Superstições são fortes em qualquer cultura artoniana, mas em nenhum outro lugar de Arton elas têm tanta foça quanto em Fortuna.
Pessoas de fora do reino costumam brincar dizendo que tudo deve ter começado graças a uma peça pregada por um clérigo de Hyninn, embora isso não seja verdade. O fato é que, em Fortuna, a superstição e as crendices populares fazem parte do dia-a-dia. Ninguém entra em casa sem cruzar o punho direito fechado à frente do peito para barrar mal espíritos. Nenhum cavaleiro monta cavaleiros negros, pois fazê-lo é sinal de mal agouro. Quando uma coruja pia doze vezes em uma noite sem lua, é certo que um membro da família irá falecer em breve. E uma incontável variedade de outros mitos.
Embora tudo isso possa parecer tolice para o restante dos povos do Reinado, os habitantes de Fortuna levam estes costumes muito a sério. Isso coloca os visitantes em situação constrangedora, caso não conheçam muito bem os complicados rituais de boa sorte em Fortuna: coisas simples como pegar uma moeda com a mão esquerda podem ser sinais de má sorte, impedindo você de ser bem aceito em uma taverna ou estalagem. Para complicar ainda mais as coisas, em Fortuna alguns atos (ou a falta deles na ocasião certa) REALMENTE trazem sorte ou azar. Não há formas de saber quais. Então, por via das dúvidas, os habitantes locais, acreditam em todas as lendas, rituais e simpatias que conhecem.
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Ekat Kassen era um cruzado de Keenn e caçador de tesouros. Ele lutava com distinção, mas logo percebeu que queria mais da vida e deixou os mercenários de Portsmouth para encontrar sua riqueza em outro lugar. Suas viagens o levaram para a região norte de Fortuna em volta do Lado Encarthan, onde ele decidiu se estabelecer após uma aventura bem lucrativa. Usando uma parte considerável de sua fortuna, ele saiu para dominar uma pequena área ao redor do lago, fazendo do lugar um ponto de parada obrigatório para viajantes. Por 10 anos seguintes, a cidade, agora conhecida como Domínio de Kassen, cresceu e prosperou. Mas isso não durou para sempre...
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Azgher brilhava forte no céu limpo e azul, o dia é quente, mas o calor era amenizado pois Kassen prospera as margens do lago Encarthan, brilhando prateado. A cidade era cercada por uma vasta planície verdejante e um bosque, de copas escuras, porém um bocado mais distante. Formada por casas de madeira resistentes e alguns agrupamentos de acampamentos, parecendo todos muito unidos. Neste dia em especial, havia bandeirolas presas pelas ruas, barracas de toldos coloridos chamando a atenção. ÉEra realizado o Festival da Chama Eterna! Porém, apesar de a maioria dos moradores estarem reunidos na praça, pareciam tristes, cabisbaixos. Não havia música, apenas conversas amenas e muxoxos...
Bartolemeu estava parado em frente a uma construção de dois andares de madeira e alvenaria, muito bem-acabada. A placa, acima da porta de madeira, dizia “Sete Pratas”. Estava faminto e cansado. Olhou em volta, parecia haver uma espécie de festival na cidade de Kassen, embora ninguém estivesse muito animado. Sr.snoffles mexia as patinhas em seu ombro. O bardo ponderou sobre tudo aquilo. Havia alguns meses que havia deixado Wynlla, viajando de barco a maior parte do tempo, depois animando uma caravana através de Fortuna. Tempo o suficiente para determinar o quão superstições eram importantes naquele reino e de alguma forma pareciam afetar o mundo de maneira real.
Naquele dia, dois dias após se separar dos mercadores que adoravam suas histórias e músicas, após passar pela paliçada, um dos guardas dissera que a única estalagem da cidade era a Sete Pratas. Teria que ser suficiente... O guarda ainda havia resmungado com um colega que o Festival da Chama Eterna não seria o mesmo naquele ano. O que será que aquilo queria dizer?
Kaedros viajava há muitos meses. Desde que saíra de Greenleaf encontrara muitos problemas ao contornar Tapista e o largo frio das Montanhas Uivantes. Percorreu um trecho florestal de Petrynia e agora parecia ter mudado de terras. As árvores eram iguais, o ar, não. Aurix salvara sua vida algumas vezes, além de ser uma excelente companhia.
