Phaendar.
Uma cidade pequena em Sambúrdia, próxima à margem do rio Baslav, à vista da fronteira com as Sanguinárias. Mercadorias chegam à cidade através da Ponte de Phaendar, a única forma de cruzar o rio de fluxo rápido e correnteza forte. A cidade de quatrocentos residentes raramente vê algo excitante, fazendo o Festival de Mercado de Phaendar a principal fonte de notícias, entretenimento e troca da cidade. O evento de dois dias, que ocorre a cada três meses, junta fazendeiros e pastores de toda a região sudeste de Sambúrdia, principalmente da única outra cidade Collarthan. Além disso, madeireiros do tão próximo Bosque da Presa e mercadores de além do rio são presença comum, vindos da própria capital Samburdia para conseguir novos materiais e suprimentos. Durante o evento, é comum ver a população da cidade dobrar.
Naquela primeira noite, uma pequena multidão era atraída para a Taverna da Raiz, muitos apenas para ouvir as histórias que Aubrin a Verde – uma membra aposentada dos Patrulheiros Verdes, um grupo de patrulheiros de elite de Sambúrdia, agora convertida em clériga de Valkaria - reconta de sua juventude. Do lado de fora, a celebração continua enquanto gritos são carregados pela noite. Aquecidos pela lareira da taverna e abastecidos com cerveja anã trazida por mercadores de Doherimm, a leveza do fim da noite é bem vinda após um dia de festival e trabalho. Uma roda é formada, e Aubrin convida outros à contarem suas próprias histórias, formando uma pequena competição.
Risadas. Dos cantos, sentados em mesas mais afastadas dos centros, uma mulher de cabeça raspada e roupas mais exóticas observava a situação em silêncio, apenas ouvindo a história. Theresa estava ali procurando por aventuras. Havia vindo para Arton para isso, afinal. Não muito distante da mesa dela, um homem de mantos negros e vermelhos, capuz cobrindo a cabeça e esperando as histórias contadas. Richard , não, o Garra Vermelha, estava ali por oportunidades. Aventura, vigilantismo e vingança andavam de mãos dadas para aquele rapaz.
[...] Então eu estava lá, pensando em quando diabos eu teria outra chance de conversar com um urso atroz. O bicho se ergueu para vir para cima e eu me viro para ele e digo me encolhendo “Eu só quero ficar com o mel, você pode ter as abelhas!”. – As pessoas riram, enquanto Aubrin batia sua perna de madeira no chão e pedia outra caneca antes de continuar. – Surpreendentemente deu certo. Deu tudo certo com o urso. Ele até deu o nome de um dos filhotes em minha homenagem. Ainda tenho que ir ver o pequeno “Corram as Abelhas estão vindo.”
Haviam outras figuras exóticas ali, e logo um deles se posicionou à frente. Um homem de cabelos loiros presos em um rabo de cavalo, as laterais raspadas. Seus olhos azuis como o céu refletiam a luzes das tochas e lareira, o rosto barbado corado pelo calor com o qual não era tão acostumado e o álcool. Seu corpo massivo era coberto por trajes de pele e quando ele se ergueu, as atenções se viraram para a história que Magnus estava prestes à contar, sua história desafiando à de Aubrin:
- Magnus matou um urso atroz para se tornar homem, com 12 anos e banhou-se em seu sangue, em meio ao frio pálido e cortante da Uivantes! Saiu de casa como um garoto, armado com uma machadinha e nu, voltou como um homem, coberto de fluído rubro da vida e da vitória. É assim que aconteceu e é assim que as coisas são.
Risadas e brindes. Uma garota de cabelos loiros e roupas selvagens, sua aparência não necessariamente muito diferente da de Magnus, resolveu contar sua própria história. Lanna ergueu a voz, certa inocência ao revelar a história de conteúdo particularmente cômico:
O salão explodiu em risos. Algumas pessoas tinham lágrimas escorrendo dos olhos pelas gargalhadas, e vários pedidos novos de cerveja foram pedidos.
- Meu pai derrotou um dragão quando eu era menor. Quando eu vivia no bosque, perto das Sanguinárias, uma vez um homem montado num dragão desceu pedindo tributo. Meu pai resolveu responder, e se levantou de seu banho e foi até o homem e o dragão sem roupas. Eu não sei o que eles conversaram, mas o homem ficou vermelho quando viu meu pai e foi embora, e o dragão disse algo sobre a lança do meu pai ser maior que a do guerreiro. Nunca entendi essa, meu pai usava um arco.
Um homem com um estranho capacete de dado se manifestou. Não era possível dizer porque Jinx estava ali. Possivelmente, nem ele sabia.
