Capítulo 1. INÍCIO
Valkaria, 02/04/1411, Valag
O Outono começou. Tem início o reinado de Belandaba, a Pensadora, divindade padroeira desta estação. As folhas das árvores começam a cair, assim como seus frutos. Nos campos os agricultores vão agora extrair da terra o resultado de vários meses de trabalho. Estes são meses de preparação para o inverno que logo chegará.Guilda dos Aventureiros
O Valag é tido como “dia de descanso” e é um momento para as pessoas relaxarem. Mesmo aventureiros aproveitam este dia para repousar quando podem. Mas não vocês. A última missão de algum valor que realizaram foi no começo do ano quando conduziram Ayodele de Yfé e Djohfera, sacerdotes de Tenebra, a uma reunião no sul do reino. Desde então realizaram pequenos serviços locais enfrentando pragas urbanas ou caçando bandidos comuns nas estradas próximas. O dinheiro recebido paga os custos e o lucro auferido é o suficiente para pagar a cerveja, a taxa mensal da Guilda e outras contas regulares, mas não sobra muito além. É preciso fazer algo a respeito.
É o começo da tarde, primeira hora e meia após o almoço, e vocês estão na taverna da Guilda. O lugar está bem vazio e somente três mesas estão ocupadas. A de vocês é uma delas. Na outra, próxima a um canto, quatro companheiros de Guilda jogam uma partida de Wyrt (ilegal para plebeus em Ahlen, mas permitida naquele lugar): Laura Cruz era a líder das Violadoras de Tumbas, um grupo especialista em cavernas e masmorras; Kasim Ubar dos Lanças da Savana era um guerreiro yfense veterano de caçadas contra monstros diversos, com cicatrizes que ostentava como medalhas; Hogoken, do grupo Os Desbravadores, destoava da mesa. Era um mashin – um golem tamuraniano – e quase não possuía mais tibares consigo. Sua companheira de grupo, Mitsune Konno, se apoiava sobre seu corpo metálico, sussurrando em seu ouvido – ou o local onde tal órgão deveria estar. Por fim estava Ytha Megala, a goblin ahlense conhecida como uma das maiores jogadores de wyrt do continente e que não podia por os pés no reino natal sob pena de morte. Não era surpresa que a maior pilha de tibares estava à sua frente. Apesar disso era uma pilha pequena, pois ali se jogava por camaradagem e não para ganhar dinheiro.
Enquanto isso na mesa ao lado vocês conseguem ouvir as Crianças Perdidas discutindo.
Érico
- O último trabalho foi bom, mas precisamos de algo melhor se quisermos continuar comendo.
Beto
- Não enche, Érico! Nós precisamos é encontrar logo um jeito de voltar pra casa! Quero sair deste mundo maluco!
Parece que a situação não está difícil só pra vocês. Com certeza não precisam “voltar pra casa”, mas também necessitam comer.Altair
- Parem de discutir, os dois! Eu sei que precisamos voltar pra casa, mas precisamos comer antes...
E, é claro, também há outras necessidades.
Runa, uma das atendentes, é quem se aproxima e faz a pergunta.Runa
- E então? Vão querer mais alguma coisa?
Off:
Sintam-se livres para interagir com o ambiente da taverna, com os PdMs apresentados ou outros que constem na apostila de GAV.