Os Maiores Heróis de Arton
Arton sempre fora um mundo de problemas. Desde a Grande Batalha de Lamnor o povo artoniano vive em ilhas de paz num oceano conflituoso. O combate move Arton: não há aventura sem luta, e não há heroísmo sem batalhas. Mesmo que muitos dos heróis aventureiros evitem o combate como os clérigos de Lena e Marah e outros tipos pacifistas, é inevitável confrontar uma situação belicosa. O Reinado fora forjado na batalha e a maior parte dos reinos solidificou suas estruturas sobre o sangue dos bárbaros das tribos antigas. Além disso, monstros espreitam em cada sombra da noite de Tenebra.
Mesmo em milênios de história artoniana nunca as coisas aconteceram tão rápido. Até 1385 as guerras, os conflitos, os aventureiros em suas masmorras, o povo comum do campo e das cidades sentia a roda da história em marcha lenta. Mas a partir daquele ano, tudo acelerou. A queda da nação élfica pelas mãos da maior aliança goblinoide jamais vista foi só o começo. Anos depois a chuva de sangue nefasto fruto de outra realidade invadia para corromper e destruir. Grandes heróis surgiam e desapareciam com um piscar de olhos élficos. Reis foram destronados enquanto outros ascenderam. Um deus retornou ao seu posto graças à sua astúcia, enquanto outra fora salva por seus fieis devotos. Uma deusa antiga caiu enquanto outro tão antigo quanto ascendeu, e a Tormenta sofreu sua primeira derrota. O esforço da guerra contra os lefeu causou grandes estragos aos reinos. Mas havia esperança para o povo de Tamu-ra, um novo horizonte de reconstrução.
A vida nunca foi feita de certezas e garantias pra o povo comum, mas mesmo este agora percebia como as coisas estavam indo de mal a pior. A avalanche de acontecimentos drásticos, dramáticos em tão poucos anos provocou um clima de pessimismo, de dias cautelosos e pesados. A comunidade heroica de Arton também sentia isso. Um novo grupo de heróis, os Libertadores de Valkaria emergia enquanto outro, a Companhia Rubra desaparecia nas mãos de Aharadak, o novo lorde da Área de Zakharov.
No meio disso tudo, uma infame figura surgia das sombras de seu covil. Mestre Arsenal, o sumo-sacerdote de Keenn, o deus da guerra, planejava o maior ataque ao mundo de Arton. Sua ambição era mergulhar os reinos em uma guerra sem precedentes até que o mais apto sobrevivesse... como ele mesmo sobrevivera em seu mundo antes de vir a Arton.
Após alguns anos fora de cena, Arsenal movia suas peças.
Lá e de Volta Outra Vez
O dia amanhecia quente em Valkaria para mais um verão daqueles. A Baixa Vila de Lena era um bairro boêmio, cheio de teatros, tavernas, palcos, ateliês, e um centro povoado por uma juventude sedenta por novidade. Além disso havia uma parte residencial onde muitas famílias abastadas que gostavam de estar perto dos ares da novidade viviam. Era começo do ano, Vectora havia deixado a cidade há poucos dias.
Aldred e Therese estavam em sua casa, a Mansão dos Maedoc quando as palmas foram ouvidas do lado de fora. Era um homem alto trajando uma armadura completa com um símbolo do Protetorado desenhado no peito. Por estar sem o elmo revelava um rosto jovem de um homem sem barba de longos cabelos castanhos bem claros. Tinha uma expressão de insatisfação como se estivesse ali por obrigação, sem desejo algum. Mas ao ver Aldred se aproximar para ver quem era, seus olhos cresceram lentamente. O homem de armadura fez uma reverência pomposa fazendo o metal colocado ranger.
"Graduado". Significava que ele estava apenas um nível abaixo do Círculo, o posto máximo da hierarquia do Protetorado onde Aldred e Therese estiveram por tantos anos.Eckbert
É uma honra, senhor Maedoc. Eu sou Eckbert von Witzleben, graduado do Protetorado do Reino. Vim aqui com uma... mensagem.
