Borys
No quarto do casarão, Borys e Dillianna flertavam e riam. O vinho élfico recém-aberto era dividido pelos dois em apenas uma taça, e algumas peças de roupas de ambos já haviam sido retiradas. Entre abraços e beijos, os dois amantes artistas pareciam se conhecer há muito tempo, um sabendo como e onde estimular o outro. Ambos sabiam que não chegariam à metade da garrafa antes de travarem um forte duelo sobre os lençóis… Ou assim seria, se Borys não tivesse ouvido um guincho de Mały. Para qualquer um, aquele poderia ser apenas um grunhido, mas o ghondrimm conhecia seu amigo esquilo desde sempre e identificou o ruído: era um sinal de alerta.
— Espere aqui, Dilliana — disse o bardo, gentilmente afastando a dançarina. — Algo não está certo.
Ainda de calças, mas com apenas uma capa sobre o torso, Borys abriu a porta para verificar o que acontecia, quando o esquilo, rápido como um raio, cruzou a fresta assim que pode, escalando o corpo do amigo até seus ombros.
— O que está acontecendo, pequeno? O que te assust…
Não foi preciso terminar a frase. Súbito, um homem imenso destruiu a porta de madeira reforçada do casarão com duas machadadas. Ele tinha a pele estranhamente amarelada, e veias esverdeadas pulsavam em seu corpo, principalmente nos braços. Pelo modo que se vestia, parecia um bárbaro.
Dois soldados do conde, que guardavam o quarto do pequeno Enzo, de pronto se ergueram. As poucas criadas que ainda circulavam por ali fugiram correndo pelos fundos.
— Minha nossa! — Exclamou Dillianna, vendo a cena por sobre o ombro de Borys. — Precisamos sair daqui! Feche a porta! Vamos escapar pela janela.
Borys fechou a porta, mas não fez menção de fugir. Começou a se vestir com pressa e entregou o manto da dançarina à ela.
— Me espere ali fora, Dillianna. Não posso fugir sem pegar o filho do conde, uma criança indefesa. Vou aproveitar a distração que os guardas estão proporcionando ao bárbaro e me esgueirar até o quarto do garoto, que fica do outro lado do casarão.
— E depois, como vai sair de lá? — ela indagou. O quarto do garoto certamente tem uma janela. É melhor sairmos pela nossa e darmos a volta para pegar o garoto. Eu lhe ajudo.
Borys ficou surpreso com a agilidade de pensamento da garota. Fazia sentido.
— Tem mesmo razão — respondeu. — Vamos. Venha Mały.
Assim, os dois se vestiram e pularam a janela baixa do quarto. Enquanto davam a volta pela casa, podiam ouvir bem alto os rugidos do bárbaro. Pelo que Borys pôde distinguir, os soldados estavam dando combate ao homem, mas o bárbaro parecia estar levando vantagem. Ao longe, os dois ouviam mais gritos, dando indícios de que aquele não era um ataque isolado.
— Meu irmão… — Dillianna engoliu em seco e não terminou a frase.
Quando o trio contornou a lateral da casa, se surpreenderam com uma figura terminando de pular a janela correspondente ao quarto de Enzo Goretzka. Era um soldado, carregando o garoto de sete anos nos braços. Ele chorava, assustado. O soldado reconheceu o bardo.
— Mestre Borys! Não sei o que acontece, mas pelos barulhos o vilarejo está sendo atacado. Não sei se meus colegas dão conta do bárbaro lá dentro. Se todos os atacantes forem assim, temo por nossas vidas!
* * *O que você faz?
Anahera, Caelynn, Goretzka, Magnus e Nightmare
Tudo aconteceu muito rápido.
Um machado cortou a lona da tenda atrás do senhor Aldir e um bárbaro humano com pele de cor estranhamente amarelada e veias salientes surge para ameaçar o velho senhor de Campodouro. Valerie tenta agarrar o braço massivo do homem corpulento, mas o bárbaro apenas rosnou para ela antes de cortar o antebraço da garota com a adaga em sua outra mão.
Do outro lado, à direita da entrada da tenda-salão, outro brutamontes com as mesmas características estranhas irrompeu, correndo e balançando um machado de duas mãos sobre a cabeça. Os aldeões assustados também começaram a correr, tentando contornar o caminho do bárbaro, passando por Caelynn e Anahera, se batendo nas duas e uns nos outros, espalhando por toda parte a comida que seria servida. Em um instante o ambiente se tornou quase claustrofóbico para as duas, com pessoas indo e vindo, desorientadas.
Mais gritos de aldeões foram ouvidos à esquerda do local quando, de um novo rasgo, surgiu um terceiro bárbaro de pele amarelada, com um machado em cada mão, urrando. Um soldado do forte, de reflexos rápidos, não perdeu tempo e se interpôs entre o homenzarrão e os aldeões, cravando sua lança no ombro esquerdo do guerreiro de torso nu.
— O que diabos é isso? Morra! Reforços!
Contudo, ele logo se viu em uma situação parecida com a de Anahera e Caelynn, em que a turba de aldeões desorientados apenas corria, atrapalhando seus movimentos. Um descuido, e o bárbaro desceu os dois machados sobre o crânio do pobre homem em um golpe muito pesado, que ignorou o elmo e a proteção óssea, partindo a cabeça com facilidade e seguindo em direção às clavículas. Os machados só pararam quando ficaram presos à parte superior da proteção peitoral da armadura. O bárbaro ficou alguns instantes tentando livrar as armas do corpo inerte, apenas conseguindo retirá-las com um forte chute no cadáver contra um dos postes de sustentação da grande tenda, rachando-o no processo, deixando um archote com as chamas perigosamente próximas da lona.
Quando enfim se viu livre do morto, o bárbaro voltou a atacar como os demais, usando suas armas e também mordendo aqueles que passavam muito perto.
O que vocês fazem?
OFF
O primeiro combate de nossa aventura. Certamente não será o último.
A situação é a seguinte: Goretzka, Magnus e Nightmare estão bastante próximos do primeiro bárbaro que surgiu, com machado e adaga (vamos chamá-lo de Barbaro 1). Um movimento, e vocês chegam à distância corpo-a-corpo.
Caelynn e Anahera estão mais próximas do bárbaro com um machado de duas mãos (Bárbaro 2), mas não tanto para logo ficarem em distância corpo-a-corpo. Além disso, a turba de pessoas correndo entre as mesas está atrapalhando bastante a movimentação (sua H conta pela metade para fins de se mover e estão com FD –1. Se quiserem ser cuidadosas e não correr o risco de machucar os aldeões com seus ataques, também sofrem FA –1).
O terceiro bárbaro (Bárbaro 3, veja só) está em um outro ponto da tenda-salão, distante de todos vocês. Não há ninguém combatendo ele diretamente no momento e ele está causando o terror dos aldeões assustados, retalhando, mordendo e matando à vontade.
Hora de rolar iniciativa!
Como vai funcionar:
• Os três primeiros jogadores que lerem isso rolem 1d6 no telegram. Vamos somar os resultados.
• Se qualquer personagem (não só os que rolaram dados) tiver algum bônus de iniciativa, ele é adicionado à soma.
• Depois disso, vou rolar 3d6 e somar os resultados. Quem tirar o resultado maior nas rolagens (jogadores ou NPCs) age primeiro.
• Na vez dos jogadores, a ordem de ação é a ordem de postagem. Levem em consideração o que os jogadores anteriores postaram e sigam a partir disso.
Vocês também podem pedir para fazer quaisquer testes que acharem necessários. Se isso vai contar como uma ação, movimento ou ação livre, vai depender do tipo de teste.
Boa sorte!