Encontram o resto de algum aventureiro alguns dias atrás e tinham alguma comida de sobra, tiras de carne seca e frutas desidratadas num saco de estopa. Viram ao longe uma caravana mercante seguindo pela estrada, mas que se distanciou rapidamente. Do alto de um barranco, avistou um lago imenso e em sua margem uma cidade.
Aurix virou-se depressa e Kaedros o acompanhou, parada logo atrás do druida, estava uma mulher de pele clara e cabelos castanhos presos num rabo de cavalo. Usava roupas grossas e práticas, em tons de verde e marrom. Por cima de tudo isso, uma capa musgo e grossa. Trazia uma aljava presa às costas e um arco na mão.
- Seu lagarto, é rápido. Sou Arnama, Patrulheira de Kassen – ela indicou a cidade as margens do lago com seu arco – e você, quem é?
Gilgrimm desbravou os túneis até a superfície. Dias e mais dias de viagem através de um emaranhado de túneis rochosos, repletos de perigos naturais e criaturas das profundezas. Lá era sempre escuro e com seus próprios sons. Quando ouviu as batidas de metal contra a rocha pensou que talvez tivesse andado em círculos, voltado para seu lar. Pim, Pim, Pim... Sem dúvidas era uma picareta.
Aproximou-se finalmente após vencer a última inclinação rochosa, a luz do mundo lá fora o confrontou e ele teve que cobrir o rosto com braço. As batidas cessaram e quem fosse que ali estivesse o encarava. Aos poucos, conforme se aproximava e se acostumava, percebeu que quem ali estivesse era como ele, outro anão.
Tinha um semblante sério, fechado e marcado por linhas de expressão. Uma bandana laranja cobria a testa e deixava os cabelos grisalhos presos para trás. Uma trança escapava e se juntava a barba da mesma tonalidade mais atrás. Os punhos fechados se encostaram à cintura, estufando o peito bronzeado e musculoso. Seu cinto repleto de ferramentas se destacava pesado.
- Ora, vejam só... Há tempos nenhum anão surgia por esta passagem. Sou Braggar e você quem seria companheiro?
Tyberos saltou da carroça do circo itinerante, Kyara saltou ao seu lado, era o fim da linha para ambos. Duas almas em busca de aventuras, cada uma por um motivo, claro. Não se conheciam muito bem, mas ao invés de viajarem com alguma caravana mercante, acabaram conseguindo carona com um circo. Era divertido, tinham de admitir. Os palhaços, malabaristas, acrobatas... Serviram como guardas ou algo do tipo, assim tinham companhia, comida e viajavam mais depressa do que apenas a pé. Viram quando as três carroças sumiram na estrada e agora finalmente puderam vislumbrar a paliçada da cidade Kassen. Dois guardas os encararam dos portões, afinal, chamavam a atenção. Uma goblin com uma besta e um meio elfo do mar com uma espada visualmente perigosa.
O outro cruzou os braços.
- Vieram pelo Festival da Chama Eterna?
- Fiquei sabendo que este ano o prefeito está atrás de aventureiros... Pelo que aconteceu ano passado.
- Aquele gorducho de mais cedo era um bardo, Romero.
O outro deu de ombros e olhou a dupla novamente.
- Aquele cara definitivamente não é um aventureiro, George.
- Bem, falem seus nomes e entrem e nada de encrenca.
Status & Fichas
Kaedros <> PV's 18/18; CA: 15/15; PM: 4/4; PE: 0/0; PA: 1 <> Condições: <> Magias Preparadas: a preparar
Aurix <> PV's 28/28; CA: 17/17 <> Condições:
Kyara <> PV's 15/15; CA: 18/18; PM: 0/0; PE: 0/0; PA: 1 <> Condições:
Bartolomeu <> PV's 15/15; CA: 10/10; PM: 6/6; PE: 0/0; PA: 1 <> Músicas de Bardo 6/6 <> Condições:
Senhor Snoffles <> PV's 7/7; CA: 14/14 <> Condições:
Tyberos <> PV's 23/23; CA: 13/13; PM: 0/0; PE: 3/3; PA: 1 <> Condições:
Gilgrimm <> PV's 22/22; CA: 16/16; PM: 0/0; PE: 0/0; PA: 1 <> Destruir o Mal: 1/1 <> Condições: