O Pecado de Um [T20]: ON

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Padre Judas
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O Pecado de Um [T20]: ON

Mensagem por Padre Judas » 02 Abr 2020, 16:05

O Pecado de Um

Capítulo 1: Riquezas além da imaginação

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Eles eram cinco: um golem a serviço de Tanna-Toh, um qareen veterano dos Mosqueteiros Imperiais, um guerreiro minotauro, um hynne feiticeiro e uma goblin ladina. Já estavam juntos há algum tempo e agora chegavam ali após receberem uma mensagem em Malpetrim.
“RIQUEZAS ALÉM DA IMAGINAÇÃO”

Saudações.

Eu e meu irmão, Altrius, somos pesquisadores na Universidade de Valkaria e investigamos ruínas envolvendo nosso material de estudo – um tema delicado que não posso tratar por carta. Entretanto meu irmão desapareceu há alguns dias e, sabendo de suas habilidades, um colega na Universidade apontou seus nomes. Ele me disse que seu grupo reúne a necessária dose de engenhosidade, habilidade, força, caráter e, principalmente, conhecimento para compreender e valorizar nosso trabalho, assim como a importância de resgatar meu irmão. Ao que sabemos, as ruínas conduzem a uma cidade perdida e envolve armadilhas, riscos ambientais e quem sabe que tipo de criaturas infestam tal lugar? Mortos-vivos? Aranhas gigantes? Poderei dar mais detalhes quando nos encontrarmos pessoalmente.

Aguardo-os nas ruínas em questão, em Petrinya. O mapa junto indica a posição precisa. A entrada fica sob uma cascata, dentro de uma gruta. Não é possível ver por fora, mas ao entrar há um grande portão duplo negro feito de adamante. Sim, vocês leram direito. Os antigos habitantes ergueram um portão duplo de adamante com seis metros de altura e cinco centímetros de espessura em cada folha. Já imaginem o que os espera.

Peço que não se demorem. A cada dia as chances de encontrar meu irmão vivo diminuem e tenho medo de que já seja tarde demais.

E lembrem-se: “riquezas além da imaginação”.

Cassia Uryah, Estagiária/Pesquisadora do Departamento de Sociologia da Universidade de Valkaria

P.S.: tragam esta carta como prova de sua identidade.
E agora estavam ali. Não fora uma viagem tão difícil: partiram de navio de Malpetrim até a foz do Rio Kaerunir e subiram o mesmo até as Kenora em uma embarcação menor, própria para o tráfego fluvial. Tomaram um afluente perto das montanhas para chegar ao ponto indicado no mapa que acompanhava a missiva. Por fim encontraram a cachoeira – como dito na carta, nenhuma porta era visível dali.
Cap. Flint
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– Bom, pelo seu mapa, é aqui. Vamos esperar só três dias, depois disso iremos embora. Então peço que se apressem e encontrem logo esse pesquisador.
O Capitão Flint havia aceitado transportá-los, principalmente porque a rota comercial que normalmente fazia incluía boa parte daquele trajeto – ele subia o rio levando mercadorias obtidas dos portos litorâneos de Tapista até Ahlen para as várias vilas espalhadas dos dois lados da margem do Kaerunir até o interior da região dos Bosques. E ganhava bem por isso.
Flaurian de La Roux
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– Ora, ora mis ami... Será que não seria eu capaz de conseguir um abrasivo desconto para nossa viagem? Permitam-me tentar...
O capitão descobriu que o mosqueteiro era um negociador tão duro quanto ele. Sorriu ao final da conversa.
Cap. Flint
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– Você é bom de pechincha, rapaz! Talvez devesse trabalhar pra mim! O que acha?
Mas Flaurian era aventureiro, não lhe interessava o rotineiro trabalho de viajar sempre pelos mesmos portos e o rio, visitando sempre os mesmos lugares ano após ano.

Era um pouco difícil chegar ao local: grandes paredões de pedra erguiam-se de cada lado do rio, não dando margem para caminhar, e a correnteza era bem forte. Foi preciso descer uma canoa e remar com força até a cascata. Todos se molharam bastante, mas por fim conseguiram ver a entrada da caverna logo atrás. Desceram em terra firme e avançaram, despedindo-se dos marinheiros que retornaram. Andaram poucos metros na escuridão quase total até verem o grande portão negro diante deles. Ele era de folha dupla e seis metros de altura, enorme e imponente. Sem dúvida era adamante, pela textura e aparência. Parecia pesada, mas abriu bem fácil. Tão logo passaram a porta se fechou e puderam ver como: no alto, preso a cada porta, um complexo mecanismo de roldanas e correntes permitia às portas abrirem com menor esforço, mas as mantinham fechadas quando não eram usadas.

O local por dentro era bem diferente: as paredes, o piso e até o teto eram todos de pedra talhada com detalhes em dourado – realmente brilhavam como ouro! Havia um curto corredor e um tipo de lâmpada de cada lado que jogava uma luz sobre dois jardins que estavam abandonados, ocupados por ervas daninhas, mas ainda vivos a despeito de não terem acesso à luz solar.

Logo adiante há outro portão. Este é de um amarelo escuro, algo entre o dourado do ouro e o vermelho do bronze. Logo acima há uma cabeça humanoide esculpida no mesmo material, com esferas azuis no lugar dos olhos. Parecem acompanhar os aventureiros enquanto estes se movem. Os portões se abrem sozinhos quando se aproximam. Veem-se então diante de um salão. No canto oposto há um poço por onde cai água proveniente de um canto – provavelmente da mesma fonte da cachoeira. É possível ver também uma corda atada a um suporte em uma das colunas.

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Uma jovem está aquecendo-se em uma fogueira, mas ao ver vocês ela se ergue rápido e saca a espada.
Moça
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– Já estão perto o suficiente! Quem são vocês?
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Hadrianus

Hadrianus havia desistido de uma promissora carreira de gladiador para aceitar desafios mercenários pelo mundo e agora membro de uma guilda de aventureiros. A Guilda Naval Vlamingen não era uma guilda comum: não dava suporte financeiro, não fornecia missões, mas dava um teto para dormir em caso de necessidade em Malpetrim. O grupo passava por uma grande dificuldade financeira, mas Hadrianus se identificou com os ideais e fazia parte do bando com prazer.

O minotauro havia conhecido os outros quatro aventureiros durante a viagem de barco e havia trocado algumas palavras. O suficiente para dividir a cerveja e contar um pouco de si. Aprendeu também um pouco deles e adquiriu afeição aos pequenos Magus e Maya. Pareciam irmãos, se não fossem de raças diferentes. Enquanto a goblin era toda mal humorada, Magus era fascinado como uma criança ingênua. Hadrianus gostava de implicar com Maya e seu humor esquisito e de enganar o crédulo Magus com piadas e histórias exageradas.