De sua bolsa feita de couro de grande qualidade a tira colo, tirou um grosso pergaminho enrolado e amarrado por uma fita vermelha preso a uma cera endurecida com o brasão de armas de Deheon. Típico símbolo usado para documentos oficiais do Reino-Capital. Não era uma carta ou documento normal que recebia vez ou outra com pedido de aconselhamentos e colaborações, parecia algo mais importante.
Após a entrega da missiva, o homem se virou para ir embora, mas não sem antes lhe dedicar um sorriso admirado.
Eckbert
Sei bastante sobre sua história de contribuições para a Coroa, senhor. Eu e minha família somos eternamente gratos. É uma inspiração, realmente. Tenha um bom dia.
Aldred via logo que não era uma consultoria comum que o Protetorado lhe pedia dessa vez. Após quinze anos afastados da vida de aventuras, resumindo a ajudar eventualmente com suas experiências, o velho ginete e a encantadora recebiam um pedido formal. Não para voltar ao Protetorado, isso jamais poderia ocorrer novamente, pois uma vez que se saía, não era permitido retornar sob nenhuma circunstância, mas era um pedido para voltar à ativa para uma missão importante.
- Caro Aldred Castell Maedoc II e Therese Incarn,
Espero que este pergaminho lhes encontre bem. Quem vos escreve é Arkam Braço Metálico. É com grande preocupação que lhe escrevo esta carta, um pedido de ajuda em um documento oficial com símbolos arcaicos e tudo. Os senhores sabem como os burocratas são, perdidos em um mar de formalidades. Eu preferia visitá-los em sua casa e ter uma conversa franca olho no olho. Se as histórias são verdadeiras acredito que o senhor Maedoc também preferia assim.
Sei que são um casal aposentado. A carta de desligamento de ambos constam enquadradas no Salão dos Antigos Heróis em lugar de destaque pelos anos de serviços prestados a Arton. Gostaria de ser um pouco mais velho e ter presenciado a ação dos senhores no auge. As histórias que contam são fantásticas e seus registros de sucesso são formidáveis nO Livro de Missões.
Sem mais delongas, gostaria de lhes requisitar uma reunião para tratar de um assunto de extrema importância. Algo delicado que envolve a política de alguns reinos e outras coisas que não poderão ser ditas por carta. Neste momento temos apenas vocês como representantes do mais alto grau de importância e que não tem ligações oficiais com o Protetorado. Discrição é importante.
Caso aceitem, o local desta reunião será na Sede. Vocês sabem onde fica.
Atenciosamente,
Arkam Braço Metálico
O Aluno Pródigo
A vida de exploração de masmorras lhe garantira muito lucro em sua vida, não apenas financeiro ou material, mas também em seus poderes mágicos. Klaus era um proeminente feiticeiro favorecido pelo poder sagrado de Wynna, a deusa da magia. Privilegiado com o dom bruto da magia em sua forma arcana e divina, Klaus destrinchou os mistérios de ambas energias místicas. Desvendou segredos antigos, tradições mágicas, simbologia milenar dos deuses e avançou, com pouco esforço, à excelência. Seu privilégio, entretanto, não se limitava aos seus dons inatos, mas também ao seu arredor.
A família Primus, antiga e tradicional em Valkaria, possuíam pelo menos uma estátua da deusa da magia em seus jardins. E foi ali que Klaus repousava em uma bela manhã de céu com poucas nuvens e sol inclemente. Havia um serviçal provendo-lhe uma fresca brisa com um grande leque feito de penas de pavão. Outra serviçal trazia uma bandeja de prata com uvas, maçãs e bananas à disposição. De fato, aquelas pequenas paradas entre suas explorações eram saudáveis. Desde que se formara na Academia Arcana, o jovem Klaus se lançava ao maravilhoso desconhecido como um aventureiro nato, desenvolvendo seus poderes latentes a cada masmorra rastejada, a cada plano de um vilão frustrado, a cada cria das trevas destruída.
