A CASA DA MORTE
Medo, o sentimento mais importante para qualquer criatura. O medo é o sistema de segurança criado pelos deuses como um alerta pra o perigo iminente, o medo é o que mantem as criaturas vivas, o medo que mantem a maquina girando, o excesso do medo paralisa, isola e o sistema de alerta do perigo acaba se torando o próprio perigo, mas não é apenas o excesso do medo que prejudica a falta dele também, a temeridade e a imprudência moram lado a lado.
Gregor pareceu atingir em cheio o orgulho anão de Thodorimm, o guerreiro que cobriria a retaguarda era agora o primeiro a puxar a comitiva de heróis rumo a casa no topo da pequena colina. As crianças observam o anão passar e seguir a estrada de terra e pedra. Rosavalda encara Gregor para logo em seguida seguir o caminho atrás do anão com os demais os acompanhando.
A media que se aproximavam da casa podiam ver melhor os detalhes dela, o clima ficava relativamente mais frio e as brumas, antes rasteiras começavam a aumentar. O grupo para em frente a pórtico, o portão de ferro estava destrancado e range alto quando é aberto por Theodorimm. Estava escuro e a unica iluminação eram duas lanternas cobertas presas por correntes na entrada da casa. Não havia sinal de moimento dentro e pouca luz podia ser vista pelas janelas escuras e pelas frestas da porta principal.
— Esperaremos o retorno de vocês aqui.
Rosavalda e Thornboldt param sob o portico em meio ao portão aberto. As duas estaam de mãos dadas e pareciam relutantes, com medo de se aproximar da casa.
— Não queremos entrar novamente, não enquanto o monstro estiver ai. Não podemos ir para a cidade, as pessoas não gostam de nós, nos chamam de estranhos, então vamos esperar aqui.
A madeira da casa rangia com o vento, novamente o gralhar do corvo chama atenção do grupo, a ave pousa no portão e num piscar de olhos todo o pórtico estava repleto de corvos. Thornboldt abraça Rosavalda, mas os dois não se movem o medo do monstro parecia ser maior que o medo dos corvos. A grande porta dupla de carvalho que da acesso a casa estava aberta, a pouca iluminação gerada pelas lanternas mostrava um vestíbulo, Theodorim com sua visão de anão, conseguia ver um escudo endurado em uma das paredes com algumas pinturas a sua volta, mas seria necessário entrar para perceber algum detalhe.