Já os demais, Hadrianus não tinha muito contato. O golem era quieto, mas falava sempre que alguma pergunta era jogada ao ar, como um bom clérigo de Tanna-Toh. Dr. Nólege era um mistério, do tipo intelectual que nada tinha a ver com os interesses de Hadrianus.

O guerreiro sabia que encontraria desafios e combates mortais em sua carreira de herói aventureiro, mas não estava preparado - e temia nunca estar - para viagens de barco. Simplesmente as odiava. Passou boa parte da viagem enjoado ou bêbado.

Quando chegaram ao lugar determinado, Hadrianus achou que encontraria paz. Mas veio a pior parte da viagem! Teve que andar de canoa e ali não conseguiu manter o desjejum no estômago. Tonto, chegou à terra firme, mas nem tanto, e viu-se diante do portão de adamante. Então, ali começaria de fato a aventura.
Hadrianus
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– Finalmente um lugar agradável. Espero que vocês possam desfrutar disso como eu... Maya e Magus, lembrem do que combinamos: fiquem atrás de mim.
O grupo adentrou o estranho ambiente que mostrava algum esmero. Um lugar maravilhoso e brilhante que fez Hadrianus perder um tempo observando. Foi quando tropeçou em algo e viu, num susto, uma bela jovem em frente a um poço. Ela parecia agitada. Hadrianus se pôs a frente dos demais, impulsivo como era.
Hadrianus
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– Ora, nós somos os aventureiros contratados. Eu sou Hadrianus, "O Imperador", como me chamavam nas arenas... ehehehe. Porque sou parecido fisicamente com o grande Imperador Aurakas. Hehehehe... – Hadrianus se gaba um pouco coçando o queixo. – Aqui está minha carta. Disseram que ela comprova que fomos contratados por... hmmm deve ser você, a tal Cassia Uryah, certo?
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Flaurian de La Roux
Flaurian de La Roux
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– Bonjour... É uma honra estar tal peculiar companhia...
Vira logo de cara um rival em Hadrianus. Era como ele: Um artista da batalha. Mas seguiram por caminhos diferentes. O minotauro parecia um detentor da força e da resistência, enquanto ele se apoiava na agilidade e na graça. Mesmo assim, se sentia apto a um combate mano a mano com ele. Assim que o vira, fez um cumprimento com a cabeça, um meio sorriso e pousou a mão no sabre. Um convite silencioso.

Não encontrou muito espaço para fala apesar, pois o alegre Hynne falava por todos, mas apreciava tal energia. Dr. Nóledge o atraia simplesmente com sua existência. Era sábio sem ter um cérebro. Minérios e magia o moviam, fora a fé. Era impressionante como o mundo permitia que tudo e todos pudessem ter fé então se afeiçoou a ele.

Quanto a goblin... era difícil conter seu preconceito. Nobre. Artista. Vindo de familia, só conhecia os goblins pelos bandidinhos da favela dos quais ouvia falar volta e meia na corte. Nunca havia sequer encontrado um, mas já matara hobgoblins, uma versão maior deles então... Ao se deparar com o gênio ranzinza da pequena... foi difícil manter o sorriso.

Carta recebida, companheiros reunidos, a viagem foi regada a bebidas, risos e o grupo se conhecendo pouco a pouco. Nenhuma faísca com o minotauro, muito interesse no golem, risadas com o Hynne e uma educada distância da goblin. Quando finalmente chegaram ao navio, tendo seu seu trato social, a beleza imortal dos qareen e sua própria experiência com negociações, resolveu tentar uma pechincha com o capitão do navio, talvez em troca de dança e canto durante a viagem.

Era um soldado e um espadachim, claro... Mas sua vida toda apoiou-se em arte, acima de tudo.
Flaurian de La Roux
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– Sim, fiquem atrás de Hadrianus... Proteja-os meu caro, eu sigo a sua frente, assim, garanto também sua segurança... – Possuía certo desdém pelo minotauro também... a raça que levou seu rei. – Nólege, Marvelous – já disse que adoro esses nomes? – e... Maya... Por favor, onde nossas armas falharem, confio em vossa força para nos auxiliar. Em nossos curtos passos percorridos juntos, já me vejo ansioso de ver vossos talentos e ao mesmo tempo seguro deles...
E assim foram de canoa, depois caminharam, exploraram até finalmente chegar ao destino, onde uma bela e arisca dama os esperava. Ao contrário do que se espera, não era um paparicador do sexo oposto, tão pouco um mulherengo. Pensaria em casamento com a uma moça amada quando a hora chegasse e quando fosse um mestre de sua arte. Até lá, apenas a aventura importava.
Flaurian de La Roux
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– É como o Imperador aqui disse... Estamos aqui como desbravadores, protetores, guerreiros e heróis. Nossas habilidades estão a serviço da descoberta, mon cherry. Eis minha carta também.
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Dr. Nólege

A verdade está nos detalhes. Dr. Nólege passou a maior parte da viagem de barco observando, andando pelo tablado com as mãos recolhidas e entrelaçadas nas costas, corpo inclinado como um humano idoso. Essas características adquiridas eram apenas um arremedo de seu criador, mas que se tornaram hábitos irrepreensíveis.

Dr. Nólege observava a tripulação, as estrelas, as nuvens, o sol, a lua, o mar, o barco, mas principalmente seus parceiros de missão. A carta que recebera era trivial, continha informações considerando conhecimento prévio do destinatário. Por um mero acaso, o nativo de Terápolis havia estudado sobre aventureiros e seus costumes.

Via no minotauro Hadrianus um guerreiro garboso, força bruta, mas de sorriso fácil. Na goblin Maya uma mulher inteligente, de raciocínio rápido, mas com um problema social similar ao do próprio Dr. Nólege: incapaz de perceber as motivações das pessoas e, com isso, não compreendia os humores. O golem, entretanto, diferente do mau humor da goblin, preferia reagir no silêncio e na observação. Havia muito o que aprender.

Marvelous Magus era um hynne. Havia poucos em Terápolis e todos apresentavam características únicas, que os diferiam do padrão de sua raça. Por isso, Dr. Nólege ficou surpreso com tamanha agitação do pequenino. A única característica comum aos hynnes que conhecia era a curiosidade. Mas não havia método científico ali, apenas uma curiosidade ingênua.

