Parte 1 - Presságios Sombrios
Yuvalin – Reino de Zakharov - Inverno de 1410
A última neve do inverno cai suavemente sobre Yuvalin, a maior cidade da região norte de Zhakarov, na fronteira entre as terras civilizadas e as regiões selvagens que cercam as montanhas de Arven, o Reino Branco. O sol da tarde surge como uma chama por baixo das nuvens cinzentas a oeste, iluminando os campos acidentados que cercam a cidade com uma luz quente e revigorante, antes da chegada da noite.
Yuvalin é uma cidade antiga, erguida para ser o centro comercial das minas e casas de fundição que se espalham pela região, produzindo a maior parte do minério consumido pelo reino. A maior parte das casas é de pedra, amontoadas entre as muralhas altas, reforçadas com ameias e espigões de ferro. No centro da cidade, uma chama brilha sobre a torre mais alta da fortaleza do rei, cujo tamanho aumentou dez vezes desde a sua fundação. As ameias de ferro da torre, cobertas de fuligem, a fazem parecer uma coroa negra.
Vocês estão em uma das praças de Yuvalin, próxima do portão leste, procurando um lugar para descansarem antes de seguirem viagem para Zakharin, a capital do reino.
A praça mostra o que esperar da cidade, um lugar sombrio, com patrulhas de guardas bem equipados rondando por todos os lados, desconfiados de forasteiros e viajantes que não tenham condições para pagar os preços altos das estalagens e tavernas do centro. A praça está agitada com o movimento das caravanas mercantes, chegando com os produtos que vão alimentar a fome voraz da cidade, rodeados de guardas, trabalhadores e mendigos. O vento frio das montanhas mistura a neve com a fumaça das casas de fundição, cobrindo a cidade com uma camada de gelo que deixa as ruas e vielas cobertas de lama escura.
O cheiro de metal quente permeia o ar.
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Andy, Crym e Moira
- São cinco moedas de prata por dia para cada um dos animais, senhora - diz o dono do estábulo, para Moira, - e mais cinco para a carroça. Lamento, mas não temos muito espaço, e a carroça vai ocupar o lugar de um animal...
O estábulo Ferradura de Pyros fede a esterco e urina de animais, mas foi o único onde vocês conseguiram achar um lugar decente para abrigar os trobos e a carroça de Crym – depois que ela acabou congestionando uma rua, quando vocês seguiam para o centro. Apesar do cheiro, o estábulo parece seguro, pois abriga as montarias dos viajantes que seguem para as tavernas do centro. O teto e as paredes são firmes, o que garante o conforto dos animais.
Um cavalariço ajuda Crym a desatrelar o trobo de sua carroça, enquanto outros dois preparam os trobos de Moira e Andy para passar a noite.
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Dominique, Driel e Hanz
Enquanto Andy, Crym e Moira tratam dos trobos, vocês estão esperando do lado de fora do estábulo, descansando por um momento sobre algumas caixas e fardos de feno empilhados ao lado da entrada. Alguns garotos da cidade estão perto de vocês, rondando-os com olhos curiosos e ansiosos, pedindo para fazer pequenos trabalhos em troca de algumas moedas.
Assim que vocês chegaram na cidade, um garoto se aproximou, oferecendo-se para guiá-los pelo labirinto de ruas estreitas e sombrias, mas logo surgiram outros, vindos de todos os lados. O grupo se dispersou quando alguém chamou a guarda, mas logo depois alguns deles voltaram por outros caminhos, querendo ajudar quando souberam que vocês estavam procurando um estábulo para deixar os animais.
- Não queremos nada de graça, moço - diz um garoto que não deve ter mais de dez anos, para Driel, vestido com uma manta de retalhos, o rosto ferido por causa da briga que teve com alguns dos outros garotos, que, segundo eles, pareciam querer roubá-los se tivessem a chance. - Não somos como eles. Não queremos roubar. Aqueles que roubam vão para as minas de ferro, e nunca mais se ouve falar deles...
Mas é Hanz quem mais atrai a atenção dos garotos, que o olham admirados por ele carregar duas espadas.
- O senhor deve ser muito forte - dizem alguns dos garotos, sentados ao redor do guerreiro com os rostos ávidos. - Não deve passar fome...
Mas a curiosidade dos garotos é interrompida pelos gritos de uma garota que surge de uma viela próxima da estrebaria.
- Por favor, alguém nos ajude - ela grita, a voz embargada pelo desespero e medo, o rosto manchado pelo sangue que escorre do nariz ferido, mas as pessoas a ignoram quando ela se aproxima. - Ladrões... vão matá-lo...
A voz dela se perde quando um grito de dor ecoa da viela escura.
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----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Dados dos Personagens
Andy • PV 36/36; PA 1/1; CA 21 <> Carga: Normal.
Crym • PV 17/27; PA 1/1; CA 20 <> Carga: Normal.
Dominique • PV 19/19; PM 12/12; PA 1/1; CA 21 <> Carga: Normal.
Driel • PV 38/38; PA 1/1; CA 18 <> Carga: Normal.
Hanz • PV 39/39; PE 6/6; PA 1/1; CA 17 <> Carga: Normal.
Moira • PV 12/12; PM 15/15; PA 1/1; CA 11 <> Carga: Normal.