Após um período de tempo indeterminado, o peito de Caelynn se agita quando sua visão superior alcança uma abertura adiante. Ela rapidamente avisa aos demais, que ficam inquietos, preparados para o que quer que venha. Conforme se aproximam da abertura, Caelynn pode notar pelo aumento na corrente de ar de que a câmara adiante era grande. A elfa já começava a se sentir sufocada por rastejar tanto tempo no caminho de pedra úmida. Ao enfim alcançar a abertura e colocar as mãos na borda daquele caminho, ficou chocada.
Lá estava o cadáver da serpente gigante que eles mataram há pouco mais de uma hora. No chão, todos os sinais da luta que tiveram e, mais afastado, o lago pelo qual eles adentraram na gruta. Aquele caminho dava exatamente na segunda das seis entradas que haviam na câmara maior.
Caelynn praguejou. Ao saber do destino daquele caminho, a noção de perda de tempo percorreu a espinha de todos.
— Agora que sabemos que o caminho pode dar voltas, temos que marcá-lo de alguma forma para evitar rodeios. Vamos por outro caminho, mas marcando na parede (com golpes ou sangue, se estivermos sangrando um pouco).
— Todos devem prestar muita atenção para evitar repetições — pontuou o conde.
— Ahã. Muito bem, vamos então. Sobrou um caminho à esquerda e outro à frente.
— Ao invés de pautar pela sorte, talvez devessemos seguir em frente desta vez. Mas vou pela maioria.
Caelynn concorda em silêncio e irritada.
O grupo voltou pelo caminho que recém haviam feito; Goretzka, que já carregava a lanterna, tomou para si a tarefa de marcar o percurso. De tempos em tempos, com o auxílio de uma faca, ele deixava sinais à altura dos olhos de quem passasse se arrastando, como eles faziam.
Chegaram novamente à primeira bifurcação e optaram pelo caminho que originalmente ia reto. Àquela altura, todos já estavam quietos e sérios, desanimados pela impressão constante de perda de tempo. Mal sabiam eles que aquelas eram apenas as primeiras horas de um longo período de tempo que passariam percorrendo aquela maldita rede de túneis de tamanho constante, mas caminho serpenteantes.
* * *
Mais de uma dezena de vezes eles saíram em alguma das aberturas da câmara original, despendendo muito tempo no trabalho de retornar por rotas erradas, indo e voltando por subidas, descidas e curvas sem fim.
Caelynn não mais resmungava, resistindo em silêncio mas sabia que, por trás da máscara de resiliência, na verdade poupava forças para continuar seguindo. Vladimir suava aos borbotões dentro da pesada armadura metálica, mas seu corpo parecia menos afetado do que sua mente, que vagava cada vez mais em lembranças de sua terra natal. Anahera, por outro lado, mantinha a mente firme, confiando no seu deus-vulcão, a despeito de suas mãos e pés, que começavam a sangrar.
Por trás dos olhos obstinados, quase loucos, de Goretzka, nada mais existia além da visão dos horrores que sua família poderia estar passando naquele exato momento. Exceto pela escuridão, tudo nele era a vontade de levar a cura para aqueles que jurou proteger.
Em certo momento, Caelynn quase gritou. À sua frente, inesperadamente, o túnel se abria, a ponto de permitir que eles ficassem novamente de pé. Eles quase choraram por poder simplesmente andarem mais uma vez, depois de horas presos no labirinto. O trecho no entanto não era grande, mas apenas a margem do túnel. Os heróis haviam emergido em uma caverna mais parecida com um poço, descendo até o que a fraca luz da lanterna sugere que possa ser mais do que dez metros. No fundo, era possível ver muitos ossos e escombros, mas também restos de roupas e o fraco reluzir de armaduras e armas.
O que vocês fazem?
OFF
• Neste trecho, é possível tentar descer para explorar o poço ou tentar voltar para encontrar outro caminho. Decidam isso via Telegram. Em ambos os casos, testes serão necessários e os faremos por lá.
• Pelo meu atraso, todos recebem +1 PF, já adicionado em suas fichas.
• Próximo post será em 13 de março.