Já o qareen Flaurian de La Roux apresentava modos típicos da cidade. Diferente dos demais, ele demonstrava cálculo em todos seus movimentos. Era como se fosse um personagem de uma peça teatral, um verdadeiro artista. Além disso, vivia do passado. Saíra de sua organização militar pró Thormy Pruss após sua queda. Era um combatente como Hadrianus e logo uma faísca de rivalidade pôde ser percebida por Dr. Nólege. Um instinto primitivo - geralmente manifestado em machos das espécies animais - de competição para determinar o "alfa" do bando. Fascinante.

***

O grupo logo chegou ao seu destino, numa espécie de gruta com marcas civilizacionais. Dr. Nólege ponderou e elucubrou uma ou duas teorias sobre o povo que poderia ter construído aquilo, uma ou outra motivação e aplicou métodos para o entendimento. Mas como ninguém perguntou, ficou em seu canto, com o rosto oculto pelo capuz. Um hábito que adquirira desde que chegara a Arton.

Logo, encontraram uma mulher perto do famoso poço. Hadrianus e Flaurian se puseram à frente para a disputa da liderança daquela sociedade de raças distintas em que não havia nenhum humano.

Dr. Nólege não era de falar, mas não queria dizer que se omitia de seus gestos. Apresentou imediatamente sua carta, conforme o minotauro e o qareen.
Dr. Nólege
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– Eu sou o doutor Nólege, clérigo de Tanna-Toh.
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Marvelous Magus

Aquela uma oportunidade fantástica, fascinante e fabulosa. A carta que havia recebido o convidava para para um aventura para resgatar um senhor das profundezas das terra, perdido nos emaranhados do desespero final. Mas como saberiam de sua existência? Certamente ficaram sabendo de seus feitos recentes. Como se não se bastasse tanta animação, ficou extasiado quando descobriu que iria viajar de barco e ainda por cima, com companheiros tão interessantes. Para que não se entediassem com a viagem então, ele ele falava sobre as coisas e perguntava sobre as coisas. O homem de lata era o melhor de todos... Não falava muito, mas parecia ter a resposta para quase tudo. Hadrianus não parecia muito bem durante o percurso, sempre enjoado e insistia em beber.
Marvelous Magus
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– Sabe, senhor Hadriannus, acho que isso não está ajudando muito...
Hadrianus
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– É isso mesmo, Magus, eu bebo porque me alivia do estresse. Burrp (arroto).
Quando finalmente chegaram, o hynne mexeu em suas vezes a procura de sua bolsinha de dinheiro, contou e entregou a quantia necessária para pagar por sua passagem. Desceram então até uma canoa, em direção a caverna maldita.
Marvelous Magus
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– Qual será a primeira coisa que farão quando chegarem lá? Hein? Eu vou descer da canoa! Aha, viram, era uma piada!
Quando finalmente desembarcaram, o hynne não escondeu um olhar de assombro perante o portão e seus mecanismos e então outro quando adentraram no local. Não demorou muito para encontrarem um poço e uma mulher, que estava desconfiada e pronta para espeta-los. O que ele não entendia era o motivo dela estar ali... Como os demais, se apresentou também, com sua carta em mãos.
Marvelous Magus
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– Saudações, eu sou Marrrrrrrrveeeeeeelous Magus, O Feiticeiro!
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Maya

A Goblin revisou seus equipamentos 3 vezes em um espaço de uma hora enquanto estava viajando. E esqueceu de verificar se tinha dinheiro para a passagem.

A Goblin respira fundo, estava irritada por ter sido obrigada a seguir aquela missão. No geral Maya recusaria tais missões, mas foi um pedido direto da Mestra da Guilda.

Os demais membros já eram conhecidos.

Hadrianus, um Gladiador Minotauro e forte. Não tinha problema em andar com ele, só esperava que aguentasse o tranco para que a Goblin aproveitasse alguma brecha.

Nólege, um Golem Divino é nosso principal Curandeiro. Sua proteção era sempre vital em uma batalha, Maya não podia deixar os outros esquecerem disso.

Flaurian era membro dos mosqueteiros, sem mosquetes, imperiais. Maya não tinha problema com ele, mas ele tinha com Maya, e só iria ignorar o preconceito do mesmo em nome da missão.

Magus era nosso conjurador Arcano, junto com Nólege era de vital importância proteger para que seu poder não fizesse falta. E foi a ele que Maya precisou recorrer.
Maya
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– Tanto trabalho em organizar minhas coisas e esqueci que o contratante não pagará as passagens.
Logo estavam em terra e Maya fazia uma última verificação em seus equipamentos.
Maya
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– Ok, quem lidera?
Maya sempre fazia isso, em todo grupo era necessário ter alguém para manter o grupo andando e Maya preferia assim quando andavam em ruínas, e esperava que ninguém tivesse esquecido do que cada um era capaz ali.
Editado pela última vez por Padre Judas em 02 Abr 2020, 17:39, em um total de 1 vez.
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Capítulo 1. Riquezas além da imaginação

Mensagem por Padre Judas » 02 Abr 2020, 16:06

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A moça pega as cartas e fica mais aliviada, embainhando a espada.
Cássia Uryah
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– Ufa, que bom que vocês chegaram, já estava ficando preocupada. Sentem-se, por favor.
Ela verifica os documentos, assegurando-se de que estavam em ordem. Então se senta também. É uma boa oportunidade para os aventureiros se secarem um pouco após passarem pela cascata. O chão era coberto por placas de rocha bem esculpidas.
Cássia Uryah
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– Então, como viram na carta, sou estagiária em Sociologia na Universidade Imperial de Valkaria, sob a tutela do meu irmão, que é Professor Colaborador. Nós pesquisamos um povo extinto em que há um único representante conhecido em todo mundo: os gnomos.

– Encontramos muito material que estava perdido nos arquivos da Universidade e descobrimos um mapa e indicações de uma antiga cidade deles aqui, bem abaixo de nossos pés. Vocês devem ter visto o mecanismo nos portões – os gnomos eram um povo altamente criativo e famosos por seus engenhos únicos.

– Chegamos até aqui alguns dias atrás e meu irmão desceu para uma investigação preliminar. Ele tem experiência com isso e não quis que eu descesse junto. Sua desculpa é que alguém tinha que ficar de olho nas nossas coisas, mas ele é muito protetor. Não sei se é coisa de irmão mais velho ou de minotauro, mas ele é como papai. De qualquer modo, ele só deveria dar uma olhada inicial e voltar logo, mas já se passou uma semana. Eu entrei em contato com um professor amigo do meu irmão e ele me indicou vocês. A mensagem foi enviada por ele, na verdade, embora em meu nome.

