ERA DE ARSENAL | Ato Extra - O Mundo Onírico da Rainha

[John Lessard]

Capítulo Único - Escolhas



Cecília continuava seu embate contra as sombras, mas um ponta de desespero começava a surgir em seu interior, quando sua força começava a ser roubada. A moça então disparou mais dois projeteis púrpuras, um em cada sombra e viu mais duas delas se desfazerem no ar. Correu para longe das outras, mas as criaturas deslizaram rapidamente para junto. Uma mão negra tentou lhe tocar, porém Cecília girou seu corpo e desviou, porém não fora rápida o suficiente e outra lhe atravessou o peito. Mais uma vez o frio e repentina fraqueza, a sombra parecia arrancar pedaços de sua alma.

Cecília perde 2 pontos de Força

Cecília 20
Sombras 12

Cecília: <> PVs: 10/10; PMs: 1/7; PEs: 0/0; PAs: 0; CA: 20/12 <> Condição: -4 em Força

[Aldenor]

Cecília corria para frente tentando se desvencilhar das sombras. Porém, elas acabaram chegando muito perto, deslizando pelo ar sem esforço. O primeiro toque quase a acertou, mas o segundo atravessou seu peito e a dor excruciante tomou conta de seu ser. Sentia-se menor, menos ela mesma. Sua pele tornava-se enegrecida, suas veias esverdeadas começavam a aparecer no pescoço e no rosto.

Cecília

Não, não, não! PAREM!

Gritou antes de perceber que tinha que se concentrar para conjurar sua mágica. Suas palavras saíram atravessadas, mas pelo menos os mísseis saíram fortes atingindo aquela sombra que roubou sua força vital e tirou satisfação ao vê-la desaparecer.

Cecília

Me deixe em paz!

E continuou a correr.

Ação de Cecília
Padrão: conjura mísseis mágicos e causa 5 de dano na sombra que a atacou agora.
Movimento: se desloca 6 quadrados para frente, seguindo o túnel.

[John Lessard]

Capítulo Único - Escolhas



Restava uma sombra, porém Cecília correu mesmo assim. Sentir sua força se esvair era terrível demais, arfava e sentia que em breve não conseguiria mais levantar sua própria espada. Sua pele enegrecia onde as criaturas a tocavam e o frio só parecia aumentar. O corredor de rochas naturais era curto e logo se deparou com um rio bravio que corria pelo meio do caminho, separando ela do restante do túnel. Sem muito tempo para pensar, a sombra estava sobre ela novamente, seus dedos tentando lhe agarrar, porém a jovem fora rápida e num pulo de susto evitou o pior uma vez mais.

Cecília 20
Sombras 12

Cecília: <> PVs: 10/10; PMs: 0/7; PEs: 0/0; PAs: 0; CA: 20/12 <> Condição: -4 em Força

[Aldenor]

Sobrava apenas uma sombra. Após um combate que exauriu suas forças mágicas e sua força física, Cecília não tinha certeza se poderia vencer. Havia um rio agitado, caudaloso no caminho impedindo-a de continuar sua fuga. Restava lutar. Ainda restavam seus truques mágicos efêmeros que não derrotariam a criatura tão rápido, ou ela podia arriscar lutar com Hikari-Hime, mesmo estando debilitada.

Cecília

Garmth jedark!!!

Apontou com o dedo indicador e um projétil minúsculo disparou com uma pequena explosão, mas passou pelo lado da criatura, indo desaparecer metros atrás. Cecília lutava, não tinha para onde correr.

A sombra avançou com suas mãos negras e translúcidas e Cecília não conseguiu se desvencilhar, sendo tocada no ombro. O toque debilitante a fez fraquejar as pernas, mas sua magia ainda pulsava, embora fraca. Mais um tiro com o dedo em riste. Mais um erro. A criatura lhe toca de novo e dessa vez sua katana cai no chão, pesada demais.