Enquanto apreciava um pouco do ar livre antes do almoço, o mordomo da casa Primus, o senhor Orlast, apareceu com um velho rosto conhecido. Era Vladislav Tpish, um dos seus antigos professores nos tempos de academia.
O mordomo prontamente anunciou a chegada da ilustre visita e depois se retirou fazendo uma reverência a ambos. Klaus conhecia Orlast desde criança, tempo o suficiente para saber quando estava contrariado. Apegado à etiqueta e convenções aristocráticas, o velho mordomo mostrava uma pontada de descontentamento pela presença repentina do necromante. Os serviçais, entretanto, continuavam seus afazeres como se nada mudasse.Orslast
Senhor Klaus, apresento-lhe o senhor Vladislav Tpish em sua presença. Com sua licença.
Resumiu-se a dizer enquanto olhava para as duas pessoas que serviam Klaus. Algo indicava que ele queria uma conversa a sós, mas havia rompido o suficiente as regras de etiqueta ao chegar de supetão e não desejava piorar a situação dizendo o que pensava. A situação, entretanto, era insinuante.Vladislav
Bom dia, Klaus Primus. Espero não estar interrompendo nada importante. Peço desculpas por aparecer repentinamente sem me anunciar, pois sei que é um homem ocupado. Gostaria de saber se podemos conversar? Trago notícias da Academia Arcana e temo não serem... agradáveis.
Klaus lembrava das aulas de necromancia em seus tempos de Academia. Não eram suas favoritas, embora tenha adquirido uma magia dessa escola ao seu repertório. Lembrava que Vladislav era um homem polido, apegado às regras e tradições e bastante severo no que tange os estudos, mas não era implacável e demonstrava bastante paciência caso percebesse empenho. Klaus não era um aluno muito aplicado nas provas teóricas, mas seu poder bruto sempre lhe garantia um lugar especial na parte prática e uma boa posição no grêmio do Falcão, havendo se tornado o presidente durante uma gestão. A presença do ex-professor lhe trouxe algumas lembranças do passado, mas pela expressão de seriedade do necromante, algo não estava certo.
A Crise do Tempo
O Doutor sentia no ar uma mudança grave na atmosfera artoniana. Após vários anos trilhando um caminho solitário - embora cercado de pessoas - aprendera a aguçar sua sensibilidade. Através de seus contatos e dos contatos de Donna, aquela aristocrata que gostava de segui-lo, o doutor de Thyatis descobriu uma movimentação estranha entre mercenários e da igreja de Keenn, o deus da guerra. Não se sabia direito o motivo, mas diversos grupos mercenários rumavam para as Montanhas Sanguinárias desde o final do ano passado e clérigos, cruzados e outros devotos do deus da guerra estavam inquietos abandonando suas igrejas dia após dia, mas sem rumo aparente. Qual seria a ligação desses dois movimentos? Nem mesmo a Noiva Fugitiva de Fortuna conseguia traçar um paralelo, mas diante dos recentes eventos que abalaram o mundo - a queda de Glórienn e a ascensão de Kallyadranoch - estes eram, de longe, os mais notáveis.
Para além dessa sensação de estranheza no ar, o Doutor não podia simplesmente ficar de braços cruzados esperando que as coisas acontecessem. Ele não era um mero observador, um espectador que tomava nota dos eventos e fatos históricos de Arton. Essa chatice era o domínio dos adoradores de Tanna-Toh, a deusa do conhecimento. O doutor de Thyatis tinha que continuar seu trabalho viajando pelo mundo tentando "consertar" as coisas, colocá-las em seus devidos lugares. Desde tirar sszzaazitas de seus planos funestos até impedir a ação diabólica de goblinoides tementes ao General.
Dessa vez, entretanto, um problema especial surgiu. Viajando por Tharthann, a capital de Ahlen, o Reino da Intriga, acabou ouvindo uma conversa enviesada de dois aristocratas.