– Nós precisamos descer e encontra-lo. Pode estar ferido, estou muito preocupada. Vamos?
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Hadrianus

Hadrianus balança a cabeça ouvindo as informações iniciais da mulher, mas logo perde o interesse e se aproxima do poço. Sente um frio na espinha, um medo que percorre os ossos. Se afasta balançando a cabeça negativamente. Cruza os braços e fica pensativo. Era uma fraqueza dada por Tauron para que os minotauros pudessem superar com sua força, mas mesmo assim, era difícil encarar. Hadrianus ficou andando em círculos, um pouco distante do poço enquanto a moça ainda falava, tentando se convencer de que era preciso ter coragem. Muita coragem.

Seus medos param quando ouve ela falar sobre seu irmão ser um minotauro. Ele ouvira direito?
Hadrianus
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– Espera um pouco, ele é minotauro? E desceu? Bem, ele é bem corajoso. N-nós desceremos. Não é mesmo, rapazes? Estou certo disso...
Hadrianus tira de sua mochila um odre de cerveja e bebe tudo até o fim. Buscava forças no álcool. Ou pouco juízo. Ao terminar, jogou o odre no chão, limpando os lábios.

A moça sorriu para o minotauro com um brilho nos olhos. Seria... admiração?
Cássia Uryah
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– Meu irmão e meu pai sempre tiveram medo de altura, é coisa da raça, né? Mas meu irmão nunca aceitou esta imposição. Ele é devoto tanto de Valkaria quanto de Tanna-Toh, nunca aceitou ser limitado pela natureza na busca por seus ideais. Sempre porta um medalhão tendo o símbolo da Deusa da Ambição de um lado e da Deusa do Conhecimento do outro.
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Maya

A Goblin ouvia a conversa da humana e via Hadrianus olhar para o pequeno abismo que fazia sua espécie temer. Mas para a Goblin era só uma questão de agarrar as rochas e descer sem medo.
Maya
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– Então nada de mapas.
Maya fala no fim do relato da contratante. Maya não trouxe papel e não sabia se Hadrianus tinha a tão famosa capacidade de percorrer corredores sem fim sem se perder.
Maya
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– Bem, espero que todos tenham verificado seus equipamentos. Eu vou na frente, espero que Hadrianus e Flaurian me deem cobertura para verificar alguma armadilha. Ou vocês têm uma ideia melhor?
Seguir ordens era melhor que receber, então Maya se lembra que não dirigiu nenhuma palavra para sua contratante.
Maya
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– Desculpe meus modos, sou Maya a responsável por desarmar armadilhas e enviada pela Guilda de Aventureiros de Malpetrim.
Cássia Uryah
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– Ah, prazer! Fico feliz em tê-la aqui, os gnomos eram muito engenhosos podem haver armadilhas no caminho.
Maya não gostava de lidar com pessoas, principalmente quando havia o fator emocional na missão.

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Dr. Nólege

Observar era seu modus operanti. Dr. Nólege observou que a mulher só pegou a carta do minotauro Hadrianus e então, recolheu a própria.

O golem assimilava as palavras da senhorita Cássia Uryah e ficou fascinado com a profissão dos irmãos. Era lamentável que Arton só tivesse uma grande Universidade, mas pelo menos eles se esforçavam.

Quieto e com o rosto parcialmente oculto no capuz, Dr. Nólege emitiu suas palavras em um tom metálico.
Dr. Nólege
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– Irmãos mais velhos tendem a proteger os mais novos, numa demonstração de afeto ou de pragmatismo. A família, quando valorizada, é uma instituição que fortalece laços de poder.
Cássia Uryah
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– Sim, meu pai sempre enfatizou a importância da família... embora ele tenha sido deserdado pela dele. Meu pai optou por casar com uma aventureira de Deheon ao invés da noiva escolhida pelo pai dele e por isso foi expulso. É por isso que meu irmão e eu somos de Valkaria.
Dr. Nólege
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– Sua ideia é interessante, senhorita Maya, porém, acredito que na descida não haverá armadilhas que o senhor Altrius não tenha disparado ou desarmado.
Cássia Uryah
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– Meu irmão tem habilidades com engenhos, ele estudou os trabalhos de Lorde Niebling e aprendeu muito sobre engenharia. Talvez tenha mesmo desarmado, mas... ele sempre me disse que é importante não “relaxar” ao se explorar uma ruína.
Editado pela última vez por Padre Judas em 02 Abr 2020, 17:52, em um total de 1 vez.
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Capítulo 1. Riquezas além da imaginação

Mensagem por Padre Judas » 02 Abr 2020, 16:08

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Logo antes de descerem Cássia se lembra de algo ao pegar sua mochila.
Cássia Uryah
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– Ah, vocês se lembram quando falei em “riquezas além da imaginação”? Isto aqui diz tudo, nós encontramos uma gravação em valkar no chão perto do poço. Foi encantado para não se deteriorar.
O texto é visível sobre o piso perto da borda do poço:
Se está lendo isto, você está na entrada de uma antiga cidade gnômica. Talvez você não os conheça, mas saiba apenas que são uma raça muito antiga, tanto quanto minotauros, humanos e até elfos, desaparecidos após o infame período chamado “Revolta dos Três”.

Eu cheguei até este lugar investigando textos antigos que comprei de um colecionador em Tiberus. Nele havia referência sobre “Os Desertores”, um grupo de gnomos que abandonou a guerra em busca de uma vida pacífica. Perto do poço há uma inscrição no idioma dos gnomos e que eu, afortunadamente, sei ler graças a um obscuro dicionário escrito pelo único gnomo conhecido no mundo, Lorde Niebling. Ali diz:

“Aqueles que buscam refúgio irão encontrar paz aqui, banhando-se com a luz do sol-sob-o-mundo. Aqueles que buscam ouro encontrarão riquezas além da imaginação, mas devem pagar por sua tolice com suas vidas, pois não há retorno para o mundo acima do mundo.”

É possível viver ali embaixo? É possível que haja toda uma comunidade de ditos gnomos vivendo ali por todo este tempo?

Enquanto eu permaneço aqui neste precipício, me lembro das notícias do sul onde selvagens tomam um continente. Escuto em minha mente os sons da guerra vindoura – aquela que tomará a tudo e a todos, sussurrada nos corredores do Senado. E me lembro dos pesadelos rubros que insistem em assolar minha mente desde que visitei aquela maldita oráculo. Eu não sei o que é, só sei que algo horrível está vindo por nós.

Mas hoje eu dou um salto de fé.

Honorável leitor, talvez um dia você se junte a mim. Considere esta mensagem um convite – ou um aviso.