Mais um tiro com sua mágica e dessa vez acertava o alvo... de raspão. A sombra investia novamente, mas por um milagre ela conseguiu dar um passo para o lado desviando de suas garras sombrias. Cecília rangeu os dentes para manter a mão erguida para disparar mais um tiro. Dessa vez, a sombra se desfez no ar.

Cecília tombou de joelhos e depois caiu de lado na beira do rio. Chorou... mas enquanto suas lágrimas caiam, entregues ao desespero, Cecília tomou Hikari-Hime em suas mãos novamente e não sentiu seu peso. Logo seu choro foi diminuindo até que conseguia perceber: suas forças retornaram. Estava surpresa, de pé, observando suas mãos...

Cecília

Eu quero minha mãe... meu pai...

Falou chorosa, fungando. Mas tinha que continuar. Olhou para o rio à sua frente... sua katana voltou pra bainha e ela se viu na falta de opção. Só havia um caminho e nadar nunca foi seu forte. Na verdade, nem correr ou saltar. Coisas que ela sentia que devia saber, mas nunca se interessou. Queria saber só de sua espada, sua magia e sua dança. Lembrou de sua mãe tentando lhe acordar cedo para caminhadas, mas ela recusando, fazendo manha para ficar mais tempo na cama.

Fechou a cara, buscando as forças que tinha e mergulhou no rio, lutando contra a correnteza. O começo foi fácil, furou a água e logo ela subiu a superfície batendo as pernas. Porém, ao chegar no meio do rio, perdeu a direção, respirou água e rodopiou afundando e batendo as costas no fundo. Por fim, segurou-se firme e seguiu, chegando ao outro lado do rio. Estava molhada, com dores, mas ainda respirando. Sua confiança, entretanto, parecia abalada.

Ações de Cecília
Padrão: conjura bala de força com 12, mas a sombra desvia.
A sombra a ataca e acerta, causando 3 de dano em Força. Cecília agora tem FOR 07
Padrão: conjura bala de força com 9, mas a sombra desvia.
A sombra a ataca e acerta, causando 2 de dano em Força. Cecília agora tem FOR 05
Padrão: conjura bala de força com 19 e causa 2 de dano.
A sombra a ataca e erra.
Padrão: conjura bala de força com 11 e causa 3 de dano e ele desaparece. Sua Força é restabelecida.

Cecília pula no rio pra nadar:
Atletismo 1: 19
Atletismo 2: 6 (sofre 2 de dano)
Atletismo 3: 20.

[John Lessard]

Capítulo Único - Escolhas



Cecília estava encharcada e exausta. Suas costas doíam pela batida contra o fundo do rio e embora ainda sua força tivesse retornado, sentia seu poderio mágico totalmente esgotado. Arrastou-se pela margem do rio, pondo-se de pé depois, desejando que aquilo acabasse, enquanto chamava por sua mãe e seu pai. Entretanto, eles não estavam ali por ela, estava sozinha e deveria resolver aquela situação de uma vez por todas. Caminhando mais alguns passos, atravessou uma porta de pedra alta, que destoava da caverna natural por ser feita basicamente de marfim. O local agora era uma sala circular, com seu teto e paredes todos espelhados. Cecília conseguia ver várias versões de sim mesma, infinitas vezes. Virando-se depressa, percebeu que onde havia a porta, agora só havia mais espelhos. O silêncio imperou, ainda rodeando, vendo seu próprio reflexos de novo e de novo, no mar infinito. Até que parou ao perceber uma versão sua diferente, loira, de olhar cruel... Não poderia ser ela, como aquilo era possível? A figura loira saiu do espelho, colocando uma perna na frente da outra. Cecília a encarava e no fundo, sabia que ela era a outra, mas a outra não era ela, mesmo que fosse.

- Olá, Cecília, ou eu deveria dizer... Olá para mim? - a moça abriu suas mãos, revelando garras compridas e ameaçadoras as lambendo sedutoramente - Quer sua vida de volta? Então vença a si mesma, no caso eu, a pior coisa que você pode vir a se tornar.