Aristocrata ahleniano
Carambolas, meus camponeses não querem mais arar. Querem que eu contrate mais e mais soldados, veja só, que acinte. Já mandei açoitar todos os rebeldes, mas eles continuam. Confesso que tenho vontade de enfocar um...
Aristocrata ahleniano
Por Khalmyr, não faça isso... eles vão se rebelar mais ainda. Atraia um troll ou algo assim para destruir suas casas. Eles vão culpar os deuses. Hohoho... mas me diga, por que estão tão irritadiços?
O desprezível diálogo ligou o alerta do Doutor que conseguiu rapidamente saber de onde era o tal aristocrata sem escrúpulos. Seu povo tinha problemas que apenas alguém como ele podia resolver.Aristocrata ahleniano
Não entendo direito, mas me parece seus filhos ou entes queridos estão desaparecendo... ora, eles já se reproduzem como coelhos e aí passam fome. Deviam agradecer a Khalmyr por terem menos bocas a alimentar.
E não foi difícil, após dias de investigação nos arredores do feudo, visitando campos e bosques, e entrevistas com os camponeses que perdiam seus filhos para descobrir uma caverna abandonada. Graças às habilidades de luta e esperteza combinadas de Donna e o Doutor, conseguiram derrotar uma dezena de golens de carne putrefata para encontrar o vilão sem escrúpulos. Emmilian Urich, o canalha que raptava crianças e adolescentes para seus experimentos malignos. Em seu laboratório, o Doutor vira algo que nesta vida foi incapaz de ver igual: corpos de pessoas inocentes retalhados (alguns ainda vivos) com enxertos de partes artificiais de couro, metal. Alguns gemidos em agonia mostravam uma existência para além da capacidade de cura.
Este homem precisava ser detido e pagar pelo que fez. Emmilian era um mago formidável, demonstrava conhecimentos profundos sobre a magia e por isso foi necessária muita sorte para que a dupla saísse viva. Emmilian fugiu, mas deixou um rastro. O Doutor acabou recebendo auxílio de um grupo de aventureiros e somente assim, com algumas baixas, conseguiu render o mago. Graças às ideologias pacifistas do doutor de Thyatis, Emmilian não foi executado sumariamente pelo paladino de Khalmyr. Pelo contrário, fora persuadido a entregá-lo às autoridades. Segundo a opinião de Donna, Emmilian tinha que ser levado à Valkaria, pois era um assunto sério demais para um monarca decidir, mas o paladino era alguém apegado às leis e a tradição. Como o nefasto mago fora capturado em Ahlen, cabia à justiça ahleniana julgá-lo. E foi assim que aconteceu.
Semanas se passaram e o Doutor estava ficando cansado de sua estalagem em Tharthann, aguardando o dia do julgamento do vilão. Donna já perdia as esperanças, achando que algum tipo de acordo seria feito, uma vez que a nobreza de Ahlen não se importava nem um pouco com os dissabores do povo. Até que um dia, enquanto tomava um chá com leite no salão comunal da estalagem, o Doutor sentiu o tempo parar. As pessoas pararam de se movimentar em sua volta. Donna estava petrificada em uma cômica posição mastigando uma rosquinha de gorad. Ele sabia o que isso significava.
Um fogaréu abriu-se no meio da taverna como se rasgasse a realidade em um formato circular. Ali era possível ver imagens que se formavam.
Um homem de rosto marcado pela idade e experiência com um chapéu de vaqueiro brandia seus machados enquanto rangia os dentes.
Um rapaz, um adulto jovem de elegantes roupas gesticulava enquanto suas mãos brilhavam com intensa mágica.
Uma bela mulher de chapéu estocava com seu florete e adaga girando o corpo como numa dança.
Donna estava no meio deles com seu arco pronta para atirar.
Todos estavam num mesmo ambiente florestal seguindo uma trilha. A quem combatiam? Não era possível ver.