Metellus
Kalag, 11 sob Wynn, quatrocentos e oitenta e quatro da Libertação, mil trezentos e oitenta e quatro do Calendário Élfico.
Cássia Uryah
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– Altrius acha que esse sujeito era um minotauro, mas eu me pergunto se algum minotauro conseguiria, mesmo com todas as poções de coragem do mundo, realmente pular em um poço desses. Bom, se bem que meu pai e meu irmão provavelmente fariam. Mas se for pensar deste modo ele era bem covarde, né? Viu um mundo cheio de problemas e buscou fugir para um lugar seguro. Provavelmente vamos encontrar os restos dele lá embaixo, todo arrebentado...

– E a placa de que ele fala é esta aqui.
Ela mostra uma placa feita no mesmo metal rubro-dourado da porta anterior firmemente afixada em um arco acima da queda d’água.
Cássia Uryah
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– Agora... vamos indo? Quem vai primeiro? Você consegue descer, grandão? Hadriannus, né?
Hadrianus
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– É, é isso aí... eu vou descer primeiro. Lá embaixo a gente vê o que faz.
Hadrianus respirou fundo, alongou os braços e o pescoço.

Marvelous franziu o cenho, olhou para todos os lados, para o minotauro, para Maya... Hadrianus parecia consternado, mas disposto a descer. Voltou a beber, arrotou. Marvelous deu alguns passos em direção ao posso, olhando a escuridão infindável, depois voltou seu olhar para o minotauro que se preparava para descer.
Marvelous Magus
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– Senhor Hadrianus! Senhor Hadrianus! - pausa - Posso descer em seus ombros?
Hadrianus mirava o abismo. Tremia. Ouviu o hynne chamá-lo e tomou um susto.
Hadrianus
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– ORA... fique calmo! Sim, sim, suba nas minhas costas, Magus. Comigo estaremos b-bem.
Engoliu seco e pegou o pequeno colocando nas suas costas. Desceu.
Marvelous Magus
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– Iuuuupppiiii!
Encarando seus medos naturais, o minotauro descer primeiro, com Magus agarrado às suas costas. Cássia sorri, satisfeita, e faz questão de descer logo atrás.
Flaurian de La Roux
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– Urgh...

*Virou o rosto quando ouviu o arroto do minotauro, mas logo deu de ombros*

– Hum... Seu irmão...

*Tentou não repudiar tratar um minotauro assim*

– Muito bem, ele precisa de ajuda. Iremos.

*Assistiu minotauro e hynne descerem juntos. Deu um passo a frente de Nóledge*

– Meu caro doutor, permita-me ir na frente e poupá-lo do ... EITA MERDE!!

*O pé do mosqueteiro escorregou na borda da descida. Ao se desequilibrar AGARROU O BRAÇO do construto o puxando junto consigo*

– UAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

*Pouco antes de cair totalmente, pisou na parede e se arremessou para cair rolando, diminuindo o dano da queda*

– SEGUREM O DOUTOR!!
Flaurian ia descer em seguida, mas escorregou com a borda úmida pela água que descia e caiu, puxando Nólege com ele. O golem foi segurado com firmeza por Hadriannus, mas o qareen mergulhou nas trevas gélidas.
Cássia Uryah
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– “FLORIAN”, NÃO!
Maya
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– Eles nunca pensam nos poréns. Bem, vamos encontrar seu irmão.
Maya veio logo atrás, mostrando pouca preocupação pelo bem estar dos colegas. Eles descem por vários metros, ignorando o destino do companheiro. A água bate em suas costas, molhando a corda e deixando-a escorregadia. Ao olharem tanto para cima quanto para baixo percebem que estão no meio da escuridão.

Então a corda desaparece – e todos eles caem.

A descida leva por um tempo que parece uma eternidade. Então vem o choque contra a água, absorvendo o impacto da queda e salvando-os. Flaurian, que havia chegado ali primeiro, já estava saindo. Era um enorme tanque onde a água da cascata era recolhida. Cristalina, era possível ver que no fundo havia grandes ralos que recebiam a água e impediam que o tanque transbordasse. Canos se espalhavam por todo o salão, saindo do chão ao redor, encostados à parede.

Quando Flaurian avança um pouco estranhas tochas fixas às paredes se acendem com uma chama esverdeada que permite iluminar razoavelmente bem o lugar. Diante deles havia um enorme corredor que terminava em outra porta rubro-dourada. Um esqueleto estava caído no caminho, voltado para eles.

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Todos
Cássia Uryah
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– Aaaaahhh... que susto! Pensei que era o fim! Por Valkaria e Tanna-Toh, estou encharcada! Não vejo meu irmão por aqui... ALTRIUUUUS!
Sua queda não era uma surpresa. Dr. Nólege sabia que suas chances de ser bem sucedido na empreitada física era diminuta e esperava que Hadrianus o levasse. Porém, o minotauro foi rápido demais em descer e ainda com o pequeno Marvelous em suas costas.

O poço era escuro, muito profundo, uma queda poderia proporcionar avarias além do normal. Porém, num gesto de coragem ou estupidez, o golem se preparava para descer... quando foi puxado por Flaurian. O qareen não se deteve no escorregão e tentou agarra-lo como se fosse uma boa ideia. Ambos caíram.