A loira avançou, atacando com duas garras. Cecília desviou a primeira com sua espada e a segunda resvalou em sua armadura mágica.

- Não resista, doçura, eu sou a verdadeira dragoa!

Cecília: <> PVs: 08/10; PMs: 0/7; PEs: 0/0; PAs: 0; CA: 20/12 <> Condição:

[Aldenor]

Cecília secou as lágrimas com as costas das mãos, displicente. Seguiu adiante sentindo que nada mais importava. Estava numa jornada pessoal, interior, para descobrir mais sobre si mesma e não podia depender do carinho de seu pai ou do zelo de sua mãe. Cecília estava só consigo mesma.

Essa revelação se materializou no ambiente cheio de espelhos, após cruzar um portal que destoava da caverna. Aquela masmorra do reconhecimento pessoal começava a fazer sentido. Muitos espelhos, muitas Cecílias em todos os lugares. Ela parou um momento para se olhar e viu uma feiticeira sem magia, com uma katana em mãos. Pensou que talvez devesse largar Hikari-Hime e concentrar em suas magias. Ela gastava muito poder em suas proteções e talvez devesse usar essa energia para outras coisas. Se tivesse mais poder teria vencido Cutelo e não teria morrido.

Frustrou-se, pois sabia que podia lutar também. Seu pai a ensinara as técnicas básicas do estilo Yamada-Ryuu, onde ela adaptou os ataques com socos para suas garras dracônicas. Sua mãe a ensinou a se postar no combate, a buscar o movimento sempre... Cecília sentia que seus pais fizeram o possível, mas ela talvez não fosse boa nisso. Ela gostava mesmo era de festar nos bailes, dançar e deixar os outros de queixo caído.

Foi quando ouviu a voz. A voz dela. Virou o rosto rapidamente e viu a si mesma, mas diferente. Uma versão mais loira, com olhar maligno. Cecília se posicionou como se encarasse um inimigo.

Cecília

Você é a pior coisa que posso me tornar? Você não me conhece.

Disse à loira que lambia suas garras e a viu atacar. Cecília aparou com a katana e depois desviou mudando de posição.

Cecília

Não! Eu sou a verdadeira Rainha Eterna!

Decidida. Deu um passo adiante fazendo sua espada descer com as duas mãos. A outra ergueu as garras sobre a cabeça e aparou a lâmina de Hikari-Hime

Ação de Cecília
Padrão: Ataque com a katana: 9. Erro.

[John Lessard]

Capítulo Único - Escolhas

- Você conhece a si? - sorriu maliciosamente.

A Outra Cecília avançou, tentou retalhar o rosto de sua adversária com dois ataques de garras, porém seus ataques paravam na armadura mística. Cecília revidou com sua espada, porém percebeu que sua adversária possuía as mesmas proteções que ela própria. A loira sorriu e revidou, porém ambas as garras pararam numa lâmina na horizontal. Cecília a empurrou de volta e tentou cortar, porém a Outra Cecília recuou depressa e evitou o corte contra sua garganta. Revidou, desta vez com apenas uma garra, para ter maior precisão, porém Cecília saltou para o lado e deixou ela tentando arranhar o ar. A feiticeira rodopiou e tentou cortar uma vez mais, porém sua réplica desviou sua lâmina para o lado com suas garras, imediatamente ela emendou um movimento tentando destruir a face de Cecília, que se abaixou no último instante, girando num corte contra o abdômen. Proteções mágicas voaram para todos lados, em fragmentos, enquanto a Outra Cecília caía de joelhos, segurando um corte sangrento na barriga.

- Muito bem, garotinha... - vomitou sangue no chão espelhado - conseguiu sua segunda chance... G-gallen... Ache Gallen.

Todos os espelhos então começaram a trincar, rachaduras que eram desenhados como que por magia... Num estrondo, explodira e de repente não havia mais chão, teto ou paredes, apenas o vazio e o frio... O frio de Arton.

Continua em O VALE SOB DO OLHAR DO FEITICEIRO