Os Maiores Heróis de Arton
Mortensen esboçou um leve sorriso ao elogio de Constance. Era um homem fechado, reservado e não dava muita importância para conversas triviais. A duelista era experiente em lidar com qualquer tipo de pessoa, até mesmo os mais taciturnos como o Mago Real e os mais "alienados" como Klaus Primus. De fato, conjuradores de magia arcana, divina e outros estudiosos dedicavam suas vidas às suas pesquisas, seus estudos e deixavam de viver a realidade cotidiana das pessoas. Eram os esquisitos, os antissociais. Constance percebeu que era difícil "ler" as expressões quase inexistentes em Mortensen.
O velho mago bebericou sua xícara de chá. Klaus e Constance podiam sentir um gosto adocicado, mas não enjoativo. Era tranquilizador, mas ao mesmo tempo instigador. As ervas usadas pelo mago talvez fossem realmente muito fortes. Mortensen observou a ampulheta sobre uma mesinha e estalou os dedos enegrecidos.Mortensen
Bem, digamos que o Rei Lenhador está envolvido em algo maior que sua alçada. É o máximo que posso falar. Discrição, é claro, é desejada.
Resumiu-se a dizer levantando-se após o término do chá de ambos. Conduzindo-os até uma parte da sala onde o chão possuía um desenho circular com várias gravuras e rabiscos arcanos. Klaus identificou aquilo como um portal permanente, ativado por voz para ir a qualquer lugar de Arton e além. Sem delongas, o mago gesticulou e pronunciou palavras arcanas. As gravuras no círculo brilharam numa cor púrpura e ergueram um cone de energia da mesma cor. Constance e Klaus sentiram o característico formigamento no corpo, os pelos arrepiados. Ambos conheciam a sensação do teletransporte há muito tempo, então nada daquilo era novidade.Mortensen
Bom, é hora de ir. Desculpem a pressa, mas... é.
Num piscar de olhos, após uma leve sensação de tontura, ambos surgiram em frente a uma construção de madeira e pedra em um ambiente totalmente diferente. O clima era ameno, seco, bem mais fresco do que em Valkaria. Estavam em Vallahim, capital de Tollon e viam logo de cara um casal de pessoas maduras. Klaus reconheceu Therese Incarn, a professora de encantamento da Academia Arcana de seu tempo. Após aquele período lecionando ela se tornou uma palestrante em diversas escolas de magia e se especializou na complexidade da mente dos seres sencientes.
O único olho do soldado estreitou-se. Olhava Therese com desconfiança e rabugice, mas um pequeno deslocamento de ar e um som característico de teletransporte chamou atenção de todos. Aldred e Therese puderam ver o surgimento mágico de dois jovens: uma mulher exuberante, com trajes requintados de uma aventureira cheia de recursos. O outro era um rapaz cheio de estilo da juventude daqueles dias. Ele era sofisticado, nobre. A mulher era, ninguém menos que Constance Argant, a famosa aventureira dona do Gato Risonho.
O soldado observa os recém chegados com a cara fechada, mas aponta para o soldado mais novo ao seu lado para abrir a porta.
O portão da sede do Conselho de Tollon não rangeu. Apesar do prédio ser antigo e bastante utilizado, o símbolo do poder dos tollonienses era feito totalmente da famosa madeira do reino, das árvores negras resistentes e de potência mágica.
Disse aos recém chegados, os mais jovens. Era estranho que um soldado chamasse o rei pelo nome e sem títulos. Já para o casal mais velho, disse:
Vocês dois são de Deheon, não é? Podem entrar. Solast Arantur está esperando por vocês.
Contudo, um homem apareceu após a abertura da porta. Era um jovem de cabelos negros, barba por fazer e roupas de viagem surradas. Tinha o cenho franzido, carregado de preocupação, mas ao ver o casal Maedoc disse:
Não sei nada de chamado nenhum a forasteiros e...