Um borrão de cores mudava a imagem. Agora uma silhueta falava em uma voz cavernosa.
"Não vamos perder tempo."
Palavras exóticas eram ditas por uma voz no além e então, Emmilian aparecia rindo descontroladamente.
E sumia para sempre. O Doutor sentiu, neste momento, uma enorme frustração.Emmilian
Hahahahahahahahahah!
Quando se deu por si, Donna o chamava. As coisas voltaram ao normal como se nada tivesse acontecido. O Doutor conhecia essa sensação, era uma de suas premonições. Ele não notara a aproximação de um jovem à sua frente. Tinha um olhar cansado e rústico, trajando um machado e usava um saiote xadrez nas cores verde claro e verde escuro.
Disse de maneira singela e sem rodeios.Rikard
Eu me chamo Rikard. O senhor é o ... "Doutor", não é? Tenho um convite para o senhor. É de Solast Arantur.
Uma Ladra na Noite
A noite caía para mais um dia festivo em Valkaria na Baixa Vila de Lena, um dos mais boêmios bairros da cidade, lar de uma infinidade de bardos, artistas, cantores que frequentam diversas tavernas, teatros, ateliês, guildas e palcos espalhados pelos jardins. É um dos lugares mais antigos da cidade e, por isso, um dos mais movimentados. Estabelecido perto da Estátua de Valkaria, a Baixa Vila de Lena também era sede para grandes festas e bailes tanto do povo comum quanto dos aristocratas e nobres desejosos por sentir como a plebe se divertia.
Além disso, era o lugar do Gato Risonho, uma taverna de excelente qualidade que também mantinha alojamentos como uma estalagem, um empório onde comerciantes, artesãos e capitães de navios circulavam suas mercadorias dia e noite. Naquela noite, entretanto, o empório jazia fechado para a grande festa da noite. A dona de tudo aquilo era Constance Argant, uma vívida espadachim aventureira, heroína aposentada recentemente para cuidar de sua filha e de seus negócios. Constantemente algum aristocrata solicitava um aluguel dO Gato Risonho para dar suas festas caras e elitistas onde apenas aqueles de sangue azul eram convidados. Os empregados de Constance chamavam essas noites de Festa dos Azuis.
Naquela ocasião o salão comunal estava tomado por muitos desses "azuis", com as mesas afastadas servindo toda sorte de iguarias palatáveis ao gosto da nobreza. No centro sobre um tapete vermelho ricamente adornado em dourado, dançavam os aristocratas. A música provinha de bardos especializados em violino ou no piano tocando melodias clássicas que daria sono a qualquer um acostumado aos batuques das festas populares do bairro.
Constance aceitava esse tipo de festa porque pagava bem. Além disso, ajudava a mantê-la inserida no mundo aristocrático. Como alguém famosa, sempre recebia atenção do povo comum e dos nobres. Sua taverna abria para festas de todos os tipos, além das festas de elite. Mas era relativamente fácil manter sua estima elevada entre o povo comum. Suas histórias perdurariam ainda por anos nas canções dos bardos, mas os com a nata da sociedade valkariana era mais complicado. Uma semana sem novidade era o suficiente para você ser esquecido completamente. Constance não cometia esse erro.
Naquela ocasião os Lysande apresentavam a mais nova debutante da família: Lara Lysande, irmã da falecida Zara...
Nobre de Valkaria
Ouvi falar dessa Zara. Dizem que se juntou a aventureiros vulgares... era amante de um centauro e dormiu com meio acampamento do Exército do Reinado...
Comentários desse tipo variavam quando a donzela Lara Lysande, a irmã, aparecia no palco e descia as escadas sendo amparada pelo pai, o Lorde Lysande. Diziam que ele tinha interesse em se tornar o próximo Lorde Urbano da Baixa Vila de Lena e por isso escolhera o Gato Risonho para a festa de debutante da filha: para se aproximar do povo. Claro que do lado de fora todas as carruagens dos nobres estavam sob constante vigilância da milícia e de exércitos de cada família, mantendo o povo a quilômetros de distância.Nobre de Valkaria
Não diga isso, menina. Essa era uma impostora. Os Lysande a colocaram na Arena Imperial para ser devorada por um leão. Dizem que o leão era um centauro... e a estuprou ali na frente de todos. Um horror.
