A inspiração de Flaurian pouco fizera para mudar o estado de Cássia, que ainda se sentia pesadamente abatida pela morte – após grande sofrimento – do irmão.
Cássia Uryah
– Obrigado pelo esforço, bardo. É que eu... acho que é minha culpa. Deixei que meu irmão viesse sozinho, se ele tivesse alguém com ele... minotauros se sentem mais fortes quando precisam proteger alguém. Né, Hadrianus? Pelo menos ele não teria morrido sozinho...
Havia sessões para jardins e mais à frente até uma área para cultivo – todos lugares apropriados para enterrar alguém. Cássia assistiu enquanto cavavam uma cova rasa e depositavam o corpo do irmão. Chorou em silêncio.
Então seguiram em frente. Na própria praça e parte da Rua do Comércio havia uma mercearia havia uma pequena mercearia onde eram vendidos produtos da terra, pães e doces – todos podres e cobertos por bolor, ratos, larvas e baratas. Era tudo MUITO velho. Encontraram alguns tibares em uma caixa – moedas de cobre, basicamente, quinze delas, e três moedas de prata.
Também encontraram uma loja que poderia ter pertencido a um ferreiro. Não havia nenhuma arma ou armadura, somente ferramentas diversas: talheres, facões, enxadas, foices. Mais tibares, vinte pequenas moedas de cobre.
Outra loja era para artesanatos diversos: cerâmica, vassouras, objetos decorativos ou funcionais. No interior uma de estátua de ouro retratava um meio-elfo erguendo a face para a cabeça dourada sobre a porta (todas as lojas e casas tinham aquela cabeça onipresente) e postando as mãos em súplica. Até suas lágrimas destacavam-se como pequenas gotas douradas escorrendo por sua face. Alguns dos objetos eram de bom gosto, mas a maioria era rústica e mal-acabada. Encontraram um pequeno cofre aberto contendo duas moedas de ouro.
A casa seguinte continha uma estátua de ouro que retratava um minotauro gravemente ferido, com ataduras, deitado em seu leito. Um braço estava na tipoia e uma das pernas havia sido engessada. Um dos chifres havia sido partido e estava ausente. Ele estava de olhos fechados como se dormisse. Destacava-se por sua armadura, uma loriga tapistana requintada com o símbolo do touro em chamas na couraça peitoral. Sobre uma mesa havia um escudo e um gládio – armas normais aos olhos de Nólege.
Então repararam que TODOS os edifícios continham em um canto uma escada em espiral que descia ao nível inferior (abaixo da rua) e levavam a uma porta dourada trancada. Em todos os casos a fechadura era de excelente qualidade e Maya percebeu abri-las seria um feito formidável.
A taverna demandou um pouco mais de tempo. O salão era amplo e havia um tablado mais elevado com uma mesa maior e cadeiras mais imponentes – parecia um salão de um nobre com um espaço para a família e o resto para os servos. Ali havia DUAS das enormes estátuas douradas, vigilantes sobre o lugar. Não havia quartos ali – não era uma estalagem, somente um lugar para as pessoas poderem comer, beber e interagir. As cervejas estavam chocas, os vinhos viraram vinagre. Havia muitas moedas de cobre, mais de cem, em uma caixa atrás do balcão, guardadas em pacotinhos de dez.
Encontraram uma casa que, pelas ferramentas, era do ferreiro. Era claramente um homem muito limpo e asseado, todas as coisas estavam cuidadosamente guardadas. Claro, os anos haviam cobrado seu preço e tudo estava coberto de pó e teias de aranha. Uma armadura azul e branca trazia um brasão costurado no peito: dois campos de cores alternadas (azul e branco) com muitas estrelas azuis do lado branco e duas estrelas brancas do lado azul. Havia até uma penteadeira em um canto, com um pequeno espelho e um pente (coberto de pó e teias de aranha). Em um gaveta havia um objeto em forma de falo.
Cássia Uryah
– Ó!
Cássia corou e deu uma risadinha quando viu o curioso item.
Encontraram mais tibares. Em um casa quase em frente ao do ferreiro encontraram mais armas e outra armadura colorida igual à da casa do ferreiro. Mas a única coisa interessante de fato foi quando chegaram ao fim da rua da taverna, onde esta encontrava a rua do lago: uma grande porta dourada encravada na rocha. Não havia sido indicada no mapa, mas estava bloqueada por tábuas de madeira grossa que os anos haviam deixado podres – um pouco de força poderiam facilmente arrancá-las. Uma placa havia sido afixada sobre elas:
AVISO
Esta área não é segura. Entre por seu próprio risco.
Governador Metellus.
Cássia Uryah
– Metellus novamente. Parece que ele conseguiu sobreviver à descida e até virou manda-chuva daqui. Primeira vez que vejo alguém subir descendo. Huahuahua sacaram? “Subir descendo” porque ele desceu o poço pra virar governador e... bom, entenderam.
Flecha pode perceber que a amiga parecia estar voltando à sua personalidade normal, esquecendo momentaneamente a terrível perda que sofrera para se concentrar no presente.
Cássia Uryah
– Podemos tentar entrar aqui... a despeito do aviso que é bem “foda-se, faça como quiser, não disse que não avisei”. Não é comum pra um governador tapistano. Mas também tem aquelas portas que Maya encontrou. Acha que consegue abrir? O que fazemos? E também tem aquele prédio, a “Cidadela”, além do “Palácio” que também não verificamos.
Ambos eram bem visíveis dali. A cidadela era um edifício de cerca de três andares que ficava no paredão por onde eles mesmos haviam entrado, enquanto o palácio era visível acima da cidadela, entrando na rocha e destacando-se com seus dois enormes balcões.
Off:
Encontraram TO 4, TP 5 e TC 157 (total de T$ 60,7). Podem dividir como quiserem.
Abrir uma das portas douradas nos porões requer um teste de Ladinagem, CD 25. Arrancar as tábuas que bloqueiam a última porta requer um teste de Força, CD 5.
Assumi que o grupo se dividiu em alguns momentos, na medida em que ficava mais confiante de que nenhuma ameaça maior surgiria para pegá-los – a vila está vazia, pelo menos nesta parte, e só há mesmo pequenos ratos e baratas. Vou dar um tempo para vocês escolherem tentar a porta nos porões, a porta solitária na esquina da lago com taverna ou seguir em frente com o plano e ir à seção de cultivo.
CONDIÇÕES
- Nólege está com Visão Mística (visão no escuro, enxergar invisível) ativa. 1 cena.
- Todos estão com bônus de +1 em perícias por Inspiração. 1 cena.
PERSONAGENS
Nólege. PV(30) 30, PM(18) 15. T$ 5,9. Carga 35,3 kg. XP 4.500.
Flaurian. PV(20) 20, PM(17) 17. T$ 61. Carga 5,5 kg. XP 4.500.
Flecha. PV(30) 30, PM(12) 12. T$ 47. Carga 46,3 kg. XP 4.500.
Hadriannus. PV(36) 36, PM(09) 09. T$ 02. Carga 33 kg. XP 4.500.
Magus. PV(24) 24, PM(25) 25. T$ 435, TC 9. Carga 11,55 kg. XP 4.500.
Maya. PV(24) 24, PM(12) 12. T$ 00. Carga 30 kg. XP 4.500.