E abriu os braços para chamá-los. Constance reconhecia o filho de Solast Arantur, o jovem Rikard Arantur. Um rapaz que rejeitava o título de príncipe como seu pai rejeitava o de rei. Dizia-se que era a imagem semelhança de seu pai, seja na aparência quanto nas atitudes. Um jovem batalhador, aventureiro e preocupado sobretudo com seu povo.
Estes são Aldred e Therese. Ouvi muito sobre suas histórias. Eles podem entrar também.
O Doutor e Donna estavam na antessala da sede do Conselho de Tollon. Haviam chegado poucas horas atrás após semanas de viagem sem nenhum problema mais sério. Os cavalos eram constantemente alimentados, bebiam dos rios e descansavam o suficiente. A ração de viagem eventualmente acabou, mas Rikard era um exímio caçador e proveu coelhos, esquilos e até lobos para a alimentação. Os três não viajaram necessariamente na estrada, mas a margearam e foi o suficiente para os perigos naturais serem evitados. Animais selvagens e bandoleiros também foram sagazmente desviados pela astúcia natural do filho de Solast. Os três foram capazes de chegar até um pouco antes do previsto e por isso pegaram o Rei Lenhador fora de sua sede. Naquela manhã ele estava trabalhando com seus companheiros lenhadores no Bosque do Rei e por isso coube a espera na antessala.
Agora, Aldred, Constance, Donna, o Doutor, Klaus e Therese estavam em uma sala bastante modesta do esperado para uma sede do governo de um reino importante como Tollon. O piso era coberto por um ladrilho simples, as paredes internas eram de pedras colocadas de maneira limpa e humilde, reforçadas por toras de madeira negra. Havia lamparinas espalhadas e três vidrais pequenos a leste e a oeste. A norte, havia um corredor que levava diretamente para o interior da sede e atrás deles as portas se fecharam com um grande barulho.
Curto e grosso, como Aldred esperava que os tollonienses fossem, mas muito informal e de nenhuma solenidade na qual Klaus e Constance esperavam de um príncipe. O Doutor e Donna já conheciam a figura: era um rapaz de poucas palavras, pouca formalidade, e que parecia sentir o peso do mundo nas costas, sempre tendo que provar a si mesmo e ao pai que era um caçador bom, um aventureiro de boas capacidades não apenas por seu título de nobre. Em Tollon, todos aprenderam (ou já sabiam), títulos de nobreza não são tão valiosos como nos demais reinos, embora existisse alguns raros lugares em Tollon nobres dotados dos melindres dos aristocratas de Ahlen.Rikard
Eu sou Rikard Arantur, filho de Solast. Meu pai agradece a presença de vocês aqui e pede desculpas de antemão por não estar presente ainda. O velho está vindo de mais uma manhã de trabalho no bosque e logo falará com vocês. Agora eu tenho que ir. Até.
Nota do Mestre:
Esta é a hora de conversarem. Rikard não dá espaço para responder perguntas e simplesmente deixará os aventureiros ali na antessala que não tem bancos nem nenhum outro móvel. No máximo é possível circular brevemente pelo lugar e nada digno de nota pode ser constatado. Aproveitem para a interpretação, sem limite de um post por cada. Solast Arantur aparecerá depois de um tempo.
Dados dos Personagens
Aldred C. Maedoc II <> PV: 107/242; PE: 6/6; PA: 1; CA: 28/43 <> Condição: Normal
Therese Incarn <> PV: 32; PM: 45; CA: 18 <> Condição: Normal <> Magias preparadas: Enfeitiçar pessoas elevado [9º nível], coordenar batalha em massa, bola de fogo controlável, heroísmo maior, imobilizar monstro, vidência, sugestão elevado [9º nível], detectar pensamentos, armadura arcana, identificação, aumentar pessoa
Farrapo <> PV: 135/242; CA: 20/35 <> Condição: Normal
Klaus Primus <> PV: 63/63; PM Arcano: 48/48; PM Divino: 41/41; PA: 1; CA: 23 <> Condição: Normal
O Doutor <> PV: 79/79; PA: 1; CA: 23 <> Condição: Normal
Donna Noble <> PV: 90; CA 33
Constance Argant <> PV: 72/72; PA 2; CA: 33 <> Condição: Normal