso, cravado com flechas. Olhou adiante e percebeu outro, do mesmo modo. Formavam uma trilha, uma caminho. Aquilo só poderia ser obra de um caçador, mas não qualquer um… O Caçador.
THE CRIMSON
Mais um roubo. Sim, ele estava acostumado com isso. Aquele era um dos maiores bancos de Metro City, o General Bank, pertencente a uma poderosa família rica e como Giovanni bem sabia, corrupta. Howard Sent, o chefe da família possuía negócios escusos com diversos políticos da cidade e também com outros empresários, e corria o boato que contratara mercenários super humanos. Era o tipo de lugar que Crimson e seus capangas atacariam.
Giovanni estava no esgoto, no exato lugar onde as plantas indicava onde ficava a sala do cofre. Estava pronto para caso algum super aparecesse e agora só precisava de sua equipe. Porém, onde eles estavam? Oliver, Rupert e Gared nunca se atrasavam. O túnel estendia-se para ambos os lados, largo e escuro, com apenas o som dos ratos andando de um lado para o outro e o gotejar de água suja. As paredes eram deitas de pedras, com muitas tubulações cruzando o caminho, vindo de algum lugar e indo para outro. Destino e origem, ambos desconhecidos.
Gionanni esperou mais algum tempo, quando ouviu o barulho de passos… Seriam eles? Não, pareciam que estava se arrastando. Deveria verificar?
MIKAIL E BELPHEGOR
Não era a primeira vez que Mikail visitara um esgoto, pelo menos agora já havia passado pela parte nojenta e se aproximava de locais secos e organizados. Depois de passar por um córrego de águas suja, ele e Dan adentraram num túnel mais estreito, seco e repleto de tubulações, onde passava grande nas instalações elétricas de Metro City.
Dan era um contato dentro da polícia, um amigo. Era um homem bem constituido, de cabelos escuros e rosto até que comum, porém era um homem supersticioso e que acreditava piamente em tudo, principalmente no que tangia às atividades sobrenaturais do mago russo. Na noite anterior disse ter visto demônios nos metrôs e que se dirigiram para estes túneis iluminados por luzes amarelas e pedira para Mikail dar uma olhada, só por garantia.
Chegaram por fim a uma área mais aberta e retangular. Mikail sabia que do outro lado havia os trilhos do metrô, de uma das várias linhas da metrópole, porém o tremor que sentiu sem seguida não era do transporte. A parede da esquerda explodiu em fogo e uma figura saiu dela. Em instantes, depois que a fumaça se dispersou, Mikail conseguiu distinguir a figura de Belphegor, o herói demônio. Do buraco surgiram mais duas entidades. Uma delas era um outro demônio, de pele amarela e olhos grandes. Ele carregava uma espada e pequenas chamas se apagaram em sua outra mão. Ele carregava uma espada e sorria maquiavelicamente para Belphegor.
- Sabe, Mik, eu vi, eram vultos esguios, com olhos vermelhos, tenho certeza que eram demônios cruéis...
O demônio, que usava a carcaça de um ex-policial para manter na Terra e combater o mal, havia sido atraído até o subsolo por uma ilusão de alguns bandidos que fugiam, ilusão esta, criada pela figura que acompanhava o demônio Trigan, vindo do inferno diretamente para lhe matar, isso, além de ter sido seu igual, nas legiões infernais. A mulher conseguira enganar seus sentidos com magia. Era uma mulher bela para os padrões humanos, corpo torneado e cabelos claros, assim como sua pele.
- Mesmo sabendo que você é imune a isso, ainda é divertido.
Ele não a conhecia…
… Mas Mikail sabia exatamente quem ela era, Vasilisa.
Ela o odiava, e o motivo o mago russo nunca soube ao certo, mas a relação de ambos era assim nos últimos anos. Talvez ele descobrisse agora… Ou não, a mulher estava aliada a um demônio e lutando contra outro, este segundo que atuava como um herói em Metro City. Ambos pareciam ter iniciado um ataque feroz contra Belphegor.
- Ora, ora, ora, que coincidência você também estar por aqui, Mikail.