A festa ocorria de maneira tediosa. Constance era constantemente cumprimentada e bajulada por nobres menores ansiosos por cair nas graças da pequena corte política que se formava em torno do Lorde Lysande. A ex-aventureira mantinha uma boa relação com o "dono da festa", mas pouco se falavam. Ela sabia que a ambição daquele homem podia torná-lo cruel e ele sabia que Constance possuía uma "blindagem" devido sua fama, de modo que era melhor manter apenas o contato educado e distante.
Mas um grito feminino chamou atenção de todos que antecedeu o som de cerâmica quebrando. Um vaso antigo, fruto de uma das aventuras de Constance agora estava em cacos.
Constance não vira a filha há algumas horas. Ela sempre evitava participar da Festa dos Azuis, mas nesta havia aparecido cheia de sorrisos irônicos. A duelista tentou se enganar acreditando que sua filha queria mudar seu comportamento, participar do cortejo aos nobres, mas...Nobre de Valkaria
Oh, onde está meu colar?
A habilidade furtiva de Isabelle não estava no mesmo nível que a sagacidade de sua mãe. Constance a viu se misturar à multidão de nobre até com grande agilidade e presteza, embora tenha esbarrado em um jovem aristocrata antes de alcançar as portas dos fundos. Indo até ela tentando não chamar atenção, a duelista a encontrou montando a cela de um cavalo na penumbra de uma árvore. Isabelle revirou os olhos ao notar sua proximidade.
Disse. Antes que Constance começasse a argumentar sobre o ato da filha, uma figura destacou-se da escuridão. Como conseguira chegar tão perto sem ela perceber? Aquela pessoa era bastante conhecida, até.Isabelle
Aff... aquele colar não fará falta a ela, você sabe. E eu tomei cuidado.
Sua voz melodiosa era simpática e de fácil empatia. Até mesmo a rebelde Isabelle, acostumada a ver figurões de Arton, não conseguiu esconder o assombro e admiração ao ver uma figura como Luigi, o Sortudo.Luigi Sortudo
O valor monetário pode ser irrisório, senhorita Isabelle Argant, mas o valor sentimental é imensurável...
A frase tirou o assombro hipnótico de Isabelle.Luigi Sortudo
Senhora Constance, meus cumprimentos. A festa está bastante bela, mas terei que lhe "raptar" para tratar de um assunto um pouco chato. Pode ser? Sua filha, infelizmente, não poderá ouvir.
Montou no cavalo jogando o colar de volta para Constance. O que será que Luigi queria com ela?Isabelle
Pff... como se eu quisesse ouvir. Até mais ver, Constance. E Luigi.
Dados dos Personagens
Aldred C. Maedoc II <> PV: 107/242; PE: 6/6; PA: 1; CA: 28/43 <> Condição: Normal
Therese Incarn <> PV: 32; PM: 45; CA: 18 <> Condição: Normal <> Magias preparadas: Enfeitiçar pessoas elevado [9º nível], coordenar batalha em massa, bola de fogo controlável, heroísmo maior, imobilizar monstro, vidência, sugestão elevado [9º nível], detectar pensamentos, armadura arcana, identificação, aumentar pessoa
Farrapo <> PV: 135/242; CA: 20/35 <> Condição: Normal
Klaus Primus <> PV: 63/63; PM Arcano: 48/48; PM Divino: 41/41; PA: 1; CA: 23 <> Condição: Normal
O Doutor <> PV: 79/79; PA: 1; CA: 23 <> Condição: Normal
Donna Noble <> PV: 90; CA 33
Constance Argant <> PV: 72/72; PA 2; CA: 33 <> Condição: Normal