Comentou constrangido para Kalyadrix.Aldred
Ora, fizemos tudo juntos. Dei apenas o golpe final.
Therese estava radiante com o sucesso da missão, a segunda que participava com Aldred e agora parecia que finalmente havia penetrado em seu duro coração de pedra. Estava suja, cansada, debilitada e bastante machucada. Mas ainda assim sorria debaixo daquela crosta de fuligem que se espalhava pelo ambiente.
Comentou, ignorando o fato delas serem uma raça escravista que torturava fêmeas de outras espécies e assassinava machos.Therese
Eu tenho dois pergaminhos de teletransporte, mas acho que precisamos ver umas coisas antes, não é? Não perderia a chance de conhecer a aldeia das dragoas caçadoras!
Mais tarde, João conversou algo com Jun distante dos demais. Aldred olhou para Therese significativamente e ela assentiu pronunciando palavras mágicas. Depois, ficou olhando para os dois, distantes, estática. Até que arregalou os olhos. Virou-se para Aldred e ambos conversaram em suas mentes. O ginete fez uma careta e cuspiu no chão.
***
Na aldeia, Therese mudou de opinião. Não havia fêmeas de outras espécies que pudesse notar de pronto, mas viu machos escravizados por lá servindo na festa que a tribo fizera. Não deixou aquilo se abalar, andando com Aldred segurando-o pelo braço por onde fossem.
Aldred recebeu alguns convites para testar sua força, mas ele não ligava para essas coisas. Para ele, não existia combate amigável. A luta era para matar e sobreviver, portanto, não faria disso uma recreação.
Resumia-se a dizer.Aldred
Não, obrigado.
Therese foi cortejada por outras dragoas caçadoras, mesmo estando ao lado de Aldred. O ginete não ligava, achava até curioso, mas a encantadora recusava todos os convites polidamente.
E puxou Aldred para longe dali, rindo divertida.Therese
Fico muito feliz e lisonjeada, hã... senhorita... mas estou satisfeita com meu macho.
Os dois ficaram a sós por um momento, longe da algazarra dos festejos e fizeram juras. Eram a montanha firme e o rio fluído. Opostos que se combinavam. Então, mais no final da festa, antes de todos começarem a amolecer e irem dormir, Aldred foi atrás de João.
E esticou a mão para cumprimentá-lo. Therese não conseguiu ficar de longe e brotou atrás de umas folhas.Aldred
Não me perguntes como fiquei sabendo disso, tchê, mas se é uma decisão tua, eu respeito. Bah, sou ruim com despedidas, mas... tu fostes um bom colega. Bem... é isso. Tudo de bom pra ti.
Disse sorrindo, estalando o dedo.Therese
Poxa, doutor, uma pena que não podemos nos conhecer mais. Espero o melhor para você. Qualquer coisa, sei onde fica essa aldeia e posso vir buscá-lo rapidinho.
***
No dia seguinte, graças a ajuda de uma guia (embora Aldred tenha protestado da necessidade disso), o grupo chegou à praia. João, então, revelou a todo mundo que ficaria, deixando alguns confusos. Aldred e Therese já sabiam, mas assentiram para ele. O ginete recebeu um presente e apenas fez uma careta e cuspiu no chão.
Depois, sob os auspícios de João, o grupo retornou ao Filha do Oceano. Encontraram a tripulação meio desanimada e Darvos parecia perdido, desesperado.
Ela fez um gesto para quem estava com a bolsa cheia das pedras de vitarium. Pegou uma e olhou significativamente para Jun e Kallandrya, chamando-as para o quarto da menina.Therese
Acalme-se, senhor Darvos Ullott. Eu sou Therese Incarn, maga encantadora do Protetorado e juntamente com Kallandrya, viemos para dar suporte e auxílio ao grupo destacado para cuidar da missão. Sua filha será salva.
Aldred foi atrás, é claro, ficando na porta. Iryna xingava, cuspia e exigia que fosse liberta. Aldred a olhou com desprezo, embora soubesse que não era culpa dela. Therese tinha compaixão e pena. Com ajuda dos outros para imobilizá-la, colocou a pedra sobre o estômago da menina.
Com o tempo, ela foi finalmente curada e retornou à consciência. Aldred ainda a olhava de esgueira, desconfiado, mas Therese queria confortá-la de todos os modos. Desmemoriada, foi preciso contar tudo o que aconteceu para Iryna. Ela sentiu remorso e, apesar de Therese atestar que ela sentia e dizia a verdade, Aldred ficou com um pé atrás e passou a evitá-la durante a viagem.
Aldred fez uma careta.Therese
Por que faz isso? Ela não teve culpa.
E então, o ginete olhou para a maga com desconfiança. Ela era uma encantadora, afinal de contas. Therese fechou a cara.Aldred
Eu sei. Mas tu não sabe como é ruim ter a mente controlada.
Aldred havia sido ferido na mente, estava traumatizado, não podia confiar. Virou-se de costas, apoiando-se na amurada no final do dia, vendo o sol se por, colorindo o horizonte de laranja.Therese
Não pense nisso, heim. Você sabe que nunca usaria minha magia de maneira tão vil.
Therese o deixou sozinho em seus pensamentos. Aldred, o ginete solitário.Aldred
Eu sei. Acho que apenas preciso de tempo.
***
Finalmente chegaram à sede do Protetorado após uma cortesia do mago de Darvos, o halfling Gully. Aldred estava sério como de costume e Therese um tanto cabisbaixa. Sir Grevan Tormac II, o líder do Protetorado havia chamado-os para uma reunião para felicitar a todos, dando até mesmo uma promoção para Jun para entrar no Círculo. Aldred fez uma careta e limpou os dentes com a língua.
E saiu depois disso.Aldred
Obrigado, senhor. Fiz o meu dever.
Caminhou sem ânimo pelos corredores da sede e pensou visitar Farrapo no estábulo para dar uma longa cavalgada. Seriam trinta dias de folga, mas ele detestava ficar sem fazer nada. Talvez viajasse para o sul, onde diziam haver problemas com goblinoides. Talvez visitar a lendária cidade de Lenórienn ou os reinos humanos de Lamnor.
Passou em seu quarto antes, para arrumar as coisas e encontrou Therese lá, sentada na cama.
Simplesmente disse. Aldred olhou para ela sem dizer nada. Tirou seu chapéu e seu poncho, fechando a porta.Therese
Aonde você for, eu vou.
FIM...
... até Contra Arsenal!