Em sua queda, Dr. Nólege imaginava os ditos da placa gravada na entrada do poço. Ponderou e sentiu um solavanco forte.
Hadrianus descia calmamente, olhando para a rocha à sua frente, com suas mãos cravando como garras na pedra. O peso de Magus era irrisório, mas o medo refletido na fraqueza das pernas era um perigo constante. Hadrianus perseverou e começava a sorrir, suando bicas pelo esforço. Então, ouviu o grito de Flaurian. Quase se desesperou junto, fechou os olhos e grudou a cabeça na rocha. Sentiu a presença de alguma coisa passar-lhe ao largo. Esticou o braço e pegou outra coisa. Dura, mas leve, barulhenta cheia de quinquilharia. Abrindo os olhos lentamente, viu o Dr. Nólege agarrado em seu braço.
Hadrianus
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– Ooohoy Doutor... aonde pensa que vai com tanta pressa? Quer virar sucata? He he he he...
Hadrianus, enfim, salvara o sacerdote. Ou assim pareceu, pois despencaram logo em seguida, caindo no tanque ao fundo do poço. Dr Nólege balançou a cabeça pensando na engenhosidade disso, mas retornou rapidamente aos pensamentos anteriores.
Dr. Nólege
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– Uma cidade de gnomos, acredito que encontraremos saberes inéditos até mesmo para a santidade Helladarion. E a julgar pelas palavras escritas em 1384, o homem se referia à queda de Lenórienn, ocorrida um ano após o escrito. A Infinita Guerra encontrava seu final. Ele também sonhou com a Tormenta, ao se consultar com uma oráculo que previu a queda da tempestade seis anos depois. Fascinante.
Hadrianus gargalhou. Afinal, sua queda não o matou, como não matou Flaurian. O golem também se retirou do tanque, mas não sem antes observar as águas cristalinas, com os engenhos que controlavam aquela "piscina". Havia visto coisas parecidas em Terápolis, mas jamais imaginara encontrar em Arton.
Hadrianus
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– Se deu bem, heim, Flaurian. Achei que encontraria seus pedaços espalhados pela masmorra HA HA HA HA... eu tava me cagando de medo, mas consegui controlar. Se não fosse esse truque sujo da corda, teria chegado sem problemas... Afinal, não era chamado de O Imperador na Arena Imperial à toa.
E deu um cutucão forte nas costas de Flaurian, rindo. Ao receber o tapa, Flaurian sorri, ainda torcendo a água de suas vestes.
Flaurian de La Roux
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– Meu caro Hadrianus, foi uma peça que preguei em todos, oui? Eu já sábia que havia agua ao fundo... Podia ouvir e... er.. sentir... – Devolveu um soco no ombro do minotauro, de brincadeira. – Qareens são bons com alturas, quedas e elementos afinal! Hahahahaahha
O doutor ainda começou a falar bastante para o que estava acostumado. Hadrianus fez uma cara curiosa.
Hadrianus
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– Você sabe dizer se esse homem era um minotauro mesmo? Se for, corajoso demais, como Altrius. E como eu.
Dr. Nólege
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– São grandes as chances. Ele menciona o Senado, uma instituição política típica de Tapista, mesmo antes do Império. Você deve ser familiarizado. Além disso, ele menciona uma data "pós Libertação", referente aos anos após o fim do julgo orc sobre os minotauros.
Maya
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– Então aqui começamos?
Hadrianus se levantou e saiu do tanque de água, balançando-se sem pudor, como um cão peludo. Estava sorridente, aliviado e feliz. Andou em volta do tanque antes de perceber o corredor e um esqueleto deitado observando o grupo, ao lado de uma porta rubro-dourada.

Maya indaga verificando outra vez suas coisas. Olha para o companheiros e aguarda uma resposta dos mesmos. Não olhou para cima, não queria pensar em como voltariam.

Marvelous girou dentro d´água depois da queda, depois alcançou a superfície. Estava encharcado, olhou para cima incrédulo... Como aquilo havia acontecido? Não entendia, era estranho, estavam bem e então mundo vinha abaixo. Caminhou com os demais então, até perto do portão.
Hadrianus
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– Um esqueleto! Será que ele vai se levantar? Booo... cuidado, Magus, fique perto. Hehehe. Não tenha medo.
Marvelous Magus
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– Não seja bobo, Hadrianus, eu sou um manipulador das forças do caos, não temo esqueletos...
Mesmo assim, olhou desconfiado para os ossos e ficou atrás do minotauro.

Nólege repetiu sua frase de efeito, enquanto analisava o esqueleto. Havia retirado sua caixa com ferramentas, passou um pincel, jogou um líquido verde sobre o osso e analisou a coloração. A expressão imutável do golem podia não revelar seus pensamentos, mas era conclusivo que estava admirado com o que descobrira.
Dr. Nólege
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– ... fascinante... Provavelmente humano, fêmea. Foi morta por um golpe de uma arma de esmagamento, por trás, quebrando seu pescoço. Provavelmente a seis ou oito anos atrás.
Os dados foram revelados, Dr. Nólege agora passava a analisa-los e formar teorias. Entretanto, não compartilharia com seus colegas os fragmentos de seus pensamentos, a menos que perguntassem. Esperaria concluir alguma teoria primeiro.

Maya dá de ombros e parte para sua especialidade, sem esforço observa cada ponto na entrada e nas paredes, cutuca uns cantos e arrisca até mesmo Escalar as paredes em busca de qualquer armadilha, mas nada encontra.
Maya
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– Nenhuma armadilha nesse ponto, podemos avançar, mas fiquem atentos e verifiquem seus pertences
Flaurian de La Roux
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– Mas por que vocês caíram? E a corda? Será essa uma cilada?

*Sorriu olhando para o lugar de onde caírma*

– Tudo começa a ficar interessante...

*Saca o sabre*

– Estão todos prontos?

*Olhou o caminho iluminado por tochas*

– Parece que fomos convidados...
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Padre Judas
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O Pecado de Um

Mensagem por Padre Judas » 02 Abr 2020, 18:42

Capítulo 2: A cidade no fundo do poço

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Ao se aproximarem dos portões podem notar a cabeça dourada esculpida logo acima, com seu olhar azul, duro e frio. Parecia segui-los com seu semblante fechado.

Logo abaixo da cabeça há outra placa dourada, semelhante àquela acima, mas com um texto diferente, também na linguagem gnômica.
Cássia Uryah
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– “Muitos Sofrerão Pelo Pecado de Um. Nós Vigiamos.” Uh... isso é um pouco assustador... quer dizer que essa cabeça aí está olhando MESMO para a gente? Oooi? O senhor viu meu irmão?
Mas a cabeça nada responde. Ao se aproximarem as folhas duplas voltam a se abrir, revelando um cenário extenso... e sombrio. Estão em uma vasta câmara subterrânea. Diante deles há uma estátua que brilha em amarelo sob a luz das lâmpadas – uma análise rápida revela ouro puro. A estátua é de uma mulher em vestes de serva, correndo olhando para trás, a face distorcida em horror.

Logo além há um tipo de praça abandonada com uma árvore sem folhas no centro e barracas de madeira apodrecida, assim como edifícios de pedra com portas douradas cobertos de teias de aranha. Na árvore um corpo jaz pendurado pelo pescoço em uma corda. Um corpo de minotauro.

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Cássia Uryah
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– NÃO! ALTRIUS?
A jovem corre em desespero na direção do cadáver. Inúmeros morcegos que fazem da árvore seu lar espalham-se em debandada. O movimento faz com que a corda podre rompa-se, deixando o esqueleto cair ao chão. Ele veste um manto por baixo de uma armadura de couro. Um medalhão está em seu pescoço: de um lado a efígie da Deusa Suplicante, do outro a Pena e Pergaminho.