Todos se olharam, confusos. Aquilo fazia algum sentido? Não, claro que não. Mas o álcool apenas deixava aquela história tragável, e todos riram e brindaram. Após a história daquela figura estranha, Aubrin foi empurrada novamente para o centro:
-Essa história aconteceu eu ainda morava em Al-gazarra. Certo dia minha mãe me pediu para eu sair para comprar pão, então eu fui até a horta da Dona Joaquina, que por ser a melhor encanadora da quarta face, logicamente fazia os melhores pães. Infelizmente, mesmo sendo a melhor da quarta face, ela vivia na segunda, então seria uma longa viagem em busca do pão. Mas sendo um corajoso devoto da UNICA deusa, Nimb, eu jamais desistiria.
Dirigiu-me a um dos quatro abismos da face em que eu morava e saltei rumo a escuridão, certo de que cairia na face seguinte como sempre. Para meu terror, estava errado e cai num terrível mundo em que os insanos habitantes locais chamavam de Arton. Sim!! AQUI MESMO! Inferno era pouco para descrever, pois nos primeiros minutos, achei que iria enlouquecer! Pra começar pedi informação ao cavalo mais próximo, mas o pobre coitado não era erudito como de costume! Só sabia relinchar! E mais, ele tinha um dono humano que logo me deu uma bronca por mexer com o animal, quando eu só queria tirar uma dúvida! Tentei fugir dali montado numa mesa, mas a safada não se mexia, não podia nem cavalgar ou voar. Então tive certeza: Aquilo era obra do Nimbus caído KHALMYR, o traidor, que espalhava a terrível ordem por onde passava.
Quando estava desesperado, uma luz escura, vinda de dentro de uma privada emitiu um canto (aaaaaaAAAAAH!) e então uma voz ressoou na minha mente, dizendo:
"O ancião aponta para o céu. O sábio olhara para o céu, o bobo olha para o dedo".
ERA ISSO! UM CHAMADO DE NIMB! Sabia qual era minha missão sagrada! Corrigir as maldades do ordeiro Khalmyr, ensinando a liberdade do caos, da verdadeira deusa, Nimb! A partir daquele dia, seria um cruzado do caos, pronto a corrigir aquele errado mundo cheio de loucos que era Arton! E precisa fazer isso logo, pois mal vejo a hora de voltar pra sua casa em Al-gazarra.
Afinal, sua mãe ainda espera pelo pão.
O foda é que eu me uni a um grupo de aventureiros: Aldred, o cavaleiro de ordem e John Lessard o herdeiro do rainha eterna!! Tinha outros lá, mas acho que quando um castelo caiu na minha cabeça e eu morri caindo num abismo,eu esqueci do resto.
Dai eu acordei em outra Arton. Eu acho que é outra Arton. Era o que tava na placa ao menos.
A porta da frente explodiu em farpas e fragmentos. Um grito agoniado perfurou o caos, e então houve silêncio. Aubrin estava caída no canto, buscando desesperada por ar, mãos apertando um ferimento que esguichava sangue de seu peito. Uma seta de besta ainda tremia, fincada num poste de madeira atrás dela, coberto de sangue.
- Certo, certo, não empurrem. Então, Valkaria pode me lançar um relâmpago se essa não é verdade mas---“
Dois hobgoblins em trajes militares estavam parados na porta quebrada. Atrás deles, iluminadas pelos brilhos de casas em chamas, dúzias – talvez centenas – de soldados hobgoblins marchavam nas ruas.
Phaendar queimava, gritos de comemoração agora substituídos pelos gritos em pânico daqueles em medo e dos que morriam. Atrás de tudo, acima das chamas e terraços, na direção da praça central de Phaendar, uma torre negra se erguia.
Os soldados que invadiam a taverna avançaram contra os mais próximos da porta, Lanna e Magnus, mas suas espadas foram interceptadas, seus ataques não conseguindo atingir os dois de forma efetiva.
Iniciativas:
Hobgoblin A 24
Hobgoblin B 23
Magnus 15
Jinx 14
Lanna 14
Richard 12
Theresa 8
Richard Maedoc/Garra Vermelha | PV: 23/23 - PA: 1 | Condição: ---
Theresa Rey | PV: 9/9 - PM:5 - PA: 1 | Magias Preparadas: --- | Condição: ---
Lanna | PV:19/19 - PM:6 - PA:1 | Condição: ---
Jinx | PV: 15/15 - PM:7 - PA: 1 | Condição: ---
Magnus Hjerteøkse | PV: 28/28 - PA: 1 | Condição:---