A moça ajoelha-se ao lado do corpo, em lágrimas, e arranca o medalhão, afastando os vermes com a mão sem cerimônia. Hadrianus, mais afeito às peculiaridades de sua raça, nota que o minotauro parece ser bem velho. Embora ainda vigoroso (a despeito do estado avançado de putrefação), parecia beirar os setenta anos.

Aos pés da árvore, ao lado do corpo, há um pergaminho enrolado e lacrado com cera vermelha. Próximos estão pena, tinteiro e a cera, assim como um isqueiro.

Os demais podem observar o cenário com mais atenção. A câmara subterrânea contém vários outros edifícios de pedra, ruas calçadas. Tudo está abandonado, mas bem conservado exceto pelas barracas de madeira do que parecia ter sido um pequeno centro comercial. Nem tanto uma cidade, era mais uma vila subterrânea.

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Logo ao lado da entrada principal da praça há uma enorme estátua que também parece feita de ouro com rubis incrustrados em alguns pontos. A estátua porta um enorme martelo e um escudo, mas permanece estática. Sua cabeça é igual àquela no alto dos portões.

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A garota ainda chora desconsolada.
Cássia Uryah
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– Aaahhh... mas... mas eu não entendo! Ele parece mais... velho... meu irmão tinha trinta e seis anos, mas agora parece ter quase setenta! Mal o reconheceria se não fossem o medalhão, as roupas e algumas marcas... ele parece com papai agora! O que aconteceu com ele nesses poucos dias?
Off:

Foram descontados T$ 9 de cada um.
PERSONAGENS
Nólege. PV(30) 30, PM(18) 18. T$ 5,9. Carga 35,3 kg. XP 4.500.
Flaurian. PV(20) 20, PM(17) 17. T$ 61. Carga 5,5 kg. XP 4.500.
Hadriannus. PV(36) 36, PM(09) 09. T$ 02. Carga 33 kg. XP 4.500.
Magus. PV(24) 24, PM(25) 25. T$ 435, TC 9. Carga 11,55 kg. XP 4.500.
Maya. PV(24) 24, PM(12) 12. T$ 00. Carga 30 kg. XP 4.500.
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Re: O Pecado de Um [T20]: ON

Mensagem por Aldenor » 03 Abr 2020, 12:53

Hadrianus não estava acostumado a rastejar masmorras, como os aventureiros das canções. Para ele, o combate era sempre uma celebração, com um aviso, com regras justas onde a força e a técnica se sobressaiam mais do que o toque caótico da sorte. Porém, onde estava no momento, via-se constrangido por não saber exatamente o que fazer. Pelo que sabia, a qualquer momento alguma ameaça podia surgir das sombras.

Ao ver Flaurian desembainhar seu florete, decidiu imitá-lo. Sua espada saiu das costas provocando um grande deslocamento de ar ao girar por sua cabeça e ficar preparada em suas mãos. Hadrianus agigantava-se com a arma, poderoso e perigoso.
Hadrianus
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A corda sumiu com um truque sujo, Flaurian... esses gnomos não trabalhavam com a verdade. Deve ser por isso que foram extintos.
Sua noção da história era um tanto limitada ao que aprendia em suas entediantes aulas obrigatórias durante seu treinamento de gladiador.

***

Enquanto o doutor analisava o esqueleto, Hadrianus mirou na cabeça dourada esculpida, com olhos de joias azuis brilhantes. Sentiu um arrepio ao ter a sensação de que era observado por ela. Então, Cássia leu o texto de mau agouro e resolveu brincar com a cabeça esculpida.
Hadrianus
Imagem
E-Espere, Cássia. Não encoraja essa cabeça aí não... vamos abrir essa porta e pronto...
Suas mãos agarravam com mais força sua montante.

Mas as portas se abriram e revelaram um ambiente muito grande, parcamente iluminado. Hadrianus sentia os pelos do corpo ouriçarem, não só de medo, mas de ansiedade. Olhava para os cantos procurando confusão. Mas só encontrou, à primeira vista, uma bela obra de arte. Uma mulher de ouro fugindo em horror de algo.
Hadrianus
Imagem
Gnomos eram artistas? Que coisa bonita, parece feita por mãos anãs.
Disse tentando livrar o medo da mente, concentrando-se em trivialidades.

***

Avançaram e encontraram o que parecia ser uma praça central de uma vila. No meio dela, uma árvore carcomida com um corpo de minotauro pendurado. Enforcado. Hadrianus arregalou os olhos e sentiu a bile. Sentiu também pesar por Cássia que saiu correndo temendo ver o irmão. O minotauro retesou os músculos como um sinal de susto ao ver os milhares de morcegos - até então ocultos para ele - voarem para todas as direções com a aproximação da humana. O corpo caiu todo destruído e em decomposição.

A mulher chorava e Hadrianus aproximou-se colocando a mão gentilmente em seu ombro.
Hadrianus
Imagem
Eu sinto m...
Mas reparou que o corpo da criatura não parecia ser com um irmão dela. Altrius poderia ser mais velho, mas não ter setenta anos. Notou o pergaminho no canto, mas não se atreveu a pegá-lo. Cássia atentou-se à diferença de idade em seguida e Hadrianus a ajudou a se levantar, afastando-se do corpo em putrefação. Ofereceu um abraço acolhedor.
Hadrianus
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Não fique assim, moça. Não deve ser teu irmão não. É um minotauro velho. Forte, mas velho. Deve ser outro... talvez o que escreveu aquelas palavras lá em cima. Vamos descobrir tudo... só precisamos continuar e achar um corredor. Eu sou bom com corredores.
Ofereceu um sorriso à mulher.
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Mælstrøm
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Re: O Pecado de Um [T20]: ON

Mensagem por Mælstrøm » 03 Abr 2020, 13:08

A água fria do tanque não incomodava suas engrenagens, seu corpo de metal. Mas deixavam o pano de suas roupas mais pesado, tornando suas andanças ainda mais complicadas. Ele se movia como um idoso curvado, imitando seu criador por costume, agora apoiava-se com mais afinco ao cajado. Parecia distraído, mas cada palavra dita erroneamente por Hadrianus o provocavam a responder:
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- Os gnomos não foram extintos, até onde se sabe. Nunca existiram em Arton como povo nativo, mas povoavam outros mundos dos deuses. Além disso, Hadrianus, o seu conceito de verdade é limitado ao plano material, estéreo de magia. A corda poderia ser uma ilusão mágica, e ilusões são parte da verdade artoniana.
Após as informações dadas ao grupo sobre o esqueleto, seguiram portão adentro. Doutor Nólege povoava sua mente com teorias e muitas dúvidas cresciam a cada passo. Diferente, entretanto, de seu criador, o golem não sentia ansiedade ou estresse. A curiosidade não lhe vinha como sentimento, mas como método para o saber.

A estátua de ouro da mulher poderia ser não apenas uma obra de arte como sugeria o colega minotauro, mas um alvo de magia. A outra estátua, com martelo e escudo o preocupava mais. Doutor Nólege conhecia outros tipos de golens, aqueles criados com a missão de guardar segredos valiosos.
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- Mãe da Palavra, eu lhe peço: conceda-me a visão mística e revele os engenhos gnômicos.
As duas joias azuis que lhe davam a visão como olhos brilharam mudando para um tom branco e revelador. Tanna-Toh agora lhe concedia a visão do escuro e a capacidade de enxergar o invisível, além de ser capaz de detectar auras mágicas em um bom alcance.
Dr. Nólege conjura Visão Mística com aprimoramentos: visão no escuro, enxergar objetos e criaturas invisíveis, total de 3 PM.

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Re: O Pecado de Um [T20]: ON

Mensagem por John Lessard » 03 Abr 2020, 13:33

Marvelous seguia com os demais com olhos arregalados e sempre ao lado do minotauro. Seus dedos não paravam de se mexer, com as mãos recolhidas, mas na frente do corpo, como se ensaiasse para lançar uma magia a qualquer momento.
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- Senhor Hadrianus, esse lugar parece com um conto de terror que li uma vez. Tinha uns aldeões malucos, armados com ancinhos e picaretas, que queriam matar o guerreiro que tinha sido enviado para salvar a filha do rei. Daí eles gritava "pega o forasteiro!" e vinham cambaleando que nem uns zumbis pra cima do guerreiro, que por sinal tinha um cabelo liso e sedoso e que também tinha uma franja bem cortada que caía sensualmente sobre seus olhos.
Marvelous deu saltinho pro lado quando Cássia avistou o corpo pendurado, constatando logo depois que era seu irmão. Ela estava muito triste e o hynne se aproximou na ponta dos pés, sem tirar os olhos da estátua mais ao fundo. Enfim tocou o pergaminho ali com o dedo e então o apanhou.
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- Talvez este pergaminho diga algo sobre... - ele então meteu o dedo e quebrou o selo.
Personagens em Pbfs:
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Re: O Pecado de Um [T20]: ON

Mensagem por Lord Seph » 03 Abr 2020, 14:03

Maya não podia deixar de notar o quão assombroso era o lugar, e quantas armadilhas iriam ver pelo caminho.

A Goblin respirou fundo e ignorou as coisas que poderiam lhe deixar rica em troca de se matar. Seguiu os demais sempre atenta a algo fora do lugar ou ameaçador.

O enforcado foi o bastante para ligar o alerta da Goblin, mas as ações da contratante e do Magus quebram sua concentração.
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Não devíamos agir tão imprudentemente.
Maya fala de forma calma.
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Como o Hadrianus disse, talvez esse não seja seu irmão, mas outra pessoa.
Maya fala e observa se Magus conseguia ler aquilo, mas achava improvável.
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Eu vou verificar aquela estátua, não gosto da presença dela nesse local.
Maya diz, deixando os demais consolar a garota da melhor forma possível.
Melhor queimar do que apagar aos poucos.
-Neil Young.
o lema dos 3D&Tistas
"-seremos o ultimo foco de resistência do sistema"
Warrior 25/ Dark Knight 10/ Demi-God.

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Re: O Pecado de Um [T20]: ON

Mensagem por DiceScarlata » 03 Abr 2020, 17:22

Flaurian
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- ... Esse lugar...

*Olhou com frieza para o corpo do minotauro e com mais gelo ainda para a mulher que chorava por ele. Pensava dentro de si no número de mulheres no mundo todo que choravam por culpa de minotauros, mas por motivos nada relacionados a perda de um. Trincava os dentes para não falar nada cruel*

- .... Esse lugar parece vivo. Amaldiçoado. Ele respondeu a nós. A corda nos atirou aqui. As tochas se acenderam e um caminho se abriu. Se não tomarmos cuidado, terminaremos assim também.

*Observava a cultura do lugar, aprendendo o máximo que podia. Nólege facilitava nessa questão, quando viu a goblin avançar*

- Não lhe parece obvio, pequena, que essa estátua VAI se mexer e vir para cima de nós? Nunca ouviu conto nenhum de um bardo?

*Suspirou incrédulo*

- Concordo com Hadrianuys... Vamos seguir com calma. Nólege e Magus... Vocês são agraciados com dons divinos e arcanos que superam em muito os meus, pelo que me consta. Conseguem sentir ou entender esse lugar?

*Havia um receio dentro de si também. Por via das duvidas, com sabre em mão, se posicionou ao lado de Hadrianus*

- Cubro suas costas se cobrir as minhas, gladiador.

*Piscadela*
Tribo Scarlata


- MUNDO DE ARTON: GRUPO MADEIRA DE TOLLON (on):Angra Cabelos de Fogo
- MUNDO DE ARTON: GRUPO AÇO-RUBI (on): Jihad das Areias Vermelhas
- MUNDO DE ARTON: GRUPO JADE (on):Sr. Fuu
- JOHNVERSE: PRESA DE FERRO (on): Jinx - Cruzado da Ordem dos cabeças de Dado
- JUDASVERSO: CRÔNICAS DA TORMENTA (on): Nagamaki no Gouka!
- FUI REENCARNADO COMO MONSTRO (on): Gizmo
- OUTONO (on): Sandman

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Mælstrøm
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Re: O Pecado de Um [T20]: ON

Mensagem por Mælstrøm » 03 Abr 2020, 17:32

Doutor Nólege emitia um olhar branco quando projetou sua voz metálica.
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- Atenção às novas informações: a estátua portadora de armas é mágica, bem como a cabeça na entrada desta cidadela. Não tenho provas, mas uma suspeita de que possa ser um golem guardião, ativado mediante gatilho singular. Além disso...
O golem aponta para o teto, onde havia uma esfera brilhante.
Imagem
- Há uma grande concentração de energia mágica. Energia pura, sem a manipulação dos meios arcanos.
Doutor Nólege aproximou-se calmamente observando Hadrianus, Marvelous, Flaurian e Cássia.
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- Minha teoria: acredito que você tenha alguma razão, senhor Flaurian de La Roux. Não diria que está vivo, mas "ativo". Acredito que o pergaminho encontrado por senhor Marvelous Magus nos dará uma pista mais concreta acerca do que estamos enfrentando.
Seus olhos que emanavam uma luz pálida e branca, viraram para o hynne.

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